Agência europeia admite avaliar vacina chinesa Sinopharm
EMA está em discussões com o grupo farmacêutico chinês Sinopharm sobre a vacina desenvolvida contra a Covid-19. São “necessárias todas as vacinas eficazes e seguras possíveis".
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) disse, esta terça-feira, estar em discussões com o grupo farmacêutico estatal chinês Sinopharm sobre a vacina desenvolvida contra a Covid-19, admitindo avaliar este fármaco para dar resposta às necessidades europeias e globais.
“Há várias vacinas produzidas por farmacêuticas chinesas e estamos em discussões com um grupo que produz uma dessas vacinas, a Sinopharm, e esperamos ficar em posição de também avaliar essa vacina”, referiu a diretora executiva da EMA, Emer Cooke.
Intervindo numa audição por videoconferência na comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu, a responsável pelo regulador europeu notou serem “necessárias todas as vacinas eficazes e seguras possíveis para não só dar resposta às necessidades da população europeia, como ao nível mundial”.
Em causa está a chamada “análise contínua”, um instrumento regulador que a EMA utiliza para acelerar a avaliação de um medicamento promissor durante uma emergência de saúde pública, já que, ao rever os dados em tempo real à medida que estes ficam disponíveis, pode chegar mais cedo a um parecer final sobre a autorização de comercialização, quando esta der entrada.
Nesta situação de avaliação preliminar encontram-se as vacinas russa Sputnik V, a da alemã CureVac e a da norte-americana Novavax.
Até ao momento, a EMA deu “luz verde” a quatro vacinas contra a Covid-19: a da Pfizer/BioNTech a 21 de dezembro de 2020, a da Moderna a 06 de janeiro, da AstraZeneca a 29 de janeiro e, em meados deste mês, a vacina da Johnson & Johnson, produzida pela farmacêutica Janssen.
“Não nos podemos esquecer de que são as vacinas que nos vão ajudar a vencer esta pandemia”, vincou Emer Cooke perante os eurodeputados na sessão à distância.
Numa altura em que o processo de vacinação contra a Covid-19 está mais avançado em Israel e no Reino Unido do que na União Europeia, dada a incapacidade de produção, a responsável pelo regulador europeu classificou que estes são exemplos “de verdadeira informação”.
“Os resultados vindos de Israel e do Reino Unido são promissores e mostram que a eficácia verificada das vacinas durante os ensaios clínicos está a ser comprovada na vida real”, observou Emer Cooke.
A responsável indicou que, em ambos os casos, “o número de infeções está a baixar”, tendo ficado evidente que “a propagação da doença pode ser travada quando os níveis de vacinação da população são elevados”.
Sobre a situação da UE, Emer Cooke defendeu que deve “ser feito todo o possível para garantir que a capacidade de produção de vacinas é aumentada porque isso vai melhorar o processo de vacinação em toda a Europa”. “As empresas estão a trabalhar arduamente para encontrar novos locais de produção […] e o que posso garantir é que, quando essa informação passar para o nosso lado, esses procedimentos serão aprovados numa questão de dias”, adiantou.
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