TAP entrega 5% dos slots em Lisboa. Não haverá mais despedimentos
A companhia aérea terá de ceder 18 slots no aeroporto da capital, o equivalente a 5% das faixas horárias diárias, esclareceu o ministro das Infraestruturas. Não vamos ter uma “tapezinha”, garante.
A cedência de 9 pares de slots (ou 18 faixas horárias) garante que a TAP não será transformada numa “tapezinha”, afirmou o ministro das Infraestruturas. Segundo Pedro Nuno Santos aquele número corresponde a “5% do total de slots” da companhia aérea, que dispõe de cerca de 300 diários.
O Governo começou por avançar a cedência de seis pares para a negociação, mas o número final acabaria por ser nove. “A Comissão Europeia queria mais slots, mas na negociação conseguimos um número que não põe em causa o negócio” da companhia, afirmou o governante numa conferência de imprensa ao início da noite, depois de Bruxelas ter dado luz verde ao plano de reestruturação. “É um número reduzido de slots para o que é a dimensão da TAP”, sublinhou.
Pedro Nuno Santos afirmou que ainda não se sabe quais são as companhias que vão ficar com estas faixas horárias, que só serão atribuídas aos concorrentes em outubro do próximo ano, através de um concurso.
O ministro das infraestruturas sublinhou que a TAP vai manter as 96 aeronaves que tem atualmente, menos 12 do que as 108 que tinha antes da pandemia. “A TAP começa o seu plano de restruturação com um número que já é superior ao segundo ano com mais aviões (93 aeronaves em 2019)”, afirmou. Até ao final do plano de reestruturação, o número poderá chegar a 99.
Face à manutenção da dimensão da TAP, o governante garantiu que não haverá mais despedimentos, nem cortes de salário.
Pedro Nuno Santos foi elogioso para com o trabalho do Governo, comparando o desfecho da negociação com o que aconteceu em Itália, onde a ITA, que substitui a Alitalia, nasceu com apenas 52 aeronaves. “Conseguimos evitar que a TAP fosse transformada numa ‘tapezinha’, disse.
“Os nossos argumentos foram bem recebidos. O trabalho está feito, Os resultados são bons”, afirmou o ministro. “Portugal tem perdido grandes empresas, como a Cimpor e a PT. Não se pode dar ao luxo de perder mais uma grande empresa“, acrescentou.
A Comissão Europeia deu esta terça-feira luz verde ao plano de reestruturação da TAP, mais de um ano depois do envio da primeira proposta pelo Governo, considerando que a companhia tem viabilidade a longo prazo. Bruxelas impôs, no entanto, vários compromissos.
Além da alienação dos slots, a TAP terá de vender as participações na manutenção no Brasil, na Cateringpor e na Groundforce. Mas só o fará se “existirem propostas adequadas e compatíveis com os interesses da TAP e do país”, afirmou.
Garantiu ainda que a Portugalia não será separada da TAP. “A Portugalia é uma empresa estratégica no grupo TAP. Não é beliscada. Vai ser uma empresa muito importante para a estratégia da TAP nos próximos anos”, garantiu.
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