Dono do colégio St. Peter’s abre residência interna. Quer investir 300 milhões em 5 anos
O grupo internacional Inspired Education investiu quatro milhões de euros na primeira residência interna do grupo em Portugal. Será em Palmela, no St. Peter's International School.
O Inspired Education, os donos da St. Peter’s International School acaba de investir 4 milhões de euros na primeira residência interna do grupo em Portugal, acolhendo os alunos do colégio internacional e, nos próximos cinco anos, quer investir cerca de 300 milhões de euros no crescimento do grupo no país. O próximo projeto, no qual deverá investir 45 milhões, será anunciado no outono, em Cascais.
Dono de 70 escolas — no Reino Unido, Espanha, Suíça, Itália, Bélgica e Letónia — com mais de 50 mil alunos, o grupo de ensino privado prepara-se para investir mais no mercado português, onde opera desde 2018.
“Portugal é um país particularmente atrativo para estudantes de todo o mundo. Há um ambiente seguro e confortável, com bom clima e um panorama cultural muito rico”, afirma Nadim Nsouli, fundador e CEO do grupo Inspired Education, em declarações à Pessoas. “As nossas escolas em Portugal não param de crescer — é cada vez maior a procura por um ensino internacional de qualidade, tanto por parte de famílias portuguesas, como de famílias internacionais residentes no país. Isto mostrou-nos como Portugal é, de facto, um destino internacional incrível para estudantes de todo o mundo e o local ideal para a criação de uma boarding residence para estudantes na St. Peter’s International School, além de outras que possam surgir num futuro próximo”, justifica o responsável.
Quatro milhões de euros foi quanto o Inspired Education investiu no “edifício de última geração” e na primeira boarding residence (residência interna) do grupo em Portugal, mercado onde tem cinco escolas e mais de 3.500 estudantes. O espaço em Palmela, que arranca já este ano letivo e onde já estão matriculados cerca de 20 alunos, tem capacidade para 36 estudantes, máximo de ocupação que o grupo conta atingir já no próximo ano. A escola ministra ensino para estudantes entre o 9.º e 12.º ano.
Portugal é, de facto, um destino internacional incrível para estudantes de todo o mundo.
“Os estudantes vão morar numa residência completamente nova dentro do campus de 37.000 m2 do St. Peter’s Internacional School, com edifícios e instalações desportivas de última geração. Os alunos internos vão beneficiar de 18 quartos duplos (9 para raparigas e 9 para rapazes) com casas de banho privativas, espaço de estudo pessoal e ar condicionado”, descreve o responsável do grupo.
“As refeições, baseadas na maravilhosa cozinha mediterrânica, são cozinhadas nas instalações e os menus são preparados por um nutricionista, considerando as necessidades nutricionais de cada aluno, respeitando simultaneamente as suas restrições culturais e dietéticas. Os internos têm também acesso às áreas comuns da boarding residence, ao Centro Desportivo e ao Centro de Estudos”, conclui.
A St. Peter’s Boarding Residence tem ainda “acompanhamento e assistência pessoal 24 horas por dia — os estudantes terão apoio pessoal e académico 24 horas por dia, 7 dias por semana, dos House Parents — e diferentes atividades culturais, desportivas e sociais durante os fins de semana e os intervalos escolares”, continua. Modelo de ensino que terá um custo anual — dependendo de ser um residente nacional ou internacional, do grau de ensino e do currículo (nacional ou internacional) ministrado — entre os mais de 23 mil e mais de 31 mil euros/ano.
Brexit com “impacto nas preferências das famílias”
Colégios internos não são um modelo de ensino em que haja tradição no mercado português, à semelhança do que ocorre no Reino Unido — não é por acaso que muitos dos jovens protagonistas das histórias de Enid Blython têm parte das suas aventuras no colégio interno –, mas Nadim Nsouli acredita que o Brexit poderá jogar a favor da vinda de muitas famílias para Portugal.
“Os números a que temos acesso sugerem que o Brexit teve, de facto, um impacto nas preferências das famílias. Algumas famílias que historicamente procuravam uma experiência de escola privada britânica, estão agora a olhar para outros países da União Europeia que provaram a sua excelente qualidade e oferta excecional, mesmo nas situações mais difíceis”, diz. “Os resultados surpreendentes alcançados pelos nossos alunos no ano passado reforçaram o nosso prestígio internacional e posicionaram as nossas escolas como concorrentes diretas de algumas das melhores instituições do Reino Unido”, acrescenta.
Mas este é um modelo que Nadim Nsouli acredita que poderá ser atrativo para famílias portuguesas. “Vamos receber estudantes de todo o mundo, mas também de Portugal. Embora aqui não haja tradição, os pais e alunos estão a começar a olhar para as boarding schools de forma diferente. As famílias estão cada vez mais conscientes dos benefícios para os alunos de morar e estudar numa boarding school, tanto académica como socialmente”, diz.
“A crise pandémica que atravessamos tornou isso muito palpável — enquanto em muitas cidades, um pouco por todo o mundo, os alunos tiveram de ficar em casa, com pouca ou nenhuma interação física e social durante o ano letivo, a maioria dos alunos internos nas escolas Inspired permaneceram social e fisicamente ativos por estarem num ambiente seguro e controlado”, continua. “Os nossos alunos têm recebido o apoio e a atenção necessários para garantir o seu bem-estar físico e mental durante estes tempos difíceis, garantindo que o seu desenvolvimento académico e desempenho não fossem afetados”, acrescenta.
Algumas famílias que historicamente procuravam uma experiência de escola privada britânica, estão agora a olhar para outros países da União Europeia que provaram a sua excelente qualidade e oferta excecional.
“O regime de boarding flexível, por seu lado, é uma ótima solução para as famílias portuguesas. Os alunos podem escolher ficar na boarding residence de segunda a sexta-feira, viver num ambiente seguro, permanecer ativos e desfrutar de diferentes tipos de atividades sociais externas e internas. Com o internato semanal, as famílias podem viver fora das grandes cidades e ainda assim proporcionar uma educação de alta qualidade aos seus filhos”, defende.
Novo projeto conhecido no outono
Com cinco escolas em Portugal — além da St. Peter’s são donas das PaRK International School (Alfragide, Cascais, Praça de Espanha e Restelo) — que acolhem mais de 3.500 estudantes (dos 4 meses aos 18 anos de idade), dos quais 52% rapazes e 48% raparigas, de mais de 55 nacionalidades diferentes, com 559 trabalhadores, dos quais 298 docentes (15% professores internacionais), o grupo já investiu, desde a sua entrada no país em setembro de 2018, 150 milhões de euros. E o objetivo é crescer. Para isso contam investir, em cinco anos, 300 milhões de euros. Montante que será aplicado em “novas aquisições, novas construções de raiz e remodelação das escolas do grupo”, diz Nadim Nsouli.
“Existem outras potenciais oportunidades de compra e construção de raiz no nosso pipeline, uma delas será anunciada já no próximo outono”, refere ainda. O anúncio será feito em Cascais e exigirá um investimento de 45 milhões de euros, adianta o grupo sem mais detalhes.
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