Sporting com prejuízos de 33 milhões prepara empréstimo obrigacionista
“O resultado líquido negativo de 33 milhões de euros apresentado neste exercício é resultado direto de um contexto mundial de crise" provocada pela Covid-19, disse Varandas.
A Sporting SAD apresentou na segunda-feira um resultado líquido negativo de 33 milhões de euros no relatório e contas de 2020/21, divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“O resultado líquido negativo de 33 milhões de euros apresentado neste exercício é resultado direto de um contexto mundial de crise, com consequências na quebra das receitas de transação de jogadores e das receitas operacionais pela ausência de público nos estádios”, refere Frederico Varandas, presidente do clube e do conselho de administração da SAD, numa mensagem divulgada no documento, que analisa as contas entre 01 de julho de 2020 e 30 de junho de 2021.
No relatório e contas de 2019/20, a Sporting SAD tinha apresentando um resultado líquido positivo de 12,5 milhões de euros, com Frederico Varandas a salientar que existem “enormes desafios pela frente”, apesar de enaltecer “a importância do trabalho de construção de bases” que permitiu “atravessar este período”.
Para justificar o resultado, o líder do Sporting salienta que o recente mercado de transferências “registou uma quebra de valor nas transações de 2.828 milhões de euros (menos 43%) nas cinco principais ligas em comparação com o de 2019”, o último mercado de verão antes da pandemia de covid-19.
“O valor total das transações nos dois mercados de 2021 (3.822 milhões de euros) é mesmo inferior ao de 2015 (3.850 milhões de euros), sendo que o valor cresceu cerca de 73% entre 2015 e 2019”, acrescentou, garantindo que o Sporting vai procurar manter o equilíbrio na gestão.
A Sporting CP SAD registou uma quebra de receitas em transações de jogadores de 71 milhões de euros (67%), apesar das vendas de Marcos Acuña por 11,25 milhões de euros e Marcus Wendel por 20,3 milhões de euros, acrescido de variáveis, tendo também uma quebra nas receitas operacionais, excluindo transações de jogadores, de 20 milhões de euros (estimados), “resultantes do fecho dos recintos desportivos, com consequências diretas na ausência de receita de bilhética”.
A SAD dos leões fechou a época desportiva de 2020/21 com um volume de negócios de 100,2 milhões de euros, o que representa uma “redução de 43% face ao período homólogo”.
“Este decréscimo é explicado por um lado pela redução da receita comercial fruto da pandemia, mas, por outro, pelo facto de na época homóloga ter sido batido o recorde de volume de negócios de 175 milhões de euros em muito impulsionado pela maior venda de sempre da Sporting SAD, o jogador Bruno Fernandes”, frisa o documento.
Já os rendimentos e ganhos operacionais da Sporting SAD evoluíram negativamente entre as épocas de 2019/20 e 2020/21, registando uma diminuição de 4,1 milhões de euros.
As contas vão ser submetidas aos acionistas em Assembleia Geral marcada para o dia 6 de outubro, pelas 18h00, com a administração liderada por Frederico Varandas a pedir autorização para avançar com um empréstimo obrigacionista até 50 milhões de euros.
“Deliberar sobre a autorização a conceder ao Conselho de Administração, nos termos e para os efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 8º dos Estatutos, para uma ou mais emissões obrigacionistas, até ao montante máximo global de € 50.000.000 (cinquenta milhões de euros), a realizar mediante ofertas públicas de subscrição de obrigações ordinárias, com uma maturidade não superior a 4 anos e com o valor nominal unitário de € 5 (cinco euros), emissões essas a terem lugar até ao dia 30 de Setembro de 2022”, refere um dos pontos da ordem de trabalhos.
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