Alunos de volta à escola, negócios abrem postigos. Isto é tudo o que reabriu

  • ECO
  • 15 Março 2021

O desconfinamento começou esta segunda-feira com a reabertura das escolas para os alunos mais novos e as lojas com venda ao postigo. Saiba o que muda daqui em diante.

Chegou o dia do tão esperado desconfinamento. Será uma reabertura “a conta-gotas”, que começa esta segunda-feira e vai prolongar-se até maio, com quatro datas determinantes que deve anotar no calendário. E 15 de março é uma delas.

Apesar de alguns negócios poderem reabrir agora, a palavra de ordem continua — e continuará — a ser “fique em casa”. O “dever geral de recolhimento domiciliário” mantém-se em vigor praticamente até à Páscoa.

Significa que, apesar do alívio das medidas (um “passo modesto”, admitiu o primeiro-ministro), toda a cautela é pouca. Se a pandemia se agravar, o desconfinamento é para travar.

O que reabre esta segunda-feira?

  • Atividades educativas e letivas em regime presencial nos estabelecimentos de ensino públicos, particulares e cooperativos e do setor social e solidário, de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico;
  • Atividades, em regime presencial, de apoio à família e de enriquecimento curricular, bem como atividades prestadas em centros de atividades de tempos livres e centros de estudo e similares, apenas para as crianças e os alunos que retomam as atividades educativas e letivas;
  • Atividade dos estabelecimentos de bens não essenciais que pretendam manter a respetiva atividade exclusivamente para efeitos de entrega ao domicílio ou disponibilização dos bens à porta do estabelecimento, ao postigo ou através de serviço de recolha de produtos adquiridos previamente através de meios de comunicação à distância (click and collect);
  • Atividades de comércio a retalho não alimentar e de prestação de serviços em estabelecimentos em funcionamento encerram às 21h00 durante os dias úteis e às 13h00 aos sábados, domingos e feriados;
  • As atividades de comércio de retalho alimentar encerram às 21h00 durante os dias úteis e às 19h00 aos sábados, domingos e feriados;
  • O regime de horário das farmácias é aplicável a estabelecimentos de vendas de produtos não sujeitos a receita médica;
  • Possibilidade de realização de feiras e mercados sem ser apenas para venda de produtos alimentares, mediante autorização do presidente da câmara municipal territorialmente competente;
  • Permite-se nos restaurantes e similares a disponibilização de bebidas em take-away ou as entregas ao domicílio;
  • Permite-se o funcionamento, mediante marcação prévia, dos salões de cabeleireiro, barbeiros, institutos de beleza e estabelecimentos similares;
  • Permite-se a abertura de estabelecimentos de comércio de livros e suportes musicais; parques, jardins, espaços verdes e espaços de lazer (onde volta a ser permitida a permanência, embora as autarquias possam proibir), assim como de bibliotecas e arquivos.

Continua a ser proibida…

  • … a venda de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos de comércio a retalho, incluindo supermercados e hipermercados e em take-away (a partir das 20h00) é aplicável até às 6h00;
  • … a circulação entre concelhos, a qual é aplicável diariamente a partir do dia 26 de março de 2021.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresas mais castigadas pela crise vão ter mais apoios a fundo perdido. Veja as simulações

As empresas que registem quebras de faturação superiores a 50% vão ter direito a mais apoios a fundo perdido. Teto das ajudas vai chegar até aos 253.125 euros.

O desconfinamento a “conta-gontas” arranca esta segunda-feira. Portugal entra, assim, numa nova fase de luta contra a pandemia, tendo o Governo preparado um pacote de apoios para as empresas pensado à medida dos desafios que se adivinham. Entre essas medidas, consta o reforço do programa de subsídios a fundo perdido — o Apoiar — que passará a ser “mais generoso” no que diz respeito às empresas com quebras de faturação superiores a 50%.

Lançado no final de 2020, o Apoiar prevê a atribuição às empresas mais afetadas pelas restrições impostas por causa da pandemia de verbas a fundo perdido correspondentes a 20% das quebras de faturação, com limites definidos em função da dimensão dos requerentes.

Em janeiro, o Governo reforçou este programa, no momento em que determinou o confinamento do país para conter a propagação do vírus pandémico; E volta agora a fazê-lo, na altura em que Portugal se prepara para reabrir de modo progressivo.

O reforço do Apoiar acontece agora por três vias. Por um lado, voltam a abrir-se as candidaturas a este programa, pelo período de uma semana; Por outro, estas verbas passam a estar disponíveis para empresas de mais setores do que até aqui, incluindo a panificação, a pastelaria e a fabricação de artigos de pirotecnia; E, além disso, prevê-se a majoração dos limites dos subsídios para as empresas com quebras superiores a 50%.

O ministro da Economia revelouque, no caso dessas empresas, haverá um aumento dos limites máximos de apoio em 50%, com efeitos retroativos. Assim, incluindo o apoio extraordinário, os tetos dos subsídios a fundo perdido passam:

  • De 5.000 euros para 7.500 euros, no caso dos empresários em nome individual;
  • De 12.500 euros para 18.750 euros, no caso das microempresas;
  • De 68.750 euros para 103.125 euros, no caso das pequenas empresas;
  • De 168.750 euros para 253.125 euros, no caso das médias empresas e das grandes empresas com volume anual de negócios igual ou inferior a 50 milhões de euros.

Ou seja, no caso de um empresário em nome individual que, por exemplo, teve 50.000 euros de faturação em 2019 e 10.000 euros em 2020, o apoio a fundo perdido passará para 7.500 euros. Isto uma vez que 20% da quebra (40.000 euros) são 8.000 euros, o que significa que, com os tetos anteriores, este requerente tinha direito a 5.000 euros. Agora, passa a ter direito a mais 2.500 euros, atingindo, ainda assim, o patamar máximo previsto e, por isso, não recebendo a fatia da quebra de faturação por inteiro.

Vamos a outro exemplo. Uma microempresa com uma quebra de 54.000 euros (a sua faturação passou de 90.000 euros para 36.000 euros) terá direito a 10.800 euros a fundo perdido. Isto é, 20% da diminuição da sua faturação. Como neste caso não atinge o limite máximo previsto, poderá receber a totalidade dessa fatia. Neste caso, tendo em conta que a quebra é superior a 50%, a empresa poderia beneficiar da referida majoração, mas a questão não se coloca na prática, já que 20% da diminuição da faturação nem sequer atinge o teto que ainda está em vigor.

Caso diferente é o de uma microempresa que faturou 125.000 euros em 2019 e 22.000 euros. A quebra 82% ou 103.000 euros, e 20% desse valor são 20.600 euros, montante que ultrapassa tanto o teto previsto atualmente como o que passará a ser aplicado às empresas mais afetadas. Esta microempresa terá, portanto, direito a 18.750 euros. Sem a majoração, receberia menos 6.250 euros.

Os cálculos são os mesmos nos casos das empresas de maior dimensão. Por exemplo, uma pequena empresa que viu diminuir a sua faturação em 85% ou 550.000 euros (de 650.000 euros para 100.000 euros em faturação) terá direito a um apoio a fundo perdido de 103.125 euros. Isto aplicando-se a nova majoração anunciada pelo Governo. Sem ela, o apoio máximo seria de 68,750 euros, já que 20% dos tais 550.000 euros são 110.000 euros, ultrapassando tanto o patamar até aqui utilizado como o agora anunciado.

O raciocínio repete-se com as médias empresas. Por exemplo, se a quebra tiver sido de 55% (ou seja, há lugar à majoração no teto do apoio) ou 1.650.000 euros, então 20% desse valor são 330.000 euros, muito acima tanto do teto ainda em vigor (168.750 euros) como do agora anunciado (253.125 euros). Essa empresa passará agora a ter direito, portanto, a receber 253.125 euros.

De acordo com o ministro da Economia, as empresas que já tenham apresentado candidaturas ao Apoiar e registem quebras superiores a 50%, vão usufruir automaticamente da majoração dos tetos dos subsídios a fundo perdido. “Vamos processar este apoio automaticamente àquelas que, já tendo apresentado candidatura, tenham tido esta quebra de faturação”, disse Siza Vieira.

Até ao momento, o Apoiar já chegou a cerca de 60 mil empresas e “fez pagamentos de 600 milhões de euros”.

Além do reforço aqui exemplificado do Apoiar, o pacote de novos apoios à economia inclui o alargamento do lay-off simplificado, o prolongamento do apoio à retoma progressiva, o lançamento do incentivo à normalização da atividade, o reforço do apoio simplificado às microempresas e o alargamento dos apoios às rendas comerciais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

André Silva deixa liderança do PAN, sai do Parlamento e da vida política

  • Lusa
  • 15 Março 2021

"Além de pretender equilibrar a minha vida pessoal e familiar com a vida profissional, carrego a forte convicção de que numa democracia saudável as pessoas não devem eternizar-se nos cargos", diz.

O porta-voz do PAN, André Silva, anunciou que vai abandonar as suas funções executivas no partido e o lugar de deputado no Parlamento, invocando motivos pessoais e a defesa do princípio da limitação de mandatos.

“Volvidos vários anos de intenso trabalho e de uma magnífica experiência cívica e pessoal, decidi não me recandidatar aos órgãos nacionais do partido“, escreveu André Silva numa carta que dirigiu aos militantes do PAN e que publicou na sua página pessoal no Facebook.

Na carta, o porta-voz do PAN considera que “chegou a hora de mudar” e refere que, tendo sido pai há cinco meses, entende que deve “apanhar o comboio da paternidade para materializar valores” que considera essenciais nas esferas privada e pública.

“Além de pretender equilibrar a minha vida pessoal e familiar com a vida profissional, carrego a forte convicção de que numa democracia saudável as pessoas não devem eternizar-se nos cargos, devendo dar oportunidade a outras. Ou seja, como muitos sabem, defendo a limitação de todos os mandatos políticos, sejam eles partidários ou em órgãos de poder institucional”, justifica.

Face a estes motivos, André Silva diz que entendeu não se recandidatar a um novo mandato na Comissão Política Nacional do PAN, “deixando todos os cargos de direção partidária”.

“Vou-me embora tendo presente o patamar de notoriedade atingido pelo partido, bem como as aptidões de ação política e de disputa eleitoral autónoma que adquiriu nos últimos anos. Por tudo isto e por toda a mudança que quero que tenha lugar na minha vida, resolvi também renunciar ao mandato de deputado à Assembleia da República, com efeito na data de realização do nosso congresso no mês de Junho, cumprindo assim meia legislatura e fechando um ciclo pessoal e da vida do partido”, acrescenta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

DGS e Infarmed “autorizam” vacina da AstraZeneca

  • Lusa
  • 14 Março 2021

A vacina da AstraZeneca pode continuar a ser ministrada enquanto decorrem as investigações sobre efeitos da sua aplicação. Há países, como a Irlanda, que suspenderam a aplicação da vacina.

A Direção-Geral de Saúde e o Infarmed afirmaram que a vacina da AstraZeneca pode continuar a ser administrada e frisaram que não há evidência de ligação com os casos tromboembólicos registados noutros países. “A DGS e o Iinfarmed informam que, com base nos dados atualmente disponíveis e enquanto decorre a investigação, se mantém válida a informação emitida, podendo a vacina continuar a ser administrada”, referem, em comunicado.

Em Portugal, adiantam, o Sistema de Farmacovigilância registou dois casos de eventos tromboembólicos após a tomada da vacina da AstraZeneca, “sendo que não apresentam o mesmo padrão clínico dos que se encontram em avaliação” pelo Comité de Segurança, PRAC, da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMA).

As autoridades de saúde irlandesas recomendaram este domingo a suspensão da administração da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 como “medida de precaução”, após relatos de casos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas na Noruega. A mesma decisão já tinha sido tomada por outros países europeus.

No comunicado conjunto, a DGS e a Infarmed recordam que os casos notificados na Noruega, e que levaram à decisão da Irlanda de suspender a vacina da AstraZeneca, “estão a ser avaliados pelo Comité de Segurança, PRAC, da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMA), esperando-se uma conclusão durante a próxima semana”.

As duas entidades portuguesas salientam que “até ao momento não há evidência de que a vacinação possa estar na origem destes eventos”.

“O número de eventos tromboembólicos comunicados na população vacinada na União Europeia (cerca de 5 milhões de doses) e no Reino Unido (cerca de 11 milhões de doses) continua a não ser superior ao verificado na população em geral”, destacam a DGS e a Infarmed.

As duas entidades garantem que “este assunto continua a ser acompanhado pelas autoridades nacionais de saúde, através da sua participação na avaliação que decorre a nível europeu em conjunto com as autoridades congéneres europeias, nomeadamente em reuniões a decorrer na próxima semana”.

A DGS e a Infarmed alertam que “os profissionais de saúde que suspeitem de reações adversas após a vacinação contra a Covid-19 devem notificar, de imediato, essas reações no Sistema Nacional de Farmacovigilancia”.

A recomendação do Comité do Programa de Vacinação na Irlanda foi emitida depois de um relatório da Agência Norueguesa de Produtos de Saúde ter reportado “quatro novos casos graves de coágulos sanguíneos em adultos” depois de terem recebido a vacina do laboratório anglo-sueco.

A Noruega, a Dinamarca e a Islândia anunciaram na quinta-feira a suspensão das injeções da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, invocando o princípio da “precaução” devido aos receios relacionados com a formação de coágulos sanguíneos.

A Bulgária fez o mesmo na sexta-feira e a Tailândia atrasou a sua campanha.

Já no início desta semana, a Áustria parou de administrar um lote de vacinas da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira, de 49 anos, devido a “graves problemas de coagulação” alguns dias após ter sido vacinada.

Em resposta, o grupo farmacêutico disse na sexta-feira que a sua vacina não implica qualquer “risco agravado” de formação de coágulos sanguíneos.

Com base “numa análise dos dados de segurança que abrangem mais de 10 milhões de casos registados, não encontrámos indícios de risco acrescido de embolia pulmonar ou trombose”, sublinha o laboratório em comunicado, acrescentando que, “de facto, os números deste tipo [de problemas médicos] são muito mais baixos nos que são vacinados em comparação com o que seria de esperar na população em geral”.

Também na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que “não há razão para não usar” a vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, após a sua utilização ter sido suspensa em vários países europeus como medida de precaução.

“Sim, devemos continuar a utilizar a vacina da AstraZeneca. Não há razão para não a usar”, disse a porta-voz Margaret Harris, numa conferência de imprensa em Genebra

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) afirmou, no entanto, ser “provável” uma relação causal em pelo menos algumas das “41 notificações de possível anafilaxia [reação alérgica grave] entre cerca de cinco milhões de vacinações no Reino Unido”. A EMA defende que as alergias graves devem ser adicionadas à lista de possíveis efeitos secundários da vacina, mas que esta permanece segura.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Zurich termina relação com 96 entidades que recusam sair do carbono

  • ECO Seguros
  • 14 Março 2021

De quase 270 entidades relacionadas, entre clientes e empresas investidas, o Zurich Insurance Group abandonou perto de 100 e está a dialogar com outras 112 para que adotem planos de transição verde.

O grupo segurador suíço assumiu, em 2020, decisões concretas de sustentabilidade climática no sentido de descarbonizar a sua carteira de investimentos e operações. Seguindo princípios assumidos em 2017 e critérios de ação delineados em junho de 2019, a Zurich cortou relações com perto de uma centena de entidades em 2020.

De um total de 268 organizações – incluindo clientes e entidades nas quais investe e que expunham a seguradora à indústria do carvão, petróleo de xisto e areias pesadas -, a Zurich terminou relações com 96 dessas entidades (36% do universo considerado), revela a companhia no seu Relatório de Sustentabilidade, documento de reporte não financeiro que a seguradora acaba de divulgar a par de outro, em que apresenta o detalhe das contas anuais, já divulgadas por ECOseguros.

Referindo as alterações climáticas, já assumidas como tema “urgente” no relatório de sustentabilidade de 2019, o grupo Zurich reafirma que pretende encorajar e ajudar os clientes a saírem das indústrias intensivas em combustíveis fósseis (carbono). Neste sentido, em 2020, disponibilizou um serviço de Resiliência Climática, lançado em setembro para segurados de linhas comerciais. Adicionalmente, a filial do grupo na Alemanha passou a disponibilizar aos particulares a possibilidade de investirem em planos de reforma que cumprem critérios ESG.

Reforçando compromisso com investimentos sustentáveis, a sua “carteira de impacto” (investimento responsável) ascendeu aos 5,8 mil milhões de dólares em 2020, a comparar com 3,8 mil milhões em 2018 e 20% acima dos 4,6 mil milhões de dólares reportados em 2019. A carteira de investimento de impacto apresentada no final de 2020 equivale a evitar 2,9 milhões de toneladas em emissões de CO2 e à melhoria de condições de vida de 3,7 milhões de pessoas, detalha o Sustainability Report 2020 do grupo Zurich.

O valor da carteira de impacto ultrapassou o objetivo financeiro definido em 2017 e, por isso, a seguradora decidiu elevar a fasquia da descarbonização aos 5 milhões de toneladas anuais de CO2, o equivalente às emissões poluentes de um milhão de automóveis de passageiros conduzidos durante todo um ano, lê-se no relatório em que a Zurich recorda que foi a #1 no Dow Jones Sustainability Index (DJSI) do setor segurador em 2020, após ter melhorado nas 3 métricas de avaliação (governance; ambiental e social).

O relatório articula-se em torno de três eixos: sustentabilidade climática; robustez e aceleração da estratégia digital, e colaboradores motivados e satisfeitos. Os seguradores estão cada vez mais conscientes do papel que devem desempenhar para uma sociedade mais sustentável, salienta o comunicado.

“Os nossos clientes esperam que sejamos os melhores naquilo que fazemos. Isso inclui a sustentabilidade”, afirma Linda Freiner, Head of Sustainability do grupo Zurich, na apresentação do relatório.

Com esta ambição e após análise cuidadosa dos casos em que não identificou esforços significativos por parte dos parceiros (clientes e entidades em que investe), a companhia decidiu pôr fim à relação que tinha com essas organizações. Executando o seu plano de compromisso com a descarbonização, além de cortar os laços com um terço das entidades que não querem ou se mostraram incapazes de progredir para uma economia verde, a seguradora iniciou “diálogo aprofundado” – por período máximo de dois anos – com outras 112 empresas (42% do total) no sentido de adotarem planos de transição a longo prazo e, relativamente às restantes 22 a Zurich concluiu que têm adotado práticas cada vez mais verdes, sintetiza o documento.

Estes procedimentos e critérios pela descarbonização – este ano complementados com os números de parceiros avaliados, embora não identificados -, já vinham estabelecidos no relatório de sustentabilidade de 2019.

Sublinhando compromisso de descarbonizar a totalidade de uma carteira de ativos estimada em cerca de 200 mil milhões de dólares, a Zurich afirma que intensificou esforços para se tornar uma empresa net-zero em 2050 e adianta que vai estabelecer metas de base científica para a sua carteira de investimento e para suas próprias operações.

Segundo complementa a empresa, enquanto a indústria seguradora não dispõe de um standard para medir a pegada carbónica existente nas carteiras do setor, a Zurich vai dando a sua contribuição através do fórum de especialistas de risco (CRO Forum), uma rede que liga representantes de diversas seguradoras globais e funciona sob auspícios da Associação de Genebra.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Innovarisk lança seguro contra todos os riscos dirigido a PME

  • ECO Seguros
  • 14 Março 2021

A empresa junta coberturas de danos materiais, perdas de exploração e responsabilidade Civil numa só apólice com anuidade mínima de 300 euros. Pequenos e médios negócios são o alvo prioritário.

Danos é um novo produto que a corretora Innovarisk acaba de lançar prevendo as primeiras colocações em 1 de abril. Junta várias coberturas numa só apólice e tem como mercado preferencial, segundo a empresa, as PME’s, “sendo que o produto também está preparado para grandes empresas”, acrescentando que “em termos de atividades o produto pode abranger todos os setores: comércio, serviços e indústria”.

O Danos não tem capitais mínimos nem máximos, contudo o produto possui um prémio comercial mínimo de 300 euros revela a Innovarisk. A seguradora parceira é a QBE, seguradora australiana cotada em bolsa com presença em 27 países e mais de 11.700 empregados e que está registada em Portugal em regime de livre prestação de serviços através de uma sucursal belga.

As coberturas preveem danos materiais, perdas de exploração e responsabilidade Civil Extracontratual. Em Danos Materiais estão nomeados os riscos típicos de incêndio, tempestades, danos por água e outros. Contudo, a empresa salienta que “o produto é uma solução híbrida e, como tal, permite a contratação de uma extensão All-Risks, transformando-o de riscos nomeados em All-Risks”.

Numa segunda vertente estão previstas as perdas de exploração em consequência de danos materiais, sendo que permite inclusão de algumas coberturas de CBI – Contigent Business Interruption, que são coberturas de contingência em que não é necessário existir um dano material no local de risco para estas serem ativadas. No entanto, perdas por pandemias não se encontram, “pelo menos para já”, garantidas.

O Danos cobre ainda responsabilidade civil extracontratual o que engloba a Responsabilidade Civil Proprietário de Imóvel e a Responsabilidade Civil Exploração.

A Innovarisk, que age como uma MGA (Managing general agent), com poderes para aceitar riscos em nome de algumas seguradoras, afirma que o novo produto permite funcionar como “uma solução de riscos nomeados ou com cobertura do tipo todos os riscos”, acrescentando que estende a cobertura à “possibilidade de uma franquia de 2% em Fenómenos Sísmicos, ou até de segurar Equipamento Eletrónico fora do local de risco”.

Correção em 16 Março. Por lapso indicámos a Innovarisk como corretora de seguros, quando a empresa é uma MGA (Managing general agent). Tem poderes para subscrever riscos, mas o seu estatuto jurídico junto da ASF é de agente de seguros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Incêndio destrói parte de data center OVH e expõe duas seguradoras

  • ECO Seguros
  • 14 Março 2021

Sinistro deixou milhões de páginas web sem acessibilidade requer várias peritagens e longa resolução. Uma seguradora tem a cobertura de danos materiais e outra o seguro de responsabilidade civil.

Um incêndio que destruiu parte do centro de dados da OVH cloud, na zona de Estrasburgo, causou prejuízos de grande amplitude na rede de internet em França. O fogo varreu por completo um dos quatro data centers que a especialista de serviços na cloud tem na cidade francesa, deixando sem acessibilidade cerca de 3,5 milhões de websites, segundo dados da Netcraft citados no site de informação especializada l’Argus de l’assurance.

O desfecho relativamente à cobertura dos prejuízos caberá à peritagem a cargo das seguradoras. De acordo com a mesma fonte, duas seguradoras estão expostas ao incidente, uma através de contrato de RC (Responsabilidade Civil) e outra na cobertura dos danos materiais causados do fogo.

Nesta fase, de acordo com o site francês de seguros, a Axa está a segurar a OVH ao abrigo de um contrato de danos materiais, sendo suscetível de compensar a OVH pelos prejuízos sofridos em resultado do incêndio, incluindo a reconstrução das instalações. Dado que a Axa não intervirá em relação a quaisquer pedidos de indemnização apresentados pelos clientes da empresa por perda de dados ou perdas de exploração – riscos no âmbito da responsabilidade civil -, remetem para a intervenção de outra seguradora que, segundo a mesma fonte, será a Chubb.

O sinistro declarado na noite de 10 de março e combatido pelos bombeiros até à manhã do dia seguinte, destruiu a unidade SBG2, uma das quatro que existem no edifício, danificando parcialmente o SBG1. O fogo destruiu quatro salas equipadas com um total de 12 servidores, informou a OVHcloud através de nota publicada no seu Twitter, a qual explica que os outros servidores (SBG3 e SBG4) não chegaram a ser atingidos pelo fogo, mas foram preventiva e temporariamente desligados.

Citado pelo Argus, um especialista da Inquest (grupo Stelliant) explicou que, num primeiro passo, será necessário assegurar a segurança da estrutura do edifício. Depois, após recolha de informações no local do sinistro, deverá ser nomeado um perito em RCCI (Research in to Causes and Circumstances) para determinar as causas do incidente, verificando normas regulamentares de prevenção e segurança contra incêndio e “identificar possíveis responsabilidades de terceiros”.

No longo processo de resolução do sinistro, envolvendo outros peritos, por exemplo do ramo imobiliário e especialista em equipamento de TI para avaliarem a extensão dos danos causados e possibilidade de reparação, além de outro perito financeiro para estimar as perdas de exploração.

Afirmando que as instalações sinistradas não são objeto de classificação Seveso (edifícios que, pela sua estrutura ou uso industrial, são consideradas perigosos à luz de uma Diretiva UE), a companhia que é líder em França no mercado de alojamento de sites de internet adiantou que as causas do fogo eram ainda desconhecidas e que as autoridades já tinham iniciado investigação ao incidente.

A OVH foi fundada em 1999 pelo empresário Octave Klaba. Em duas décadas tornou-se uma das gigantes europeias no alojamento de servidores e da cloud, com volume de negócios a rondar 600 milhões de euros em 2019, servindo 1,6 milhões de clientes. Com 32 data centers distribuídos por vários países, as infraestruturas da empresa representam 400 mil servidores e alojamento para mais de 18 milhões de sites.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Justine Shaw nomeada CEO do CPP Group para Espanha e Portugal

  • ECO Seguros
  • 14 Março 2021

A empresa posiciona-se em Portugal no setor de serviços financeiros e mediação de seguros, nomeadamente proteção e coberturas para cartões bancários, viagens e equipamento digital.

O CPP Group, empresa de direito britânico com oferta em soluções de proteção e assistência, nomeou Justine Shaw para as funções de Chief Executive Officer (CEO) em Espanha e Portugal (CPP Group Iberia), noticiaram meios da imprensa espanhola.

Justine, que até agora exercia as funções de administradora delegada, integrando o conselho de administração para a região ibérica, vai acumular a função de CEO com a de responsável internacional pela área People and Culture.

Para o CPP Group, a nomeação representa compromisso claro com o desenvolvimento dos negócios em Espanha e Portugal, considerados mercados estratégicos para a entidade sediada em Leeds, Inglaterra.

“Espanha é um mercado muito importante para a CPP e tem grande potencial para continuar a crescer”, assinalou Justine Shaw. De acordo com as mesmas fontes, Alfonso Gutiérrez continuará a chefiar o plano comercial e de marketing, enquanto o desenvolvimento da área customer experience e a gestão corrente do negócio cometem a Enrique Jiménez.

Ao longo dos últimos 25 anos criámos uma excelente reputação no mercado ibérico, através dos nossos produtos e do nosso serviço ao cliente, aspetos que continuaremos a consolidar no longo prazo em colaboração com os nossos parceiros”, complementou Shaw.

De acordo com informação disponível na página eletrónica da entidade matriz, o CPP Group tem parcerias, entre outras, com as seguradoras como a AXA, Allianz Partners, Chubb, Gallagher, Mapfre, Zurich e a turca Anadolu Sigorta. A oferta de soluções de seguro do grupo CPP estende-se à cibersegurança e ao seguro paramétrico, através da plataforma da Blink, uma insurtech irlandesa que é parte do CPP Group Plc.

De acordo com informação da empresa britânica, a atividade do grupo CPP estende-se a mais de 10 países, incluindo Europa, Ásia (incluindo Índia, China e Malásia), e América central (México), com operação assegurada por equipas de especialistas e uma plataforma tecnológica que lhe permite distribuir produtos a nível global.

Na primeira metade da 2020, a companhia faturou perto de 62 milhões de libras esterlinas (+3% face a igual período de 2019), sendo que mais de 70% do volume de negócios foi gerado na Índia, enquanto a unidade EU Hub, que integra a operação ibérica gerou 6,9 milhões de libras, em quebra de 17% face ao período homólogo de 2019. O semestre encerrou com resultado bruto (ebitda) de 2,4 milhões de libras, apontando subida de 11%, indica informação no site da companhia.

A página portuguesa da empresa refere que a operação em Portugal é desenvolvida através das empresas CPP Mediación y Protección S.L.U. Sucursal em Portugal e pela Card Protection Plan Ltd. Sucursal em Portugal. A primeira, de acordo com a CPP Portugal está registada em Espanha e presente em Portugal desde 2013, enquanto a Card Protection Plan, sucursal de uma homónima britânica, afirma estar registada desde 2005, através do então ISP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ageas reúne influenciadores para darem conselhos de bem-estar

  • ECO Seguros
  • 14 Março 2021

A iniciativa acabou de estrear no Instagram e abrange diversas áreas da vida, do nutricionismo, passando pelo bem-estar físico, o coaching de saúde, cozinha e decoração e até viagens.

O Grupo Ageas Portugal acaba de lançar o projeto De Bem com a Vida, com o objetivo de “inspirar e promover o bem-estar juntos dos seus clientes, dos seus colaboradores e da sociedade em geral”.

O projeto nasce do propósito do grupo Ageas Portugal em criar momentos que suscitem emoções positivas e potenciem o bem-estar de todos. De Bem com a Vida “consiste numa rubrica de vídeo mensal divulgada nas plataformas digitais da empresa e que irá abordar diversos temas para promoção do bem-estar, entre os quais, alimentação saudável, maternidade e família, animais domésticos, poupança, sustentabilidade, viagens, desporto, meditação, decoração e música”, explica o comunicado do grupo segurador que opera as marcas Ageas Seguros, Ageas Pensões, Médis, Ocidental e Seguro Directo.

“Queremos estar ao lado dos portugueses em todos os momentos, sobretudo nos mais felizes: na maternidade, nas viagens e nas atividades do dia-a-dia”. Esta iniciativa “está alinhada com o nosso posicionamento de prevenção, nas mais diversas áreas da vida. Queremos continuar a suscitar emoções positivas, estar próximo dos nossos Clientes e potenciar o bem-estar de todos, indo para além dos seguros”, explica Rui Rijo, Responsável de Relações Públicas e Comunicação Digital do Grupo Ageas Portugal.

Os conteúdos em vídeo serão partilhados pela voz de influenciadores digitais, com afinidade e conhecimento relacionado com cada uma das áreas, e “os temas serão abordados em formato de dicas e conselhos úteis e acessíveis para que qualquer pessoa os consiga colocar em prática no dia-a-dia e potenciar a positividade”, explica o grupo segurador.

Os conteúdos partilhados têm uma linguagem de proximidade com a comunidade, e a companhia apresentou os influenciadores e contas online envolvidos no programa de bem-estar:

· Mafalda Antunes, personal trainer, com conselhos de exercício físico para mulheres grávidas;

· Marta Rodrigues, gestora de conteúdos e mãe de três crianças, que aborda sugestões de organização profissional e familiar;

· André Santos, veterinário, que vai demonstrar como adaptar a nossa rotina e como entreter os nossos animais, nestes tempos mais resguardos em casa.

· Maria Gama, nutricionista, com conselhos para uma dieta equilibrada e com benefícios para o coração;

· Cláudia Ganhão, que vai abordar o minimalismo e dar algumas dicas para destralhar, incentivando a redução do consumo;

· Blog All Aboard Family, uma família de viajantes, vão partilhar uma lista de to do’s para o planeamento de uma viagem, garantindo a segurança e prevenção de toda a família;

· Nuno Neves, personal trainer, vai partilhar dicas para manter a forma física durante o verão e assegurar o bem-estar;

· Ana Gomes, health coach, com inspiração para slowliving e meditação para o bem-estar físico, mas também emocional;

· Ó da Joana, com o tema de arquitetura e decoração, com dicas para organizar um espaço de trabalho, tornando-o multifuncional e personalizado.

· Cláudia Pascoal, que vai inspirar a como expressar as emoções através da música e a importância da mesma para o bem-estar emocional.

· Miguel Mesquita, Chef, que irá dar ideias para a ementa de Natal, com dicas para combater o desperdício alimentar.

A iniciativa digital em vídeo já estreou no Instagram @ageasgrupo e vai decorrer até ao final do ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Volkswagen anuncia corte de cinco mil postos de trabalho até 2023

  • Lusa
  • 14 Março 2021

Os cortes de cinco mil postos de trabalho deverão avançar através de medidas voluntárias como reformas parciais e antecipadas.

O construtor automóvel alemão Volkswagen anunciou este domingo que pretende cortar cinco mil postos de trabalho através de medidas voluntárias como reformas parciais e antecipadas, num esforço para reduzir custos e focar-se na produção elétrica.

De acordo com o jornal alemão Handelsblatt, citado pela agência de informação financeira Bloomberg, o acordo alcançado com as estruturas representantes dos trabalhadores pode levar a um corte de cinco mil postos de trabalho e 500 milhões de euros em despesas de reestruturação da atividade empresarial do construtor.

A Volkswagen tinha anunciado em dezembro que ia negociar com os sindicatos para garantir um acordo que, ao baixar os custos em 5% até 2023, permitisse ao grupo focar-se na produção de veículos elétricos e nas operações de ‘software’. De acordo com a Bloomberg, o acordo laboral existente impede os despedimentos até ao final da década.

“Devido aos nossos elevados investimentos na expansão da mobilidade elétrica e na digitalização, a Volkswagen foi capaz de desenvolver um papel pioneiro como condutor da mudança no setor automóvel”, disse o diretor do departamento de recursos humanos, Gunnar Kilina, concluindo que “isto requer o contínuo controlo dos custos que garantam o financiamento dos investimentos necessários no futuro”.

A Volkswagen vendeu 5,3 milhões de veículos em 2020, menos 15,1% face ao ano anterior, penalizada pela queda em todos os mercados devido à pandemia de covid-19, segundo os números anunciados em janeiro pelo construtor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Especialista considera impossível manter o índice de transmissibilidade do vírus abaixo de 1

  • Lusa
  • 14 Março 2021

"É muito importante que as pessoas tenham constantemente a perceção de risco", defende o matemático Óscar Felgueiras.

O matemático Óscar Felgueiras, um dos especialistas convidados pelo Governo para aconselhar sobre o plano de desconfinamento no âmbito da pandemia de covid-19, considerou este domingo impossível manter o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 sempre abaixo de 1.

Óscar Felgueiras frisou este domingo, durante uma conferência promovida pela Sociedade Portuguesa de Matemática, realizada por videochamada, a importância de manter a baixa incidência do novo coronavírus.

“Não devemos ter o Rt acima de 1. É óbvio que isso é impossível ser atingido de forma permanente. A certa altura vamos ter poucos casos e basta uma pequena variação para termos necessariamente o Rt acima de 1, mas o objetivo é claro: queremos uma incidência baixa”, acentuou o especialista em epidemiologia, durante a iniciativa integrada nas comemorações do Dia Internacional da Matemática.

O assessor do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) alertou para a necessidade de “não relaxar” e de ter a “perceção do risco”. “É muito importante que as pessoas tenham constantemente a perceção de risco. As coisas começam normalmente a correr mal quando se perde essa perceção”, frisou Óscar Felgueiras.

O plano de desconfinamento, apresentado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, prevê novas fases de reabertura a 05 e 19 de abril e a 03 de maio, mas António Costa advertiu que as medidas da reabertura serão revistas sempre que Portugal ultrapassar os “120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias” ou sempre que o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2, que origina a covid-19, ultrapasse 1.

O matemático da Universidade do Porto chamou a atenção para as “precauções habituais” a tomar, para que não tenha de se recuar no desconfinamento. “É muito importante termos noção dos riscos e que haverá consequências caso o nosso comportamento se altere de uma forma que não é ajustada”, alertou Óscar Felgueiras, que falou na conferência sobre o papel de um matemático numa pandemia.

O especialista em epidemiologia salientou a existência “claramente de uma incidência muito baixa” neste momento, mas mostra-se preocupado com a nova variante, “com que ainda não convivemos tempo suficiente para conhecermos assim tão bem”.

Óscar Felgueiras recordou ter recomendado, na reunião de 12 de janeiro, no Infarmed, o encerramento das escolas com alunos a partir dos 12 anos, “por prudência”, depois de ter tido conhecimento “da dimensão da presença da nova variante [detetada no Reino Unido] em Portugal, que já começava a ser considerável”.

“Penso que isso não foi suficientemente valorizado na altura”, referiu este domingo o matemático, segundo o qual “a opção política” foi adiar essa decisão. “Para mim era claríssimo que a nova variante tinha uma maior transmissibilidade. As medidas que estavam em vigor não seriam suficientes para conter o aumento”, acrescentou o especialista.

O assessor da ARSN disse ter sido contactado em 26 de janeiro, tal como Raquel Duarte, para fazer o plano de desconfinamento e a equipa começar a “pensar no dia depois de amanhã”.

“O plano que aparece é a simplificação de todo um trabalho que existe por trás, mas que foi aprofundadamente estudado”, vincou o especialista, que mencionou “o esforço” de, na documentação que apresenta, tentar simplificar a linguagem técnica, “de forma a ser entendido por quem não é especialista”.

Para o professor da Universidade do Porto, “faz sentido” começar o desconfinamento pelas crianças. “Sabemos que as crianças têm muito menor risco. Podem contrair o vírus e contagiar outros, mas em termos de consequências para elas próprias não há grande perigo”, sustentou.

Óscar Felgueiras revelou ter sido infetado com o vírus e ter estado “três semanas sintomático”, entre o final de outubro e o início de novembro, altura em que fez a primeira apresentação no Infarmed.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 16.684 pessoas dos 814.257 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O plano do Governo para salvar a Groundforce. Os números e as condições

A TAP propõe a Alfredo Casimiro um aumento de capital de 6,9 milhões de euros para salvar a Groundforce, mas o Governo tem exigências. Leia aqui os pormenores desta proposta.

O impasse na Groundforce tem uma saída, com mais dinheiro público: A TAP propõe-se realizar um aumento de capital de 6,97 milhões de euros, em vez de optar por um adiantamento de serviços a prestar pela empresa de ‘handling’. Na carta, com data de 14 de março e assinada por Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira, a TAP propõe um aumento de capital dos atuais 500 mil euros para 7,47 milhões de euros, a dez euros por ação, e quer a assinatura de Alfredo Casimiro para desencadear os processos legais de pedido de autorização às autoridades nacionais e europeias. Uma proposta “para que se possa evitar esse cenário de rutura iminente” e assegure o “pagamento de salários, contribuições e impostos“.

O valor em causa será disponibilizado pelo Grupo TAP à SPdH, não a título de adiantamento do pagamento de serviços a prestar pela SPdH à TAP, mas através de um aumento do capital social da SPdH, de €500.000,00 (quinhentos mil euros) para €7.470.000,00 (sete milhões, quatrocentos e setenta mil euros), mediante a subscrição de 697.000 (seiscentas e noventa e sete mil) novas ações ordinárias a emitir com o valor nominal de €10,00 (dez) euros cada, a realizar por novas entradas em numerário, e a subscrever integralmente por uma empresa do Grupo TAP (o “Aumento de Capital SPdH”)”, lê-se nesta carta a que o ECO teve acesso.

E se o empresário não acompanhar esta operação, a TAP passará a ser maioritária na empresa. Mas, recentemente, Alfredo Casimiro sinalizou outra intenção. “Quando as empresas não têm capital ou o perdem por alguma razão têm de haver reforços de capital. A minha disponibilidade é total para ir a um aumento de capital“, disse o empresário ao ECO no dia 5 de março.

Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira identificam, primeiro, o que levou ao impasse. “Recordamos que este impasse resultou do facto de V. Exas. nos terem transmitido, no passado dia 8 março de 2021 (já numa fase final das negociações, apesar das várias interações tidas anteriormente sobre o assunto), que não podiam, na data de celebração dos instrumentos contratuais inerentes à concessão do Adiantamento, prestar as declarações e garantias previstas nesses instrumentos contratuais relativamente à promessa de penhor de ações detidas pela Pasogal, SPGS, S.A. (a “Pasogal”) no capital social da SPdH” a favor da TAP promessa de penhor de equipamentos da SPdH também a favor da TAP. Neste momento, recorde-se, ainda não foram pagos os salários de fevereiro na totalidade a cerca de 2.400 trabalhadores.

O aumento de capital da TAP para cerca de 7,5 milhões de euros tem condições: “Com a confirmação escrita do acordo da Pasogal [holding de Alfredo Casimiro] e da SPdH [Groundforce] à presente carta (e respetiva assinatura) e a assunção, pelas mesmas, dos compromissos aqui previstos, o Grupo TAP irá desencadear as diligências de notificação, pré-notificação, comunicação e/ou de pedido de autorização, consoante aplicável, da operação de aumento de capital (…) com a maior brevidade possível“.

A operação ficará dependente da não oposição das “as Autoridades Reguladoras” e caso isso se verifique, “o Grupo TAP notificará a Pasogal e a SPdH para que o Aumento de Capital” da empresa de ‘handling’ seja deliberado favoravelmente em Assembleia Geral.

Se a operação for para a frente, a TAP reserva-se o direito de pôr fim a um acordo parassocial assinado com o empresário Alfredo Casimiro aquando da sua entrada no capital da Groundforce. Mas não só. Mantém-se a exigência de que a Groundforce tem de informar a TAP sobre “as diligências efetuadas no sentido da obtenção do financiamento garantido que a SPdH solicitou, sob a forma de um empréstimo concedido pela Caixa Geral de Depósitos com a prestação de uma garantia por parte do Banco de Fomento a favor dessa instituição de crédito, no montante de trinta milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.