COP26: EDP subscreve compromisso internacional para acelerar fim do carvão
A energética portuguesa subscreveu a “Declaração Internacional da Transição do Carvão para Energia Limpa" juntamente com outras 25 empresas.
A EDP subscreveu esta quinta-feira na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) um compromisso internacional para transição energética dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, a qual o administrador da EDP Miguel Setas defendeu ser “possível”.
A energética portuguesa subscreveu a “Declaração Internacional da Transição do Carvão para Energia Limpa” juntamente com outras 25 empresas e 47 países, entre os quais Portugal, onde os signatários se comprometem a acelerar a transição para as energias renováveis e abandonar o uso de carvão.
O objetivo é completar este processo na década de 2030 para os países mais desenvolvidos e na década de 2040 para os outros países.
Depois de ter encerrado a central de Sines este ano, a EDP tem como compromisso chegar fechar todas as suas centrais termoelétricas a carvão em Espanha e Brasil até 2025.
Atualmente, 81% da sua matriz energética já é apenas de energias renováveis e a meta é chegar aos 100% em 2030.
“A EDP fez uma reconversão muito profunda do seu modelo de negócio e da sua estratégia, que nós entendemos que, no contexto atual, é aquilo que é necessário para garantir a perenidade da empresa para os próximos anos”, afirmou o administrador à agência Lusa.
A expansão para outros países fora de Portugal e a aposta em novas tecnologias, como a energia eólica, solar e o hidrogénio, foram os fatores que permitiram à empresa portuguesa estar mais adiantada do que outros concorrentes no abandono do carvão.
O grupo tem planos para investir 24.000 milhões de euros na transição energética, dos quais 19.200 milhões de euros (80%) em energias renováveis até 2025, que inclui tecnologias eólica, solar, hidrogénio verde e armazenamento de energia.
O administrador da EDP falava na COP26, dia dedicado à Energia, e participou em sessões relacionadas com o fim faseado do carvão como fonte de energia.
“O que vejo aqui nesta reunião global é um sentido de urgência e um crescer de uma dinâmica que une atores públicos e entidades privadas e com uma consciência coletiva de que a janela que nós temos para inverter o rumo da história fecha-se a cada dia”, disse.
Pelo menos 23 dos países signatários da declaração promovida pela presidência britânica da Conferência assumiram novos compromissos para eliminar a energia a carvão, incluindo alguns dos 20 maiores utilizadores deste tipo de fonte de energia, como Indonésia, Vietname, Polónia ou Ucrânia.
De fora ficaram Índia, China, Japão, Rússia e Austrália, que são os principais utilizadores e produtores de carvão, cujas emissões de gases com efeito de estufa na produção de eletricidade são consideradas a principal causa do aquecimento global.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
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