“A prestação de contas vai mudar completamente”, diz bastonária da OCC

  • Lusa e ECO
  • 3 Outubro 2021

Paula Franco prevê que a “curto prazo” vão ser, cada vez mais, incluídas “questões fundamentais” no reporte financeiro, como a informação social ou a distribuição de dividendos das empresas.

A prestação de contas das empresas, baseada no reporte financeiro, está ultrapassada e vai “mudar completamente”, para incluir o desempenho social, ambiental ou distribuição de lucros, do interesse de bancos e trabalhadores, revelou a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC).

O relato financeiro, hoje em dia, é um relato que se baseia em questões muito conservadoras, em que as empresas não se diferenciam”, revelam apenas rácios positivos ou negativos que indiciam o cumprimento de compromissos e obrigações, afirmou a bastonária da OCC, Paula Franco, em entrevista à Lusa.

O reporte financeiro é “muito pouco” para o que, atualmente, utilizadores de informação querem saber sobre as empresas, explica a bastonária, defendendo que a “curto prazo” vão ser, cada vez mais, incluídas “questões fundamentais” como a informação social ou a distribuição de dividendos das empresas, que revelem como se comportou em relação aos seus investidores e as preocupações no âmbito geral.

“A prestação dos contabilistas vai mudar completamente”, afirma a bastonária, porque a realidade, daquilo que a informação financeira revela, e que é usada por quem está a avaliar e a distinguir empresas, para investir ou tomar decisões, tornou “extremamente importante” diferenciar empresas através de novas “métricas”, que não as financeiras como a solvabilidade ou rentabilidade das empresas.

As métricas financeiras vão “deixar de ser o centro da questão” e os contabilistas vão preocupar-se, cada vez mais, com outras questões e preocupações das empresas, que vão verter na prestação de contas, juntando à tradicional informação financeira.

É possível, num curto prazo de tempo, os bancos, para atribuírem financiamento às empresas, fazerem uma avaliação baseada, também, em métricas não financeiras (…) com informação sobre que preocupações ambientais a empresa teve, preocupações sociais e, até, com a sociedade em geral, para se diferenciar de outras”, estimou Paula Franco.

A bastonária lembrou ainda que o acesso a financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) exige também uma distinção das empresas por esse tipo de preocupações, e com informação qualitativa, que se junta à quantitativa, e que pode ser usada para um fornecedor decidir aceitar determinado cliente ou para um trabalhador avaliar se a empresa que se quer candidatar tem preocupações com o seu futuro.

Paula Franco iniciou funções na Ordem em março de 2018 e, há duas semanas, entregou a sua recandidatura, para o próximo quadriénio, às eleições para os órgãos sociais da OCC, no mandato 2022-2025, marcadas para 18 de novembro. A Ordem conta com cerca de 68 mil membros inscritos.

Ordem dos Contabilistas confiante na inclusão da Segurança Social nas férias fiscais em 2022

A Ordem dos Contabilistas Certificados revelou também a expectativa sobre a inclusão das obrigações relacionadas com a Segurança Social nas férias fiscais já no próximo Orçamento do Estado, no seguimento de conversações com o Governo, avançou a bastonária.

“Temos a expectativa de que, já para o OE 2022, fique incluída a Segurança Social nas férias fiscais. Temos essa expectativa, esse compromisso e acreditamos que vai acontecer”, afirmou Paula Franco, em entrevista à Lusa, adiantando que essa inclusão tem sido “conversada” com o Governo e que só pode anunciá-la como certa quando for transformada em lei.

As férias fiscais, criadas este ano por lei publicada em fevereiro, permitiram aos contabilistas melhor planear a agenda profissional e usufruir de descanso sem serem confrontados com notificações, mas mantêm ainda as obrigações relacionadas com a Segurança Social e Fundos de Compensação, ainda de fora dessas férias.

As férias fiscais foram fundamentais para recuperar o descanso necessário, porque a exigência [durante a pandemia] foi muito grande”, considerou Paula Franco, destacando o cansaço psicológico extremo da maior parte dos contabilistas, no ano que passou, devido à pandemia, que alterou rotinas e trouxe obrigações novas a estes profissionais, mantendo as anteriores.

“Os contabilistas foram psicólogos, acompanharam os empresários, viveram os momentos de maior fragilidade e de pressão dos empresários, tentando dar-lhes alento para conseguirem ultrapassar, mas eles próprios viviam isso no dia a dia”, salientou Paula Franco.

A pandemia da doença Covid-19 tem levado o Governo a flexibilizar as datas para o cumprimento de várias obrigações declarativas fiscais, bem como para o pagamento de impostos, argumentado que tal adaptação é um mecanismo facilitador do cumprimento voluntário das obrigações dos contribuintes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Têxtil Riopele sai mais jovem, rápida e cara da pandemia

A reboque de um investimento de 35 milhões em tecnologia, a gigante têxtil de Famalicão reduziu a idade média na fábrica, encolheu os prazos de entrega e ganhou “coragem” para aumentar os preços.

Reforço de competências internas, otimização de processos e tecnologia de ponta – com automação e eficiência dos novos equipamentos, criação de uma plataforma digital, monitorização do chão de fábrica e implementação de um sistema de visão artificial nos teares. Foi esta a troika que comandou o investimento de 35 milhões de euros feito pela Riopele ao longo dos últimos oito anos com o objetivo de se tornar “a fábrica mais moderna da Europa”.

Acabada de fechar “um 2019 fantástico” e com um ambicioso programa de crescimento traçado para o ano de 2020 – em que acabou por ter uma quebra de 17% no volume de negócios –, a chegada da pandemia de Covid-19 ainda fez a exportadora de Vila Nova de Famalicão vacilar entre travar ou avançar com a expansão ao nível das máquinas e dos métodos. Decidiu prosseguir com o plano, até porque já estava adiantada na outra “dimensão fundamental para uma organização”.

“Fizemos um investimento nas pessoas e, numa indústria que muitos dizem que está acabada, admitimos muitos jovens para o chão de fábrica, com a idade média a ser hoje de 41 anos. Ganhámos um ativo fantástico e isso permitiu que a tecnologia que veio a seguir tenha sido recebida por pessoas motivadas, com atitude e com uma dinâmica para fazer. A juventude que entrou pela Riopele dentro trata as máquinas que conseguimos adquirir como se fossem os telemóveis deles. Estão sistematicamente envolvidos com essa tecnologia”, relatou o presidente.

Conferência PRR e a Transformação da Economia - 16JUL21
José Alexandre Oliveira, presidente da Riopele.Hugo Amaral/ECO

Num debate inserido na QSP Summit, realizada na Exponor (Matosinhos), José Alexandre Oliveira perspetivou que esta integração da tecnologia vai trazer também alterações profundas ao nível dos recursos humanos. “Vamos eventualmente ter melhor emprego, com mais qualidade. Esta vertente da tecnologia na indústria têxtil não vai dar desemprego, vai é dar outro tipo de emprego, com o tal valor acrescentado trazido pelas pessoas”, acrescentou.

“Milagre” nas entregas

Por outro lado, com máquinas mais modernas, a Riopele consegue fazer “um produto com mais qualidade e com entregas mais rápidas”. Das anteriores seis semanas de prazo médio indicado aos clientes, a gigante minhota fundada em 1927 passou a garantir o abastecimento em três a quatro semanas. E, pelo meio, vai conseguindo “fazer milagres”, como entregar os artigos ao fim de duas semanas.

Uma das mudanças que contribuíram para a aceleração do processo e da resposta industrial foi muitos clientes, sobretudo os mais fidelizados, terem deixado de fazer o contacto inicial com o departamento comercial e – eliminando também intermediários pelo caminho – terem passado a conversar diretamente com a área do planeamento. “Quero que os clientes entrem pela Riopele dentro, não os quero barrar”, sustentou José Alexandre Oliveira.

Essa rapidez na resposta e a flexibilidade na produção, além da qualidade superior à oferecida noutras origens, como a Ásia, foram os argumentos que permitiram à indústria portuguesa do têxtil e vestuário resistir e prosperar nos últimos anos, até bater o recorde de cinco mil milhões de euros nas exportações. A pandemia desacelerou a atividade e as vendas ao exterior em 2020, mas, por outro lado, está a fazer alguns clientes europeus regressar aos fornecedores nacionais. É o caso dos alemães, partilhou o líder da Riopele, que estão a “decidir comprar mais perto”.

Regatear o preço com clientes

Além de mais jovem e de mais rápida, a empresa têxtil que no final do ano passado empregava 1.039 pessoas – com mais de 10% do quadro de pessoal com licenciatura –, está também a tentar vender mais caro. “O valor acrescentado é fundamental no negócio. Nós, portugueses, temos de dar um toque no lado comercial e não aceitar o preço só porque o cliente diz que é aquele. Temos de dar mais um passo, contar uma história, ser mais abertos para conseguir aumentar o nosso preço”, remata Oliveira.

"Nós, portugueses, temos de dar um toque no lado comercial e não aceitar o preço só porque o cliente diz que é aquele.”

José Alexandre Oliveira

Presidente da Riopele

A discussão entre a aposta na indústria ou no comércio já leva décadas – e divide até a meio a Península Ibérica. Os espanhóis conseguiram criar algumas marcas globais no vestuário, como é o caso da Zara; enquanto os portugueses, confinados a um mercado doméstico de apenas dez milhões de consumidores, acabaram por se concentrar e especializar no fabrico.

“Dizia-se que era importante ter marcas, mas em países pequenos, como o nosso, sempre achei difícil implementar uma marca forte. Mas estou satisfeito porque somos hoje o país na Europa mais apetrechado ao nível industrial, seja nas malhas, nos têxteis-lar, seja no vestuário. Só temos de ter a coragem de saber vender e aumentar os preços”, rematou José Alexandre Oliveira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo admite ajustamentos na “Casa Aberta” para renovar cartão de cidadão

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

"Estamos a avaliar de perto todas as situações que vão acontecendo em todas as lojas e em que medida poderemos eventualmente afinar a nossa capacidade de resposta", garantiu secretária de Estado.

A secretária de Estado da Modernização Administrativa fez, este sábado, um balanço “satisfatório” do primeiro dia da “Casa Aberta” para renovar cartão de cidadão e passaporte, mas admitiu ajustamentos nos próximos sábados nas lojas onde a procura for maior.

Em termos globais, penso que é satisfatório o balanço que podemos fazer neste momento porque as pessoas aderiram e estão a resolver os seus problemas”, disse Maria de Fátima Fonseca, em declarações à Lusa, cerca das 16h00, quando ainda decorre o primeiro sábado dos oito da modalidade “Casa Aberta”.

A chamada modalidade “Casa Aberta” consiste em manter durante este sábado e nos próximos sete sábados algumas Lojas do Cidadão abertas com um horário alargado, entre as 09h00 e as 22h00, para levantamento e renovação do cartão de cidadão ou do passaporte.

A medida visa ajudar a regularizar os casos em atraso até ao final do mês e recuperar algum do tempo perdido devido ao encerramento das Lojas do Cidadão por causa da pandemia da Covid-19.

Apesar do descontentamento registado esta manhã pela Lusa na loja das Laranjeiras, em Lisboa, devido à grande afluência de pessoas e à falta de senhas que esgotaram antes do meio-dia, a secretária de Estado Maria de Fátima Fonseca fez um balanço positivo da medida e indicou que serão feitos ajustamentos nos casos em que isso for necessário.

Estamos a avaliar muito de perto todas as situações que vão acontecendo em todas as lojas e em que medida poderemos eventualmente afinar a nossa capacidade de resposta, procedendo a alguns pequenos ajustes, se for o caso, nas semanas subsequentes”, afirmou a secretária de Estado. “Obviamente que não seria razoável supor que as lojas teriam capacidade ilimitada” e portanto o sistema de atendimento está organizado por senhas, disse a governante.

A secretária de Estado considerou que “as senhas não esgotaram com rapidez” mas foram sim “ficando indisponíveis” ao longo do dia em algumas lojas, como é o caso das lojas da Grande Lisboa e na zona do Porto. Maria de Fátima Fonseca recordou que os utentes que pretendem renovar os documentos podem optar pelas senhas online.

O que nós estamos a recomendar é que de facto as pessoas acedam o mais possível à senha online que está disponível no mapa cidadão onde aliás também podem verificar a disponibilidade de senhas em cada uma das lojas que fazem parte desta operação”, realçou.

Este sábado de manhã, por volta das 11h00, o sentimento geral junto à Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa, era de descontentamento, com as pessoas que chegavam por volta daquela hora a depararem-se com a impossibilidade de tratar dos documentos, por já não haver senhas, constatou a Lusa no local.

A modalidade “Casa Aberta” vai estar disponível em quatro lojas na área de Lisboa – Laranjeiras, Saldanha, Marvila e Odivelas –, duas na área do Porto – Porto e Vila Nova de Gaia –, e em Coimbra, Braga e Faro, além dos balcões de atendimento ao público do Instituto de Registos e Notariado (IRN), no Campus da Justiça de Lisboa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Biden insta republicanos a apoiarem suspensão do limite da dívida

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

"Espero que os republicanos não sejam tão irresponsáveis e recusem aumentar o limite da dívida", disse Joe Biden, em declarações aos jornalistas.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exortou, este sábado, os republicanos a apoiarem uma suspensão do teto de endividamento para evitar que o país incorra numa suspensão dos pagamentos da dívida em 18 de outubro.

Espero que os republicanos não sejam tão irresponsáveis e recusem aumentar o limite da dívida, isso seria totalmente inconcebível. Nunca foi feito antes”, disse Biden, em declarações aos jornalistas antes de partir para a sua casa em Wilmington (Delaware), onde vai passar o fim de semana.

A liderança do Partido Republicano, tradicionalmente favorável à disciplina orçamental, opõe-se a uma suspensão do limite da dívida e instou os democratas a usarem um mecanismo legislativo que permite aprovar de forma excecional projetos com uma maioria simples.

Para aprovar uma lei no Senado são necessários 60 votos, mas atualmente os democratas só têm 50, o mesmo que os republicanos, pelo que seria necessário o apoio dos conservadores para evitar que os Estados Unidos não cumpram as suas obrigações quanto ao pagamento da dívida.

Esta situação ocorre porque o Governo gasta mais do que obtém através dos impostos federais. Só em 2021 espera-se que haja gastos de 5,8 biliões de dólares, quando as receitas ficam em 3,5 biliões, o que leva a um défice de 2,3 biliões, de acordo com o gabinete de orçamento do Congresso.

O Governo só pode emitir dívida até ao limite estabelecido pelo Congresso, que tem o poder de elevar esse teto se considerar que é conveniente.

Os Estados Unidos nunca tiveram de recorrer a uma suspensão de pagamentos da sua dívida soberana, mas estiveram perto de o fazer em 2011, com Barack Obama na Casa Branca.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Emitido segundo mandado de detenção para Rendeiro cumprir pena de prisão

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

João Rendeiro já tinha sido há dias alvo de um primeiro mandado de detenção europeu e internacional. Tribunal Criminal de Lisboa emitiu, este sábado, um segundo mandado.

O Tribunal Criminal de Lisboa emitiu, este sábado, um segundo mandado de detenção europeu e internacional para o antigo presidente do BPP João Rendeiro, que se encontra no estrangeiro e em parte incerta, fugindo à justiça.

Segundo despacho judicial, a que a Lusa teve acesso, desta vez o mandado de detenção europeu e internacional para o arguido João Rendeiro destina-se a que este cumpra a pena única de cinco anos e oito meses de prisão que lhe foi imposta no processo que decorre no juiz 22 do Juízo Central Criminal de Lisboa.

Este despacho do juiz ocorre após o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) comunicar à 1.ª instância que considera que o acórdão proferido pelo Supremo Tribunal de Justiça no processo em que João Rendeiro foi condenado por falsidade informática e falsificação de documentos agravada transitou em julgado, razão pela qual entende ser altura de executar a pena aplicada ao ex-banqueiro.

João Rendeiro já tinha sido há dias alvo de um primeiro mandado de detenção europeu e internacional, para aplicação da medida de coação de prisão preventiva no âmbito de um outro processo do BPP em que foi condenado a pena de prisão por burla qualificada.

O primeiro mandado de detenção foi emitido após a juíza do Juiz 5 considerar que João Rendeiro não tinha intenção de revelar o seu paradeiro no estrangeiro, tendo contornado “ostensivamente” a obrigação legal de informar sobre o lugar onde poderia ser encontrado.

A mesma juíza tinha determinado a data da última sexta-feira (01 de outubro) para ouvir João Rendeiro sobre a reavaliação das medidas de coação, mas este informou antecipadamente que era sua intenção não regressar a Portugal.

O primeiro mandado de detenção foi transmitido às polícias, nomeadamente Interpol, Europol, PSP, GNR, Polícia Judiciária, tendo sido inseridos os elementos identificativos de Rendeiro no sistema de informação policial SIRENE.

Entretanto, os ex-administradores do BPP Salvador Fezas Vital e Fernando Lima, também condenados a penas de prisão, ficaram proibidos de se ausentarem para o estrangeiro, devendo entregar em 48 horas o passaporte e outros documentos análogos de identificação, determinou na sexta-feira juíza Tânia Loureiro Gomes, do Juízo Central Criminal de Lisboa.

Para o agravamento das medidas de coação a Fezas Vital e Fernando Lima, que estavam apenas com Termo de Identidade e Residência (TIR), a juíza teve em conta a recente fuga do ex-presidente do BPP João Rendeiro.

Tais documentos ficarão, logo que entregues ao tribunal, aprendidos à ordem dos autos, ficando ainda proibida quer a emissão de segundas vias, quer as suas renovações, diz o despacho da juíza.

O tribunal pede também que se comunique, ainda, a todos os serviços e entidades nacionais de controlo de fronteiras, a medida de coação agora imposta a Salvador Fezas Vital (condenado a nove anos e seis meses de prisão) e a Fernando Lima (condenado a seis anos de prisão). Ambos foram condenados por fraude fiscal qualificada, abuso de confiança qualificado e branqueamento de capitais.

Quanto ao coarguido e ex-administrador do BPP Paulo Guichard (a residir no Brasil com o conhecimento do tribunal), face à gravidade dos crimes pelos quais está condenado a nove anos e seis meses de prisão (embora sem trânsito em julgado), a juíza entende ser altura de reponderar as medidas de coação, pelo que designou a sua audição presencial para a próxima sexta-feira (08 de outubro), pelas 14:00.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da pequena dimensão do BPP, o caso teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Um GLE híbrido com muita autonomia

É a diesel, mas tem um motor elétrico e uma bateria gigante. Garante muita potência, mas também uma autonomia elétrica de fazer inveja. São quase 100 quilómetros sem gastar uma gota de combustível.

O Mercedes GLE é, há muito, uma referência entre os SUV. E a marca da estrela quer que continue, nesta geração renovada, a ser a escolha de muitos, pelo que decidiu replicar a receita que tem utilizado nomeadamente nas berlinas e dotá-lo de uma opção híbrida. Mas com um bónus em termos de autonomia que faz toda a diferença perante a aguerrida concorrência deste segmento.

São poucas a diferenças entre os novos GLE e GLE Coupé. Esteticamente são praticamente iguais à geração que vêm suceder, mas debaixo do capot está todo um mundo novo para estes modelos de grandes dimensões. Há um motor a combustão, mas também um elétrico, que funcionam em perfeita sintonia, para gáudio de que quem se senta no lugar do condutor.

Ao contrário de outras marcas, a Mercedes recorrer também aos diesel para os seus modelos híbridos. Neste caso, temos um quatro cilindros com 2.0 litros, com 194 cv e 400 Nm que conta com a ajuda de um motor elétrico com 100 kW e 440 Nm. No total, a fabricante germânica injetou 320 cv e 700 Nm debaixo do gigante capot do GLE Coupé, potência que fica à disposição de um simples toque no pedal do acelerador.

Suave, mas potente

Esta potência é mais do que suficiente para mover o GLE Coupé, mesmo com as suas quase 2,7 toneladas. Este “tanque” – não pelos quase cinco metros de comprimento, mas pelos dois metros de largura, num modelo “rebaixado” –, move-se com tal leveza que contraria todos os sentidos de quem vai ao volante. O arranque, feito em modo totalmente elétrico, surpreende, assim como a suavidade e agilidade que se obtém nesta combinação improvável.

Em cidade o modo elétrico é rei, mas quando se pede um pouco mais acordamos o diesel, mas quase sem nos apercebermos de que está a trabalhar — a insonorização é bastante eficaz. E é notória a vitalidade de todo o conjunto, seja em modo Normal ou quando se quer algo mais desportivo, optando pelo Sport. Claro que exagerar no acelerador se traduz em consumos mais elevados, mas não é fácil gastar muito neste 350 de.

Mais autonomia elétrica

Mesmo abusando um pouco da potência, dificilmente o ecrã por detrás do volante — que tem um outro ao seu lado com as mesmas 12,3 polegadas — mostrará consumos exagerados. Não se admire se surgirem médias na casa dos 2 a 3 litros/100 km. É extremamente poupado nos consumos — no preço, nem por isso, já que pode chegar a custar os cerca de 115 mil euros da unidade ensaiada —, facto para o qual contribui a grande autonomia que o GLE Coupé, no caso, mas também o GLE conseguem oferecer.

O sistema híbrido é em tudo semelhante ao que a Mercedes usa, por exemplo, nos Classe E, mas nos GLE a bateria é maior (sendo a capacidade da bagageira ligeiramente menor): tem uma capacidade de 31,2 kWh que permite uma autonomia que chega bem perto dos 100 km (em ciclo WLTP). É quase o dobro dos outros modelos da marca, mas também da dos SUV de outras marcas, permitindo rolar no dia-a-dia quase sempre sem ligar o diesel, aproveitando tanto o modo Eco como as distintas intensidades de regeneração para adicionar quilómetros à autonomia. Quando acaba a bateria, bastam 20 minutos para ter 80% da carga, isto num posto rápido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Apoio extraordinário ao rendimento chegou a 62.771 pessoas até setembro

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

O Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores foi criado no âmbito do Orçamento do Estado e garante 50 euros a 501,16 euros aos trabalhadores sem proteção.

O Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores (AERT) abrangeu entre janeiro e setembro 62.771 pessoas, tendo sido pagos apoios no valor de 60,8 milhões de euros, segundo as estatísticas da Segurança Social.

O AERT entrou em vigor em janeiro com o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) e destina-se aos trabalhadores sem proteção económica devido à pandemia de Covid-19.

Para a generalidade das situações, o apoio está sujeito a condição de recursos (conjunto de condições do agregado familiar, como o rendimento e o valor do património mobiliário) e o valor oscila entre 50 euros e 501,16 euros.

O apoio tem regras diferentes para cada situação concreta de desproteção social e uma duração máxima de seis meses a um ano (até 31 de dezembro de 2021), tendo de ser pedido mensalmente. Porém, a informação divulgada agora pela Segurança Social sobre o AERT não revela os dados relativos a cada mês.

Em 06 de abril, no parlamento, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse que até àquela data tinham entrado na Segurança Social 60 mil pedidos para o AERT, 39 mil dos quais aprovados, estando então 21 mil em análise.

Em abril, o Governo aprovou alterações ao AERT, nomeadamente mudanças na condição de recursos, com o objetivo de alargar a medida a um maior número de beneficiários, passando também a ser consideradas as quebras de faturação do primeiro trimestre do ano (quando ocorreu o confinamento geral).

A medida prevê, por exemplo, que os trabalhadores que ficaram sem o subsídio de desemprego este ano, têm direito ao AERT, sem necessidade de verificação da condição de recursos, mas apenas durante seis meses.

Em setembro, o parlamento rejeitou um projeto de lei do BE onde os bloquistas propunham a manutenção, até final de 2021, do AERT, sem necessidade de verificação da condição de recursos, para quem beneficiou deste apoio nos primeiros seis meses do ano, após ter esgotado em 31 de dezembro a prestação de desemprego. O projeto do BE foi rejeitado com votos contra do PS, a abstenção de PSD e Iniciativa Liberal e restantes grupos parlamentares a favor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Senhas na Loja do Cidadão das Laranjeiras acabam pouco depois da abertura

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

Nove Lojas do Cidadão estarão abertas com um horário alargado, entre as 09h00 e as 22h00, este sábado e nos próximos sete. Nas Laranjeiras, ambiente era descontente no arranque desta iniciativa.

No primeiro dia de modalidade “Casa Aberta” para renovar cartão de cidadão e passaporte, o ambiente era de descontentamento junto à Loja do Cidadão das Laranjeiras. O primeiro utente chegou às 03h00, às 11h00 já não havia senhas.

A chamada modalidade “Casa Aberta”, que consiste em manter durante os próximos oito sábados algumas Lojas do Cidadão abertas com um horário alargado, entre as 09h00 e as 22h00, para a entrega e renovação do cartão de cidadão ou do passaporte, arrancou este sábado.

A medida visa ajudar a regularizar os casos em atraso até ao final do mês e recuperar algum do tempo perdido quando as Lojas do Cidadão encerraram devido à pandemia da Covid-19, explicou na sexta-feira à Lusa a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão.

Hoje de manhã, por volta das 11h00, o sentimento geral junto à Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa, era de descontentamento, com as pessoas que chegavam por volta daquela hora a depararem-se com a impossibilidade de tratar dos documentos, por já não haver senhas.

Seguranças e polícias iam-se alternando à porta, e a informação prestada às pessoas também alternava entre “as senhas estão interrompidas, sem previsão quando ou se retomam” e “já não há senhas”, duas repostas diferentes, que induziam comportamentos diferentes nos utentes: os primeiros, na maioria dos casos, optavam por esperar, os segundos, iam-se embora.

Foi o caso de Alexandra Mendonça, que veio de Carnaxide para tratar do cartão de cidadão e às 11h30 foi recebida com a informação de que tinham sido emitidas mais de 800 senhas, mas que “já não havia”. “Vi que estava aberto até às 22h00, e ao meio-dia já não há”, indignou-se, afirmando à Lusa que veio de Carnaxide, perdeu tempo e gastou combustível, para nada.

Não acho isto normal, nós estamos a tentar cumprir e o Estado não corresponde, não tem capacidade de resposta”, disse, deixando ainda um recado à ministra: “A dra. Alexandra Leitão tem que perceber que não podemos andar nisto, se o cidadão tenta mas não consegue, não exijam de nós”.

Reação semelhante teve uma outra cidadã, empregada doméstica, que preferiu não se identificar, quando chegou às 11h47 e percebeu que já não tinha senha. “O segurança disse-me que isto estava aberto até às 22h30. Às 11h00 já não há senhas? Isto é uma brincadeira. Se tivesse vindo tarde, às 15h00 ou às 16h00… Mas ainda nem é hora de almoço”, lamentou, acrescentando que tinha tentado fazer marcação por telefone, mas não conseguiu.

Ao meio-dia, foram disponibilizadas novamente algumas senhas para o cartão de cidadão, mas esta informação não foi divulgada entre quem esperava, e quem nunca soube dessa possibilidade, já há muito tinha ido embora. Só casualmente, quem por aquela altura perguntasse se havia senha, tinha sorte em recebê-la. Ainda assim, às 12h10 as senhas iam no número 144, enquanto o atendimento estava ainda na senha 31.

Com os passaportes a situação não era muito diferente, com os serviços a darem vazão apenas às entrega dos documentos já prontos. Maria Ribeiro, médica, foi para a porta da Loja do Cidadão às 06h00, para tratar do passaporte, e a essa hora já tinha 23 pessoas à frente, a primeira das quais tinha chegado às 03h00, contou à Lusa.

Às 11h00 já não havia senhas para pedir ou renovar passaportes. Quando as portas abriram, foi-lhe entregue uma senha impressa às 08h20, com o número 16, mas três horas depois ainda não tinha sido atendida, e o contador ia na senha 14.

Maria Ribeiro queixou-se ainda de falta de organização e de respeito por parte dos serviços. “Deram-me a senha e disseram-me que podia tratar do pedido de passaporte nos dois andares, fui para o andar de cima, mas quando lá cheguei ainda estavam a reunir a equipa. Disseram depois que afinal não podia tratar em cima, que era só para entregas, e que os pedidos eram em baixo”.

A forma como as pessoas são tratadas também mereceu criticas por parte desta utente, que considera inadmissível que as senhas acabem e não avisem quem está na fila de que já não há mais senhas. “As pessoas ficam imenso tempo na bicha, à espera da sua vez e só quando chegam à porta é que lhes dizem que já não há senhas, quando as senhas já tinham acabado muito tempo antes”, disse, acrescentando que “uma senhora que chegou às 07h00, quando tentou já não conseguiu”.

Maria Aurora Teixeira, emigrante nos Estados Unidos há 20 anos, recorreu à modalidade “Casa Aberta” também para atualizar o passaporte português. Chegou à Loja do Cidadão por volta das 09h15 e já recebeu a senha 151, mas conta que só a conseguiu porque entrou “por sua iniciativa”. “Quando cheguei, disseram-me logo que já não havia senhas. Mesmo assim, entrei por minha iniciativa e ainda consegui uma. O segurança que a tinha disse que era a última”, contou

“Vou estar aqui o dia todo. Não está correto”, lamentou Maria Aurora Teixeira, contando que perguntou a um funcionário se iria ficar à espera até às 22h00 e que lhe responderam “com arrogância”: “Provavelmente”. Na opinião desta utente, o problema é não terem pessoal suficiente a trabalhar. “Há balcões sem ninguém. Num dia como o de hoje, que abriu especialmente para despachar estes casos, deveria haver mais pessoas a trabalhar”.

Para Maria Aurora Teixeira, a forma como as pessoas são tratadas também não é aceitável: “Não dão uma informação, viram as costas. Não é assim que se atende as pessoas”.

A modalidade “Casa Aberta” vai estar disponível em quatro lojas na área de Lisboa – Laranjeiras, Saldanha, Marvila e Odivelas –, duas na área do Porto – Porto e Vila Nova de Gaia –, e em Coimbra, Braga e Faro, além dos balcões de atendimento ao público do Instituto de Registos e Notariado (IRN), no Campus da Justiça de Lisboa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal com 690 novos casos de Covid-19 e mais sete mortes

Foram identificadas 690 novas infeções, nas últimas 24 horas, indica boletim divulgado pela DGS. O número de óbitos associados à crise pandémica também subiu desde o último balanço.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 690 novos casos de Covid-19, nas últimas 24 horas. O boletim diário deste sábado dá conta de mais sete mortes face ao último balanço.

Desde o início da pandemia, já foram confirmados 1.070.665 casos em Portugal. Destes, 690 casos foram identificados nas últimas 24 horas: 219 em Lisboa e Vale do Tejo, 190 no Norte, 122 no Centro, 79 no Alentejo, 47 no Algarve, 13 na Madeira e 20 nos Açores.

De acordo com o boletim divulgado este sábado pela DGS, há agora menos 244 casos ativos, totalizando 30.257. Além disso, nas últimas 24 horas, 927 utentes foram dados como recuperados, o que significa que, desde o início da pandemia, 1.022.422 já recuperaram da infeção em Portugal.

Quanto aos óbitos associados à crise pandémica, a DGS salienta que sete pessoas morreram, desde o último balanço. Desse total de falecimentos, três aconteceram no Alentejo, dois no Centro, um em Lisboa e Vale do Tejo e um no Algarve. Subiu, assim, para 17.986 o número de falecimentos por Covid-19 registados em Portugal, desde o início da crise sanitária.

Quanto aos internamentos, nas últimas 24 horas, 20 pessoas deixaram de estar nessa situação (o novo total é, assim, de 337 doentes). Também o número de utentes em cuidados intensivos recuou: há agora menos dois utentes para um novo total de 65.

Quanto ao número de contactos sob vigilância ativa, há a notar um aumento: há mais 85 pessoas, desde o último balanço, nessa situação. Ou seja, há agora um total de 27.485 contactos sob vigilância ativa.

Do boletim deste sábado também consta a a matriz de risco. O risco de transmissibilidade nacional está nos 0,89, enquanto a incidência nacional está fixada em 101,7 casos de infeção por 100.000 habitantes.

O país entrou, esta sexta-feira, dia 1 de outubro, numa nova fase de desconfinamento, face aos avanços na campanha de vacinação contra a Covid-19. Assim, Portugal deixou de estar em estado de contingência e passou a estar em estado de alerta e uma série de restrições fora levantadas ou aliviadas. Por exemplo, mais e ano meio depois de terem sido obrigados a fechar portas por causa da crise pandémica, bares e discotecas podem agora voltar a funcionar.

Boletim epidemiológico de 2 de outubro

(Notícia atualizada às 14h25)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Cortiça espera crescer num ano mais do que perdeu na pandemia”, diz Rios Amorim

António Rios de Amorim diz que o crescimento da Corticeira Amorim vai assentar em três pilares: rolha, materiais de construção e novas aplicações. Para o Orçamento do Estado pede estabilidade fiscal.

“No primeiro semestre deste ano já superámos o de 2020, em cerca de 10% a 11%, e superámos já o de 2019. Estamos a falar de um setor que espera mais do que recuperar num ano aquilo que perdeu durante a pandemia”, afirmou António Rios Amorim, presidente executivo da Corticeira Amorim, numa curta entrevista à margem da gala dos Investor Relations and Governance Awards, da Deloitte, onde foi distinguido com o prémio de melhor CEO.

Para o responsável da maior empresa do setor, estes números significam que “há uma retoma que se calhar não sentimos tanto em Portugal, mas que é relativamente vigorosa noutras geografias, o que nos permite olhar para a atividade no final deste ano com algum otimismo”.

A Corticeira Amorim fechou o primeiro semestre com um volume de negócios de 433,3 milhões de euros, mais 10,7% do que no mesmo período do ano anterior, enquanto o EBITDA subiu 17,2% para 77,3 milhões de euros. As vendas tinham recuado 5% em 2020.

http://videos.sapo.pt/R3FERWCPQKo4KWOCOrGr

Se o vídeo não começar vá a definições (roda dentada na barra) e selecione SD.

Sobre o futuro, António Rios de Amorim garante que o “caminho é de crescimento”. O desafio maior será “conseguir responder positivamente com um produto que revela, nas várias aplicações, que tem vantagens de performance e que do ponto de vista ambiental e de sustentabilidade ganha sempre aos concorrentes mais diretos”.

O crescimento vai assentar em três vertentes: “Uma área centrada naquele que é o principal produto do setor, que é a rolha, dedicado ao mundo dos vinhos. Uma outra que são os materiais de construção, de decoração e interiores”. E, por fim, “novas aplicações de cortiça, onde a Corticeira Amorim tem investido fortemente para criar novos usos, novas aplicações, só com cortiça ou em combinação com outros compósitos e maquinados para conseguir angariar novos usos, que é o que pretendemos para fazer crescer o mercado”, explica o CEO.

Questionado sobre o que gostava de ver no próximo Orçamento do Estado, António Rios de Amorim elegeu a estabilidade. “Acho que a pior coisa que uma empresa pode ser confrontada é a instabilidade fiscal e na legislação laboral”, sublinhou o presidente-executivo da Corticeira Amorim.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dois ex-administradores do BPP condenados proibidos de sair do país e a entregar passaportes

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

Tendo em conta a recente fuga do ex-presidente do BPP João Rendeiro, tribunal decidiu agravar as medidas de coação dos arguidos Fernando Lima e Salvador Fezas Vital.

Os ex-administradores do BPP Salvador Fezas Vital e Fernando Lima, que foram condenados a penas de prisão, ficam proibidos de se ausentarem para o estrangeiro e devem entregar em 48 horas o passaporte, determinou o tribunal.

Segundo despacho da juíza Tânia Loureiro Gomes do Criminal de Lisboa, datado de sexta-feira e que a agência Lusa teve acesso este sábado, tendo em conta a recente fuga do ex-presidente do BPP João Rendeiro, impõe-se agravar as medidas de coação dos arguidos Fernando Lima e Salvador Fezas Vital, que eram de Termo de Identidade e Residência.

Assim, de forma a prevenir que não se ausentem de Portugal, e tendo em conta as penas de prisão em que cada um destes arguidos foi condenado, a juíza impôs agora proibição de se ausentarem para o estrangeiro, devendo, no prazo máximo de 48 horas, entregar nos autos os passaportes de que são titulares e/ou os documentos análogos que possuam e que lhes possibilitariam ausentar-se do país.

Tais documentos ficarão, logo que entregues ao tribunal, aprendidos à ordem dos autos, ficando ainda proibida quer a emissão de segundas vias, quer as suas renovações, diz o despacho da juíza do Juiz 5 do Juízo Central Criminal de Lisboa.

No despacho, solicita-se ainda que se comunique, de imediato, ao Instituto dos Registos e Notariado, para efeitos de imediata inserção do decidido no respetivo sistema centralizado, bem como ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, com a expressa menção de que se encontra proibida a emissão de segundas vias dos passaportes e suas renovações.

O tribunal pede também que se comunique, ainda, a todos os serviços e entidades nacionais de controlo de fronteiras a medida de coação agora imposta a Salvador Fezas Vital (condenado a 9 anos e 6 meses de prisão)e a Fernando Lima (condenado a seis anos de prisão).

Esta decisão da juíza surge após os arguidos Fernando Lima e Salvador Fezas Vital terem eles próprios pedido a reavaliação das suas medidas de coação e ao mesmo tempo terem manifestado repúdio pela fuga para parte incerta do coarguido João Rendeiro, a quem foi recentemente ordenada a prisão preventiva e emitido mandados de detenção europeu e internacional visando a sua captura.

Considerando estar em causa a prática por Fernando Lima e Salvador Fezas Vital de ilícitos de manifesta gravidade, dada a forte indiciação decorrente do acórdão condenatório de crimes de fraude fiscal qualificada, abuso de confiança qualificado e branqueamento de capitais, e verificação de certos pressupostos processuais penais, a juíza optou por agravar as medidas de coação destes dois arguidos.

Quando ao coarguido e ex-administrador do BPP Paulo Guichard (a residir no Brasil com o conhecimento do tribunal), face à gravidade dos crimes pelos quais está condenado a 9 anos e 6 meses de prisão (embora sem trânsito em julgado), a juíza entende ser altura de reponderar as medidas de coação, pelo que designou a sua audição presencial para a próxima sexta-feira (08 de outubro), pelas 14h00.

Em relação ao arguido do BPP Mário Jorge Amorim Sampaio da Silva, condenado, ainda sem trânsito em julgado neste processo, por um crime de branqueamento de capitais na pena de 2 anos de prisão (suspensa na sua execução por igual período), a juíza determinou a entrega a uma entidade da quantia de 50 mil euros, de forma a evitar que se dissipe o património.

Nessa linha, determinou ainda que o arguido Mário Jorge Amorim Sampaio da Silva, no prazo de 30 dias, entregue, à ordem do processo, 20 mil euros, a título de caução.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 79 mil pessoas já foram vacinadas contra a gripe

Campanha de vacinação contra a gripe arrancou a 27 de setembro. Em cinco dias, foram inoculadas 79.045 vacinas, indica a DGS.

Em cinco dias, foram inoculadas 79.045 vacinas contra a gripe, informa, este sábado, a Direção-Geral da Saúde (DGS), referindo-se ao período compreendido entre 27 de setembro — dia em que arrancou a campanha — e 1 de outubro. A vacinação contra a gripe está a ocorrer em simultâneo com vacinação contra a Covid-19.

“A campanha de vacinação contra a gripe iniciou-se a 27 de setembro. Até ao momento foram distribuídas mais de 320 mil doses da vacina da gripe em todo o território nacional. A 1 de outubro, já tinham sido inoculadas 79.045 vacinas“, adianta a DGS, em comunicado.

As autoridades sublinham que o processo de vacinação começou pelos utentes e profissionais dos Estabelecimentos Residenciais para Idosos, unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e instituições similares, bem como pelos profissionais do Serviço Nacional de Saúde. “A vacinação destes grupos, bem como das grávidas, deverá decorrer durante as próximas semanas“. Depois, será a vez dos demais grupos, como utentes com idade igual ou superior a 65 anos e as pessoas com doenças elegíveis para vacinação no âmbito do SNS.

É importante notar que a vacinação contra a gripe está ocorrer paralelamente com o processo de vacinação contra a Covid-19, que ainda está em curso. Aliás, no ponto de situação mais recente, o vice-almirante Gouveia e Meio identificou essa conjugação como o grande desafio, destas campanhas.

Segundo esse mesmo responsável, a campanha de vacinação da gripe deverá ficar concluída até 15 de dezembro. “Estamos preparados para fazer 400 mil vacinas por semana e para terminar o processo até 15 de dezembro”, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.