TAP vai manter relação com a Groundforce, mas quer cortar custos, avisa Frasquilho
O chairman da TAP, acionista minoritário da Groundforce com 49,9%, diz que a solução encontrada para a empresa de handling é temporária e é preciso continuar a trabalhar numa opção estrutural.
A TAP vai manter uma relação próxima com a Groundforce, mas o redimensionamento previsto no plano de reestruturação da companhia aérea irá implicar cortes de custos com os serviços de handling, segundo Miguel Frasquilho. O chairman da TAP falava numa audição parlamentar, à qual foi chamado devido à situação de rutura de tesouraria na Groundforce.
“Está previsto no plano [de reestruturação da TAP] que continuem a ser prestados serviços de handling pela Groundforce. É natural que continuemos a estar ligados à Groundforce, mas temos um plano muito duro e exigente. A TAP terá de ser mais produtiva e eficiente, os custos terão de baixar e é natural que isso esteja contemplado nos serviços de handling“, disse Frasquilho na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
O presidente do conselho de administração da TAP sublinha mesmo que sem a Groundforce, a companhia aérea não pode ter a operação a funcionar. Por isso, “fomos sempre muito compreensivos” face à crise gerada pela Covid-19. Na condição de cliente – responsável por 70% do negócio da Groundforce -, a TAP começou em agosto a adiantar o pagamento de faturas.
“Mas dado o contexto que estamos a viver, não poderíamos ir mais longe sem que isso fosse visto de outra forma, nomeadamente pela Comissão Europeia”, justifica. Em fevereiro havia adiamentos de serviços a pagar até maio e, nessa altura, a TAP — que é também acionista com 49,9% do capital — pediu que a participação maioritária — de 50,1% do capital detido pela Pasogal de Alfredo Casimiro — fosse dada como garantia para o adiantamento. Segundo o Governo, não aconteceu pois a participação já estava sob penhor, o que o empresário rejeita que seja verdade.
“Apesar do contexto difícil, a verdade é que sempre quisemos apoiar a Groundforce”, garante Frasquilho. “Isto foi o que o acionista minoritário — repito, minoritário — fez. Acionista minoritário e também cliente. Mas a Groundforce tem um acionista maioritário”, atira, numa crítica a Casimiro. Apesar do conflito entre acionistas, a prioridade, aponta Frasquilho, é honrar compromissos com salários, impostos e contribuições.
Numa altura em que os 2.400 trabalhadores continuam com parte do salário de fevereiro por receber, a TAP propôs-se a comprar equipamentos no valor de 7 milhões de euros e a subalugá-los para uso da empresa de handling. A solução temporária permite desbloquear de forma imediata liquidez para pagar salários de fevereiro que ainda estão em atraso.
“Temos condições de resolver a muito curto prazo, mas esta não é uma solução estrutural. Trata-se de uma solução de curto prazo e, nas próximas semanas, é necessário que as partes continuem a trabalhar e a encontrar-se para conseguir uma solução estrutural”, acrescentou. Em cima da mesa estão um aumento de capital e um empréstimo bancário de 30 milhões de euros com garantias públicas.
(Notícia atualizada às 19h30)
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