Reino Unido estabelece nova meta de reduzir emissões em 78% até 2035
O Governo britânico impôs uma meta mais ambiciosa para reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa, as quais pretende cortar em 78% até 2035, anunciou Boris Johnson.
O Governo britânico impôs-se uma meta mais ambiciosa para reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa, as quais pretende cortar em 78% até 2035 relativamente aos níveis de 1990, anunciou esta terça-feira o executivo.
A novidade deste sexto Orçamento de Carbono britânico é que vai incluir, pela primeira vez, as emissões da aviação internacional e transporte marítimo, revelou o executivo do primeiro-ministro Boris Johnson.
A meta, alegou o Governo, é a “mais ambiciosa do mundo” para combater as alterações climáticas e contribuir para o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global bastante abaixo de dois graus celsius e fazer esforços para ficar pelos 1,5 graus celsius.
“Queremos continuar a elevar a fasquia no combate às alterações climáticas e é por isso que estamos a estabelecer a meta mais ambiciosa de redução de emissões no mundo”, afirmou Johnson num comunicado, desafiando os líderes mundiais a seguirem o exemplo britânico.
O anúncio antecede uma cimeira virtual de líderes mundiais sobre o clima, organizada pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quinta-feira para juntar esforços das principais economias no sentido da redução de gases com efeito de estufa e do cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris.
Uma proposta de lei com a nova meta do Reino Unido vai ser apresentada no Parlamento na quarta-feira para ser aprovada antes do final de junho.
Ainda em dezembro, o Reino Unido tinha assumido o compromisso de reduzir as emissões em pelo menos 68% até 2030 relativamente aos níveis de 1990 na sequência da recomendação de uma entidade independente, a Comissão para as Alterações Climáticas.
Na altura, um relatório dizia que, para reduzir as emissões de carbono, o Reino Unido teria de aumentar o número de carros elétricos e a capacidade de produção de energia renovável e reduzir o consumo de laticínios e de carne.
Rebecca Newsom, da organização Greenpeace no Reino Unido, saudou o compromisso, mas disse que “as metas são muito mais fáceis de definir do que de cumprir, por isso o trabalho duro começa agora”.
Também o Partido Trabalhista levantou dúvidas sobre a capacidade do Governo “para corresponder a retórica com a realidade”.
“Este ano, como anfitrião da COP26, o Reino Unido tem uma responsabilidade especial de liderar o caminho para um futuro mais verde. Este governo não está à altura da tarefa”, afirmou o deputado Ed Miliband.
Em novembro de 2021, o Reino Unido será anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), a realizar em Glasgow, na Escócia, que foi adiada por um ano devido à pandemia covid-19.
Em novembro passado, Boris Johnson avançou com um “Plano de Dez Pontos” para desenvolver a economia verde no país, antecipando o fim da venda de carros novos a gasolina e gasóleo até 2030, o investimento em energias alternativas menos poluentes e a transformação do Reino Unido num líder mundial na captura de carbono.
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