“Nas palavras, PS é um encanto. Na ação, uma desilusão”, diz Rio
"Nas palavras e na propaganda, o PS é um encanto. Na ação, na coerência e na coragem, é quase sempre uma desilusão", criticou Rui Rio, esta sexta-feira, na abertura do congresso social-democrata.
O presidente do PSD acusou esta sexta-feira o Partido Socialista de “meter o rabo e o discurso entre as pernas” na descentralização. “Nas palavras e na propaganda, o PS é um encanto. Na ação, na coerência e na coragem, é quase sempre uma desilusão“, atirou Rui Rio, na abertura da reunião magna social-democrata, que vai decorrer até domingo em Santa Maria da Feira.
O líder do partido laranja escolheu a descentralização como um dos temas fortes da sua intervenção desta sexta-feira. “O PS enche a boca com a descentralização, mas na hora da verdade os socialistas são sempre iguais a eles próprios. Mete o rabo e o discurso entre as pernas e não tem coragem para honrar a sua própria palavra“, sublinhou, lembrando o chumbo da “corajosa iniciativa do PSD” de transferir o Tribunal Constitucional e o Tribunal Administrativo para Coimbra.
Rui Rio acusou, assim, o Partido Socialista de ser “quase sempre uma desilusão”, salientando que é por isso mesmo que “pouco ou nada se faz de estrutural no país” e que a descentralização não avança nos moldes pretendidos. “Portugal tem de avançar na descentralização.
O centralismo é seguramente um dos maiores falhanços do pós-25 de abril“, enfatizou o líder do PSD, defendendo que o país tem de “abraçar a sério um processo de descentralização”, prometendo que um Governo do PSD terá “a firme vontade de agarrar este dossiê e começar a inverter políticas centralistas“.
A justiça foi outro dos grandes temas da intervenção de Rui Rio, que frisou que esta é uma das áreas que precisam de ser reformadas. “É na justiça que mais se nota o imobilismo e a incapacidade para dar uma resposta satisfatória às necessidades da sociedade”, afirmou. Para o líder do PSD, é preciso que a justiça seja “célere e eficaz, isenta e competente“, criticando, em contraste, as “vergonhas violações do segredo de justiça”.
O presidente do partido laranja aproveitou ainda para criticar os casos “que se arrastam penosamente nos meandros do sistema”, acusando o PS de estar de “cabeça baixa perante as dificuldades” na justiça.
Por outro lado, Rui Rio indicou que, nas próximas eleições, o PSD “propõe-se ganhar e governar Portugal com o rigor e a coragem que tanto nos tem faltado“. O político afirmou ainda que o rumo que o partido vai seguir vai “no sentido de chegar ao próximo Congresso Nacional com o apoio eleitoral dos portugueses plenamente conseguido e com um País governado por um Executivo do PSD“.
Na intervenção desta sexta-feira, Rui Rio sublinhou ainda que “há momentos em que a social-democracia tem de ter respostas de perfil mais à direita e outros em que o faz com uma postura mais à esquerda”. “E é assim que tem de ser, precisamente porque nos colocamos ao centro“, acrescentou, detalhando que é preciso que o partido seja sempre disponível “para corrigir os excessos sejam eles de direita ou de esquerda“. “Não somos ideologicamente amorfos”, assegurou.
Ao longo da intervenção, o líder do PSD lembrou também o “êxito eleitoral” na Câmara de Lisboa, a “recuperação” dos Governos das duas regiões autónomas e colou-se até à vitória eleitoral de Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República. “Numas eleições que o PS perdeu por falta de comparência“, observou.
O 39.º Congresso do PSD arrancou esta sexta-feira, prolongando-se até domingo.
(Notícia atualizada às 22h49)
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