Nenhuma das propostas do Bloco está no OE2022, queixa-se Mortágua
Mariana Mortágua diz que o Governo não acolheu, até ao momento, nenhuma das propostas que o Bloco fez nas negociações prévias à entrega do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022).
António Costa tinha a esperança de este ano contar com a viabilização do Bloco, mas não são bons os sinais do dia em que a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) é entregue no Parlamento. Mariana Mortágua disse em declarações na SIC Notícias que até ao momento o Governo não deu garantias ao BE de que alguma das suas propostas será integrada no OE.
“Nenhuma das propostas apresentadas pelo Bloco de Esquerda, até à última notícia que tinha, estavam incluídas no Orçamento. Verei na versão final qual é o resultado“, afirmou a deputada do Bloco. Quando questionada sobre se os bloquistas seriam a “tábua de salvação” do Governo para viabilizar o OE, Mortágua foi dura: “O Bloco de Esquerda não deve nada ao PS. O país não deve nada ao PS”.
A bloquista acusou o PS de ter “arrogância” na negociação do Orçamento ao fazer “chantagem” com o Bloco, afirmando que os socialistas definem as prioridades e depois querem “obrigar” os outros partidos a aceitá-las.
Em resposta, João Paulo Correia defendeu a posição dos socialistas, assegurando que o Orçamento irá refletir o programa do Governo e os contributos dos parceiros parlamentares, incluindo o Bloco. “Acredito que medidas como o desdobramento dos escalões do IRS para que muitas famílias da classe média paguem menos IRS não têm a oposição do Bloco de Esquerda“, disse o vice-presidente do grupo parlamentar do PS, referindo ainda o exemplo do IRS Jovem, do abono de família, do aumento extraordinário das pensões até 658 euros, entre outros.
O deputado socialista adiantou que a massa salarial da função pública vai aumentar em 600 milhões de euros em 2022, face a 2021, refletindo as progressões e promoções assim como a subida de 0,9% dos salários, entre outros efeitos.
“Acredito que este Orçamento tem medidas e propostas que não levem o Bloco de Esquerda a fazer o que fez o ano passado que foi juntar-se à direita“, criticou.
Mariana Mortágua especificou que, apesar de não se opor, o desagravamento fiscal ao nível do IRS não é a prioridade do Bloco neste momento, preferindo uma descida do IVA da eletricidade uma vez que este é um imposto indireto que atua de “forma cega” sobre os contribuintes. A deputada do Bloco também elogiou a subida do abono de família, mas notou que não é assim que se combate a pobreza.
E recordou as prioridades do Bloco para 2022: saúde (SNS), as pensões (cortes do fator de sustentabilidade) e as questões da lei laboral. “O país conhece-as e sabe que não são as prioridades do PS”, afirmou. “Se considerarmos que o Orçamento não tem as medidas necessárias, não haverá condições para o Bloco de Esquerda alterar a sua posição“, concluiu.
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