Investimento estrangeiro em 2021 pode atingir os três mil milhões de euros
Portugal “tem procura suficiente para contratualizar até ao final do ano aquilo que contratualizou em 2020, 2019 e 2018”, avançou o Secretário de Estado da Internacionalização.
O secretário de Estado da Internacionalização disse esta segunda-feira que se Portugal quiser pode atingir até ao final do ano os três mil milhões de euros de contratualização de investimento estrangeiro.
Segundo Eurico Brilhante Dias, o país “tem procura suficiente para contratualizar até ao final do ano aquilo que contratualizou em 2020, 2019 e 2018”.
“O ano de 2021, no seu conjunto, pode ser o equivalente aos três anos anteriores”, sublinhou o governante, numa intervenção na conferência “Exportações”, promovida pela AICEP, que decorre esta segunda em Coimbra.
De acordo com o secretário de Estado, se Portugal cumprisse com todos os investidores em lista contratualizados até 31 de dezembro, “poderíamos atingir três mil milhões de euros em contratualização”.
“Significa que, a par deste movimento, o investimento direto estrangeiro (IDE) em stock no país atingiu, pela primeira vez, em 2020, os 75% do PIB, o que é um recorde de sempre”, sublinhou.
Apesar do PIB ter descido em 2020, Eurico Brilhante Dias afirmou que, em bom rigor, este ano o PIB já atingiu os 75,1% no primeiro semestre continua a crescer, “o que significa que o fluxo de IDE e o stock de IDE estão a crescer, permitindo continuar a ter mais peso do investimento direto estrangeiro”.
“Essa trajetória é crescente, o que significa que é um trabalho coletivo que tem na AICEP um braço armado único e insubstituível na economia portuguesa em vários setores”. O secretário de Estado da Internacionalização considera que o “capital estrangeiro é decisivo para o ciclo virtuoso entre investimento e exportações”.
“Se Portugal cresceu entre 2017-2019 acima da média da União Europeia muito o deve à atração das exportações da captação de investimento direto estrangeiro”, sublinhou.
Na conferência da AICEP, o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), António Costa Silva, alertou que Portugal perdeu o “elo coletivo de trabalhar uns com os outros”, o que pode ser “letal” para o futuro do país.
António Costa Silva disse que Portugal precisa de ter muita atenção ao contexto internacional, com aumento do custo dos bens de produção, da energia e disrupção das cadeias logísticas.
“A última coisa de que precisávamos era que a implementação do PRR e do Portugal 2030 fosse profundamente afetada por estes efeitos do contexto internacional a que não podemos fugir”, enfatizou.
O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento alertou ainda para o problema interno da economia portuguesas, que nos 20 anos do século XXI esteve estagnada “e continua estagnada”.
“Nestes 20 anos, o nosso PIB per capita, se o compararmos com o nível médio da União Europeia, tem oscilado 30 a 40% abaixo da média da Europa”, disse na sua intervenção.
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