Países de leste retomam restrições face ao agravamento da pandemia
Perante a escalada de infeções e mortes por Covid-19 no leste da Europa, da Bulgária à Letónia há já países a tomar medidas mais musculadas, voltando a impor restrições.
A pandemia está a agravar-se na Europa, com especial incidência nos países de leste que têm baixas taxas de vacinação contra a Covid. Perante a escalada de infeções e mortes por Covid-19, da Bulgária à Letónia há já países a tomar medidas mais musculadas, voltando a impor restrições.
As baixas taxas de vacinação estão a refletir-se num agravamento da pandemia no leste da Europa, com vários países a registar recordes de infeções e óbitos associados à doença. Para travar esta nova vaga, há já alguns países a apertarem nas restrições. É o caso da Ucrânia, cujas autoridades de saúde decidiram fechar as escolas em Kiev durante as próximas duas semanas e anunciou a exigência de apresentação de certificado digital Covid para os transportes públicos na capital.
A Ucrânia é um dos países da Europa com menor taxa de vacinação (apenas 16% da população está completamente imunizada) e esta decisão surge depois de o país ter batido, pelo segundo dia consecutivo, um novo recorde de infeções óbitos por Covid-19 na sexta-feira, com mais de 23 mil casos e 614 mortes nessas 24 horas.
Por outro lado, também na República Checa o certificado digital Covid vai ser obrigatório para entrar em restaurantes, bares, discotecas, bem como outros espaços fechados. Além disso, o Governo decidiu limitar o tempo de validade dos testes à Covid, segundo a AFP. Neste país, 56% da população está completamente imunizada.
O cenário é ainda mais preocupante na Roménia, numa altura em que o país luta contra uma enchente de pacientes nos hospitais, que está a colocar o sistema de saúde sob pressão. Neste contexto, a Roménia decidiu avançar com novas medidas, pelo que a partir de segunda-feira o certificado de vacinação tornou-se obrigatório para várias atividades do dia-a-dia, como para ir ao ginásio, ao cinema ou a um centro comercial.
Além disso, haverá ainda um toque de recolher obrigatório a partir das 22h, sendo que as lojas vão fechar às 21h, os bares e as discotecas vão encerrar portas e as escolas vão fechar durante este semestre. As máscaras vão ser obrigatórias em todos os locais públicos, de acordo com a Alljazeera. Neste país, apenas 30% da população está completamente vacinada.
Também a Bulgária decidiu tornar obrigatória a apresentação do certificado digital Covid para acesso a restaurantes, hotéis, cinemas, piscinas e centros comerciais. Estas medidas entraram em vigor na quinta-feira passada, numa altura em que o Governo búlgaro tenta combater o aumento de casos de infeção e as baixas taxas de vacinação. Na Bulgária só 20% da população tem a vacinação completa contra a Covid, o que a coloca como o país da UE com menor taxa de cobertura vacinal.
Mais incisivo foi o Governo da Letónia que anunciou um confinamento de um mês, tornando-se no primeiro país da Europa a retomar as restrições mais apertadas. Entre as medidas impostas está o recolher obrigatório em todo o país, entre as 20h e as 5h, o encerramento das escolas bem como do comércio não essencial, noticiou o The Guardian. Com 57% da população vacinada contra a Covid a Letónia tem atualmente a taxa de infeção mais elevada na União Europeia (UE), com 1.297 casos por milhão de habitantes.
Por outro lado, também a Eslováquia decidiu estender as restrições atualmente em vigor. Com 42% da população vacinada e uma taxa de infeção de 498 casos por milhão de habitantes, a sete dias, estas medidas incluem o encerramento de hotéis, bares e restaurantes, sendo apenas autorizada a venda ao postigo de refeições para levar, segundo a Lusa. Ginásios, piscinas e spas também foram encerrados.
Ao mesmo tempo, também na Polónia o Governo está a ponderar endurecer as medidas de contenção da Covid, numa altura em que o número de infeções está a duplicar a cada semana. “Se, no final de outubro, tivermos, em média, mais de 7.000 casos por dia, teremos de considerar tomar algumas medidas mais restritivas”, disse, Adam Niedzielski, ministro polaco da Saúde, citado pela Reuters. Este país tem 52,5% da população vacinada contra a Covid.
Infeções disparam na Rússia e no Reino Unido
Fora do leste europeu, há outros países da Europa a registarem aumento das infeções e óbitos associados à Covid. É o caso do Reino Unido, que tem vindo a registar, em média, entre 40 mil a 50 mil novos casos por dia, o que coloca o país em máximo desde meados de julho. Esta subida de infeções está a preocupar as autoridades de saúde, pelo que os responsáveis pedem ao Governo que avance para o “plano B”, voltando a implementar algumas restrições.
Por seu turno, o primeiro-ministro tem vindo a rejeitar pôr em marcha o “plano B”, contudo, a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido (UKHSA) já estará a contactar as autoridades de saúde locais para perceber se conseguem “implementar imediatamente o plano de inverno”, segundo o The Observer.
Já a Rússia desde há duas semanas consecutivas que tem vindo a bater novos máximos de infeções e óbitos, tendo registado na segunda-feira um novo recorde, com 37.930 casos (o número mais elevado desde o início da pandemia) e 1.079 mortes nessas 24 horas. Face ao agravamento da pandemia, Moscovo decidiu avançar com medidas mais restritivas, pelo que a partir de quinta-feira apenas estarão abertas as lojas essenciais, como supermercados e farmácias. As escolas também vão fechar portas.
Face ao crescente número de infeções, o Governo holandês admitiu voltar a impor novas restrições, numa altura em que os os hospitais estão sob pressão. Por outro lado, o governo austríaco admitiu voltar a impor restrições, mas apenas aos não vacinados.
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