Reino Unido falhou 1 000 milhões de libras em pagamento de pensões a reformados

  • ECO Seguros
  • 17 Outubro 2021

Uma auditoria encontrou erros repetidos que se arrastaram durante anos nos serviços de Previdência britânica. As prestações devidas aos pensionistas terão agora de ser pagas.

Os lesados são mais de 100 mil pensionistas residentes no Reino Unido que, tendo requerido pensão de reforma antes de 2016, altura em que foram introduzidas alterações no sistema, têm a haver coletivamente mais de 1 000 milhões de libras esterlinas da Previdência britânica.

Um relatório de inspeção conduzida pelo National Audit Office (NAO), revela que “erros humanos” que se admite foram “quase inevitáveis,” devido ao grau de complexidade de procedimentos (manuais) na apreciação dos processos repetiram-se “durante anos.”

A fiscalização descobriu que o Department for Work and Pensions (DWP) acumulou – e terá de pagar – um total estimado em 1,05 mil milhões de libras (cerca de 1,2 mil milhões de euros) em prestações que não foram pagas a 134 mil pensionistas. Este universo de lesados são pessoas que pediram pensão de reforma antes de abril de 2016 e que, não tendo um registo completo da sua carreira contributiva na segurança social, também não foram contemplados com os aumentos das atualizações aplicadas às pensões de reforma.

A estimativa do que ficou por pagar aos beneficiários do sistema não tem ainda caráter definitivo, mas os cálculos preliminares apontam para um valor médio de 8 900 libras por pessoa e as mulheres estão em maioria entre pensionistas lesados.

A complexidade de regras do sistema público de pensões, computadores e tecnologia informática desatualizada, somados a uma componente excessiva de trabalho manual necessário ao tratamento de cada processo de reforma explicam os erros detetados pela auditoria.

É vital que o DWP corrija os pagamentos em falta e que implemente mudanças de modo a prevenir problemas semelhantes no futuro,” refere um artigo do site The Actuary, citando Gareth Davies, responsável do organismo de fiscalização (NAO).

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Portugal regista mais 465 casos e 9 mortos com Covid-19

Foram confirmadas mais 465 infeções com o novo coronavírus nas últimas 24 horas. Morreram nove pessoas com a doença de Covid-19.

Portugal registou 465 novos casos de infeção pelo coronavírus nas últimas 24 horas, contabilizando ainda mais nove óbitos associados ao Covid-19, de acordo com o boletim da Direção-Geral de Saúde deste domingo.

Desde o início da pandemia, em março do ano passado, o país contabiliza 1.079.806 casos e 18.097 mortos. Os últimos meses mostram uma tendência de descida e estabilização da atividade pandémica no país, apesar do desconfinamento, refletindo os progressos na vacinação. Portugal tem 85% da população completamente vacinada, uma das taxas mais elevadas do mundo.

Neste momento, as autoridades contam 30.309 casos ativos, mais 198 em relação ao boletim de sábado. Mas a grande maioria está a ser acompanhada a partir de casa, enquanto 295 doentes estavam internados, mais dez face ao balanço anterior. Destes internamentos, 61 estão em unidades de cuidados intensivos (+2 face a sábado).

Os dados da DGS revelam ainda que recuperaram da doença 258 pessoas no sábado.

A região de Lisboa e Vale do Tejo liderou no número de casos diários (166) e óbitos (3), com o Norte a registar 114 infeções e uma morte. O Alentejo também registou três óbitos e apenas 26 casos.

Centro e Algarve tiveram as outras duas mortes ocorridas este sábado, com a região do centro do país a contabilizar mais 94 casos.

Quanto à matriz de risco, os últimos dados colocam o país na fronteira entre o verde e o amarelo. O valor do Rt, que mostra quantas pessoas cada infetado contagia em média, está em 1 quer a nível nacional, quer no continente, com o indicador a aliviar face ao balanço anterior.

A incidência (média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) está em 84,s casos por 100 mil habitantes a nível nacional e em 84,4 casos por 100 mil habitantes no continente

(Notícia em atualização)

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Kartódromo de Serpa vai ser transformado numa pista para carros elétricos com hotel

Sócios espanhol e sueco querem fazer do "Circuito do Sol - Race Resort" o "local de eleição para desenvolvimento e testes de veículos elétricos na Europa".

O concelho de Serpa vai receber aquela que será a primeira pista para carros elétricos do mundo. Dois sócios — um espanhol e um sueco — vão investir cerca de 16 milhões de euros para fazer nascer no antigo kartódromo de Serpa o projeto “Circuito do Sol – Race Resort”, onde haverá uma pista de corridas, uma fábrica de desenvolvimento de componentes para carros elétricos e um hotel rural.

O espanhol Raul Isern e o sueco Lars Lindberg são sócios na empresa SPV Racing, uma empresa ligada ao desporto motorizado em Málaga, Espanha. Os principais clientes que têm atualmente são alemães e nórdicos que, “pelo facto de nevar durante quase metade do ano nos seus países, procuram o sul da Europa para a prática do desporto motorizado”.

Foi assim que nasceu, em 2014, a ideia, trazendo para território nacional estes clientes, mas também “angariar muito mais pilotos e marcas”. O objetivo é “ser o local de eleição para desenvolvimento e testes de veículos elétricos na Europa”.

Estas e outras informações podem ser consultadas no Relatório Síntese do projeto, que esteve em consulta pública até ao final de setembro. O “Circuito do Sol” vai ocupar uma área total de 627.764,59 metros quadrados e, numa primeira fase, a construção prevê uma pista de corridas (3.000 metros), cinco edifícios de apoio e um hotel rural com 14 alojamentos.

Numa segunda fase vai ser desenvolvido o Development Eletric Auto Lab (DEAL), um edifício destinado ao desenvolvimento, fabricação e inovação tecnológica de componentes para veículos elétricos. O objetivo é criar “uma unidade vocacionada para o desenvolvimento de veículos elétricos e suas componentes em carbono e bio-fibra para automóveis, bem como um local de pesquisa e inovação para os automóveis elétricos”, refere o documento.

Ainda na parte da componente dos elétricos, estes terão “energia proveniente do sol, que será armazenada em várias baterias presentes no complexo”. Para que tal seja possível, o projeto terá uma infraestrutura (uma central solar) que permitirá carregar até 30 veículos ao produzir 2MW de energia, “tornando-se um local único no mundo para testar e lançar veículos elétricos”.

O Circuito do Sol “pretende ser o primeiro circuito mundial, pensado e desenhado para veículos elétricos, 100% sustentável”, embora os promotores admitam que possa vir a ser utilizado também por “veículos (carros e motos) a combustão (gasolina ou gasóleo), sendo de esperar que nos primeiros anos, seja essencialmente utilizado por este tipo de veículos”.

O investimento previsto é de 16 milhões de euros, devendo as obras arrancar ainda este ano e ficarem concluídas no final de 2020. Estima–se que na fase de construção o projeto envolva entre dez a 15 trabalhadores e na fase de exploração cerca de 22. Uma vez concluído, deverão ser criados cerca de 40 postos de trabalho, refere o Relatório Síntese.

O ECO tentou falar com os promotores, mas estes remeteram esclarecimentos para mais tarde, numa futura apresentação do projeto à imprensa.

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Governo quer reunir com todos os partidos e solicitou ao BE os termos de acordo escrito

  • Lusa
  • 17 Outubro 2021

"Nesta semana vamos ter reuniões e queremos reunir com todos os partidos", disse fonte do executivo, adiantando que foi pedido ao Bloco para enviar o conteúdo e os termos do acordo escrito.

O Governo quer reunir-se com todos os partidos com quem tem negociado a viabilização do Orçamento do Estado para 2022 e solicitou ao Bloco de Esquerda (BE) que envie o conteúdo e os termos do acordo escrito proposto.

Estas informações sobre as negociações sobre o Orçamento do Estado foram transmitidas este domingo à agência Lusa por fonte do Governo.

“Nesta semana vamos ter reuniões e queremos reunir com todos os partidos”, disse à Lusa esta fonte do executivo.

O Governo “continua a trabalhar com vista a alcançar mais aproximações com os partidos: PCP, BE, PAN, PEV e deputadas não inscritas”, referiu.

“Na sequência das declarações que fizeram nesta semana dirigentes do BE sobre o acordo escrito, o Governo solicitou ao BE que envie o conteúdo e os termos do que entende ser este acordo escrito“, adiantou.

Na quinta-feira, em entrevista ao jornal Público, a deputada e dirigente do BE Mariana Mortágua afirmou que o seu partido exige “um acordo político com o Governo” para viabilizar o Orçamento do Estado para 2022, que inclua “medidas orçamentais” e também “medidas da organização da sociedade e da economia”, por escrito.

Na sexta-feira, em conferência de imprensa no parlamento, o BE exigiu que um eventual acordo seja alcançado antes da votação na generalidade, que está agendada para 27 deste mês.

No sábado, o deputado e dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) José Luís Ferreira referiu em conferência de imprensa, em Lisboa, que nesta fase em anos anteriores o processo de negociação orçamental “estava muito mais avançado” e que agora nem sequer há qualquer reunião marcada com o PEV.

Questionado se este momento parece ser o fim da solução governativa dos últimos anos, baseada em entendimentos entre o PS e os partidos à sua esquerda, José Luís Ferreira respondeu que “há indícios que apontam para esse sentido” e considerou que, “com este silêncio do Governo, dá ideia de que isto é para morrer”.

Na sexta-feira, após ter sido recebido pelo Presidente da República no Palácio de Belém, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse que “não tem havido grande evolução” nas negociações do Orçamento e que “aquilo que chegou até agora por parte do Governo são coisas claramente insuficientes”.

Segundo Jerónimo de Sousa, é preciso saber se “sim ou não existe essa disponibilidade por parte do PS para continuar a considerar” as propostas “de fundo” do PCP.

Por sua vez, à saída do Palácio de Belém, a coordenadora do BE, Catarina Martins, declarou: “Eu registo que o Governo ainda não deu nenhum passo negocial. Ainda tem tempo para dar esses passos e nós aqui estamos, com toda a disponibilidade, com toda a vontade, para que o país tenha um Orçamento do Estado.” E reiterou que o BE exige “redações exatas”.

Na quarta-feira, depois de tanto PCP como BE terem acenado com o voto contra a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022 já na generalidade, o Presidente da República considerou que “as pessoas devem pensar duas vezes nas consequências dos passos que dão”.

Um chumbo do Orçamento “muito provavelmente” conduziria à dissolução do parlamento e a eleições legislativas antecipadas, com “seis meses de paragem na vida nacional”, avisou, argumentando que “dificilmente o Governo poderia continuar a governar com o Orçamento deste ano dividido por 12, sem fundos europeus”.

No sábado à noite, em declarações à SIC e à RTP, em Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que fez, em público e privado, o que podia para prevenir junto dos partidos uma crise política e afirmou que espera diálogo sobre o Orçamento nos próximos dias.

Sobre as audiências de sexta-feira, o chefe de Estado declarou: “Fiquei exatamente com a ideia que tinha. Mas foi bom ouvir da parte dos partidos, como foi bom que ouvissem da minha parte, para não terem dúvidas, que a alternativa a uma passagem do Orçamento é obviamente umas eleições antecipadas.”

(Notícia atualizada às 13h10 com mais informações)

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Transportadores rodoviários de mercadorias “estão no limite”

  • Lusa
  • 17 Outubro 2021

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias elogia a descida do ISP nos combustíveis, mas considera que a medida tem "impacto muito reduzido".

A associação que representa os transportadores rodoviários de mercadorias considerou que a descida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) terá um “impacto muito reduzido” e lembra que as empresas “estão no seu limite”, antevendo insolvências “a breve trecho”.

Em declarações à Lusa, o porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), André Matias de Almeida, disse que “a descida de um e dois cêntimos no gasóleo e na gasolina é imediatamente consumida pela subida na próxima segunda-feira de cerca de dois cêntimos”.

Na sexta-feira, o Governo anunciou uma descida, a partir de hoje, “de dois cêntimos no ISP da gasolina e um cêntimo no ISP do gasóleo” para responder à escalada dos preços dos combustíveis.

Apesar de elogiar a medida, a Antram entende que o seu impacto “será muito reduzido”.

Para a associação, que representa duas mil empresas, o Governo devia combater o aumento dos preços nos combustíveis “diminuindo a carga fiscal”.

“Mais de 60 cêntimos em impostos em cada um euro de combustível é um exagero”, sentenciou André Matias de Almeida, defendendo que o Governo deveria, não podendo reduzir os impostos, “encontrar um pacote de apoio no Orçamento do Estado que pudesse ajudar a esbater” o efeito da subida dos preços dos combustíveis.

"Mais de 60 cêntimos em impostos em cada um euro de combustível é um exagero.”

André Matias de Almeida

Antram

Segundo a Antram, as empresas de transporte rodoviário de mercadorias “estão no seu limite” face aos aumentos nos combustíveis e nos salários dos motoristas.

“Adivinhamos cenários de insolvência a muito breve trecho”, afirmou o porta-voz da associação, assinalando que o custo efetivo do transporte de mercadorias não reflete as subidas nos salários dos motoristas e nos preços dos combustíveis porque “o mercado não o permite”.

Um transporte de Lisboa para o Porto está a custar em média 250 a 270 euros. Este preço é assim há 10 anos, não foi alterado para cima e na altura nem o preço dos combustíveis era este nem o da folha salarial era sequer parecido”, exemplificou André Matias de Almeida.

A Antram revelou-se “muito expectante e empenhada” numa reunião prevista para breve com o Governo para discutir medidas para o setor, como “um novo tratamento fiscal para as empresas”.

Na quarta-feira, após uma reunião de emergência, a Antram anunciou que pretende “definir as medidas necessárias para responder” ao aumento dos custos com os combustíveis.

Atualmente a viver o período com preços de gasóleo e gasolina mais caros dos últimos três anos, Portugal viu esta semana, pela primeira vez, o custo de venda ao público de um combustível ultrapassar a barreira dos dois euros por litro em alguns postos de abastecimento das áreas de serviço nas autoestradas.

Uma situação que resulta de uma conjugação de fatores, desde restrições por parte dos grandes exportadores de petróleo, à explosão da procura após a contenção durante a pandemia de covid-19 e à pressão sentida em toda a cadeia logística, onde se têm registado subidas de preços não só nos transportes, mas também nas operações portuárias e nos seguros.

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Recuperados podem tomar segunda dose da vacina se for precisa para viajar

  • Lusa
  • 17 Outubro 2021

Direção-Geral da Saúde publicou norma a indicar que os recuperados de covid-19 em Portugal e que tenham de viajar para países que exigem as duas doses das vacinas já podem tomar a segunda dose.

Os recuperados de covid-19 em Portugal e que tenham de viajar para países que exigem as duas doses das vacinas já podem tomar a segunda dose, indica uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Em Portugal, o esquema vacinal para pessoas infetadas com a doença prevê a toma de apenas uma dose da vacina, mas, como há países, como o Canadá ou o Reino Unido, que exigem a quem vem de fora as duas doses, nestes casos, a DGS adaptou o esquema vacinal para que estas pessoas não tenham de fazer quarentena nos países de destino.

“Para facilitar a vida a todas as pessoas que necessitem de se deslocar para países onde são exigidas duas doses, mesmo para as pessoas que recuperaram, quem necessitar dessa dose, dirige-se a um centro de vacinação, diz que se vai deslocar para um desses países e ser-lhe-á administrada a segunda dose”, explicou a diretora-geral da saúde, Graça Freitas, em entrevista à RTP.

"Para facilitar a vida a todas as pessoas que necessitem de se deslocar para países onde são exigidas duas doses, mesmo para as pessoas que recuperaram, quem necessitar dessa dose, dirige-se a um centro de vacinação, diz que se vai deslocar para um desses países e ser-lhe-á administrada a segunda dose.”

Graça Freitas

Diretora-Geral de Saúde

Sem esta segunda dose, os recuperados de covid-19 oriundos de Portugal teriam de fazer uma quarentena de 14 dias ao chegar ao Canadá e de 10 dias ao Reino Unido.

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Vila Galé quer trazer 150 trabalhadores do Brasil para colmatar falta de pessoal

  • Lusa
  • 17 Outubro 2021

Grupo hoteleiro está a sentir dificuldades em contratar pessoal e que vai iniciar processo de recrutamento em 2022 com várias medidas, incluindo programas de intercâmbio Portugal-Brasil.

O presidente do Vila Galé afirma que o grupo continua a debater-se com a falta de recursos humanos na hotelaria, construção e agricultura, prevendo contratar 300 jovens à procura do primeiro emprego e trazer 150 trabalhadores do Brasil.

Em declarações à Lusa, Jorge Rebelo de Almeida diz que este ano houve efetivamente mais dificuldades de recrutamento para funções operacionais nas unidades e que, assim sendo, no início de 2022 o grupo vai iniciar um plano de recrutamento que deverá incluir várias iniciativas desde o recrutamento de jovens à procura do primeiro emprego, programa de estágios curriculares e programas de intercâmbio Portugal-Brasil.

“O importante neste momento, para que no próximo ano possamos estar já a trabalhar em força, é conseguir que as pessoas fiquem no seu posto de trabalho. No caso do Vila Galé estamos a pensar iniciar um plano para contratar jovens à procura do primeiro emprego, dar-lhes formação, e esperamos que com o apoio do IEFP. Achamos também que é fundamental dar formação às pessoas até março”, afirmou o presidente da cadeia hoteleira.

"O importante neste momento, para que no próximo ano possamos estar já a trabalhar em força, é conseguir que as pessoas fiquem no seu posto de trabalho. No caso do Vila Galé estamos a pensar iniciar um plano para contratar jovens à procura do primeiro emprego, dar-lhes formação, e esperamos que com o apoio do IEFP. Achamos também que é fundamental dar formação às pessoas até março.”

Jorge Rebelo de Almeida

Presidente do Vila Galé

Apesar de “não ter havido despedimentos” no grupo durante a crise pandémica, o responsável lembra que, no ano passado, os contratos a prazo não foram renovados.

“Não havia expectativas de quando é que poderíamos voltar a precisar das pessoas. Mas, hoje precisamos de gente para trabalhar e há falta de pessoas”, afirma, acrescentando ter perceção de que houve muitos trabalhadores a mudarem de atividade.

“Nós sempre tivemos uma política de manter os trabalhadores fixos porque a melhor garantia que as empresas podem ter é ter ‘brigadas’ de pessoas fixas, integradas na empresa, porque o serviço melhora muito”, justifica.

“Por incrível que pareça, pessoas quer tínhamos a trabalhar connosco, com o início da pandemia, começaram a ficar muito preocupadas e foram trabalhar para outros ramos e nós na Vila Galé temos três frentes: a construção, a hotelaria e a agricultura. Em qualquer uma das três há hoje uma quebra tremenda de pessoal e é, por isso, que vamos dar formação e estamos a programar ir contratar no Brasil (…) Nós, embora numa escala muito menor, já fazemos esse intercâmbio”, acrescenta Rebelo de Almeida.

O responsável justifica esta última medida com o facto de o grupo ter 10 hotéis no Brasil e de os dois mercados estarem em contraciclo, já que agora lá adivinha-se “a temporada alta”.

Para além da mudança da atividade, o presidente do Vila Galé acredita também que muitas das pessoas que ficaram sem trabalho e que foram para os centros de emprego, quando foram necessários, “não quiseram estar a interromper o subsídio para virem trabalhar dois ou três meses (no verão, por exemplo)”, sabendo que provavelmente “em outubro poderiam não ter trabalho”.

Acresce que nos setores da hotelaria “há muita gente emigrada em Inglaterra e na Alemanha, Luxemburgo” e, sublinha, “fazem cá falta”.

Questionado sobre o número de trabalhadores a abranger neste intercâmbio para Portugal, diz que precisam de “150 pessoas”.

Atualmente, o número de trabalhadores é aproximadamente de 1.100 em Portugal e cerca de 1.400 no Brasil.

Sobre o que se pode oferecer a trabalhadores para virem do Brasil, Jorge Rebelo de Almeida garante que não é difícil aliciar as pessoas a mudarem, pois “lá há muito espírito de aventura e muita vontade de progredir”.

O que temos que fazer é criar condições para as pessoas virem para cá e terem alojamento. Em Portugal, e digo isto há anos, uma das prioridades tem que ser a habitação, voltar a ter programas de várias modalidades, de rendas limitadas, de propriedade resolúvel, de empréstimos de longo prazo, da habitação para jovens, de voltar a reabilitar os centros das cidades metendo lá os jovens, etc. Para isso, é fundamental ter esse objetivo, mas se eu falar com o nosso pessoal, o que apontam como uma grande dificuldade é a compra de casa ou o arrendamento”, lamenta.

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Vila Galé avança para Açores, Tomar e novo hotel para crianças no Alentejo em 2022

  • Lusa
  • 17 Outubro 2021

Jorge Rebelo de Almeida que o grupo vai consolidar recuperação da atividade em 2022, ano em que vai abrir novas unidades hoteleiras: nos Açores, Tomar e no Alentejo.

O Vila Galé quer avançar, no segundo trimestre de 2022, com os projetos hoteleiros, já previstos, nos Açores e em Tomar, e com uma nova unidade hoteleira para crianças no Alentejo.

Em declarações à Lusa, Jorge Rebelo de Almeida diz que a preparação e arranque deste conjunto de projetos – dois deles previstos antes da crise da pandemia da covid-19 – dá-se porque são um grupo “otimista”.

“Acredito que estamos no bom caminho, que no próximo ano vamos consolidar a recuperação do turismo”, afirma, ao mesmo tempo que quando questionado pela evolução das receitas diz que “vai ser um ano fraco”, até porque são 12 meses e no final de 2021 “praticamente” só se terá “trabalhado bem um mês”, o de agosto.

Sem concretizar, acrescentou que o volume de negócios do grupo acumulado a agosto em Portugal subiu 22% face a 2020, mas caiu 57% relativamente a 2019.

“Abrimos quatro hotéis durante a pandemia, em Alter do Chão, Manteigas, Serra da Estrela e no Douro (o Vineyards). Fizemos a sede da Vila Galé em Oeiras e uma central de fruta no Alentejo. Neste momento, temos preparado para arrancar no segundo trimestre – como somos otimistas –, mais um conjunto de projetos para lançar no próximo ano, se a situação melhorar, como esperamos”, afirmou.

“Mas precisamos que o país comece a crescer”, reforçou.

Em causa o hotel nos Açores, em São Miguel, Ponta Delgada, que já está aprovado, um projeto de hotel das crianças para o Alentejo, o Vila Galé Nep Kids, e a construção da unidade hoteleira de Tomar, recentemente aprovada, nas antigas instalações do Convento de Santa Iria e antigo colégio feminino. Já o hotel para as crianças nascerá na herdade da Santa Vitória, perto de Beja, onde já existe o hotel Vila Galé Clube de Campo, bem como a adega e o lagar dos vinhos e azeites Santa Vitória.

Para já, o responsável não quis apontar valores de investimento.

Instado a comentar a atividade do grupo durante o verão, época alta, Jorge Rebelo de Almeida refere que este “foi marcado pelo mês de agosto, que foi realmente bom”, sobretudo, porque – acrescenta – “os portugueses superaram as expectativas”.

“O julho acabou por ser fraco depois da decisão do Reino Unido de nos colocar na zona vermelha, o agosto, sobretudo com o grande apoio e ajuda dos portugueses que este ano cresceram – apesar de talvez sermos o grupo com maior quota de mercado nacional –, excedeu as expectativas, acabando o agosto como francamente bom porque tivemos bons níveis de ocupação”.

Em termos de regiões, Jorge Rebelo de Almeida diz que onde se “trabalhou bem, bem, foi no Algarve”, mas também o Alentejo e a região de Lisboa.

No verão, o Grupo manteve todas as unidades em Portugal abertas, à exceção de duas, a do Estoril – porque tem várias ao redor – e outra no Douro (o Collection), tendo a outra unidade “trabalhado bem”.

Assim, a taxa de ocupação das unidades hoteleiras no Algarve em agosto foi de 80%, menos 10% do que em 2019.

Em 2020, a taxa de ocupação foi de 55%, mas contava com mais hotéis fechados. Os portugueses representaram 80% da ocupação dos hotéis Vila Galé em agosto no Algarve, seguidos de espanhóis, ingleses e franceses. Em agosto, no Algarve o número de turistas portugueses cresceu 50% face a 2019.

Alta taxa de vacinação ajuda na promoção

Na quinta-feira, o INE anunciou que o setor do alojamento turístico registou 2,5 milhões de hóspedes e 7,5 milhões de dormidas em agosto, subidas homólogas de 35,6% e 47,6%, tendo as dormidas de residentes atingido um máximo histórico, ressalvando, no entanto, que os níveis atingidos ainda foram inferiores aos observados em agosto de 2019.

Rebelo de Almeida diz que em setembro, em Portugal, existiram hotéis, “como o Ópera, em Lisboa, já a recuperar, enquanto o Algarve já está a cair acentuadamente”.

“Se não vierem estrangeiros, naturalmente que a nossa época baixa vai ser muito fraca”, lembra, sublinhando que Portugal está a “promover uma imagem de marca extraordinária com a vacinação” e que este é um sucesso do país que “tem que ser divulgado” para que se possa atrair mais turistas.

“É uma das prioridades absolutas que temos. Gostava de ver o Turismo de Portugal e o Governo a fazerem uma promoção em força sobre a vacinação, que é isso que vai permitir aos turistas estrangeiros retomarem a confiança”, apelou.

"É uma das prioridades absolutas que temos. Gostava de ver o Turismo de Portugal e o Governo a fazerem uma promoção em força sobre a vacinação, que é isso que vai permitir aos turistas estrangeiros retomarem a confiança.”

Jorge Rebelo de Almeida

Presidente do Vila Galé

Já sobre os hotéis no Brasil, Rebelo de Almeida diz que acabaram “por se comportar melhor” face aos de Portugal, mas também ainda abaixo de 2019.

“O problema continua a ser o facto de o número de estrangeiros a entrar em Portugal ser muito escasso para a grande oferta hoteleira, enquanto no Brasil, em plena crise, a nossa ocupação está boa só com brasileiros. Eles são muitos e nós somos a principal rede de resorts lá. A oferta não é muito grande para a dimensão do país”, explica.

Não é grande mesmo quando se fala em 500 a 600 quartos como o resort que o Grupo está agora a fazer em Alagoas, confirma.

E a propósito deste mercado, Jorge Rebelo de Almeida acredita que, tal como antes da pandemia, o turista brasileiro “vai ser muito importante para o turismo em Portugal, sobretudo até para o interior do país”.

Enquanto diz continuar “a acender umas velas à Nossa Senhora de Fátima a ver se dá uma ajuda” a desbloquear o processo de reestruturação da TAP, vai ambicionando que a companhia aérea venha a aumentar o número dos voos para aquele mercado e para os EUA, que “ficou esquecido e que antes da pandemia estava a crescer muito”, conclui.

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Marcelo diz que fez o que podia para prevenir crise política

  • Lusa
  • 17 Outubro 2021

Presidente da República espera diálogo entre Governo e partidos para permitir uma aproximação de posições e evitar uma crise política com o chumbo do Orçamento.

O Presidente da República defendeu que fez em público e privado o que podia para prevenir junto dos partidos uma crise política e afirmou que espera diálogo sobre o Orçamento nos próximos dias.

Em declarações à SIC e à RTP, no Palácio da Cidadela, em Cascais, distrito de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que “a alternativa a uma passagem do Orçamento é obviamente umas eleições antecipadas” e que na sua perspetiva “o cenário não só mais desejável mas mais natural é não haver crise política”.

É uma decisão dos partidos. O Presidente não se pode substituir aos partidos. O Presidente agora o que tinha a fazer, fez: preveniu em público, preveniu em privado. Agora espera. E depois agirá, de uma forma ou de outra: tendo condições, continuando tudo bem, promulgando [o Orçamento do Estado]; não tendo condições, avançando para eleições antecipadas”, acrescentou.

O chefe de Estado assinalou que “faltam nove dias” para a votação na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022, marcada para 27 deste mês.

“Tudo o que seja feito nesses nove dias permite naturalmente diálogo e permite ver se há ou não uma convergência, como eu espero e desejo, e uma aproximação de posições“, disse.

“Continuo a acreditar que o cenário não só mais desejável mas mais natural é não haver crise política. Espero que a próxima semana me dê razão”, acrescentou.

Interrogado se ficou mais pessimista após as audiências aos nove partidos com assento parlamentar, na sexta-feira, o Presidente da República respondeu: “Não, não, não. Foram muito claras, foram muito esclarecedoras. E fiquei exatamente com a ideia que tinha. Mas foi bom ouvir da parte dos partidos”.

“Como foi bom que ouvissem da minha parte, para não terem dúvidas, que a alternativa a uma passagem do Orçamento é obviamente umas eleições antecipadas”, completou.

Apesar de querer deixar claro que perante um chumbo do Orçamento dissolverá o parlamento e convocará eleições legislativas antecipadas, recusou que esse seja o “cenário principal”, contrapondo: “Para mim o caminho é o de o Orçamento ter luz verde e passar”.

Questionado sobre a circunstância de o PSD estar numa situação de indefinição interna quando se coloca a possibilidade de eleições antecipadas, o chefe de Estado apenas realçou que os sociais-democratas já anunciaram o voto contra a proposta de Orçamento, como no ano passado.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava à margem dos “Encontros de Cascais”, uma iniciativa do Expresso, enquadrou o atual momento como o “começo da viragem” na sequência da crise provocada pela pandemia de covid-19 e observou: “Se no começo do começo da viragem temos problemas que afetam a viragem, não é uma boa notícia”.

Na quarta-feira, depois de tanto PCP como BE terem acenado com o voto contra a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022 já na generalidade, o Presidente da República considerou que “as pessoas devem pensar duas vezes nas consequências dos passos que dão”.

Um chumbo do Orçamento “muito provavelmente” conduziria à dissolução do parlamento e a eleições legislativas antecipadas, com “seis meses de paragem na vida nacional”, avisou, argumentando que “dificilmente o Governo poderia continuar a governar com o Orçamento deste ano dividido por 12, sem fundos europeus”.

Na quinta-feira, o chefe de Estado retomou esse argumento, referindo que “este Orçamento calha no fim da pandemia, calha no começo da recuperação” e “envolve fundos europeus, que não são só o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), há muito mais fundo europeu que não o PRR que tem de estar incluído para o ano que vem”.

Numa governação por duodécimos “essas fatias mensais somadas não dão os fundos do PRR que corresponde ao próximo ano, dão menos”, apontou.

À pergunta sobre o caráter real ou artificial desta crise, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que “haverá crise se os partidos entenderem que há razões para provocar essa crise, porque entendem que é melhor chumbar o Orçamento”, concluindo: “A faca e o queijo estão nas mãos dos partidos políticos, são eles que vão votar o Orçamento”.

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E se o chão desabar a Leão? É isto que acontecerá ao Orçamento

Não bastasse a pandemia, há outros fatores com os quais João Leão tem de contar na gestão orçamental ao longo de 2022, incluindo a subida do preço do petróleo ou o agravamento dos juros da dívida.

O Governo está a contar que o preço do petróleo se situe, em termos médios, nos 68 dólares por barril no próximo ano. Mas na segunda-feira, no dia em que o ministro das Finanças entregou a proposta de Orçamento do Estado para 2022 no Parlamento, a cotação do “ouro negro” atingiu máximos de vários anos em Londres, negociando acima dos 80 dólares. É mau para as contas públicas?

O mesmo exercício se pode fazer em relação a uma subida dos juros das obrigações do Tesouro. A dívida pública esteve sob pressão nos últimos meses por causa do fantasma da inflação a ensombrar muitos investidores e os bancos centrais. Títulos mais caros têm consequências negativas para os cofres do Estado, mas em que medida poderá afetar Portugal?

Com a pandemia a manter uma nuvem de incerteza sobre 2022, há outros fatores de pressão que podem fazer o chão desabar a João Leão.

Disparo no petróleo agravará dívida pública

Há bancos de investimento a anteciparem uma subida do barril de petróleo até aos 100 dólares até final deste ano, por causa do repentino aumento da procura global que os maiores produtores não estão a conseguir dar resposta. Atualmente, a matéria-prima negoceia em torno dos 80 dólares em Londres e Nova Iorque.

Com o governo a estimar um preço médio de 68 dólares no próximo ano, os preços energéticos podem representar colocar desafios relevantes na execução orçamental ao longo de 2022:

“Um aumento de 20% no preço do barril de petróleo teria um impacto residual no saldo das Administrações Públicas, em virtude do crescimento das receitas, quer em termos nominais (devido essencialmente às receitas com impostos indiretos como o ISP ou IVA) quer em percentagem do PIB (+0,1 pp), e do crescimento das despesas em percentagem do PIB (+0,2 pp), apesar de contraírem em termos nominais (nomeadamente nos consumos intermédios e nas prestações sociais)”.

Segundo os cálculos do governo, também a dívida pública registaria um agravamento em 0,5 pontos percentuais, “essencialmente devido à contração do PIB”.

Subida de 1 ponto percentual dos juros custará mais 344 milhões

Enquanto se mantém a discussão sobre se o pico da inflação é temporário ou se a alta dos preços veio mesmo para ficar, as obrigações dos Governos registaram subidas significativas nos últimos meses.

Para os países mais endividados, como é o caso de Portugal, a sensibilidade da taxa de juro é particularmente relevante na medida em que pequenas alterações poderão traduzir-se em grandes consequências. Com a inversão das políticas dos bancos centrais à porta, a questão dos juros não é de somenos.

De acordo com o exercício do Governo, um aumento imediato e permanente de 1 pontos percentuais ao longo de toda a curva de rendimentos “traduzir-se-ia num aumento dos juros da dívida direta do Estado, em 2022, de 184 milhões de euros em contas públicas e de 344 milhões de euros em contas nacionais (cerca de 0,1% e 0,2% do PIB, respetivamente)”. Em qual orçamento ministerial é que as Finanças iriam ter de cortar para equilibrar as contas?

Conferência de imprensa de apresentação da proposta de Orçamento do Estado 2022 no Ministério das Finanças - 12OUT21

Quebra nas exportações trava retoma

Portugal transformou-se numa economia orientada para as exportações, com o turismo a ser o motor do crescimento das vendas ao exterior. Mas veio a pandemia e os negócios com os outros países travaram a fundo, situação que tem vindo a recuperar paulatinamente nos últimos meses.

Para 2022, se a procura externa cair 2 pontos percentuais em relação ao projetado no cenário base, o PIB cresceria menos 0,3 pontos percentuais, de acordo com as simulações do Governo. “Este impacto resultaria essencialmente de um menor crescimento das exportações, com um efeito igualmente negativo no saldo da balança de bens e serviços e reduzindo a capacidade de financiamento da economia face ao exterior”, explica o Ministério das Finanças.

Já o impacto no mercado de trabalho, “apesar de apresentar um efeito diferido no tempo”, teria reflexos no abrandamento do ritmo da redução da taxa de desemprego em 0,1 pontos.

Menos consumo interno com impacto no PIB

A par das exportações, o Governo de António Costa também tem contado com o contributo do consumo das famílias para impulsionar a atividade económica. Se, por alguma razão, o crescimento da procura interna – inclui consumo privado e público e ainda investimento – for inferior em 0,5 pontos percentuais face ao estimado no cenário base, o impacto no crescimento do PIB é de -0,3 pontos percentuais.

“O efeito seria essencialmente resultado de um menor dinamismo no crescimento do consumo, tanto público como privado, parcialmente compensado por uma redução no crescimento das importações”, explica o Governo.

Também iria verificar-se um aumento da dívida pública (+0,3 pp) pelo efeito duplo de agravamento do défice e da variação do PIB.

Por outro lado, teria um efeito positivo na recuperação do saldo da balança comercial, e da capacidade de financiamento da economia, enquanto o impacto na taxa de desemprego “não seria significativo”.

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China testou míssil supersónico em órbita

  • Lusa
  • 17 Outubro 2021

O míssil circulou a terra em órbita baixa antes de descer em direção a um alvo, que falhou.

A China testou em órbita, em agosto, um míssil hipersónico com capacidade nuclear, noticiou o Finantial Times (acesso pago/conteúdo em inglês), citando várias fontes com conhecimento da realização deste teste.

De acordo com as fontes citadas pelo jornal, na edição de sábado, o míssil circulou a terra em órbita baixa antes de descer em direção a um alvo, que falhou.

Três das fontes disseram ao jornal que o planador hipersónico foi lançado por um foguete “Long Marche”, tendo o teste sido mantido em segredo.

O progresso da China em armas hipersónicas surpreendeu os serviços secretos dos EUA, segundo o artigo.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, não comentou os detalhes do artigo, mas mostrou preocupação. “Exprimimos claramente as nossas preocupações sobre o desenvolvimento militar que a China continua a prosseguir, que aumenta as tensões na região e arredores. Esta é uma das razões pelas quais consideramos a China como o nosso desafio número um”, disse.

Além de Pequim, também os EUA, a Rússia e pelo menos cinco outros países estão a trabalhar em tecnologia hipersónica.

Os mísseis hipersónicos conseguem voar ultrapassando mais de cinco vezes a velocidade do som, tal como os tradicionais mísseis balísticos que podem transportar armas nucleares.

Enquanto os mísseis balísticos voam alto no espaço, fazendo um arco para atingir o seu alvo, um míssil hipersónico faz uma trajetória baixa na atmosfera, podendo atingir o seu alvo mais rapidamente.

Por outro lado, um míssil hipersónico é manobrável, dificultando um contra-ataque para o derrubar.

O teste agora relatado ocorre no momento em que as tensões entre os EUA e a China aumentaram e Pequim intensificou as atividades militares perto de Taiwan, a democracia autónoma alinhada a Washington que a China vê como uma província à espera da reunificação.

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Orçamento “está longe” de ser aquilo que o país precisa, avisa líder do PCP

Jerónimo de Sousa considera que a proposta de OE2022 apresentada pelo Governo está longe de ser a resposta que o país precisa para os problemas e criticou discurso das "contas certas" do PS.

O PCP voltou a deixar avisos ao Governo sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o qual ameaça chumbar. Jerónimo de Sousa disse este sábado que a proposta orçamental “está longe” de ser aquilo que o país precisa, deixou um rol de exigências e criticou o “discurso de contas certas” de António Costa e do ministro João Leão, um “dogma” que ambos “teimam em dar vida”.

Discursando num comício no Porto, o líder dos comunistas começou por lembrar que o PCP foi decisivo nos últimos anos “para repor e conquistar direitos” perdidos com a troika. “Foram avanços e conquistas de inegável valor, mas não foram suficientes”, considerou Jerónimo de Sousa em declarações transmitidas pelas televisões.

A pandemia trouxe novos problemas e agravou os antigos, prosseguiu o secretário-geral do PS, que tratou de os elencar de seguida para dar conta das exigências que os comunistas querem ver respondidas pelo Governo para viabilizarem o OE2022.

“O OE022 devia estar inserido no sentido geral de resposta aos problemas. Mas não só o Orçamento não se insere nele, como o Governo não dá sinais de querer assumir esse caminho”, apontou.

“A proposta de OE está longe de se constituir como parte importante, mas não única desse rumo que o país precisa”, disse de seguida.

Jerónimo de Sousa voltou a dar conta da posição do PCP em relação ao estado das coisas: “A situação atual, considerando a resistência do governo em assumir compromissos em matérias além do orçamento e também no conteúdo das propostas do OE, o governo conta hoje com a nossa oposição, com o nosso chumbo“.

“Quem nos conhece sabe que não dizemos que não porque não, e até à votação na generalidade é tempo para encontrar soluções“, frisou.

O OE022 devia estar inserido no sentido geral de resposta aos problemas. Mas não só o Orçamento não se insere nele, como o Governo não dá sinais de querer assumir esse caminho. A proposta de OE está longe de se constituir como parte importante, mas não única, desse rumo que o país precisa.

Jerónimo de Sousa

Secretário-geral do PCP

Aumento de salários, pensões, legislação laboral, habitação, “recuperação ou defesa sólida de setores como correios, a energia, os transportes e telecomunicações”, reforço do SNS, preços da energia e o “desagravamento dos rendimentos do trabalho mais baixos e intermédios” foram algumas das matérias que Jerónimo de Sousa apontou no caderno de encargos dos comunistas.

Para estas questões Jerónimo de Sousa não encontra soluções nesta proposta de OE2022.

Antes, vê nela “respostas marginais, determinadas e condicionadas pelos dogmas do Tratado Orçamental e que o PS toma como seus, com os seus anacrónicos critérios em relação ao défice e à dívida”.

Neste ponto, atacou a “submissão” ao défice e à dívida e a “retórica da política de contas certas que o PS teima em dar vida”.

Esta sexta-feira, em entrevista ao ECO, o ministro João Leão disse que não vai abrir mão da meta do défice nas negociações com os partidos sobre o OE2022, fixada em 3,2%.

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