Rio insiste no adiamento das eleições internas do PSD

Rui Rio ainda não perdeu a esperança de que o PSD venha a adiar as eleições diretas marcadas para 4 de dezembro. Num email enviado aos militantes, com seis pontos, a direção do partido invoca a previsível dissolução do Parlamento e legislativas antecipadas para adiar uma eleição interna. “A antecipação das eleições internas para uma altura em que devemos estar todos concentrados nas legislativas, parece afigurar-se totalmente desajustada das circunstâncias que o País está a viver e dos objetivos que o PSD deve prosseguir“, escreve Rio.

Na comunicação, a que o ECO teve acesso, a comissão permanente insiste que “os portugueses esperam do PSD uma alternativa clara e credível ao PS. Não esperam um PSD virado para uma disputa interna, enquanto o PS e o Governo vão fazendo livremente a sua campanha, aproveitando as nossas divisões eleitorais”.

Paulo Rangel, recorde-se, é candidato à liderança do PSD em concorrência com Rui rio, que quer recandidatar-se, mas entende agora que o partido deve deixar essa disputa para depois das eleições, seguindo o exemplo de Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS, que cancelou mesmo a votação eleitoral interna, o que provocou a desfiliação de militantes como Adolfo Mesquita Nunes e Pires de Lima.

Rio recorda a votação do Conselho Nacional, em que perdeu, tendo sido marcadas eleições internas para dezembro. Agora, depois do chumbo do orçamento, o presidente do PSD vai ter uma nova oportunidade para suscitar o tema. O PSD vai reunir, de forma extraordinária, o Conselho Nacional já no próximo dia 6, em Aveiro.

Um conjunto de apoiantes de Rangel quer pôr à discussão desse conselho a antecipação do congresso, que se seguirá às diretas, quando o ponto da ordem de trabalhos é a análise da situação política na sequência do chumbo do orçamento.