BCE muda meta de inflação e incorpora alterações climáticas na política monetária
O BCE defende que a estabilidade de preços "é assegurada mais eficazmente com um objetivo de 2% para a inflação a médio prazo".
O Banco Central Europeu (BCE) estabeleceu uma nova meta de inflação simétrica de 2%, após uma revisão de estratégia de 18 meses. A instituição liderada por Christine Lagarde decidiu ainda incorporar de forma mais expressiva as alterações climáticas no desenho da política monetária.
Para o Conselho do BCE, “a estabilidade de preços é assegurada mais eficazmente com um objetivo de 2% para a inflação a médio prazo”. A formulação anterior definia uma meta de “abaixo, mas perto de 2%”, sendo que a mudança mostra uma preocupação com o crescimento dos preços acima do objetivo, sinaliza a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).
Ainda assim, o banco central garantiu que “o compromisso do Conselho do BCE com este objetivo é simétrico”. Esta simetria “significa que os desvios negativos e positivos da inflação face ao objetivo são igualmente indesejáveis”, explica a autoridade monetária da Zona Euro.
O BCE apontou também que o conjunto das taxas de juro “continua a ser o principal instrumento de política monetária”. Já “outros instrumentos, como orientação futura, compras de ativos e operações de refinanciamento de prazo mais longo, continuam a fazer parte integrante do conjunto de ferramentas do BCE para serem usados conforme apropriado”, assegura.
Na revisão de estratégia, o BCE definiu também que iria incorporar ainda mais as considerações sobre alterações climáticas na política monetária, incluindo a avaliação de risco e decisões sobre garantias e compras de ativos do setor empresarial. “O BCE ajustará o quadro que orienta a alocação de compras de títulos corporativos para incorporar critérios de mudança climática”, anunciaram.
Esta medida vai incluir “o alinhamento dos emissores com, no mínimo, a legislação da União Europeia que implementa o acordo de Paris através de métricas relacionadas às alterações climáticas ou compromissos dos emissores com tais objetivos”, acrescentou o banco central.
Esta foi primeira revisão estratégica do banco central desde 2003, sendo uma das prioridades desde que Christine Lagarde tomou posso como presidente do BCE, substituindo Mario Draghi no final de 2019.
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