Governo fecha estrutura do Banco de Fomento com nove administradores e 24 diretores

Quase duas semanas depois de ter entregue a lista da administração do Banco de Fomento ao Banco de Portugal, o Governo ainda não submeteu os nomes à Cresap. Veja a lista completa.

A estrutura do Banco Português de Fomento vai contar com nove administradores, dos quais quatro são executivos, e 24 diretores. E apesar de os nomes que compõem a lista executiva já terem sido entregues ao Banco de Portugal, para avaliar se reúnem as condições e as competências para desempenhar o cargo, não foi ainda pedido qualquer parecer à Cresap.

A equipa de administração do banco foi entregue na instituição liderada por Mário Centeno, para que os nomes sejam sujeitos aos requisitos de fit and proper, a 9 de abril. Mas, quase duas semanas depois, ainda não foi submetida à Cresap, confirmou o ECO oficialmente junto da instituição.

O diploma que regula a atividade e funcionamento do Banco Português de Fomento e que aprovou os respetivos estatutos especifica que o recrutamento, seleção e avaliação dos membros do órgão de administração da instituição estão sujeito às normas legais previstas no Estatuto do Gestor Público. Por isso, os nomes escolhidos têm de passar também pelo crivo da Cresap.

Na mesa de Centeno, de acordo com o que o ECO apurou, estão quatro administradores executivos:

  • Beatriz Freitas, que já ocupa as funções de CEO, no âmbito da fusão das três instituições, será a presidente executiva;
  • Rui Dias, que integrava a direção financeira e de estruturação da Caixa BI, será o Chief Financial Officer (CFO) da instituição;
  • Susana Antunes, financial controller no Banco Santander Totta, será a responsável pelo risco; e
  • Tiago Simões de Almeida, até agora head of operations no BPI, terá o pelouro de administrador comercial no banco de fomento.

Por outro lado, a equipa não executiva será composta por cinco elementos:

  • O chairman é Vítor Fernandes, um dos administradores que saiu em outubro da equipa de António Ramalho, aquando da renovação do mandato do conselho de administração do Novo Banco. Foi também administrador do BCP, da Caixa Geral de Depósitos e presidente executivo da Seguradora Mundial Confiança;
  • Carlos Epifânio, que foi diretor do Departamento de Empresas do Norte do Banco Espírito Santos (BES);
  • António Gonçalves, sócio da António Belém & António Gonçalves, vai presidir à comissão de auditoria. É membro de diversos conselhos fiscais de entidades financeiras, nomeadamente do Banco Best e outras entidades do Grupo Novo Banco, assim como da Imofundos;
  • Luísa Anacoreta que é membro não executivo do conselho de administração e presidente da comissão de auditoria dos CTT. Esta professora auxiliar na Católica Porto Business School é presidente do conselho fiscal da Sogrape e membro não executivo do conselho de administração e da comissão de auditoria da Impresa;
  • Maria do Carmo Ribeiro, vogal da sociedade de investimento imobiliário de capital fixo Monumental Residence e da Multi24, ambas do BCP.

Veja a estrutura

 

O banco que vai estar na linha da frente na gestão das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência para capitalizar empresas tem, finalmente, a estrutura desenhada, uma incumbência que foi atribuída à Oliver Wyman, a 27 de agosto de 2020. A consultora tinha 70 dias para desenhar, criar e implementar o Banco Português de Fomento. E pela tarefa recebeu 749 mil euros (mais IVA), exatamente mil euros abaixo do limiar de sujeição a visto prévio do Tribunal de Contas. Mas, tal como o contrato estipula, a consultora continua a prestar assistência ao banco para estruturar os instrumentos de capital e quase-capital que serão utilizados na capitalização das empresas.

Apesar de a equipa ainda não ter recebido “luz verde” dos reguladores, o ECO sabe que Vítor Fernandes se tem desdobrado em contactos. Desde a semana passada que o futuro chairman do BPF tem tido reuniões com operadores, bancos e parceiros procurando opiniões e insights de como melhorar o desempenho da instituição.

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