easyJet quer “o máximo de ‘slots’ possível” que Bruxelas tirar à TAP

Companhia aérea britânica diz que, "obviamente", quer ficar com os "slots" que vão ser retirados à TAP pela Comissão Europeia no aeroporto de Lisboa.

A easyJet quer aproveitar o maior número de slots possível que sejam tirados à TAP pela Comissão Europeia no aeroporto de Lisboa, disse esta quarta-feira o diretor-geral da companhia britânica em Portugal. José Lopes afirma que a empresa quer continuar a crescer em território nacional e critica a lei que atualmente permite às companhias aéreas manterem slots nos aeroportos sem estarem a operar todos os voos.

“Seguimos atentamente o processo de restruturação da TAP, vamos ver como se desenvolve. Já deixámos claro [à Comissão Europeia] que, se existirem slots disponíveis [no aeroporto de Lisboa], vamos tentar obter o máximo possível“, disse o responsável, durante um encontro com jornalistas no Funchal, frisando que a empresa pretende continuar a crescer no país.

O diretor-geral da low-cost adiantou ainda que a easyJet mantém conversações regulares com Bruxelas para transmitir opiniões acerca do plano de restruturação da TAP: “Obviamente, como parte impactada, acompanhamos o processo e mantemos as conversações necessárias com Bruxelas para passar a nossa opinião e tentarmos estar informados”, explicou.

José Lopes criticou ainda a lei que atualmente, devido à pandemia, permite às companhias aéreas manterem os slots históricos nos aeroportos sem estarem a operar o limite mínimo de voos previsto — 80%. “Há companhias aéreas que estão a operar muito menos, mas mesmo assim mantêm os slots, sobretudo nos aeroportos de Lisboa e Porto”, disse. Essa lei foi esta quarta-feira estendida por mais tempo por Bruxelas.

Sobre a ajuda estatal à TAP, o responsável notou não estar contra as ajudas do Estado às companhias aéreas, mas defendeu que estas “devem ser equilibradas com processos de restruturação e remédios” que “minimizem a distorção do mercado e da concorrência”.

A Comissão Europeia ainda não se pronunciou sobre o processo de restruturação da TAP, mas o Governo espera uma decisão até ao Natal. Segundo apurou o ECO, a companhia portuguesa de bandeira propôs ceder 12 slots no aeroporto de Lisboa, o dobro do proposto inicialmente, e que foi considerado insuficiente por Bruxelas. Contudo, ao mesmo tempo, a TAP quer poder escolher pelo menos metade das faixas horárias.

Primeiro-ministro foi “injusto” e “incorreto” com as companhias aéreas

José Lopes recusa a ideia de que as companhias aéreas não controlam a vacinação e testagem dos passageiros nos aeroportos, depois de António Costa ter anunciado multas mais pesadas, acusando as empresas de não efetuarem esse controlo. “Nitidamente mal informado, o primeiro-ministro fez declarações muito duras para com a indústria da aviação. Foram [declarações] injustas e não foram corretas“, disse o responsável.

O diretor-geral da easyJet afirmou que o setor “tem vindo a fazer um trabalho enorme de proteção, substituindo o Estado no controlo de saúde pública” e que, no caso da companhia low-cost, não foi aplicada até ao momento qualquer multa por esses motivos.

Apesar disso, alertou para o impacto que os atuais valores têm nas contas das companhias. Até 1 de dezembro, as coimas iam até aos 2.000 euros por passageiros mas, este mês, passaram para um máximo de 40 mil euros. “Se isso fosse realmente algo que as companhias quisessem fazer [não controlar os passageiros], dez passageiros significariam uma multa de até 400 mil euros. No inverno, que é uma época baixa, o impacto é brutal“, disse.

(Notícia atualizada às 12h56 com mais informação)

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