Espanha é o país mais afetado pela pandemia. China é o menos
O índice elaborado pela Oxford Economics avalia o impacto na saúde e na economia para concluir que Espanha é o país mais afetado. A China, onde o vírus começou a circular, é o menos impactado.
Espanha é o país mais afetado pela pandemia em termos sanitários e económicos, de acordo com o índice da Oxford Economics desenvolvido para abarcar as diferentes dimensões da Covid-19. O país menos impactado é a China, onde o vírus começou a circular em dezembro de 2019. A análise a 147 países conclui que as economias avançadas foram menos afetadas do que as economias emergentes, mas a média esconde grandes diferenças entre países.
Esta análise, publicada esta segunda-feira pela Oxford Economics rege-se por quatro métricas: a taxa de mortalidade por Covid-19, o impacto no PIB em 2020 e 2021, o aumento da dívida pública e o desempenho do mercado cambial e o acionista. O estudo pretende responder a uma questão: Que países estão a sofrer mais danos por causa da crise pandémica e que países irão emergir “relativamente incólumes”?
As economias emergentes foram mais afetadas em termos da atividade económica e dos mercados financeiros enquanto as economias avançadas foram mais afetadas em termos da taxa de mortalidade e subida do endividamento público. Em parte, estas diferenças refletem, por um lado, a maior dificuldade das economias emergentes em aceder a recursos financeiros e, por outro lado, a população mais envelhecida das economias avançadas.
Entre as 40 maiores economias, seis das mais afetadas estão situadas na Europa, onde se inclui Espanha (o estudo não inclui Portugal) e França, e quatro das cinco menos afetadas situam-se na Ásia, onde se inclui a China e a Coreia do Sul.
A Ásia é, aliás, a região com o melhor desempenho, seguindo-se a África Subsariana. Já a pior região é o Médio Oriente e o Norte de África, seguindo-se a América do Norte. A Europa fica a meio caminho, tendo países em situações muito más mas também países com um desempenho acima da média.
A diferença mais significativa entre emergentes e avançadas é o desempenho dos mercados financeiros. Nove dos dez países com o pior desempenho são economias emergentes (a exceção é Singapura), com a Colômbia, Turquia, Rússia, Brasil e Indonésia a ficar nos piores lugares.
Já as economias avançadas conseguiram aguentar o impacto nos mercados financeiros, principalmente por causa da ação dos bancos centrais, com a Suécia, Dinamarca, Canadá, Austrália e China (a exceção à regra dado que ainda é considerada uma economia emergente) entre os mercados com melhor desempenho.
Na opinião da Oxford Economics, os mercados financeiros “penalizaram excessivamente” as economias emergentes e não foram capazes de incorporar nas cotações as diferenças que existem entre soberanos das economias avançadas.
Aumento da dívida pública dominado pelas economias avançadas
O aumento da dívida pública foi “muito maior” nas economias avançadas na resposta à crise pandémica e, consequentemente, o nível de dívida pública irá subir muito mais e a contração do PIB foi menor do que a prevista inicialmente. As maiores revisões em alta da dívida pública são protagonizadas por França, Canadá, Áustria, Reino Unido e Austrália.
De acordo com a Oxford Economics, nove das dez economias com maiores emissões de dívidas em 2021 são avançadas, sendo que a exceção é a Argentina (e o Brasil logo de seguida). As economias emergentes tiveram “maior receio da reação dos mercados” e, por isso, foram mais “conservadoras” em termos orçamentais.
Esta estratégia tem impacto no desempenho da economia nos países emergentes, comparando o nível do PIB em 2021 e as previsões pré-Covid. A pandemia terá um impacto económico negativo maior nos Filipinas, Emirados Árabes Unidos e na Índia ao passo que o melhor desempenho é registado na Turquia, Irlanda, Estados Unidos, China e Coreia do Sul.
As economias avançadas tiveram mais mortes, mas também avançaram com um esforço orçamental maior para estimular as economias, o que amparou a queda do PIB. Já as economias emergentes tiveram menos mortes, mas um impacto maior no PIB, “o que também lhes deixará com cicatrizes profundas”, avisa a Oxford Economics.
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