Será necessária uma terceira dose? Estudo de imunidade nos lares de idosos começa em Sagres
O estudo pretende verificar a imunidade dos idosos vacinados mais vulneráveis, comparando-a à dos funcionários vacinados ao mesmo tempo.
Começa já hoje, terça-feira dia 17 de agosto, o estudo de imunidade nos lares de idosos, promovido pelo Governo. O estudo foi anunciado no passado dia 7 deste mês e agora inicia-se em Sagres, na Santa Casa da Misericórdia de Vila do Bispo, às 11h. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, vai estar presente no arranque desta iniciativa, que se enquadra no programa integrado do ministério de apoio aos lares de idosos devido à pandemia.
O objetivo do estudo é analisar a imunidade dos idosos já vacinados, mas mais vulneráveis à doença provocada pelo novo coronavírus, comparando-a com a dos funcionários dos lares que foram vacinados na mesma altura. Assim, pretende-se aumentar o conhecimento científico que existe quanto à durabilidade dos efeitos da vacina na população mais idosa, segundo o Governo, em comunicado.
O estudo serológico terá uma amostra de 5 mil funcionários e utentes dos lares, todos voluntários, nas zonas do Algarve e Alentejo. O Algarve Biomedical Center (ABC) e a Fundação Champalimaud vão conduzir este estudo, cujos resultados vão ser divulgados em setembro. Para além de a participação ser voluntária, os testes serão totalmente gratuitos para os lares de idosos onde forem realizados.
No início de agosto, António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, defendeu que são necessários “robustez científica e dados consolidados” para se ponderar administrar uma terceira dose da vacina aos idosos. Assim, este estudo vai ajudar a perceber se há mesmo a necessidade de o fazer.
Em entrevista ao programa 360 da RTP3, Nuno Marques, do Centro Biomédico do Algarve, disse que o centro já tinha dados de estudos mais pequenos, feitos à população mais jovem, que mostrava a presença de anticorpos produzidos pela vacina meses após a toma, com uma diminuição da imunidade ao longo do tempo.
Desta forma, ao comparar os idosos com pessoas mais jovens vacinadas quase na mesma data, consegue-se “obter dados que nos possam apontar para a necessidade de existir ou não de reforço de alguma dose da vacina covid”. Com uma amostra de 5 mil pessoas, Nuno Marques acredita que existirá solidez para se tomar uma decisão nesse aspeto.
“Não temos dados hoje em dia que suportem que seja dada uma nova dose de uma forma robusta, nomeadamente nos mais idosos, e também não sabemos qual é o timing certo para darmos estas doses”, afirma Marques, que salienta a importância, não só dos resultados, mas da altura em que o estudo é realizado. “Está a ser feito agora quando temos já oito meses após a vacinação, quer dos utentes, quer dos próprios funcionários dos lares e vamos ter dados antes do início da época que nos preocupa mais, do outono e do inverno.
O Governo refere que 99% dos idosos nos lares e 97% dos funcionários já foram vacinados. De acordo com dados da task force, 90% dos mil idosos que ainda não foram vacinados estão à espera do fim do prazo de 90 dias para tomarem a vacina, depois da infeção por covid-19. No que toca aos funcionários, falta vacinar 2100 pessoas, 70% das quais por estarem a recuperar da infeção, sendo que os restantes ainda não foram vacinados por serem contratações recentes ou por terem condições médicas que o desaconselham.
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