Elisa Ferreira: É “penoso” que Portugal ainda seja país da Coesão “com estes anos todos de apoio”
A comissária europeia da Coesão e Reformas considera que Portugal deve concentrar-se em deixar de ser um país da Coesão. É "penoso" que ainda o seja, "com estes anos todos de apoio", defendeu.
A comissária europeia da Coesão e Reformas defende que Portugal deve concentrar-se em “deixar de ser um país da Coesão”. “Neste momento, é penoso ver que Portugal, com estes anos todos de apoio, ainda está dentro dos países atrasados”, disse a portuguesa Elisa Ferreira, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.
“A grande preocupação tem de ser ultrapassar o que falta de infraestruturação e, depois, pensar entrar nos níveis altos de competitividade. Se chegarmos ao fim deste quadro e já não recebermos fundo de coesão, é uma boa notícia. É sinal que ultrapassamos os 90% do GNI [rendimento nacional bruto]. Isso seria muitíssimo interessante”, indicou.
Na mesma entrevista, Elisa Ferreira alertou para a urgência de se começar a preparar o quadro plurianual 21/27, cujo trabalho “está ainda muito incipiente”: “Falamos muito da ‘bazuca’ do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que tem 14 mil milhões de euros de subvenções, mas o quadro plurianual tem 24 mil milhões. Tem quase o dobro. Não se pode descurar a discussão e preparação, que é urgente, desse quadro de financiamento, só concentrando as nossas atenções no PRR, por muito importante que ele seja.”
Sinalizando que alguns países, como a Grécia, “estão a tentar já fechar o seu plano plurianual antes do verão”, com “negociações intensíssimas”, a comissária europeia reconheceu que “Portugal teve umas primeiras propostas ainda em 2019”. Mas, depois, “como outros países, concentrou-se no PRR”. “A mim parece-me importante não desvalorizar e até articular os dois de tal forma a que haja uma coerência, em termos da dimensão climática, ambiental, digital e espacial (regional)”, rematou Elisa Ferreira.
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