Portugal tem menos de metade da média europeia de jovens trabalhadores-estudantes

Menos de 10% dos jovens estudantes portugueses estão empregados. Em contraste, a média da União Europeia é de 18,4%, indica o Eurostat.

O momento de transição entre os estudos e o mercado de trabalho não é consensual entre os vários países europeus, já que nalguns a fatia de estudantes que começam a trabalhar enquanto se dedicam à sua educação é muito superior do que noutros. Por exemplo, na Holanda, quase 58% dos jovens que estudam também têm um emprego, mas na Eslováquia só 2,5% estão nessa situação. Em média, na União Europeia, cerca de 18% dos jovens estudantes também trabalham. E em Portugal? Por cá, essa fatia nem chega a 10%.

De acordo com os dados divulgados, esta quinta-feira, pelo Eurostat, em 2020, na União Europeia, em média, 18,4% dos jovens dos 15 aos 24 anos que estavam a estudar estavam simultaneamente a trabalhar e 2,5% estavam a estudar e à procurar trabalho (isto é, estavam desempregados). Esses valores representam, respetivamente, um recuo de 3% e um aumento de 16% face a 2019. Ou seja, há agora menos 200 mil trabalhadores-estudantes na União Europeia, mas mais 100 mil trabalhadores à procura de emprego do que em 2019.

Entre os Estados-membros, a Holanda destaca-se, uma vez que regista a maior fatia de estudantes dos 15 aos 24 anos empregados (57,8%). Segue-se a Dinamarca (45,8%), bem como a Alemanha (38,7%) e a Áustria (35,2%). Em contraste, é na Eslováquia e na Roménia (ambas 2,5%) que se verifica a menor fatia de estudantes que também trabalham. Na base dessa tabela, aparecem também a Itália (3%), a Croácia e a Hungria (3,3%).

No caso de Portugal, o Eurostat não detalha a percentagem verificada, mas disponibiliza um gráfico que indica que menos de 10% dos estudantes jovens portugueses estão empregados. Aliás, Portugal é o nono país europeu com a fatia menos expressiva de trabalhadores-estudantes.

Por outro lado, no que diz respeito aos estudantes que estão desempregados, é a Suécia que se destaca, na medida em que aí 12,1% dos estudantes estão à procura de trabalho. Segue-se a Finlândia (9,5%), bem como a Dinamarca e a Holanda (ambas com 6,3%). Do outro lado da tabela, Eslovénia, Itália, Roménia, República Checa e Croácia ocupam os últimos lugares, uma vez que têm todas menos de 1% dos seus jovens estudantes sem emprego.

O Eurostat sublinha que o ritmo de transição da educação para o mercado laboral varia entre os Estados-membros da União Europeia, à boleia dos sistemas educativos nacionais, mas também das características do mundo do trabalho e da cultura.

Na nota divulgada esta quinta-feira, o gabinete de estatística avança, além disso, que nove em cada dez pessoas com 15 a 19 anos estavam a estudar, em 2020, na União Europeia. Já entre as pessoas com 20 a 24 anos, só 49,5% estavam ainda dedicadas aos estudos. Entre as pessoas dos 25 aos 29 anos, a fatia era de 14,4%; E entre as pessoas dos 30 aos 34 anos, a fatia era de 4,8%.

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