Grupo CIN incorpora empresas de tintas de Alenquer e do Algarve
Multinacional da Maia concretiza a 1 de janeiro a fusão por incorporação da Martolar e da Conceitcor para eliminar ineficiências e “maior racionalização” financeira, administrativa e na distribuição.
A CIN – Corporação Industrial do Norte decidiu avançar para a fusão por incorporação da globalidade do património das sociedades Martolar – Materiais de Construção e Conceitcor – Comércio de Tintas, cuja totalidade do capital já pertencia ao grupo sediado na Maia.
A maior empresa ibérica de tintas e vernizes defende que a estratégia de fusão permite um maior alinhamento na estratégia, o aproveitamento de sinergias, adiciona capacidade de reação ao mercado e tem efeitos também na eficiência e controlo da operação, na obtenção de economias de escala e na profissionalização da gestão.
Num documento da CIN consultado pelo ECO no Portal da Justiça lê-se que “dado que as sociedades a incorporar exercem atividade comercial idêntica à da incorporante, com a fusão será possível obter sinergias significativas, eliminando ineficiências e conseguindo uma maior racionalização dos meios”. A nível administrativo, financeiro, dos sistemas de gestão e informação e também na área da distribuição.
“É fundamental a existência de fortes canais de distribuição que permitam potenciar o investimento que neles foi feito. E daí o investimento que tem vindo a ser feito na rede de lojas próprias, a consolidação da parceria com os revendedores e o aprofundamento das relações de partenariado com os agentes prescritores, [como] arquitetos, decoradores”, sustenta a CIN, que não quis prestar declarações adicionais.
A Martolar, com operações na zona de Alenquer, foi adquirida em 2007, na mesma altura em que o grupo da família Serrenho ficou também com a divisão de acabamentos industriais da Robbialac. Dedicada também ao comércio de tintas e vernizes, a Conceitcor, com sede em Ferreiras, no concelho de Albufeira, foi comprada em 2021. Dado que a CIN detém a 100% as sociedades a fusionar, “os acionistas só poderão ter a ganhar com o processo, através da otimização da cadeia de valor da empresa”.
As duas sociedades vão cessar a atividade no último dia deste ano, passando a ser exercida a partir de 1 de janeiro de 2022 “por conta e nome da CIN”, que a partir dessa data “assumirá a responsabilidade pelo pagamento dos débitos” dessas duas empresas. O capital social da empresa nortenha (25 milhões de euros) não será alterado em resultado deste ato de incorporação.
Entrada no “top 40” após faturar 313 milhões
Líder nacional desde 1992 e na Península Ibérica desde 1995, com a integração da marca Valentine no ano anterior, o grupo soma dez fábricas em Portugal, Espanha, França, Angola e Moçambique, com uma área de 150 mil metros quadrados e 135 mil toneladas de capacidade produtiva. É na Maia que está instalada a principal fábrica de tintas líquidas, a unidade central de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e também o centro de distribuição.
Presente em 50 mercados com a marca CIN, o grupo dedica-se exclusivamente ao negócio das tintas e vernizes, atuando nos principais segmentos de mercado. Emprega mais de 1.800 pessoas e registou no ano passado uma faturação global de 313 milhões de euros, com as vendas distribuídas pelas três áreas de negócio: 53% na construção civil, 34% na indústria e 13% na proteção anticorrosiva.
Espalhados por cinco países estão os sete centros de I&D com 7 mil metros quadrados e que albergam 150 técnicos. O investimento anual nesta área ascende a cerca de seis milhões de euros, segundo informação oficial. Estas estruturas de inovação estão organizadas em quatro áreas de competências: estudo de produto, estudo de cor, análise da composição do produto e estudo do comportamento e envelhecimento dos produtos.
A última grande operação realizada a nível internacional – e que permitiu ascender ao grupo das 40 maiores empresas do mundo de tintas e vernizes – foi anunciada em fevereiro de 2021. Da posição anterior de 13% no capital, o grupo liderado por João Serrenho passou a “deter uma participação dominante” e assim a controlar a italiana Boero, fundada em 1831 e especializada em produtos para a construção civil, iates e para o setor naval.
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