Solução para as moratórias “é positiva” mas faltam “detalhes”, diz CEO do BCP
Miguel Maya considera que as medidas para o fim das moratórias são “positivas” mas pede ao Governo que forneça rapidamente os detalhes para começar a trabalhar com clientes.
O CEO do BCP diz que sabe “muito pouco” — apenas pelos jornais — sobre a solução do Governo para o fim das moratórias e pede mais “detalhes” para poder começar a trabalhar com as empresas em maior dificuldade por causa da pandemia.
No geral, Miguel Maya até considerou as medidas como sendo “positivas”, mas “falta perceber os detalhes, que nestas coisas fazem muita diferença”. As declarações foram feitas na apresentação dos resultados semestrais do banco, que obteve um lucro de 12,3 milhões de euros.
Segundo o gestor, a solução anunciada pelo ministro Siza Vieira “vai ajudar a mitigar os problemas, sobretudo das empresas que estão em maior dificuldade, mas que são economicamente viáveis”. Ou seja, “não resolve todos os problemas, vai resolver parte substancial dos problemas”.
O Governo anunciou que irá conceder garantias públicas até 25% do crédito que está em moratória de empresas dos setores mais afetados pela pandemia, mas com a condição de o banco aceitar uma reestruturação do contrato, através da carência de juros ou prolongamento dos prazos.
Contudo, Maya diz que faltam detalhes concretos sobre a medida. “E são os detalhes que gostaríamos de ter tão cedo quanto possível. É muito importante poder trabalhar com tempo”, destacou. Sem isso os bancos acabarão por dar “soluções standardizadas quando cada cliente tem características diferentes”.
Moratórias em queda
De acordo com os dados avançados pelo banco, havia um total de 7,3 mil milhões de euros de crédito em moratória no final de junho, o que representa uma queda de quase 25% (ou 2,4 mil milhões de euros) em relação ao valor mais elevado.
Deste momento, pouco mais de quatro mil milhões dizia respeito a moratórias de empresas, enquanto outros 3,3 mil milhões eram moratórias de particulares. Em ambos os casos o BCP registou descidas nos montantes acima de 20% face ao máximo.
O BCP diz que 91% do crédito em moratória corresponde a crédito performing, isto é, ainda sem sinal de deterioração. Aliás, pouco mais de 9% estava no stage 3, isto é, no risco mais elevado.
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