Venda de seguros manteve tendência descendente em fevereiro

  • ECO Seguros
  • 23 Março 2021

A produção de seguros Vida encolheu 8%, enquanto negócio Não Vida foi impulsionado pelos conjuntos Acidentes e Doença e Incêndio e outros Danos.

A venda de seguros diminuiu 2,5% até fevereiro face igual período de 2020, totalizando 1,88 mil milhões de euros, indicam números do setor. Em janeiro, a variação foi 2,3% negativa face a igual mês do ano anterior.

A produção, medida pela emissão de seguro direto, quebrou 8,1% nos ramos Vida no acumulado dos dois primeiros meses de 2021, para cerca de 788 milhões de euros, com com o declínio a refletir variação homóloga de -10% nos Produtos de Capitalização e de -6,1% nos PPR, acumulando respetivamente 402,5 milhões e 195,6 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano. Os seguros de Risco Puro, terceira parcela mais significativa da produção Vida, evidenciaram estabilidade relativa (-0,6%) face ao período comparável de 2020, revelam indicadores da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), evidenciando valores negativos nos produtos de Renda Vitalícia.

No mercado Não Vida, a produção cresceu 2,0%, somando perto de 1097 milhões de euros e incremento para a generalidade dos ramos, exceto o ramo Automóvel (-0,8%, para 348,76 milhões de euros) e Transportes, o de menor peso na carteira não Vida, a evidenciar recuo de 2,3%, para cerca de 10,8 milhões de euros.

A evolução positiva em Acidentes e Doença (+2,3%, para 500,2 milhões de euros), agregando crescimentos de 5,8% nos seguros Doença (251,7 milhões) e estabilização em Acidentes de Trabalho (+0,1%), nos 222,2 milhões de euros, foi superada pelo incremento relativo, embora com peso nominal menos importante, nos seguros Incêndio e outros Danos de Coisas (+7,0%, para mais de 185 milhões de euros). Nesta categoria, a venda de seguros no segmento Habitação e Condomínios progrediu 4,5% face ao período homólogo de 2020, alcançando cerca de 97,6 milhões de euros, enquanto as coberturas para Comércio e Indústria venderam mais 14%, acumulando 70,06 milhões de euros até final de fevereiro.

No seu conjunto os ramos Não Vida representaram mais de 58% na estrutura de produção.

Fonte: Associação Portuguesa de Seguradores (APS)

Quanto à distribuição, o canal bancário averbou recuo de 11,6% na entrega de produtos Vida, faturando pouco mais de 606 milhões, contra subida de 5,6% nos restantes canais, cujas vendas somaram 181,9 milhões de euros. No negócio Não Vida, os bancos contabilizaram 148,4 milhões (+1,7% face a igual período de 2020), com os restantes canais a fazerem 86,5% das vendas, beneficiando de incremento de 2,0%, para 948,52 milhões de euros.

Globalmente (Vida e não Vida), a distribuição bancária diminuiu 9,2%, representando cerca de 754,44 milhões de euros ou 40% das vendas totais de seguros no acumulado de janeiro e fevereiro.

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Possível aumento de impostos assusta investidores. Wall Street de volta às quedas

Custos do plano de Joe Biden para fazer face à pandemia e possível aumento de impostos colocaram os investidores em alerta.

Wall Street voltou às quedas nesta sessão, com os investidores receosos com os custos do pacote de estímulos de Joe Biden para fazer frente à crise provocada pela Covid-19. As cotadas que seriam mais afetadas por recuos na reabertura da economia mundial após a pandemia destacaram-se nas perdas.

As declarações da secretária do Tesouro, Janet Yellen, de que a economia dos EUA continua em crise por causa da pandemia, enquanto defendia futuros aumentos de impostos para pagar novos investimentos públicos, colocaram os investidores em alerta.

Já o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Jerome Powell, sublinhou que a recuperação do país está a ser “mais rápida do que o esperado”, ao comentar as perspetivas da primeira economia mundial. Ainda assim, o líder do banco central norte-americano advertiu, no entanto, que a recuperação está “longe de ser completa” e que a Fed continuará a “dar à economia o apoio que precisar pelo tempo que for necessário”.

O industrial Dow Jones caiu 0,94%, para os 32.423,15 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 perdeu 0,76%, para os 3.910,52 pontos. Já o tecnológico Nasdaq recuou 1,12%, para os 13.227,70 pontos.

Nas quedas, destaque para a Caterpillar, que perdeu 3,46% para os 218,25 dólares. Nota também para as cotadas do setor das viagens, penalizadas pelas restrições implementadas. As companhias aéreas American Airlines e United Airlines caíram mais de 6% nesta sessão.

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Obrigacionistas da Mota-Engil aprovam alterações a emissão devido a entrada dos chineses da CCCC

  • Lusa
  • 23 Março 2021

A proposta, para acomodar alterações esperadas com a entrada da CCCC no capital do grupo, obteve 4.052 votos a favor e 813 votos contra, num total de 6.051 votos elegíveis.

A assembleia-geral (AG) de obrigacionistas da Mota-Engil aprovou esta terça-feira alterações às condições de uma emissão obrigacionista, para acomodar alterações esperadas com a entrada da China Communications Construction Company (CCCC) no capital do grupo, segundo um comunicado.

Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil adiantou que “a assembleia de titulares das obrigações representativas do empréstimo obrigacionista denominado ‘Mota-Engil 2018/2023’ com o código ISIN PTMENUOM0009″ em reunião “que decorreu no dia de hoje, 23 de março de 2021, e na qual estiveram presentes ou devidamente representados titulares de obrigações com o valor nominal em dívida correspondente a 80,40% (oitenta vírgula quarenta por cento) do valor nominal das obrigações em dívida, deliberou aprovar a proposta apresentada pelo Conselho de Administração”, alterando algumas alíneas e termos da emissão.

A “proposta obteve 4.052 votos a favor, 813 votos contra e 0 abstenções, do total de 6.051 votos elegíveis, tendo, por isso, sido aprovada”, disse o grupo.

Em 27 de novembro, a Mota-Engil anunciou ter concluído o acordo de parceria estratégica e de investimento com a CCCC para a entrada do novo acionista no capital do grupo, que se traduziu na compra de 55 milhões de ações (cerca de 23%) ao preço de 3,08 euros por ação, num investimento de 169,4 milhões de euros.

Na proposta a esta AG, publicada anteriormente pelo grupo, lê-se que “o emitente [Mota-Engil] celebrou este acordo com a CCCC com o objetivo de reforçar as suas capacidades financeiras, técnicas e comerciais, a fim de aumentar as suas atividades em todos os mercados e abrir novas oportunidades para novos desenvolvimentos”, que obriga a alterar algumas condições da emissão, para a adaptar “à nova estrutura acionista que resultar da conclusão do aumento de capital”.

Esta proposta, indicou o grupo, “por um lado, continua a exigir um patamar mínimo de participação da MGP e da FM – Sociedade de Controlo, SGPS, S.A. em conjunto (ou, em qualquer caso, um sucessor destas entidades), diretamente ou indiretamente, nos termos previstos no artigo 20.º do Código dos Valores Mobiliários, que ao abrigo da lei portuguesa corresponde à referência mais baixa cuja ultrapassagem determina o dever de lançar oferta pública de aquisição e, por outro lado, requer que àqueles acionistas seja atribuído o maior número de direitos de voto relativos ao capital social do emitente, assim garantindo uma estabilidade da base acionista de controlo”.

No dia 19 de março, os acionistas da Mota-Engil aprovaram uma alteração de estatutos que evita a possibilidade do lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) obrigatória da CCCC, segundo um comunicado divulgado nesse dia.

A Mota-Engil recordou ainda que “no uso da autorização, entretanto já concedida pela assembleia geral, deliberará um aumento de capital de 100 milhões de euros, com respeito pelo direito de preferência dos acionistas, ao preço unitário de 1,50 euros” e que “a CCCC, por sua vez, obrigou-se a participar nesse aumento, exercendo os direitos inerentes às 55 milhões de ações que adquirirá à Mota Gestão e Participações, SGPS, S.A. (MGP)” bem como “os direitos de subscrição inerentes a outros 20,66% do atual capital, cedidos também pela MGP”.

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Marcelo promulga novos apoios e alargamento do lay-off simplificado

Presidente da República promulgou esta terça-feira o "diploma do Governo que estabelece medidas de apoio aos trabalhadores e empresas, no âmbito da pandemia".

O Presidente da República promulgou o “diploma do Governo que estabelece medidas de apoio aos trabalhadores e empresas, no âmbito da pandemia da doença Covid-19”, lê-se na nota publicada no site da Presidência esta terça-feira .

Este diploma contempla o novo pacote de apoios à economia, nomeadamente o alargamento do lay-off simplificado a empresas cuja atividade, não estando suspensa ou encerrada, foi significativamente afetada pela interrupção das cadeias de abastecimento globais, ou da suspensão ou cancelamento de encomendas, e ainda aos sócios-gerentes.

O Governo decidiu também reativar o apoio extraordinário à redução da atividade económica de trabalhador independente, empresário em nome individual ou membro de órgão estatutário dos setores do turismo, cultura, eventos e espetáculos, cuja atividade, não estando suspensa ou encerrada, está ainda assim em situação de comprovada paragem total da sua atividade ou da atividade do respetivo setor.

Para além disso, foi prolongado o apoio extraordinário à retoma progressiva até 30 de setembro de 2021, estabelecendo um regime especial de isenção e redução contributivas para empresas dos setores do turismo e da cultura.

Marcelo Rebelo de Sousa “promulgou ainda o diploma do Governo que atualiza o Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, que aprova o novo regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, procedendo ao desenvolvimento legislativo e concretizando as alterações introduzidas pela Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, que aprova a Lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo”.

(Notícia atualizada às 20h55)

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APA pediu análise às Finanças sobre venda das barragens, Parpública diz que desconhecia o negócio

A APA diz que pediu uma análise às Finanças sobre a venda das barragens da EDP. A Parpública garante não podia "validar questões económico-financeiras associadas à transmissão das concessões".

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esclareceu esta terça-feira, em comunicado, que solicitou uma análise ao “Ministério das Finanças, nomeadamente a Parpública” durante o processo de avaliação da venda de seis barragens no rio Douro da EDP à francesa Engie. Em comunicado à imprensa, a APA aponta que coube ao ministério de João Leão analisar as “condições contratuais da operação da alienação, nomeadamente de natureza financeira”.

Diz a agência que a conclusão dessa mesma análise ditou que se tratava de “um negócio entre dois particulares” e que, por isso “não cabia ao Estado qualquer análise e/ou intervenção para além da que possa impactar com os contratos de concessão”, tal como foi referido “nas adendas aos contratos que autorizam a transmissão”. Esta resposta é de novembro de 2020, mas a APA não esclarece no seu comunicado quando é que recebeu a análise das Finanças, via Parpública, entidade que deixou de ser liderada pelo atual Secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, em junho de 2020.

No entanto, o ministério das Finanças faz uma leitura bem diferente do que a Parpública disse à APA a propósito da venda das barragens da EDP.

E se na Assembleia da República o tom entre os dois ministros foi de cordialidade e conciliação, numa tentativa de esclarecer os deputados sobre os contornos fiscais do negócio, sobretudo do lado das Finanças, mais tarde nesse dia e já depois do comunicado da APA, o ministério de João Leão veio explicar em declarações ao ECO o contexto no qual a APA solicitou o apoio técnico da Parpública e as conclusões da análise da Parpública em novembro de 2020.

De acordo com documentos que são públicos e estão no site da Assembleia da República, o ministério das Finanças esclareceu que na altura a Parpública informou a APA sobre a impossibilidade de se pronunciar, uma vez que “não acompanhou nem teve qualquer intervenção, porque não tinha de ter (quer por atribuição legal, quer por atribuição de competência) em qualquer aspeto relacionado com a transação”.

Além disso, manifestou também “desconhecer em absoluto a informação sobre a transação em apreço, concluindo que, em função da sua elevada complexidade setorial”, pelo que “a análise da operação não se afigura possível nem se encontra na esfera de conhecimentos da Parpública”, que ficou assim impossibilitada de “validar questões económico-financeiras associadas à pretensão de transmissão das concessões, assim como eventuais acertos ao valor pago em virtude da transmissão de direitos de utilização do domínio hídrico uma vez que se desconhecem os contratos de concessão, os seus requisitos e modelos”.

O esclarecimento da APA surgiu depois da audição conjunta do ministro das Finanças e do ministro do Ambiente e da Ação Climática, esta tarde no Parlamento, em que responderam aos deputados sobre os contornos do negócio da venda de barragens pela EDP à Engie, por 2,2 mil milhões de euros.

Durante a audição no Parlamento, a deputada bloquista Mariana Mortágua citou um parecer interno da APA de julho de 2020, em que era desaconselhada a ‘luz verde’ a este negócio à data do documento, 30 de julho. No final de agosto do ano passado todas estas preocupações foram partilhadas com a EDP, disse Nuno Lacasta, presidente da APA, ainda no mesmo dia.

O responsável garantiu tratar-se apenas de uma espécie “avaliação de controlo” do departamento de recursos hídricos, feita a meio do ano de 2020, que revelou ser necessária mais informação e mais análise. “Havia na altura várias dúvidas em cima da mesa que foram colocadas por escrito pela APA em sucessivas comunicações à EDP e à Engie. Havia incertezas à data que foram desaparecendo à medida que os meses foram passando”, disse Lacasta em declarações à SIC Notícias na noite desta terça-feira.

Na análise do negócio estiveram envolvidos os departamentos jurídico, avaliação ambiental, recursos hídricos, alterações climáticas e segurança de barragens da APA, confirmou.

É um documento de trabalho relativo a um processo que se iniciou em janeiro de 2020 e que foi concluído em novembro desse mesmo ano, quando foi autorizada a transmissão dos contratos de concessão e que regulam unicamente a utilização dos recursos hídricos”, explica o comunicado. A APA indica ainda que aquele parecer “ilustra questões e esclarecimentos que a APA devida e atempadamente suscitou e o caminho que foi percorrido até à decisão final”.

A agência esclarece ainda que nessa altura, em julho do ano passado, o processo estava numa fase em que estavam a ser pedidos elementos quer ao então concessionário — EDP — quer a quem pretendia ficar a explorar dessas mesmas concessões — Engie.

“O documento ilustra a forma sistemática e detalhada como toda a situação foi analisada e como os aspetos ambientais e de gestão de recursos hídricos foram devidamente identificados, discutidos e analisados pela APA. No decorrer do processo foram sendo solicitados e recebidos elementos adicionais por parte dos intervenientes, esclarecidos os aspetos mais críticos de gestão dos recursos hídricos, assim como foi realizado com muito detalhe o ponto de situação das medidas ambientais, com garantias concretas da sua conclusão e manutenção e ainda sobre a capacidade técnica e financeira de quem iria ficar a gerir as concessões”, explica a APA.

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100% remoto, 100% presencial… E porque não um modelo entre eles, mais personalizado e flexível?

O segredo está na harmonização entre a dicotomia. Personalizar a 100% e flexibilizar ao máximo são os fatores cruciais,

Personalização e flexibilização são as palavras de ordem, e que criam um outro modelo de trabalho que está no meio de um regime 100% remoto e de um regime 100% presencial, que obriga a uma presença física no local de trabalho. As empresas vão, cada vez e acima de tudo, adaptar-se às necessidades e preferências das suas pessoas, que podem querer trabalhar a partir de casa, de outra cidade ou até de outro país, voltar ao escritório ou adotar um modelo que seja híbrido.

A tb.lx não quis abdicar do escritório precisamente para providenciar esse espaço às pessoas que não têm as melhores condições para trabalhar a partir de casa ou que preferem a rotina no escritório. No entanto, a tecnológica não se opõem, antes pelo contrário, a quem prefira trabalhar à distância.

“Não somos uma empresa fully remote, isso significaria que podíamos contratar de qualquer parte do mundo e que as pessoas estariam lá para sempre. Mas, se o colaborador quiser ir para a Bélgica e trabalhar desde lá durante uns meses, tudo bem”, diz Sara Gorjão, chief people officer da tb.lx by Daimler Trucks & Buses, durante a conferência “Top Tech Career Trends for 2021”, organizada pela Landing.Jobs a propósito do lançamento do estudo que dá nome ao evento.

"O que nós queremos é flexibilizar e dar as melhores condições para as pessoas trabalharem, seja no escritório ou a partir de onde quiserem trabalhar.”

Sara Gorjão

Chief people officer da tb.lx by Daimler Trucks & Buses

“O que nós queremos é flexibilizar e dar as melhores condições para as pessoas trabalharem, seja no escritório ou a partir de onde quiserem trabalhar”, continua. Para Sara Gorjão, já não existem dúvidas que são as empresas que adotarem uma metodologia híbrida ou fully remote que serão as “mais apetecíveis” para o talento.

João Borga, diretor executivo da Startup Portugal e managing director da Rede Nacional de Incubadoras (RNI), e também orador da conferência, está de acordo e considera que as empresas que querem ter os melhores recursos humanos estarão dispostas a dar-lhes o que estes querem. “As melhores empresas querem os melhores quadros e os melhores quadros querem estar remotos, na casa do campo ou junto à praia”, diz.

No fundo, não é preciso ser fully remote para atrair o melhor talento, é preciso responder e corresponder às necessidades do talento, mas sempre com flexibilidade. “Podem ser remote first para atrair o melhor talento”, salienta Pedro Moura, chief marketing officer da Landing.Jobs, acrescentando que a dicotomia entre 100% remoto e 100% office vai acabar por desaparecer ao longo do tempo, harmonizando-se. “Vai haver um galho para cada macaco. Vamos voltar a ter salários em função do valor intrínseco do funcionário para a organização”, refere.

E, com o regime remote first, também os salários saem mais elevados. De acordo com o relatório “Top Tech Career Trends for 2021”, são as pessoas que trabalham em modelos full office que recebem os salários mais baixos.

“Somos bons a criticar-nos e maus a promover aquilo que temos de bom”

Com esta dinamização dos mercados, que possibilita que o talento trabalhe para uma empresa de qualquer parte do mundo e a partir de qualquer parte do planeta, Portugal tem o desafio de continuar a ser um local atrativo, e as empresas a obrigação de continuarem a recomendar o país, projetando-o para o mundo.

Para João Borga, nós, portugueses, “somos muito bons a criticar-nos e muito maus a promover aquilo que temos de bom”. No entanto, o país lusitano tem características que considera privilegiadas, começando nos fatores materiais, como a infraestrutura, saúde e educação gratuitas, e terminando com elementos imateriais, como pode ser a pacificidade e o acolhimento. “Somos o terceiro país mais acolhedor do mundo e muitas vezes somos apontados como o mais acolhedor para estrangeiros. E não é só eu vir para Portugal trabalhar, é também eu ter portugueses na empresa”, afirma.

“Há uns tempos uma pessoa estrangeira que montou uma equipa grande cá dizia-me que uma das principais razões pelas quais veio para cá foi porque é o único sítio onde consegue ter sentados um israelita e um iraniano, e nem um nem o outro se sentem segregados, nem mesmo quando vão para casa, para os seus bairros. Esta cultura não se compra nem se vende, foi gerada pela comunidade e é difícil de replicar”, acrescenta.

"Precisamos de criar programas mais proativos para as pessoas virem cá não só para usufruir do sol, mas para viverem cá.”

Pedro Moura

Chief marketing officer da Landing.Jobs

Para Pedro Moura, além de haver muito bom talento em Portugal e de Portugal ser um país diplomata que une as pessoas, é fundamental continuar a atrair talento tecnológico e, para isso, é preciso criar programas mais proativos para “as pessoas virem cá não só para usufruir do sol, mas para viverem cá”.

Já no que toca ao talento português, o CMO da Landing.Jobs considera que existe uma necessidade enorme de requalificação de talento. “Os programas que já existem não chegam. Precisamos de mais”, diz. “Por todas as razões, temos de trazer ainda mais gente para o setor tech“, remata.

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Oposição prepara lista única em torno de Miguel Coelho para as eleições no Montepio

Tal como há três anos, um grupo de associados procura juntar forças e apresentar uma lista concorrente única à Associação Mutualista. Há um nome em cima da mesa para liderar lista: Miguel Coelho.

Com as eleições apontadas para o final do ano, a corrida nos bastidores da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) começa a aquecer. Se a candidatura do atual presidente Virgílio Lima com uma lista de continuidade é dada como adquirida, a oposição está (novamente) focada em alinhar interesses, deixar as divergências de lado e concentrar as forças numa lista concorrente única. E há já um nome em torno do qual um grupo de associados e ex-dirigentes do Montepio está a trabalhar, de acordo com informações recolhidas pelo ECO. Trata-se de Miguel Coelho, antigo administrador financeiro da equipa de Tomás Correia, com quem veio a entrar em rota de colisão em 2018.

Em teoria, é muito provável que seja esse nome, mas o processo não está concluído”, confirmou fonte próxima das discussões ao ECO. Em cima da mesa está a ideia de juntar numa única lista membros (ou grande parte dos nomes) das listas de Ribeiro Mendes e António Godinho e que saíram derrotadas das últimas eleições de 2019, tendo reunido, ainda assim, mais de 55% dos votos em conjunto.

Já nas últimas eleições foram desenvolvidos esforços no sentido de tentar derrotar Tomás Correia agregando várias forças internas da oposição, mas não se chegou a um bom porto. A mesma fórmula está novamente de volta. “Aprendemos nestes três anos que o mais importante é conseguir convergência ampla e construir uma convergência à altura dos desafios do Montepio”, afirma agora Ribeiro Mendes, que encabeçou a lista B nas últimas eleições, ao ECO. Não foi possível contactar António Godinho.

As conversações estão em curso neste momento com vista a chegar a um entendimento em relação a um projeto para a mutualista e aos nomes que irão candidatar-se não só ao conselho de administração, juntamente com Miguel Coelho, mas também aos outros órgãos sociais: conselho fiscal, mesa da assembleia e a recém-criada assembleia de representantes, que deu lugar ao conselho geral.

Quanto a Miguel Coelho, foi administrador com o pelouro financeiro da equipa de Tomás Correia entre 2016 e 2018. Como Ribeiro Mendes, também Miguel Coelho entrou em divergência com a gestão, tendo inclusivamente votado contra um aumento de capital de 250 milhões do banco em 2017 e que foi integralmente subscrito pela mutualista. Antes disso, o docente da Universidade Lusíada exerceu funções em empresas do grupo, incluindo o banco, e foi vice-presidente do Instituto da Segurança Social.

Como o ECO avançou, o processo eleitoral já arrancou no passado mês de janeiro com a mutualista a pôr em consulta pública um projeto de regulamento eleitoral, que prevê o voto eletrónico em vários “pontos de contacto” da mutualista com os associados em todo o país e o registo prévio dos candidatos concedido pelo regulador dos seguros.

Estas duas novidades do regulamento eleitoral mereceram duras críticas deste grupo de associados que agora tenta formar uma lista concorrente única contra Virgílio Lima. “O projeto [de regulamento eleitoral] inclui um conjunto de procedimentos que, a serem adotados, constituiriam um gravíssimo enviesamento do processo eleitoral, conferindo tais vantagens à lista apoiada pelo conselho de administração incumbente, que só em situações muito extremas não seria esta a vencedora”, segundo manifestou este grupo numa carta enviada à comissão que elaborou a proposta. O projeto de regulamento eleitoral ainda tem de ser aprovado em assembleia geral.

O mandato dos atuais órgãos sociais termina no final do ano. Os estatutos obrigam a que a atual administração liderada por Virgílio Lima apresente uma lista. As eleições são aguardadas com expectativa face ao momento que vive a maior instituição mutualista do país, que gere poupanças de mais de dois mil milhões de euros de 600 mil associados.

As contas da AMMG de 2020 ainda não são conhecidas, embora se saiba que há muito que a instituição convive com desafios do ponto de vista financeiro. O ECO revelou há duas semanas que a AMMG e o Banco Montepio estão a preparar a desconsolidação de uma carteira de mil milhões de euros em crédito malparado e imóveis do banco para um veículo ligado à mutualista. O banco não ficará com qualquer exposição a este veículo, o que permitirá libertar capital. O processo está a ser estudado internamente e, caso seja viável, será submetido aos supervisores e auditores, disse fonte oficial da mutualista.

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61% das pessoas com mais de 80 anos já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19

O relatório de vacinação divulgado pela DGS revela que 5% da população portuguesa já recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19, enquanto 9% recebeu uma.

Em Portugal, 61% das pessoas com mais de 80 anos já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19, indica o relatório do estado da vacinação divulgado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Por sua vez, 30% das pessoas nesta faixa etária completaram o processo de imunização.

Assim, são 415.341 as pessoas com mais de 80 anos que já levaram a primeira dose, segundo os dados da DGS até ao dia 21 de março, das quais 205.399 já receberam a segunda dose, ou seja, têm a vacinação completa.

Olhando para o quadro geral, até domingo, o número de pessoas que já tomaram uma dose da vacina chegou aos 942.825, dos quais 471.204 já têm a vacinação completa. O coordenador da task force do plano de vacinação adiantou que até ao final desta semana se atinge a fasquia de “um milhão” de pessoas inoculadas com a primeira dose da vacina e 500 mil com as duas doses.

Numa semana marcada pela suspensão da vacina da AstraZeneca, que já voltou a ser administrada esta segunda-feira, foram vacinadas mais 79.357 pessoas em Portugal, enquanto o número de pessoas com a vacinação completa aumentou em 107.681. Desta forma, 5% da população portuguesa já recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19, enquanto 9% recebeu uma.

No que diz respeito às restantes faixas etárias, até 21 de março, 97.230 pessoas (6%) com idades entre os 65 anos e os 79 anos, 211.588 pessoas (10%) com idades entre os 50 anos e os 64 anos, 200.568 pessoas (6%) entre os 25 anos e os 49 anos, 17.852 pessoas (2%) entre os 18 anos e os 24 anos e 243 pessoas (0%) com até 17 anos já tinham recebido também a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Quanto à distribuição geográfica da vacinação, destaca-se o Norte, com 449.858 doses administradas, mais 68.257 do que no último balanço da DGS. Cerca de 8% da população dessa região já recebeu a primeira dose e 4% já tem a vacinação completa. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 440.279 doses administradas, mais 53.221 face à semana passada. Nessa região, 8% da população já recebeu a primeira dose e 4% já tem a vacinação completa.

No Centro, 310.964 pessoas já foram vacinadas (mais 39.894 do que no último balanço), tendo agora 13% da população já recebido a primeira dose e 7% já completado a vacinação. No Alentejo, 14% da população já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e 7% já completou a vacinação, tendo sido administradas até ao momento 97.249 doses.

Quanto ao Algarve, já foram administradas 51.051 doses (mais 5.621 esta semana), o que significa que 8% da população já recebeu a primeira dose e 3% já tem a vacinação completa. No que diz respeito às regiões autónomas, os Açores contabilizam 22.221 doses administradas, enquanto a Madeira conta com 40.582 doses.

Veja o relatório de vacinação relativo aos dados a 21 de março:

(Notícia atualizada às 21h05)

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Costa salienta investimento público é essencial na resposta à crise

  • Lusa
  • 23 Março 2021

Desde 2016, "o investimento público terá aumentado mais de 60%", em Portugal, disse António Costa, antes de acrescentar que o setor da construção civil não parou durante a pandemia.

O primeiro-ministro considerou esta terça-feira que o investimento público é essencial na resposta à crise provocada pela covid-19, defendendo que Portugal está a enfrentar a crise de forma distinta do passado e também sairá dela de outra forma.

Esta posição de caráter ideológico foi transmitida por António Costa no final de uma visita às obras de requalificação na Escola Secundária Camões, em Lisboa, em que esteve acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

Logo no início da sua intervenção, o líder do executivo referiu-se ao quadro de respostas adotado pelo país perante a crise financeira internacional de 2010, advogando que uma das primeiras decisões então tomadas “foi parar o investimento público”.

“Interrompeu-se assim o enorme esforço de recuperação do parque escolar. Agora, estamos outra vez numa crise profunda, mas desta vez percebemos que era fundamental não só não interromper, como, pelo contrário, acelerar o investimento público”, declarou.

Perante os jornalistas, António Costa caracterizou como “simbólica” a obra de requalificação que está em curso no antigo Liceu Camões.

“Marca bem a forma distinta como estamos a enfrentar esta crise e, também, a forma distinta como vamos sair desta crise”, salientou.

De acordo com os dados apresentados pelo primeiro-ministro, desde 2016, em Portugal, “o investimento público terá aumentado mais de 60%.

“E só este ano o investimento público aumenta mais de 20%, não apenas no setor educativo, mas muito na área da saúde. Com estas obras nas escolas, estamos a dar um sinal muito claro de que a recuperação do país passa pelo investimento público e pelo investimento na educação”, reforçou.

Ainda no plano económico, o primeiro-ministro observou que o setor da construção civil “foi um dos poucos que nunca parou” desde o início da pandemia no ano passado.

“Mesmo nos momentos mais difíceis em que muitos tiveram de ficar em casa para se proteger, houve outros que tiveram de continuar a sair de casa, correndo riscos de saúde, para que as obras não parassem. Isso foi fundamental para sustentar a economia e o emprego”, destacou.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro disse também que o seu Governo, em janeiro passado, perante um aumento drástico de casos de infeção com o novo coronavírus, “resistiu até ao último segundo interromper as atividades letivas presenciais”.

“E das primeiras decisões que tomámos foi começar o desconfinamento pelas creches, pelos jardins de infância e pelo 1º ciclo. Estamos todos a fazer um esforço para que este programa de desconfinamento corra bem e para que rapidamente possamos abrir os 2º e 3º ciclo logo a seguir à Páscoa, e depois seguir-se-ão os ensinos Secundário e Superior”, apontou.

Antes, o ministro da Educação salientou a importância das aulas presenciais e das medidas de segurança adotadas contra a pandemia de covid-19.

“O lugar real onde devem estar os nossos alunos, professores ou trabalhadores não docentes é nas suas próprias escolas. É lá que o processo de ensino verdadeiramente acontece”, disse Tiago Brandão Rodrigues.

Segundo o membro do Governo, ao longo das últimas semanas, as escolas demonstraram que “está preparadas e que são um exemplo ao nível do cumprimento das regras” de prevenção da covid-19.

“A testagem em massa que fizemos primeiro com os educadores, com os trabalhadores não docentes, mostra que as escolas estão preparadas e a participar neste processo de desconfinamento. E o processo de vacinação que irá iniciar-se é outra forma de demonstrarmos que as escolas têm de ser resilientes”, acrescentou.

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Primeiro-ministro espanhol visita Angola no início de abril

  • Lusa
  • 23 Março 2021

"Esta deve ser a década de Espanha em África", disse Pedro Sánchez, que vai visitar Angola a 8 de abril e também o Senegal.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, vai visitar Angola em 08 de abril próximo, na primeira etapa de uma curta deslocação a África que o levará também ao Senegal, disse à agência Lusa fonte do executivo de Madrid.

O chefe do Governo espanhol pretende retomar de forma gradual a sua agenda internacional, muito condicionada pela pandemia de coviod-19, que tem África como uma das prioridades, segundo a mesma fonte.

Numa reunião com os embaixadores de Espanha, que teve lugar no início do ano, Pedro Sánchez já tinha indicado que assim que a situação epidemiológica causada pandemia permitisse, faria uma digressão por vários países africanos para reforçar a presença do país nesse continente e manifestar o desejo de Madrid de ter uma maior colaboração com os respetivos governos.

“Esta deve ser a década de Espanha em África”, sublinhou Sánchez nessa ocasião, na qual precisou que pretendia uma maior presença das empresas espanholas na região.

O chefe do Governo espanhol tem previsto sair de Madrid a 07 de abril para regressar a 09 do mesmo mês, realizando uma visita oficial de um dia a cada um dos dois países africanos.

O presidente angolano, João Lourenço, ao tomar posse em 2017, aludiu a relação prioritária que pretendia estabelecer com vários países, incluindo a Espanha, e convidou na altura os investidores espanhóis a participarem no processo de diversificação económica e privatizações que pretendia implementar.

Na altura convidou mesmo para uma visita cuja data foi marcada para 25 e 26 de março de 2018 o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy que teve de cancelar à última hora a deslocação devido à situação política na Catalunha.

O chefe do executivo espanhol da altura tinha previsto levar a Luanda uma importante delegação de empresários dos mais diversos setores, com relevo particular para a energia, água, telecomunicações, transportes, indústria e turismo.

A diplomacia económica de Madrid está a fazer uma aposta muito forte desde de 2010, na sequência da crise financeira, em estender a sua área de influência tradicional (América Latina e norte de África) a outras zonas do globo.

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Todos concordam que EDP não podia usar benefício fiscal, mas BE e PSD desconfiam que o fez

O polémico artigo 60.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais continua no centro da polémica da venda das barragens da EDP. Os partidos dizem que não podia ser usado, mas desconfiam que foi. AT analisa.

O Governo, o PSD e o Bloco estão de acordo numa coisa: a EDP e a Engie não podem recorrer ao polémico artigo 60.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), alterado no Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020), para terem isenção de imposto de selo no negócio das barragens do Douro firmado por 2,2 mil milhões de euros. Contudo, o PSD e o Bloco desconfiam, tal como revelava a notícia do Correio da Manhã, que a empresa justifica o não pagamento de impostos com esse benefício fiscal. Neste ponto, o Executivo não abre o jogo, remetendo a questão para a Autoridade Tributária, a qual já começou a analisar a operação.

Foi um longa e acesa audição que decorreu esta terça-feira no Parlamento: de um lado, o ministro das Finanças, o ministro do Ambiente e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais; do outro lado, a deputada do Bloco, Mariana Mortágua, e o deputado do PSD, Afonso Oliveira — os dois partidos mais vocais na crítica a este negócio, na ótica fiscal. O Governo acusou diversas vezes os deputados de dizerem “inverdades” e criticou as “julgamentos precipitados”. Já os deputados criticaram o Executivo pela inação neste processo e pela falta de respostas.

Mas houve um ponto em que acabou por haver concordância entre praticamente todos: o polémico artigo 60.º do EBF não pode ser utilizado pela EDP ou a Engie para evitar o pagamento do imposto do selo. Mortágua reconheceu que a isenção fiscal do artigo 60.º, na qual o seu partido se absteve no OE 2020, não se aplica ao trespasse de concessão de barragens, mas alegou que “o problema é que a EDP está a simular uma reestruturação empresarial com neutralidade fiscal” e, assim, a tentar beneficiar desse artigo. Afonso Oliveira também disse que a “EDP não pode alegar” o artigo 60.º. Ambos questionaram o Governo sobre se era isso que a EDP estava a fazer, mas não obtiveram resposta uma vez que o Executivo argumenta que não pode comentar casos em específico nem sobrepor-se à Autoridade Tributária.

Ainda assim, António Mendonça Mendes congratulou-se com o facto de os partidos reconhecerem que a alteração do OE2020 não foi feita à medida do negócio da EDP e garantiu que, em abstrato e de forma geral, “se alguém quiser invocar o artigo 60.º [na transmissão de uma concessão] está errado [porque] não há nenhuma isenção de imposto de selo” nesses casos, explicando que esse tipo de transação está enquadrado noutro artigo da lei fiscal em que é devido imposto. “Estamos mais de acordo do que aparenta uma discussão contaminada por pequenos soundbytes“, disse, dirigindo-se a Mortágua e reforçando a ideia de que o fisco vai atuar e recuperar o imposto devido caso tenha existido planeamento fiscal agressivo, utilizando nomeadamente as cláusulas antiabuso.

Quanto ao PSD, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais passou ao ataque, reagindo à proposta avançada pelos social-democratas de repor a versão anterior do artigo 60.º. O próprio partido admitiu durante a audição que, na prática, uma vez que acha que este não se aplica à EDP, a revogação não teria efeitos práticos em negócios semelhantes. Porém, segundo Mendonça Mendes, na realidade o que o PSD está a propor é a “isenção de um imposto que já não existe”, o qual tinha sido revogado no Orçamento de Estado de 2010. E acrescentou que a redação anterior iria “favorecer os grandes grupos” em vez de facilitar a reestruturação das pequenas empresas. Afonso Oliveira já não teve oportunidade de responder uma vez que esta acusação foi feita na última ronda de perguntas e respostas.

Chegados aqui, ainda não se sabe se a EDP usou esse artigo para concluir, como disse o seu CEO no Parlamento, que não tem de pagar impostos relativamente à venda da concessão de seis barragens do Douro à Engie por 2,2 mil milhões de euros. “O imposto do selo não é devido por lei. Tal até resulta de uma Diretiva Europeia que impede a aplicação de imposto do selo a operações como esta“, disse Miguel Stilwell, no Parlamento, numa audição sobre o tema, afirmando que esta “era a única forma de assegurar a venda” e argumentando que o próprio fisco entende que não há impostos envolvidos, com base numa decisão de 2019 relativa à Iberdrola.

No domingo, o Correio da Manhã noticiou que o negócio estava sob investigação da justiça e que, apesar de a alteração ter sido para as operações de reestruturação e não para a transmissão de concessões (que continua a pagar imposto de selo), a “EDP defende que a venda das barragens se tratou de uma verdadeira reestruturação e não um trespasse de concessão”. O veredicto final está nas mãos da Autoridade Tributária com a análise ao negócio já a decorrer. “A senhora Diretora Geral da AT acabou de me informar que os serviços já se encontram trabalhar nesta matéria, estando em fase de recolha de elementos preparatórios para que possam promover as ações necessárias, no tempo e no modo adequado, à eventual liquidação de impostos devidos”, disse João Leão na audição.

Caso o fisco conclua que a EDP ou a Engie devem pagar impostos que não liquidaram, poderão ser acionadas as famosas cláusulas gerais antiabuso, cujo regime foi mudado no início de 2019 para dar maior cobertura à ação da Autoridade Tributária contra o planeamento fiscal agressivo ou abusivo. Mendonça Mendes revelou no Parlamento que as cláusulas antiabuso já foram acionadas 113 vezes, mas não disse qual foi a taxa de sucesso. O Bloco teme que, mesmo com esta ferramenta nas suas mãos, a AT não consiga reaver o imposto devido pelo negócio das barragens.

Helena Borges, diretora-geral da Autoridade Tributária, deverá em breve ter oportunidade de esclarecer os deputados sobre esta análise uma vez que o PS anunciou que ia entregar um requerimento para a chamar ao Parlamento. Segundo o deputado socialista João Paulo Correia, caso o fisco chegue à conclusão que houve abuso no planeamento fiscal da EDP e da Engie, o imposto do selo a cobrar pode subir dos 5% para os 15% para penalizar as empresas.

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Powell vê recuperação “mais rápida do que o esperado” dos EUA

  • Lusa
  • 23 Março 2021

Apesar do otimismo, presidente da Fed diz que o banco central continuará a "dar à economia o apoio que precisar pelo tempo que for necessário".

O presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, Jerome Powell, diz que a recuperação do país está a ser “mais rápida do que o esperado”, ao comentar as perspetivas da primeira economia mundial.

“A recuperação avançou mais rápido do que geralmente se esperava e parece estar a reforçar-se“, assinalou Powell numa audição na comissão de Assuntos Financeiros da Câmara dos Representantes com a secretária do Tesouro, Janet Yellen.

O líder do banco central norte-americano advertiu, no entanto, que a recuperação está “longe de ser completa” e que a Fed continuará a “dar à economia o apoio que precisar pelo tempo que for necessário”.

Yellen, por seu lado, salientou a importância do novo pacote de relançamento económico aprovado recentemente no Congresso, com um valor total de 1,9 biliões de dólares e indicou que os Estados Unidos podem voltar “ao pleno emprego em 2022”.

Na semana passada, a Fed reviu em alta as previsões de crescimento económico para os Estados Unidos para 6,5% em 2021, quando tinha antecipado 4,2% na previsão feita em finais de 2020.

O banco central dos Estados Unidos tem mantido as taxas de juro a um nível próximo de 0%, depois de as ter reduzido em março de 2020, no início da pandemia, apoiando também a economia com avultadas compras de dívida.

A próxima reunião de política monetária da Fed está prevista para 27 e 28 de abril.

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