Relatório sobre impacto da Web Summit “tem a ver com as eleições”, diz Paddy Cosgrave

Um relatório do Gabinete de Estudos Económicos (GEE) do Ministério da Economia conhecido esta quarta-feira revelou que o impacto da Web Summit na economia nacional ficou abaixo do esperado inicialmente pelo Governo. Contudo, Paddy Cosgrave considera que este documento só foi conhecido por causa das eleições antecipadas, que vão acontecer na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

“Acho que o relatório tem a ver com as eleições, mas não vou comentar”, disse o fundador da Web Summit, em resposta a uma pergunta do ECO durante uma conferência de imprensa, acrescentando que ainda não leu o documento.

De acordo com o documento, citado pelo Jornal de Negócios, entre 2016 e 2019, aquela que é uma das maiores feiras de tecnologia da Europa terá gerado menos 77,5 milhões de euros em receitas fiscais para os cofres do Estado e o valor acrescentado bruto (VAB) terá crescido menos 196 milhões de euros do que o esperado. O número de postos de trabalho também ficou aquém: foram menos 2.673 postos.

O ECO questionou ainda Paddy Cosgrave se este considerava que, face às conclusões deste relatório, haveria algum risco de uma negociação do contrato com o Estado português, mas este não respondeu.

O Estado assinou um contrato com a Web Summit em 2018, comprometendo-se com o pagamento de 11 milhões de euros anuais até 2028 para a realização desta cimeira em Lisboa. Foi ainda acordado a duplicação do espaço da FIL desde 2018, mas isso nunca chegou a acontecer por divergências entre a Câmara de Lisboa e a Fundação AIP. Paddy Cosgrave adiantou em entrevista ao ECO que espera que isso venha a acontecer no próximo ano.

Do lado da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas referiu esta terça-feira, em relação à expansão da FIL, que vai encontrar uma solução. “Há um diferendo entre a CML e a Fundação AIP. Vou resolver esse diferendo mas têm de me dar tempo para o resolver“, disse o autarca recém-eleito.