SIGI “são muito interessantes” e “regulamentação é bastante vantajosa”, diz presidente-executivo da Ktesios
A SOCIMI espanhola Ktesios chegou agora a Portugal e não exclui a hipótese de criar uma SIGI, o regime semelhante em Portugal. "Never say never", diz Henry Gallego ao ECO.
Chegou a Portugal há dias, mas os planos são muito “ambiciosos”. O primeiro passo foi a entrada em bolsa, mas o objetivo é criar casas com rendas acessíveis “para a classe trabalhadora”, a oscilar entre os 350 e os 400 euros, revelou em entrevista ao ECO Henry Gallego, CEO da Ktesios. Mas durante o percurso em território nacional, a estratégia poderá passar pela criação de uma SIGI, veículo que o responsável diz ser “muito interessante”.
“Never say never [nunca digas nunca]”, diz ao ECO Henry Gallego, quando questionado se há intenções de criar uma SIGI em Portugal.
A Ktesios é uma SOCIMI (Sociedade Anónima Cotizada de Inversión en el Mercado Inmobiliario), um veículo de investimento imobiliário com sede em Espanha, semelhante aos famosos REIT (Real Estate Investment Trust). Portugal também criou no verão de 2019 o seu próprio mecanismo: as Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI), contudo, a adesão foi baixa, contando-se apenas uma criada até ao momento.
“Na minha opinião, do ponto de vista do que fazemos, parece-nos uma regulamentação bastante avançada e vantajosa”, continua o responsável pela Ktesios, referindo que há “alguns fatores de regulação das SIGI” que são “muito positivos” e “muito interessantes”. “Vejo muito potencial”, acrescenta.
Henry Gallego prefere não se comprometer, mas saúda o Governo português pelo “grande trabalho” que fez ao idealizar este regime. “Obviamente que há sempre coisas que se podem melhorar, mas na minha opinião, está bastante bem feito”, diz. Contudo, reconhece que por ser uma lei nova, estão a ser estudados todos os detalhes, uma vez que “há questões que é preciso entender”.
Até ao momento conta-se apenas uma SIGI criada, a Ores, resultado de uma parceria entre a Sonae Sierra e o Bankinter. Contudo, também a Merlin Properties, uma SOCIMI espanhola cotada na bolsa de Lisboa demonstrou interesse em aderir a este regime.
O problema é que, para esta imobiliária, a legislação portuguesa não é vantajosa. “Gostaríamos de ser uma SIGI mas, tal como estão regulamentadas, não nos permite”, disse ao ECO Inês Arellano, responsável pelas relações com investidores da Merlin, em 2019. Recentemente, em entrevista ao ECO, o presidente-executivo da Merlin mostrou que essa convicção se mantém. “A lei necessita de ser alterada. (…) e ser mais ‘investment friendly‘”, disse Ismael Clemente.
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