Turismo arrancou o ano com perdas de 80% devido ao confinamento
Depois de um ano com quebras na ordem dos 70% devido à pandemia, janeiro mostrou uma continuação dessa tendência. O setor começou 2021 com apenas 308 mil hóspedes.
A pandemia tirou 17 milhões de turistas ao turismo nacional no ano passado e, embora este ano se adivinhe melhor, a tendência negativa continua a ser sentida. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os estabelecimentos turísticos nacionais receberam 308.400 hóspedes e 709.900 dormidas em janeiro, o equivalente a quebras de 78,3% e 78,2%, respetivamente, face ao período homólogo.
Numa análise aos turistas registados em janeiro, os portugueses tiveram um peso de mais de 60%, num total de 427.000 dormidas. Ainda assim, também aqui se registou uma quebra: foram menos 60,3% do que em janeiro do ano passado. Num mês em que o país esteve fechado, os estrangeiros representaram apenas 282.900 dormidas, menos 87% do que no período homólogo.
No início do ano, “todas as regiões registaram decréscimos expressivos das dormidas, superiores a 50%”, refere o INE. As menores diminuições observaram-se no Alentejo (-59,3%) e no Centro (-69,3%), enquanto as maiores quedas aconteceram na Área Metropolitana de Lisboa (-81,9%), na Região Autónoma da Madeira (-81,2%) e no Algarve (-80,6%).
Numa análise mais fina, por municípios, Lisboa concentrou 115.300 dormidas (16,2% do total), mas refletiu uma diminuição de 86,6%. As dormidas de hóspedes nacionais caíram 65%, enquanto as de hóspedes internacionais afundaram 91,7%. O Funchal concentrou 8,1% do total de dormidas (57.900), o equivalente a uma perda de 84,5%. Atrás aparece o Porto, concentrando 4,5% do total de dormidas, menos 88,2% do que em janeiro do ano passado.
Em janeiro, as receitas com o turismo atingiram 33 milhões de euros no total e 24 milhões de euros relativamente a receitas de aposento, menos -81,2% e -80,8%, respetivamente. Todas as regiões registaram decréscimos expressivos nos proveitos, com maior enfoque na Área Metropolitana de Lisboa (-86,5% em ambos), Algarve (-81,5% e -80,8%, respetivamente) e Norte (-80,4% e -79,6%, pela mesma ordem).
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em sete euros em janeiro, refletindo uma diminuição de 71,9%. O INE nota que, no início do ano, 54% dos estabelecimentos de alojamento estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes.
Portugal foi o 5.º país mais afetado da União Europeia em 2020
Em 2020, o número de noites passadas em estabelecimentos de alojamento turístico da União Europeia (UE) totalizou 1,4 mil milhões, uma redução de 52% em comparação com 2019, revela o Eurostat esta segunda-feira.
Os dados mostram que o número de noites diminuiu em todos os Estados-membros da UE, com o Chipre, Grécia e Malta a serem os mais afetados, com quebras superiores a 70%. Imediatamente atrás aparece Portugal, como o 5.º país mais afetado, com uma descida superior a 60%. No lado oposto da tabela aparecem a Holanda e a Dinamarca, como os menos afetados pela pandemia, com perdas inferiores a 35%.
Analisando o tipo de hóspedes, observa-se que as dormidas dos estrangeiros caíram 68% em toda a UE, enquanto as dormidas de residentes diminuíram apenas 38%. Apenas os hóspedes nacionais da Eslovénia (+ 33%), Malta e Chipre (ambos +15%) passaram mais noites turísticas no seu próprio país em comparação com 2019. Em contraste, Espanha, Grécia e Roménia registaram as quedas mais elevadas (mais de 40%).
O Eurostat refere ainda que o número de dormidas de turistas estrangeiros diminuiu em todos os Estados-membros, tendo as maiores diminuições (mais de 80%) sido observadas no Chipre e na Roménia.
(Notícia atualizada às 12h05 com mais informação)
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