Moda portuguesa processa empresa britânica por copiar revista
Uma empresa do Reino Unido é acusada pelos industriais do calçado de “copiar integralmente” a revista Portuguese Soul, dedicada à promoção da moda nacional e que é distribuída em mais de 100 países.
A associação portuguesa do setor do calçado (Apiccaps) avançou com os “procedimentos legais necessários” contra uma empresa de origem britânica, que acusa de “copiar integralmente” a revista Portuguese Soul, criada há uma década para promover a moda portuguesa a nível internacional.
A associação liderada por Luís Onofre diz que “teve conhecimento de que uma empresa sedeada no Reino Unido estaria a promover uma revista idêntica — a Soul Arabia —, que não só integra o mesmo tipo de artigos da Portuguese Soul, como usa um lettering no título exatamente igual” e também imagens e destaques similares aos da publicação portuguesa.
Distribuída atualmente em mais de uma centena de países, a revista coordenada por Paulo Gonçalves é “o esforço combinado de vários dos mais prestigiados profissionais da moda em Portugal e uma montra de muitos talentos”. E tratando-se de uma marca registada a nível nacional e comunitário, a associação diz, numa nota publicada esta quarta-feira, que iniciou “os procedimentos legais necessários, em defesa dos interesses da indústria nacional”.
“A Apiccaps tem a marca Portuguese Soul registada há já 12 anos, pelo que é legítimo que defenda os seus direitos e possa igualmente contribuir para sensibilizar todo o setor para a importância da propriedade industrial e para a necessidade de, a cada momento, as empresas protegerem as suas marcas, os seus produtos e, desse forma, vincarem no plano internacional o caráter inovador do setor”, frisa Mara Moreira.
A responsável do Gabinete de Apoio à Propriedade Industrial (GAPI) do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal reconhece, citada na mesma publicação, que “estes processos são sempre complexos”. Neste processo contra a empresa britânica, a associação empresarial do calçado tem tido o apoio da AICEP e da Embaixada de Portugal em Londres.
Sapatos portugueses entre os mais caros
De acordo com o World Footwear 2021 Yearbook, o calçado nacional resistiu melhor do que os principais concorrentes internacionais à pandemia de Covid-19. Em volume, os fabricantes portugueses registaram uma quebra de 13,2%, para 66 milhões de pares de sapatos. Isto é, cerca de metade da redução verificada em Itália (-26,8%, num total de 131 milhões de pares) e em Espanha (-26,5%, para 72 milhões de pares).
Quase nove em cada dez pares de sapatos são fabricados na Ásia, com o Vietname e a China à cabeça. Entre os principais produtores mundiais, Portugal continua a registar o segundo maior preço médio por par exportado (24,28 euros), logo a seguir a Itália. A indústria nacional destaca-se sobretudo no segmento específico do couro – ocupa a nona posição, com uma quota de 3,1% – e no calçado impermeável, em que é atualmente o quarto maior fabricante à escala planetária (quota de 3,7%).
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