“Não houve qualquer objeção aos bónus” no Novo Banco por parte dos reguladores, diz Byron Haynes
Presidente do conselho geral e de supervisão do Novo Banco defendeu política de remunerações com argumento de que é importante reter “os melhores líderes” para garantir continuidade do banco.
O Novo Banco atribuiu prémios diferidos de 3,9 milhões de euros à administração em 2019 e 2020, o que mereceu críticas da parte do Banco de Portugal e do Governo. O presidente do conselho geral e de supervisão do banco revelou que “não houve qualquer objeção aos bónus” da parte dos reguladores. Byron Haynes também defendeu a política de remunerações do banco, argumentando que é importante reter “os melhores líderes” para garantir continuidade da instituição.
“Todos os reguladores reviram as políticas e estão plenamente cientes da atribuição de bónus”, adiantou Byron Haynes esta terça-feira na comissão de inquérito ao Novo Banco.
Os reguladores “estão plenamente cientes da atribuição do bónus e do não pagamento” e confirmaram que estão dentro dos requisitos da autoridade da concorrência europeia, a DG-Comp, acrescentou o responsável.
Neste ponto, Byron Haynes tentou mostrar junto dos deputados que a política de remuneração do Novo Banco defende o interesse público de “manter e reter a melhor equipa de líderes disponível para que o banco passe este momento conturbado”.
“Os últimos anos não foram fáceis e os anteriores quatro também foram difíceis”, afirmou Haynes, notando que era importante ter uma política de remunerações atrativa no sentido de “manter esta equipa de liderança para continuar a orientar o banco com segurança e com viabilidade e pôr em prática o modelo de negócio que apoia a economia portuguesa”.
Byron Haynes comparou ainda o salário de António Ramalho, com o nível salarial de outros bancos. “Se tivermos como quadro de referência o CEO do Novo Banco, quando comparado com os CEO dos outros grandes bancos em 2020, ganha pouco menos de 370 mil euros brutos, ou seja, é o salário mais baixo dos cinco CEO e cerca de três vezes menos do que o mais bem pago”, destacou.
Os deputados também questionaram Byron Haynes sobre os investimentos realizados por gestores do Novo Banco numa sociedade ligada ao banco. Haynes esclareceu que se tratam de ações classe B de uma entidade controlada pela Nani, mas não soube explicar “como está ligada ao Novo Banco”. Frisou, contudo, que estas ações não representaram uma remuneração atribuída pelo banco. “Eu coloquei meu dinheiro com risco. Porquê? Porque acredito no Novo Banco. De certeza que não vou ter este investimento futuramente, e um investimento de longo prazo”, disse, assegurando que estes investimentos são monitorizados pelos reguladores.
(Notícia atualizada às 13h45)
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