Rio pressiona Marcelo a marcar eleições “logo no início de janeiro”
Rui Rio acredita que se Marcelo Rebelo de Sousa marcar as eleições para depois de janeiro estará a dar um sinal de que está ao lado de Paulo Rangel.
O presidente do PSD aponta como “primeira data possível” para as eleições legislativas o dia 9 de janeiro, dizendo que o momento escolhido por Marcelo Rebelo de Sousa para a próxima ida às urnas vai deixar claro se este “quis dar uma ajuda” a Paulo Rangel, na corrida à liderança do partido laranja. “No momento em que o senhor Presidente [da República] marcar as eleições, vai perceber-se se tudo isso que o PSD teme é verdade ou não“, defendeu Rui Rio, esta sexta-feira, em entrevista à SIC.
Face ao chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022, o Chefe de Estado deverá agora, segundo sinalizou o mesmo, dissolver a Assembleia da República e antecipar as eleições legislativas. Para Rui Rio, esse processo tem de ser célere — “não podemos esperar e andar aqui com rodriguinhos”, defendeu o social-democrata –, apontando como “primeira data possível” o dia 9 de janeiro.
Além disso, a escolha do momento para a próxima ida às urnas será, na ótica do presidente do PSD, determinante para perceber se Marcelo Rebelo de Sousa está ou não ao lado de Paulo Rangel, na corrida à liderança do partido laranja. “No momento em que o Presidente [da República] marcar as eleições, vai perceber-se se tudo isso que o PSD teme é verdade ou não. Se o Presidente da República cumprir o que vem dizendo, [que aponta para] eleições logo no início de janeiro, tudo isso que o PSD disse não tem grande valor, porque depois a prática mostra o contrário. Se atirar para fevereiro, eu tenho razão e as desconfianças fazem todo o sentido“, sublinhou Rui Rio, em entrevista, esta sexta-feira.
O político insistiu também no argumento de que este não é o momento para o PSD acolher eleições internas, face à iminência das eleições legislativas. “Acho que não pode haver eleições internas”, afirmou, dizendo que está a colocar essa ideia “à reflexão” dos militantes.
Sobre se na próxima ida às urnas o PSD deve correr sozinho ou coligado com o CDS-PP, Rui Rio disse não ter ainda uma posição fechada. “Fico dividido”, confessou, garantindo que “não exclui nada” e lembrando a tradição do partido.
Já no cenário pós eleições, o social-democrata defendeu que é preciso não cometer o “mesmo erro de António Costa”, isto é, não descarta conversar e aproximar-se a outros partidos, mesmo ao PS. “Acho que os partidos não devem ser assim tão radicais que inviabilizem governação do país”, atirou e explicou que, se o Chega se moderar, admite mesmo falar com André Ventura.
O Presidente da República recebe, este sábado, os partidos políticos com assento na Assembleia da República. E para dia 3 está marcado um Conselho Nacional, findo o qual o Chefe de Estado deverá anunciar ao país a sua decisão, isto é, se dissolve ou não (a esquerda defende que não há necessidade de o fazer) a Assembleia da República.
(Notícia atualizada às 21h03)
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