UE quadruplica ajuda humanitária no Afeganistão para 200 milhões de euros
Von der Leyen vai anunciar aos líderes do G7 um aumento da ajuda humanitária ao Afeganistão dos atuais 57 milhões de euros para mais de 200 milhões, revelou a presidente da Comissão Europeia.
A União Europeia vai anunciar esta terça-feira, na reunião dos líderes do G7, um aumento da ajuda humanitária ao Afeganistão dos atuais 57 milhões de euros para mais de 200 milhões, revelou a presidente da Comissão Europeia.
“Na videoconferência de hoje [terça-feira] dos líderes do G7, vou anunciar um aumento da ajuda humanitária aos afegãos, dentro e em redor do país, do orçamento da UE, de mais de 50 milhões de euros para mais de 200 milhões de euros”, escreveu Von der Leyen na sua conta oficial na rede social Twitter.
A presidente da Comissão acrescenta que este aumento da ajuda humanitária a partir do orçamento comunitário para 2021 junta-se “às contribuições dos Estados-Membros para ajudar o povo do Afeganistão”.
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Os líderes do G7 vão reunir-se para “discussões urgentes” sobre o Afeganistão, onde os talibãs recusaram que a operação internacional para retirar milhares de estrangeiros e colaboradores afegãos ultrapasse a “linha vermelha” de 31 de agosto. A reunião, em formato virtual, foi convocada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cujo país preside atualmente ao grupo das economias mais desenvolvidas, o denominado G7.
Além do Reino Unido, integram o G7 Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália e Japão. A União Europeia, que tem o estatuto de “oitavo membro” do fórum — sem direito a ser anfitrião ou organizador de reuniões –, estará representada na reunião virtual pelos presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Von der Leyen.
Prazo para saída dos EUA gera tensão
A reunião realiza-se numa altura de maior tensão entre os talibãs e as forças internacionais sobre o prazo para terminar a retirada de milhares de pessoas que se têm concentrado no aeroporto de Cabul desde a tomada de poder pelos rebeldes, em 15 de agosto.
Os EUA retiraram 37.000 pessoas do Afeganistão desde 14 de agosto, número que ascende a 42.000 desde o final de julho, enquanto o Reino Unido transportou 6.600 desde a véspera da tomada de Cabul.
A braços com críticas à forma como conduziu o processo, o presidente Joe Biden admitiu prolongar a operação para lá de 31 de agosto, a data que tinha fixado para terminar a retirada das tropas dos EUA, após uma guerra de 20 anos no Afeganistão. O Reino Unido indicou pretender discutir a questão, até porque depende, como os outros países, da estrutura de segurança que as forças norte-americanos mantêm no aeroporto de Cabul, onde também há ameaças de atentados.
A questão não ficou sem uma resposta clara dos talibãs, que definiram o prazo da saída das forças estrangeiras como uma “linha vermelha”. “Se os EUA ou o Reino Unido pedirem mais tempo para continuar as evacuações, a resposta é não. Ou haverá consequências”, afirmou um dos porta-vozes dos talibãs, Shuail Shaheen, na véspera do G7.
Fontes do movimento rebelde adiantaram que, no mínimo, os talibãs não anunciarão o seu governo enquanto houver um soldado dos EUA no país.
A uma semana do fim do prazo de 31 de agosto, o G7 deverá discutir uma posição comum para lidar com os talibãs, tendo sido admitida uma imposição imediata de sanções, mas a situação em Cabul poderá condicionar eventuais medidas.
No terreno, milhares de afegãos mantêm a esperança de poderem fugir ao extremismo dos talibãs, que se têm esforçado por dar uma imagem mais suave de si próprios, face às recordações da violência que caracterizou o seu primeiro governo (1996-2001).
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