Portugal tem a quarta maior quebra da UE nas horas de trabalho nos serviços no início da pandemia
As medidas tomadas pelos Governos europeus afetaram, regra geral, de forma significativa as horas de trabalho, no Velho Continente. Setor dos serviços e vendas foi o mais castigado, indica o Eurostat.
Os trabalhadores europeus dos serviços e das vendas foram os que mais viram as horas de trabalho encolherem, ao longo de 2020, por efeito das restrições impostas pelos Governos do Velho Continente para conter a pandemia. A maior quebra foi registada no segundo trimestre e Portugal ocupou, nessa altura, o lugar de quarto país da União Europeia com o maior recuo das horas de trabalho, nas atividades em causa, de acordo com os dados publicados, esta quarta-feira, pelo Eurostat.
Na nota divulgada esta manhã, o gabinete de estatística da UE sublinha: “Entre as diferentes ocupações, os trabalhadores dos serviços e das vendas [registaram] os maiores declínios no número de horas de trabalho, nos quatro trimestres de 2020, em comparação com os trimestres homólogos de 2019”.
No bloco comunitário, estes trabalhadores viram as suas horas de trabalho cair 8,5%, entre janeiro e março de 2020, ocasião em que se identificaram os primeiros casos de Covid-19 na Europa. Entre abril e junho, o cenário agravou-se. As horas de trabalho nos serviços e vendas recuaram 28,7%, naquele que foi o primeiro trimestre afetado, na íntegra, pela crise pandémica.
O verão trouxe, depois, algum alívio, com uma quebra homóloga de 7,7% das horas de trabalho. O final do ano foi, contudo, sinónimo de um recuo mais pronunciado (16,2%), já que esse período ficou também marcado pelo agravamento da pandemia, em alguns países europeus, e em consequência pelo endurecimento das restrições à mobilidade e atividade económica.
De acordo com o Eurostat, no trimestre em que as horas de trabalho nos serviços e vendas mais caíram, Espanha, Chipre e Irlanda destacaram-se como países com maiores recuos nesse indicador. Portugal, ocupava, então o quarto lugar dessa tabela.
As horas de trabalho recuaram não só nos serviços e vendas, mas também na generalidade das atividades económicas. Diz o Eurotstat que, na UE, no quarto trimestre de 2020, o índice das horas trabalhadas nos empregos principais caiu 5 pontos para 96,8 pontos (correspondendo os 100 pontos aos dados do ano de 2006). Também neste caso, o segundo trimestre de 2020 foi o que registou um agravamento mais considerável do agravamento. Nessa altura, o índice afundou 15,9 pontos para 85,9 pontos, tendo o verão trazido, depois, alguma recuperação.
O gabinete de estatísticas europeu salienta, por outro lado, que foi entre as mulheres que o número de horas trabalhadas mais encolheu. Em causa está uma quebra de 6,1 pontos contra a diminuição de 4,3 pontos verificada entre os homens. Também no que diz respeito às horas de trabalho se verificou essa tendência.
O Eurostat publicou também esta quarta-feira a taxa de emprego entre as pessoas com 20 a 64 anos, na UE, indicador que recuou 0,7 pontos percentuais para 72,4% em 2020, face a 2019. Diz-se na nota, que no último ano, tudo somado, “o mercado de trabalho da União Europeia foi significativamente impactado pela pandemia de Covid-19”.
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