YDigital “paga” regresso em Lisboa e fecha escritórios no estrangeiro
A agência de marketing digital assegura garagem e transportes para incentivar idas ao escritório no Parque das Nações, mas já fechou os espaços que tinha em Espanha, Colômbia, México e África do Sul.
Depois de ano e meio em trabalho remoto, a YDigital Media decidiu seguir a tendência de várias empresas de serviços um pouco por todo o mundo e adotar também o modelo híbrido na fase de pós-pandemia, mas deixando a “sugestão” aos colaboradores de se deslocarem ao escritório em Lisboa, pelo menos, dois dias por semana.
Percebendo, através de um inquérito, que “havia muita gente a querer regressar ao escritório, mas ainda muito habituada às [novas] rotinas” e presa a outras condicionantes, como o estacionamento ou o custo das deslocações diárias, a empresa de marketing digital passou a garantir um lugar de garagem para o automóvel e a pagar o passe mensal a quem prefere andar de transportes públicos.
Nuno Machado, CEO da YDigital Media, conta ao ECO que “esses deixaram de ser motivos” para manter o regime de teletrabalho. “É um incentivo para as pessoas que querem voltar a uma rotina. As pessoas estão a aderir e em outubro já toda a gente veio ao escritório”, detalha o gestor.
Porque decidiram dar este incentivo? “O espírito de equipa e a cultura de empresa são fundamentais. Como empresa digital, podemos trabalhar de qualquer lado, temos equipas em vários países e não precisamos de estar todos a trabalhar no mesmo lugar. Mas claro que ajuda ao espírito de equipa e à colaboração entre colegas se se virem, pelo menos, uma vez por semana”, responde.
Não precisamos de estar todos a trabalhar no mesmo lugar, mas claro que ajuda ao espírito de equipa e à colaboração entre colegas se se virem, pelo menos, uma vez por semana.
No entanto, se na capital portuguesa a instrução é para os cerca de 30 funcionários voltarem ao escritório localizado no Parque das Nações, em quase todos os países estrangeiros em que a empresa mantém operações, deixou de ter espaços de trabalho próprios (que eram de dimensão mais reduzida) para essas duas dezenas de pessoas.
Foi o que a YDigital fez em Espanha, na Colômbia, no México e também na África do Sul, onde tinha duas localizações: Joanesburgo e Cidade do Cabo. E no caso do Brasil, mais concretamente em São Paulo, Nuno Machado diz que está “ainda a avaliar se faz sentido” manter essas instalações, até porque a pandemia parece estar mais longe do fim em algumas dessas geografias.
Apesar da crise provocada pela Covid-19 e do encerramento destes espaços no estrangeiro, o empresário destaca que a empresa conseguiu manter a equipa, tendo nos últimos meses recomeçado a contratar e estando com “processos ativos” de recrutamento, quer para Portugal quer noutros mercados, sobretudo para consultores na área digital e especialistas em marketing digital, que são “quadros muito procurados neste pós-pandemia”.
Sobre a presença internacional da agência digital, que tem a equipa lisboeta a trabalhar sobretudo em projetos fora do país e que fatura mais de 85% com clientes estrangeiros, Nuno Machado aponta que “o objetivo passa por consolidar os mercados” em que está presente, estando atento a outras oportunidades. Como a que teve há dois anos com um parceiro para abrir na Austrália e na Ásia e que “com a pandemia ficou tudo congelado”.
“Trabalha o mundo” desde o berço Timwe
Fundada em outubro de 2010 por Nuno Machado, Luís Roque e uma empresa sul-africana, que, entretanto, saiu da estrutura acionista, a YDigital Media está muito especializada em performance e em e-commerce. O foco atual está no retorno das campanhas, seja ao nível da notoriedade, seja na geração de vendas online.
Além de trabalhar com as grandes agências de meios que servem empresas em vários países, tem também clientes diretos nos setores da saúde, retalho, e-commerce, banca e automóvel, embora não esteja especializado em nenhum deles. E foi “através de oportunidades que surgiram com clientes ou porque [achou] que eram mercados interessantes” que foi criando equipas lá fora.
Quando decidiu sair da tecnológica Timwe — era responsável por vários mercados na Europa, em África e no sudeste asiático – para lançar a YDigital, percebendo que “havia uma oportunidade de mercado na área da publicidade digital”, o cofundador e sócio maioritário começou logo a “trabalhar para o mundo” e só dois anos depois é que teve os primeiros clientes em Portugal.
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