Três em cada dez portugueses lá fora recebem entre 50 mil e 100 mil dólares ao ano
Expatriados portugueses trabalho sobretudo nas tecnologias de informação, construção e saúde. A maioria foi recrutada internacionalmente, revela o Expat Insider 2021.
Três em cada dez portugueses que trabalham no estrangeiro recebem entre 50 mil e 100 mil dólares anuais (42,3 mil e 84,6 mil euros), sendo que mais de metade dos expatriados nacionais tem uma posição sénior ou executiva, revela o estudo da InterNations que contou com a participação de 12.420 expatriados.
De acordo com o Expat Insider 2021 mais de um quarto (27%) dos expatriados portugueses ganha mais de 100 mil dólares por ano (número que contrasta com 23% globalmente), enquanto 43% recebem menos de 50 mil dólares. O estudo precisa ainda que 17% recebem menos de 25 mil dólares por ano.
A principal área que ocupa os portugueses lá fora é a das tecnologias de informação (IT, na sigla em inglês), onde se encontram 10% dos expatriados. Já 9% trabalha na construção, um setor menos comum para os expatriados no seu conjunto, já que apenas 3% estão nesta área. Para além disso, quase um em cada dez portugueses lá fora trabalha na saúde, uma percentagem também superior à média (6%).
Olhando para os países que os portugueses escolhem para trabalhar, estes tendem a ser locais “onde fatores como autonomia, liberdade, criatividade, desenvolvimento pessoal e autorrealização desempenham um papel importante na cultura empresarial local”, sinaliza o estudo. Os destinos mais comuns para os expatriados portugueses são o Reino Unido, a Suíça e os Países Baixos.
Pegando num exemplo comum de portugueses lá fora, uma enfermeira no Reino Unido, é possível verificar que, segundo o Royal College of Nursing, citado pelo The Sun, o salário médio anual de uma enfermeira do serviço nacional de saúde britânico é de 33.384 libras (cerca de 46 mil dólares ou 38,9 mil euros), valor que sobe consoante a experiência e pode ser diferente no setor privado.
Já o salário médio para alguém em IT no Reino Unido é de 47.500 libras (cerca de 65 mil dólares/55 mil euros). Quanto ao salário médio de um trabalhador da construção civil, este fixa-se nas 23.208 libras por ano no Reino Unido, de acordo com a Indeed. Olhando para os Países Baixos, de forma mais geral, o salário mínimo é, desde junho de 2021, de 1.701 euros por mês, ou seja, 20.412 euros por ano, considerando 12 pagamentos por ano.
É ainda traçado o perfil do expatriado português, que tem em média 43 anos. Ao contrário do que acontece noutros países, onde se dividem equilibradamente, há uma percentagem muito mais alta de homens (67%) do que mulheres de Portugal a trabalhar no estrangeiro. No que diz respeito à educação, a maior parte dos portugueses a trabalhar no estrangeiro (43%) tem uma pós-graduação ou mestrado, e um quarto tem mestrado.
Cerca de 37% dos expatriados portugueses trabalham numa posição sénior ou especialista e 17% são gerentes de topo ou executivos. No entanto, por outro lado, mais de um em cada cinco (21%) também trabalha nas categorias de gestão inferior ou média, o que compara com 17% globalmente.
A maioria dos portugueses inquiridos no estudo, que trabalham no estrangeiro, foi recrutada internacionalmente (25%), uma percentagem substancialmente maior do que a média global (10%). Seguem-se aqueles que foram enviados pelo empregador (22%), enquanto 15% encontraram um emprego por conta própria.
O estudo mediu também o impacto da pandemia no trabalho no estrangeiro, sendo que há já mais expatriados que podem trabalhar remotamente. Ainda assim, estas mudanças podem não ser muito relevantes para a maioria dos portugueses. Quando questionados sobre o emprego de sonhos, apenas 19% disse que a possibilidade de teletrabalho é altamente relevante. Quando pensam em mudar-se para fora, a grande maioria dos portugueses aponta a carreira como a motivação para o fazer e mais de um terço diz ser o salário e as condições de trabalho o que mais gosta no emprego.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Três em cada dez portugueses lá fora recebem entre 50 mil e 100 mil dólares ao ano
{{ noCommentsLabel }}