John Textor quer Benfica na Bolsa de Nova Iorque

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

John Textor reuniu-se esta quinta-feira com a direção do Benfica para manifestar a intenção de cotar a sociedade encarnada na Bolsa de Valores de Nova Iorque.

O empresário norte-americano John Textor apresentou esta quinta-feira à direção do Benfica a intenção de cotar a sociedade encarnada na Bolsa de Valores de Nova Iorque, confirmou esta quinta-feira à Lusa fonte oficial do clube.

John Textor, que já manifestou o interesse em investir na SAD do Benfica, reuniu-se esta quinta-feira com os vice-presidentes do clube Luís Mendes e Jaime Antunes, num encontro que contou com a presença do presidente Rui Costa no início.

“O encontro decorreu de forma cordial e o sr. John Textor ficou de enviar informação adicional sobre as intenções que tem para o Benfica, para posteriormente serem objeto de avaliação e análise por parte da direção. Não está prevista, por agora, qualquer nova reunião com o sr. John Textor”, lê-se no comunicado do Benfica.

Em causa está a intenção de cotar a SAD encarnada na bolsa nova-iorquina, que, segundo fonte oficial do clube, “foi entendida como estando cadenciada de maior aprofundamento e nesse sentido foi solicitada mais informação para avaliação e análise”.

O empresário norte-americano celebrou um acordo com o português José António dos Santos, maior acionista individual da SAD encarnada, para aquisição de 25% do seu capital social, facto comunicado então à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

José António dos Santos “outorgou com John C. Textor, dois acordos para venda de um total de 5.750.000 ações ordinárias, escriturais e nominativas, representativas de 25% do capital social da Benfica SAD, condicionado ao pagamento” até 15 de setembro “do preço total acordado”, tendo sido adiantada a quantia de um milhão de euros, salientou na ocasião o comunicado.

A direção do clube assegurou que não tinha conhecimento das negociações para a aquisição de 25% das ações da SAD pelo norte-americano John Textor e prometeu opor-se caso essa operação fosse analisada em assembleia geral de acionistas.

Já em setembro, o Benfica revelou que prazo de validade do acordo entre o investidor norte-americano John Textor e José António dos Santos para a aquisição das ações da SAD do Benfica tinha sido prolongado até 31 de dezembro.

John Textor é um empresário norte-americano, pioneiro de tecnologias holográficas e efeitos especiais, tendo investido recentemente no clube inglês Crystal Palace, do qual detém cerca de 18% do seu capital.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Dias até ao final da semana são muito importantes” para negociação do Orçamento, diz Marcelo

O Presidente da República aguarda pelo desfecho das negociações para a viabilização do Orçamento de Estado e não tem tido contacto com os partidos.

Marcelo Rebelo de Sousa continua a ter esperança na aprovação do Orçamento de Estado, mas considera que os próximos dias serão determinantes para o desfecho da negociação.

“Dias até ao final da semana são muito importantes porque a votação é já na quarta-feira. No fim de semana há reuniões do Governo com os partidos. Continuo a esperar que o Orçamento possa passar”, afirmou o Presidente da República, em declarações à margem da apresentação do programa “Road 2 Web Summit”, da Startup Portugal, que decorreu no antigo Picadeiro Real, em Belém.

Marcelo disse que não tem tido contacto com os partidos, porque este é o momento do diálogo partidário e com o Governo. “Mantenho o mesmo desejo e a mesma esperança”, reiterou. Nos últimos dias, quer o Bloco de Esquerda, quer o PCP têm lamentado a falta de aproximação do Executivo às suas propostas.

O Presidente da República abordou ainda o crescimento dos números da pandemia que está a ocorrer em alguns países europeus, em particular no Leste. “Internacionalmente as noticias que chegam são que a passagem de pandemia para endemia está a ser muito lenta em continentes fora da Europa e mesmo na Europa existem recuos em alguns países”, que estão ter de endurecer as medidas de confinamento.

Questionado sobre se essa tendência também se estava a desenhar em Portugal, garantiu que “em Portugal não temos dados nenhuns disso”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ex-trabalhadores da termoelétrica de Sines iniciam formação em fotovoltaicos

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

A formação foi criada como resposta ao interesse manifestado por "mais de 30 antigos trabalhadores da central", encerrada em janeiro.

Os ex-trabalhadores da central termoelétrica de Sines começaram esta semana uma ação de formação de Técnico de Sistemas Solares Fotovoltaicos, promovida pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), anunciou esta quinta-feira a EDP.

A formação foi criada como resposta ao interesse manifestado por “mais de 30 antigos trabalhadores da central”, encerrada em janeiro, ao Gabinete Local de Encaminhamento Social (GLES), no sentido de receber “formação técnica na área das energias renováveis”, informou a empresa, em comunicado.

Trata-se da primeira de duas ações de formação que terão lugar no Serviço de Formação de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, com um total de 2.070 horas e que decorrerá ao longo de 18 meses, destinada a candidatos com o 9.º ano de escolaridade.

Após a conclusão desta primeira ação, os formandos poderão obter uma dupla certificação, nomeadamente o 12.º ano de escolaridade e referida qualificação profissional em Sistemas Solares Fotovoltaicos.

Uma segunda ação, destinada a candidatos com idade igual ou superior a 23 anos e que já possuem o 12.º de escolaridade terá lugar em data não mencionada pela EDP, contendo “apenas a componente tecnológica que permitirá obter o certificado de qualificação profissional”.

As inscrições para a formação como Técnico de Sistema Solar Fotovoltaico continuam abertas e podem ser feitas através dos Serviços de Emprego do IEFP, de forma presencial ou ‘online’.

O GLES resulta de uma parceira da EDP com a Câmara Municipal de Sines e o IEFP “para dar apoio direto aos trabalhadores da central entretanto desativada, incluindo os seus agregados familiares e a restante população local”, explica e companhia elétrica portuguesa.

Trata-se de um gabinete que “apoia e encaminha para oportunidades profissionais, de formação e outras alternativas que possam gerar postos de trabalho”, para além de “prestar apoio social e psicológico” à população afetada pelo encerramento da central termoelétrica de Sines.

Desde o seu início, “já recebeu vários pedidos para realizar ações de formação como a que agora se inicia” e que constitui, segundo a EDP, “uma oportunidade de aprendizagem técnica num momento decisivo de transição energética da própria região” que procura, agora, “oportunidades e novos projetos na área das energias renováveis”.

A EDP encerrou, em 15 de janeiro deste ano, a central termoelétrica de Sines, em Setúbal, um fecho antecipado devido à deterioração das condições de mercado, e iniciou a desativação dos equipamentos e posterior desmantelamento da infraestrutura com 35 anos.

Com uma potência instalada de 1.256 MW, a central a carvão de Sines chegou a abastecer um terço da eletricidade consumida em Portugal, no início dos anos 90, e foi perdendo peso com o crescimento das energias renováveis, tendo assegurado apenas 4% do consumo elétrico em 2020, segundo dados da REN. A central termoelétrica de Sines dava emprego a 107 trabalhadores diretos e a cerca de 400 trabalhadores indiretos, segundo informações prestadas, nessa altura, pela elétrica portuguesa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Everis NTT Data Portugal quer contratar 500 pessoas no próximo ano

A preferência é por pessoas na área das tecnologias, mas a empresa considera também talento de outros domínios do conhecimento.

A agora Everis NTT Data Portugal tem planos para contratar 500 novos colaboradores durante o próximo ano, juntando-se aos 1.400 que já trabalhavam na tecnológica. A preferência é por talento na área das tecnologias, mas a empresa considera também pessoas de outros domínios do conhecimento.

“Temos previstas, só no próximo ano, mais de 500 contratações no total, tanto para os polos como para aquilo que é a nossa estrutura central. Estamos a falar de investimento no que é a criação dessas estruturas deslocalizadas”, adianta Tiago Barroso, diretor-geral da Everis NTT Data Portugal, em entrevista ao Diário de Notícias.

Nos planos da companhia está também o investimento em 15 polos de conhecimento de especializado. “Temos um centro especializado, por exemplo, no desenvolvimento de soluções clínicas, que está em Braga, junto do Polo Universitário de Braga. Estamos a planear abrir um ligado aos temas da criatividade, mais no interior do país [Castelo Branco]. Temos um outro, que anunciámos há poucos meses, de tecnologias Microsoft Cloud Azure que já está em marcha”, esclarece.

O objetivo é abranger o país por completo, procurando sinergias junto dos polos universitários, com os quais a empresa já tem alguns protocolos.

Ciente da falta de talento em Portugal e em toda a Europa para preencher as ofertas ao nível das tech, Tiago Barroso admite alargar a outros domínios do conhecimento, na perspetiva dos recém-licenciados ou recém-mestrados, “aos quais ministramos cursos de upskilling ou reskilling para aquilo que são as tecnologias de informação”.

Privilegiando a área da tecnológica, mas não sendo um requisito obrigatório, a companhia procura jovens talentosos e pessoas que já estejam no mercado. “É outra perspetiva de recrutamento”, afirma o líder da empresa, que prevê duplicar a operação de três mil milhões de euros para seis mil milhões de euros na região onde Portugal está incluído (mercados da Europa e América Latina).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Parlamento Europeu quer “investigações exaustivas” sobre Pandora Papers na UE

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

Eurodeputados instam autoridades nacionais e Procuradoria Europeia a promoverem "investigações exaustivas" às alegações conhecidas na fuga de informação dos Pandora Papers.

O Parlamento Europeu instou as autoridades nacionais e a Procuradoria Europeia a avançar com “investigações exaustivas” sobre eventuais irregularidades reveladas nos Pandora Papers que envolvam jurisdições e políticos da União Europeia (UE), propondo ainda novas medidas legislativas.

Em causa está uma resolução aprovada — por 578 votos a favor, 28 contra e 79 abstenções — na sessão plenária da assembleia europeia, que decorreu entre segunda-feira e quinta-feira na cidade francesa de Estrasburgo, documento no qual os eurodeputados identificam medidas urgentes que a UE “deve tomar para colmatar as lacunas que atualmente permitem a evasão e elisão fiscais e o branqueamento de capitais em grande escala”.

Em concreto, o Parlamento Europeu insta as autoridades nacionais, incluindo as administrações fiscais, a darem início a “investigações exaustivas de quaisquer irregularidades reveladas nos Pandora Papers” que envolvam as suas jurisdições, incluindo auditorias a todas as pessoas mencionadas nestes documentos, segundo a nota à imprensa.

Para os eurodeputados, a Procuradoria Europeia deve também avaliar se os dados revelados merecem investigações específicas no âmbito do seu mandato, enquanto a Comissão deve equacionar novas medidas legislativas ao nível da UE e se são necessários processos contra alguns Estados-membros.

Criticados pelos eurodeputados é a presença de atuais e antigos primeiros-ministros e ministros dos países da UE nos Pandora Papers, por alegadas ligações a negócios offshore, entre os quais Andrej Babiš (primeiro-ministro da República Checa), Nicos Anastasiades (presidente de Chipre), Wopke Hoekstra (ministro das Finanças da Holanda) e John Dalli (antigo ministro de Malta e antigo comissário europeu).

“A elisão e evasão fiscais, bem como os esquemas de transferência de lucros, têm privado os Estados e as populações de recursos fundamentais para a promoção do desenvolvimento e da justiça social, e da capacitação financeira do Estado para o seu funcionamento”, sublinha a assembleia europeia.

Outras das medidas pedidas pelo Parlamento Europeia assentam no reforço dos esforços para identificar e partilhar informações sobre os beneficiários efetivos de forma a acabar com as empresas fantasma e na melhoria da lista “negra” da UE para paraísos fiscais.

A nova investigação do consórcio (ICIJ, na sigla em inglês), nomeada “Pandora Papers”, põe a descoberto os segredos financeiros daqueles 35 líderes mundiais (atuais e antigos) e de mais de 330 políticos e funcionários públicos, de 91 países e territórios, entre os quais Portugal.

Segundo o jornal Expresso, que faz parte do consórcio, há três portugueses envolvidos: os antigos ministros Nuno Morais Sarmento e Manuel Pinho e o advogado e antigo deputado socialista Vitalino Canas.

O ICIJ diz ter baseado a sua investigação numa “fuga sem precedentes”, envolvendo cerca de dois milhões de documentos, trabalhados por 600 jornalistas, a “maior parceria da história do jornalismo”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP espera que contribuição extraordinária do setor baixe nos próximos anos

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

"Sempre dissemos que a CESE devia ser uma coisa extraordinária, como o próprio nome indica", disse o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade.

A EDP espera que a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE), incluída na proposta do Orçamento de Estado de 2022, venha a baixar “nos próximos anos”, afirmou o presidente executivo, Miguel Stilwell d’Andrade.

“Sempre dissemos que a CESE devia ser uma coisa extraordinária, como o próprio nome indica”, disse à Lusa, à margem da inauguração do centro de operações e manutenção do parque eólico Moray East, no norte da Escócia.

O dirigente da empresa lembrou que foi referido ao longo dos últimos dois anos, que a taxa deveria evoluir em linha com a dívida do sistema, que tem estado a descer. “A nossa expectativa seria que [a CESE] venha a baixar ao longo dos próximos anos, como estava previsto”, vincou.

A proposta de Orçamento do Estado entregue pelo Governo mantém a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE), em aplicação desde 2014, mantém-se em vigor em 2022.

Aquela taxa extraordinária que incide sobre os ativos das empresas entrou em vigor em 2014 e tem sido mantida desde então, apesar da contestação das empresas do setor. O Governo prevê arrecadar com a medida 125 milhões de euros em 2022, o mesmo valor previsto no orçamento anterior.

No orçamento para 2021, o executivo admitia uma alteração ao regime da CESE, “quer por via da alteração das regras de incidência, quer por via da redução das respetivas taxas, atendendo ao contexto de redução sustentada da dívida tarifária do Sistema Elétrico Nacional e da concretização de formas alternativas de financiamento de políticas sociais e ambientais do setor energético”.

De acordo com o documento de 2021, o objetivo era “estabilizar o quadro legal desta contribuição e reduzir o contencioso em torno da mesma”.

A intenção de avaliar as regras de comparticipação extraordinária das energéticas já tinha sido expressa no Orçamento do Estado de 2020, depois de ouvidas a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ESRE) e a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Medidas para atenuar preços da eletricidade “positivas”

O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, considera também que as medidas tomadas pelo Governo para atenuar a subida dos preços da energia como “positivas”, ao contrário daquelas tomadas por outros países.

“Estamos a viver um ambiente do ponto de vista energético bastante volátil, mas acho que as medidas foram positivas porque permitiram mitigar o impacto nas famílias portuguesas, e isso é no interesse de todos”, disse.

O dirigente da EDP elogiou o Governo por ter seguido as recomendações da União Europeia, mas sem se alinhar com soluções adotadas por outros países. “Não concordamos com as medidas que foram tomadas noutros países. Neste caso, acho que as coisas foram bem feitas”, defendeu.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, anunciou em setembro um conjunto de medidas para atenuar a subida do preço da eletricidade junto dos consumidores, como a eliminação do sobrecusto da Produção em Regime Especial Renovável (PRE), que passará a ser um sobreganho, num valor que ascende a 250 milhões de euros, e a eliminação do sobrecusto com o Contrato de Aquisição de Energia (CAE) da central termoelétrica a carvão do Pego, gerando uma poupança anual de 100 milhões de euros.

Adicionalmente, a revogação do mecanismo de interruptibilidade gera uma poupança anual de 100 milhões de euros e a consignação das receitas decorrentes da venda de licenças de dióxido de carbono (CO2), no valor estimado de 270 milhões, resulta numa receita adicional de 120 milhões, face à receita inicialmente orçamentada no Fundo Ambiental, de 150 milhões de euros.

Por fim, há ainda a “almofada” da consignação das receitas decorrentes da contribuição extraordinária sobre o setor energético, no valor estimado de 110 milhões de euros, ascendendo o montante total a 680 milhões, o que garante uma redução das tarifas de acesso às redes de 13%.

A escalada dos preços que afeta grande parte da Europa deve-se, entre outros fatores, ao aumento do custo do gás nos mercados internacionais, que é utilizado em centrais elétricas de ciclo combinado para a produção de eletricidade.

O presidente executivo da EDP considera que a atual conjuntura é mais uma razão para apostar mais nas energias renováveis, porque “têm um custo previsível” e podem ser desenvolvidas na Europa, seja como energia eólica ou solar, ajudando a baixar o custo global das energias”.

A crise energética já fez duas baixas em Portugal: a HEN foi a primeira a fechar operação, passando os seus cerca de 3.900 clientes para o mercado regulado, seguindo-se empresa Energia Simples, que enviou 5.300 clientes para o comercializador de último recurso, a EDP.

No entanto, Stilwell d’Andrade não vê esta situação como vantajosa para ganhar mais clientes e mercado.

“A EDP trabalha em 22 países. Queremos ambientes competitivos, de concorrência sã, saudável. Estamos a pensar no médio e longo-prazo. Pode haver sempre empresas que aparecem e desaparecem, e isso faz parte do mercado, mas não somos nem beneficiados nem prejudicados”, afirmou.

Parque eólico da EDP na Escócia avança “a tempo e horas”

O parque eólico ‘offshore’ Moray East, um dos maiores investimentos da EDP no Reino Unido, está a avançar “a tempo e horas” para estar completo este ano, apesar da pandemia covid-19, afirmou esta quinta-feira o presidente executivo, Miguel Stilwell d’Andrade.

O projeto começou a produzir energia em junho e hoje foi inaugurado o centro de operações e manutenção, no porto de Fraserburgh, norte da Escócia, estando previsto que entre em pleno funcionamento no final do ano, como estava planeado. Moray East, que começou a ser construído em 2018, terá 100 turbinas eólicas com uma capacidade instalada de 950 megawatts (MW).

“O facto de termos conseguido entregar o projeto a tempo e horas, apesar da pandemia, deve-se muito ao esforço das equipas”, afirmou o responsável à Agência Lusa, elogiando o “trabalho fantástico” porque, “em condições muito difíceis, entregaram a tempo um projeto muito complexo”. “A cadeia de valor não quebrou, houve vários percalços pelo caminho, mas no final do dia foram capazes de encontrar soluções e dar a volta às situações”, afirmou.

O centro de operações será responsável pela gestão diária do parque eólico ‘offshore’ (no mar), nomeadamente pelo controlo da embarcação ‘Alba’, que passa períodos de duas semanas em alto mar com uma tripulação para executar trabalhos de manutenção da infraestrutura.

A infraestrutura vai criar cerca de 100 postos de trabalho locais e na inauguração esteve o ministro da Energia escocês, Michael Matheson, que reiterou o objetivo de a Escócia atingir a neutralidade carbónica em 2045, cinco anos do total do Reino Unido. “Tal como estivemos no centro da Revolução Industrial, queremos também estar na frente da Revolução Verde“, afirmou o governante escocês.

O parque eólico situa-se no estuário de Moray, no Mar do Norte, a 22 quilómetros da costa, cuja área de exploração foi dividida em duas parcelas. A secção Este começou a ser construída primeiro por questões técnicas, em 2018. Vai produzir eletricidade para responder às necessidades energéticas de 40% da população escocesa, poupando ao mesmo tempo 1,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), comparando com a geração de eletricidade a partir de gás natural.

O contrato de fornecimento fechado em 2017 com o Governo britânico é válido por 15 anos e pressupõe uma tarifa de 57,5 libras (68 euros) por megawatt/hora, menos de metade do custo oferecido por outros parques eólicos no Reino Unido, em geral acima das 140 libras por megawatt/hora. A secção Oeste, designada por Moray West, encontra-se em construção e vai ter uma capacidade instalada de 850 MW.

O projeto está a ser desenvolvido pela Moray Offshore Windfarm East Ltd (MOWEL), controlada pela Ocean Winds (56,6%), uma ‘joint venture’ detida a 50/50 pela EDP Renováveis e pelo grupo energético francês Engie. No capital da MOWEL estão também a Diamond Green Limited (33,4%), uma subsidiária da japonesa Mitsubishi Corp, e grupo estatal chinês China Three Gorges (CTG) detém os restantes 10%.

Segundo a EDP, a Ocean Winds já investiu 3,1 mil milhões de euros nestes dois projetos e planeia injetar mais 2,6 mil milhões de euros em Moray West ao longo dos próximos três a quatro anos. A EDP Renováveis é uma subsidiária da elétrica portuguesa EDP – Energias de Portugal, da qual a CTG é a maior acionista, com uma participação de 19,03%.

(Notícia atualizada às 18h21 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo pode demitir administração da Anacom, como exigiu Paulo Rangel? Pode, mas…

Depois de António Costa ter atacado a Anacom no Parlamento, Paulo Rangel exigiu que o Governo tire consequências dessas declarações. E os ministros até podem demitir o regulador. Só que não é fácil.

Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, exigiu que António Costa seja consequente e demita o Conselho de Administração da Anacom, depois de o primeiro-ministro ter dado um puxão de orelhas ao regulador no Parlamento, acusando-o de ser responsável pelo atraso “enorme” no lançamento do 5G em Portugal. Mas pode um Governo demitir a administração da Anacom? Poder, até pode. Só que não é fácil.

“Penso que agora não há outra hipótese, julgo eu, especialmente depois do que [o primeiro-ministro] disse. Se ontem [quarta-feira] praticamente atacou e responsabilizou exclusivamente o Conselho de Administração da Anacom por tudo o que se passou (…) e mudou 180 graus de posição, então que tire consequências disso”, sugeriu Paulo Rangel.

É comum afirmar-se que os administradores de uma entidade reguladora são figuras inamovíveis, de forma a promover a independência dos reguladores face às vontades dos governos. Nos termos da lei, “a Anacom é orgânica, funcional e tecnicamente independente no exercício das suas funções e não se encontra sujeita a superintendência ou tutela governamental no âmbito desse exercício”.

Mas estão previstas exceções. Aliás, nos estatutos da Anacom, publicados no decreto-lei n.º 39/2017 de 16 de março, existe todo um artigo que versa sobre a possibilidade de o Governo demitir o conselho de administração da Anacom.

Como demitir a administração da Anacom?

Para esse efeito, se António Costa entender que a administração liderada por João Cadete de Matos deve mesmo ser demitida, o procedimento deve começar numa reunião do Conselho de Ministros.

“O conselho de administração só pode ser dissolvido e a destituição de qualquer dos seus membros só pode ocorrer por resolução do Conselho de Ministros fundamentada em motivo justificado”, dita a lei.

E que motivo pode ser esse? “Existe motivo justificado sempre que se verifique falta grave, responsabilidade individual ou coletiva, apurada em inquérito por entidade independente do Governo, e procedendo audição da comissão parlamentar competente”, a Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, lê-se no diploma.

Os três casos previstos na lei que poderiam levar à demissão do presidente da Anacom ou de todo o conselho são os seguintes:

  1. “Desrespeito grave ou reiterado das normas legais e dos presentes estatutos, designadamente o não cumprimento das obrigações de transparência e informação no que respeita à atividade da entidade reguladora, bem como dos regulamentos e orientações da Anacom”;
  2. “Incumprimento do dever de exercício de funções” — por exemplo, se existirem incompatibilidades como deter ações de uma empresa regulada pela Anacom — “ou violação grave e reiterada” do dever de reserva;
  3. “Incumprimento substancial e injustificado do plano de atividades ou do orçamento da Anacom.”

Desta forma, se o Governo quiser demitir a liderança da Anacom, depois das críticas que o primeiro-ministro fez na quarta-feira, António Costa e os restantes ministros teriam de provar, por exemplo, que Portugal está a incorrer numa grave perda por ainda não ter a quinta geração. Essa conclusão teria de ser subscrita por uma entidade independente, após uma investigação aprofundada. Ou seja, não bastaria dizer que sim: é preciso fundamentar.

E o que disse o primeiro-ministro em concreto? “Estamos todos de acordo: o modelo de leilão que a Anacom inventou é, obviamente, o pior modelo de leilão possível, nunca mais termina e está a provocar um atraso imenso no desenvolvimento do 5G em Portugal”, acusou António Costa. O primeiro-ministro teria, por isso, de detalhar as consequências concretas desse atraso para o país.

Na intervenção, o chefe do Governo foi ainda mais longe, criticando o atual modelo de regulação do setor das comunicações: “Quem construiu essa doutrina absolutamente extraordinária de que é preciso limitar os poderes dos governos para dar poder às entidades reguladoras, deve bem refletir sobre este exemplo do leilão do 5G, para ver se é este o bom modelo de governação económica do futuro.”

Face à posição assumida por Costa no Parlamento, também a operadora Nos aproveitou a deixa e veio pedir a demissão “imediata” do presidente da Anacom, João Cadete de Matos. Já o que pensa a Anacom de tudo isto? Não se sabe. Na quarta-feira, o ECO instou fonte oficial da Anacom a comentar, mas ainda não obteve resposta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tranquilidade patrocina Natação até 2022

  • ECO Seguros
  • 21 Outubro 2021

A seguradora é patrocinadora oficial da Federação Portuguesa de Natação para a época 2021/22. Parceria assegura presença da marca nas provas nacionais, vertentes competitiva, organizativa e formativa.

A Tranquilidade, marca do grupo Generali, é a patrocinadora oficial da Federação Portuguesa de Natação (FPN) na época de 2021/22, uma iniciativa que terá o nome da marca nas provas nacionais nas vertentes competitiva, organizativa e de formação.

Decorrendo de norte a sul de Portugal, as provas têm início já este mês e envolvem aproximadamente 6.500 nadadores nas diversas categorias e escalões de Natação Pura, Águas Abertas, Polo Aquático, Natação Adaptada, Masters e Natação Artística.

Para a seguradora, o patrocínio representa mais uma aposta estratégica no desporto e, segundo Maria João Silva, diretora de marketing da Tranquilidade, “esta parceria insere-se na nossa estratégia de apoio ao desporto, sendo relevante tanto para a marca, como para o desenvolvimento da natação portuguesa e sustentabilidade da atividade, que serão certamente consolidados com esta parceria”.

A FPN, entidade que coordena e certifica as atividades ligadas à prática da Natação, tem atualmente mais de 100 mil praticantes filiados, distribuídos pelos vários escalões das diversas vertentes da modalidade.

O desenvolvimento da modalidade em Portugal, tanto no número de filiados, como nos resultados obtidos pelos nadadores nas grandes competições internacionais, nomeadamente na última edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos colocam a FPN como uma das principais organizações desportivas em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há mais oito mortes e 865 casos de Covid-19

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Outubro 2021

Os 865 novos casos das últimas 24 horas fazem elevar o total de infetados desde o início da pandemia para 1.082.721. Os casos ativos continuam a subir, para 30.561, mais 193 que no balanço anterior.

A Direção-Geral da Saúde identificou 865 novos casos de Covid-19, num total de 1.082.721 pessoas infetadas desde o início da pandemia. O boletim diário desta quinta-feira revela ainda mais oito mortes nas últimas 24 horas, num total de 18.117 óbitos desde o início da crise sanitária.

288 doentes necessitam de cuidados hospitalares, mais dois em relação ao anterior balanço, mantendo-se 58 infetados internados em unidades de cuidados intensivos.

Os casos ativos continuam a subir, registando-se mais 193 nas últimas 24 horas. Atualmente, o número de infetados com Covid-19 é de 30.561 pessoas.

No seguimento do que se tem observado, a maioria das novas infeções registaram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT). Foram identificados 334 novos casos nesta região, o que representa quase 39% do total nacional.

Boletim epidemiológico de 21 de outubro de 2021:

Depois de LVT, foi a zona Norte a registar o maior número de novos casos das últimas 24 horas, com mais 224 infetados. Seguem-se a região Centro (152 novos casos), Algarve (65 novos casos) e o Alentejo (35 novos casos). Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira foram confirmadas, respetivamente, 33 e 22 novas infeções.

Os oito óbitos registaram-se apenas em Portugal continental: três na região Centro, dois em LVT, um no Norte, um no Alentejo e um no Algarve.

Os valores do risco de transmissibilidade (Rt) e da incidência foram atualizados pela última vez no boletim de quarta-feira. O Rt, que indica quantas pessoas cada infetado contagia em média, está em 1,02 quer a nível nacional, quer no continente. A incidência (média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) está em 84,4 casos por 100 mil habitantes no território nacional e em 84,8 por 100 mil habitantes no continente. Desta forma, Portugal encontra-se na “zona amarela” da matriz de risco do Governo.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h10)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Whistleblower” do Facebook e Black Lives Matter no arranque da Web Summit

De 1 a 4 de novembro, espera-se a chegada de 40 mil participantes ao Parque das Nações para mais uma edição da Web Summit em Lisboa, novamente presencial, depois das restrições da pandemia.

É o nome que tem marcado a discussão em torno do papel das redes sociais e vai marcar o arranque da Web Summit: Frances Haugen, a whistleblower do Facebook, vai estar presente na Altice Arena no dia 1 de novembro, para a cerimónia de inauguração da cimeira tecnológica deste ano. De 1 a 4 de novembro, espera-se a chegada de 40 mil participantes ao Parque das Nações.

Na primeira Web Summit de Carlos Moedas como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o foco da cimeira tecnológica assenta em temas com impacto social. Além de Frances Haugen, os participantes da cimeira vão ouvir também Ayọ (fka Opal) Tometi, cofundadora do movimento Black Lives Matter, que ganhou visibilidade mundial após a morte de George Floyd nos EUA.

Pedro Siza Vieira, o ministro da Economia, irá igualmente participar na cerimónia de abertura, que conta, como é habitual, com Paddy Cosgrove, o fundador da cimeira mundial.

Os nomes que dão o pontapé de saída à cimeira são conhecidos no mesmo dia em que Marcelo Rebelo de Sousa recebe as 75 startups que vão participar no Road 2 Web Summit.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Juiz diz que Alzheimer não afeta capacidade de defesa de Salgado

Alegações finais de Salgado estão paradas até marcação da data para ouvir Jean-Luc Schneider sobre a possibilidade de prestação de depoimento por videoconferência. Alzheimer não foi aceite.

O juiz não aceitou o pedido da defesa de Ricardo Salgado para suspender o julgamento, atendendo ao relatório médico que concluía por um diagnóstico de Alzheimer que os advogados apresentaram no dia 12 de outubro ao tribunal. E admitem que esta doença não é razão suficiente para que “as capacidades de defesa do arguido estejam limitadas de tal forma que o impeçam de se defender de forma plena. Não parece decorrer do teor do atestado médico que o arguido esteja mental ou fisicamente ausente”, explica o despacho do juiz Francisco Henriques, a que o ECO teve acesso.

“A deficiência cognitiva, ou seja, a capacidade de reproduzir memórias, não é de todo impeditiva do exercício do direito de apresentar pessoalmente em julgamento a versão dos factos passados”, argumenta o juiz.

Para esta sexta-feira estavam marcadas as alegações finais mas que acabaram adiadas até ser marcado o testemunho de Jean-Luc Schneider por videoconferência. “Haverá que aguardar pela data designada para continuação da audiência de julgamento e, simultaneamente, averiguar da existência no Tribunal de possibilidades técnicas de realizar uma videoconferência para a Suíça”, lê-se no despacho.

Na passada semana, a defesa de Ricardo Salgado enviou um relatório médico ao tribunal que confirma os “sintomas de declínio cognitivo progressivo”, segundo o médico neurologista Joaquim Ferreira, que assume ainda que “após toda a investigação realizada, podemos agora concluir pelo diagnóstico de doença de Alzheimer”, segundo o relatório do médico. Um diagnóstico que se tem vindo a agravar nos últimos três meses e que o médico considera irreversível. Porém, o juiz não rejeita este relatório como meio de prova: “os atestados médicos constituem meios de prova e como tal devem ser valorados pelo Tribunal”, tal como não põe em causa a qualificação da doença de Alzheimer como uma doença neurológica. “Trata-se de matéria factual”, diz o tribunal.

O médico que seguiu o ex-presidente do Grupo Espírito Santo sustenta ainda que “Ricardo Salgado tem apresentado um agravamento progressivo das limitações cognitivas e motoras descritas” desde julho de 2021 e que “o quadro clínico de defeito cognitivo que apresenta atualmente, nomeadamente o defeito de memória, limita a sua capacidade para prestar declarações em pleno uso das suas faculdades cognitivas”. E, por isso, pediram a suspensão ou arquivamento determinados pelo tribunal. Caso não seja possível, os advogados do ex-presidente do GES defendem que “no limite, a execução de qualquer pena de prisão que viesse, eventualmente, a ser determinada (…) teria de ser imediatamente suspensa” perante o diagnóstico de doença de Alzheimer.

Mas os argumentos — mesmo os médicos — não convenceram o juiz Francisco Henriques que defendeu, no despacho desta quinta-feira, que “a degradação das faculdades cognitivas são consequência natural da longevidade humana. Em regra, o ser humano na faixa etária do arguido sofre de natural decréscimo das capacidades cognitivas”.

Por outro lado, o tribunal considera que a prestação de depoimento ou de declarações em Tribunal não constitui uma atividade “similar à prestação de provas académicas. Não é isso que se exige a um arguido, assistente, demandante ou testemunha. A prestação de declarações ou de depoimento constituem os meios de prova avaliados mais falíveis, precisamente devido à variável humana e à imprecisão da formação de memórias”.

O magistrado vai ainda mais longe ao assumir que “a limitação cognitiva do arguido não é algo que lhe seja coercivamente imposto, mas, apenas, uma limitação da natureza do ser humano, potenciado por uma doença neurológica degenerativa. Ou seja, não é o Tribunal que impõe qualquer limite ao direito de defesa do arguido, é o próprio arguido que autolimita as suas capacidades de defesa ao optar por não prestar declarações em Tribunal”.

Em julho, a defesa de Ricardo Salgado tinha pedido uma perícia médica à saúde mental do ex-banqueiro mas o tribunal recusou o pedido. Os advogados de Salgado alegaram logo na altura que os exames já realizados apontavam para “um quadro clínico de demência, nomeadamente doença de Alzheimer”. Mas o coletivo de juízes que está a julgar o ex-banqueiro, no processo separado da Operação Marquês, considerou que a perícia médico-legal pedida é desproporcional e que bastaria um atestado médico.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PCP questiona se vale a pena viabilizar Orçamento na especialidade e diz que faltam sinais

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

À falta de um “ponto de partida”, o PCP respondeu com o anúncio de um voto contra a proposta de OE2022 que foi apresentada, justificou o líder parlamentar dos comunistas, João Oliveira.

O líder parlamentar comunista sustentou esta quinta-feira que “não serve de nada” viabilizar a discussão na especialidade de uma proposta orçamental que “não responde aos problemas do país” e indicou que faltam “sinais” quanto às pensões e salários.

“A questão que se coloca é saber se vale a pena abrir a fase de especialidade”, disse à agência Lusa João Oliveira, questionado sobre a possibilidade de viabilizar na generalidade a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) e prosseguir com as alterações ao documento na especialidade.

João Oliveira apontou ao Governo uma mudança de comportamento nas negociações do Orçamento do Estado para 2022, que começaram em julho, face às discussões nos anos anteriores e disse que desta vez o PCP foi confrontado “com os nãos todos”.

Nos orçamentos dialogados anteriormente entre o Governo e o PCP, disse, poderia não haver um entendimento total até à discussão na generalidade, mas havia um compromisso de “arrumar” os assuntos na especialidade.

Este ano, no que respeita ao OE2022, João Oliveira disse que o partido foi confrontado com os “nãos todos” previamente, o que levou, nas últimas semanas, os comunistas a declararem que houve sempre uma “resistência” e uma “recusa” por parte do executivo socialista.

À falta de um “ponto de partida”, justificou, o PCP respondeu com o anúncio de um voto contra a proposta de OE2022 que foi apresentada.

Interpelado sobre o que seria necessário para viabilizar a proposta orçamental, o membro do Comité Central comunista disse que são precisos “sinais” de que o Governo está interessado em “melhorar as condições de vida dos portugueses”, por exemplo, através do aumento das pensões e dos salários.

João Oliveira referiu a discussão sobre as pensões para exemplificar o que aponta como uma resistência ‘a priori’ por parte do Governo PS: O PCP apresentou a necessidade de encontrar uma solução para as pensões de 658 euros, mas o executivo respondeu que já havia um aumento de 220 milhões da despesa com as pensões e que não podia ir mais longe, disse.

Em relação às pensões, o PCP tem defendido uma valorização geral e não apenas das mais baixas.

O líder parlamentar do PCP questionou para que serve viabilizar a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano “se tudo o resto fica pelo caminho”, e que como está, “sem resposta” a problemas que se avolumam a cada dia, “não serve de nada”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.