Casimiro rejeita números de Pedro Nuno Santos. Diz que “nunca enganou o Governo”
O acionista privado da Groundforce, Alfredo Casimiro, rejeita ter tentado enganar o Governo e o Estado português nas negociações.
O acionista privado da Groundforce, Alfredo Casimiro, rejeita ter tentado enganar o Governo e o Estado português nas negociações. A acusação foi feita esta quarta-feira pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, no Parlamento, onde Pedro Nuno Santos denunciou ainda que o empresário pagou a compra da empresa de handling apenas seis anos depois e já com um encaixe financeiro de 7,6 milhões de euros em comissões. Casimiro diz que tudo foi feito de acordo com o contrato e defende que os números não são esses.
“Alfredo Casimiro nunca enganou o Governo e esteve sempre comprometido com uma solução para a Groundforce“, começa por dizer fonte oficial do empresário, ao ECO, em reação à audição parlamentar do ministro. Apesar de não haver “grosseiras mentiras”, diz que as palavras de Pedro Nuno Santos estão “repletas de meias-verdades”.
No processo de negociação de uma solução para os problemas financeiros da empresa de handling, que passaram por várias opções e acabaram por resultar numa venda de equipamentos à TAP, Pedro Nuno Santos acusa Alfredo Casimiro de não ter sido “sério” e de ter tentado “enganar” o Estado e o Governo. O empresário nega, dizendo que o ministro omite que a empresa, entre 2007 e junho de 2012, durante a gestão pública, perdeu 156 milhões de euros.
Por outro lado, o ministro “preferiu referir-se apenas ao valor do fee de gestão” pago pela TAP à empresa de Casimiro. “Outra meia-verdade é o valor do fee de gestão — inferior ao anunciado pelo governante em sede de Comissão Parlamentar: não foram 7,6 milhões, mas sim 5,453 milhões de euros. O Senhor Ministro também preferiu omitir o valor dos impostos entregues ao Estado durante a gestão de Alfredo Casimiro: um total de 170,5 milhões de euros”, defende.
De acordo com o dono da Pasogal e chairman da Groundforce, o contrato de compra e venda celebrado com a TAP foi aprovado pela Autoridade da Concorrência, que impôs um incentivo, para garantir uma gestão “independente da TAP, idónea e capaz de desenvolver a empresa de forma viável e competitiva” devido aos prejuízos dos cinco anos anteriores. “Os pagamentos do fee de gestão foram, portanto, devidamente estipulados no contrato de aquisição“, diz.
Já em relação ao montante pago no negócio, Casimiro valida o número avançado por Pedro Nuno Santos e revela ter pago 3,74 milhões de euros. Confirma ainda que só o fez em 2018, apesar de ter fechado a aquisição em 2012, porque “o contrato previa que só depois da emissão das licenças a garantia bancária on first demand, que existia desde 2012, fosse efetivamente transformada em pagamento”.
(Notícia atualizada às 20h40)
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