Axpo avança com projeto de hidrogénio verde em Portugal. Suíços já falaram com Governo e parceiros nacionais

O plano da empresa estatal suíça passa por desenvolver uma central solar fotovoltaica de grandes dimensões, com eletrolisadores, em Sines. Galamba já foi a Zurique conhecer o projeto.

O Grupo Axpo, maior produtor e distribuidor de eletricidade a partir de fontes renováveis da Suíça, detido pelo Governo helvético, quer ter 10 GW de capacidade instalada na energia solar até ao final desta década. Para isso, está de olhos fixos na Península Ibérica e a avançar já para um projeto de produção de hidrogénio verde em Portugal.

A empresa estatal suíça terá já iniciado conversações com parceiros portugueses, e o plano passa por desenvolver uma central solar fotovoltaica de grandes dimensões, com eletrolisadores, na região de Sines. Fundamental será também o acesso a fundos europeus para desenvolver o projeto, revelou Christoph Sutter, Head of Renewables da Axpo

Ao ECO/Capital Verde, Sutter revelou que muito recentemente esteve reunido com o secretário de Estado da Energia, João Galamba, para falar sobre os novos planos da Axpo para o hidrogénio em Sines. Do lado português, fontes ligadas ao processo confirmaram também que o encontro teve lugar há cerca de duas semanas nos escritórios da empresa, em Zurique.

No centro desta conversa esteve o projeto da Axpo para a produção de hidrogénio verde em Portugal, com o grupo suíço a dar exemplos do que acontece no seu próprio território: onde o gás renovável é utilizado para abastecer camiões, com benefícios a nível fiscal para as empresas que descarbonizem as suas frotas de transporte pesado e adotem a utilização deste gás renovável.

Esta nova ambição da Axpo surge precisamente no momento em que o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, se prepara para lançar oficialmente o primeiro aviso do “Apoio à produção de hidrogénio renovável e outros gases renováveis”, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, com um total de 185 milhões até 2023.

O Governo ainda não revelou o valor para este primeiro aviso, mas está já definido um apoio máximo de 15 milhões por projeto. As candidaturas estarão abertas para projetos com diversas tecnologias de eletrólise, metanação, biometano e gaseificação de biomassa, abrindo portas à entrada da Axpo no hidrogénio português.

“Se houver boas oportunidades para investir em centrais solares fotovoltaicas em Portugal, estaremos lá”, confirma CEO

“Estamos na década da energia solar fotovoltaica. Até 2030, esta tem de passar a ser a fonte renovável dominante. A tendência é global e a Axpo quer acompanhar. Depois de termos desenvolvido cerca de 300 MW de energia solar em França, estamos agora a olhar para Espanha e Itália, para desenvolver o nosso portfólio solar”, disse Christoph Sutter aos jornalistas portugueses, espanhóis e italianos que por estes dias visitaram à nova “joia da coroa” da Axpo: a central solar Alpin Solar, localizada a 2500 metros de altitude em plenos alpes suíços.

“Também estamos a olhar para Portugal, mas de forma diferente. Mais em específico para o hidrogénio verde, com solar fotovoltaico e eletrolisadores”, confirmou o head of renewables da Axpo, dizendo que neste momento não pode adiantar mais detalhes sobre o projeto.

Também o CEO do Grupo Axpo, Christoph Brand, prefere não revelar ainda se há “planos concretos ao virar da esquina”, mas assegura: Se houver boas oportunidades para investir em centrais solares fotovoltaicas em Portugal, claro que estaremos lá. Estamos certamente a tentar construir um pipeline de projetos no país. Porque não investir lá? Por alguma razão temos a Axpo Ibéria”.

“Ainda não investimos no desenvolvimento de centrais solares, mas o primeiro PPA que fechámos na península Ibérica foi precisamente em Portugal, há três anos, mesmo antes de o fazermos em Espanha. É um mercado muito interessante para nós, tendo em conta o desenvolvimento das renováveis“, reforçou Domenico de Luca, head of trading & sales da Axpo.

Em 2018, a Axpo celebrou o primeiro contrato de compra de Energia (PPA) a longo prazo em Portugal, sem qualquer tipo de ajudas públicas. Desde então, já celebrou mais três PPA que permitiram a construção de quatro centrais fotovoltaicas, com uma potência instalada de mais de 70 MWp.

CEO do Grupo Axpo, Christoph Brand

O interesse da empresa no hidrogénio português também foi repetido algumas vezes este ano pelo CEO da Goldenergy, Miguel Checa. Numa entrevista recente, ao Jornal de Negócios, o responsável garantiu que para a Axpo “o hidrogénio em Portugal é uma hipótese”.

“Portugal e Espanha são tipicamente países com as condições propícias ou necessárias para o desenvolvimento de hidrogénio, e porque não? Não existe nada fechado, mas Portugal e Espanha, dadas as condições solares, têm potencial”, disse Miguel Checa. Um cenário que agora se altera, com a Axpo a avançar com conversações com o Governo português e também com parceiros nacionais para tentar entrar no filão do hidrogénio nacional.

A empresa suíça está presente em Portugal desde 2009 e é dona da comercializadora Goldenergy (desde 2018), operando também na venda de eletricidade a empresas (das PME à indústria) e no mercado de contratos de longo prazo de compra e venda de energia (PPA).

Axpo quer crescer nas renováveis, mas na Suíça não há espaço para mega centrais solares

O Grupo marca presença em 31 países (na Europa, Ásia e nos EUA) e em 40 mercados do mundo, com 4,4 GW de produção renovável na Suíça (opera mais de 100 centrais, sobretudo hidroelétricas, mas também eólicas, solares e de biomassa), 377 MW em França, 195 MW na Alemanha, 66 MW em Itália e 15 MW em Espanha.

Sem grande margem para aumentar a capacidade de gerar energia limpa na Suíça, a empresa quer crescer fora de portas, sobretudo no eólico e solar. Aos jornalistas do sul da Europa, o CEO do Grupo Axpo, Christoph Brand, fala mesmo numa “expansão ambiciosa nos mercados onde seja economicamente atrativo e viável” e na “aposta em tecnologias de armazenamento (baterias) e hidrogénio verde”.

As metas até 2030 passam pela construção de 10 GW de capacidade solar a nível internacional, chegar aos 200 MW de solar fotovoltaico na Suíça, ter um adicional de energia eólica onshore de 3 GW e multiplicar por quatro o volume dos PPA negociados.

“Não esperamos mais crescimento na Suíça. O crescimento virá do desenvolvimento das energias renováveis noutros países europeus. O nosso modelo de negócios não é construir e manter centrais elétricas, mas sim desenvolver e vender os projetos, mantendo apenas alguns ou então posições minoritárias”, disse Brand numa conferência de imprensa na sede da Axpo, em Baden.

Em 2015 a empresa comprou a alemã Volkswind, que detém e opera 130 turbinas eólicas com um total de 300 MW e tem um pipeline de projetos com aproximadamente 4 GW, e em 2019 adquiriu também a francesa Urbasolar, com uma capacidade total de 373 MW e um pipeline de 1 GW.

“Aquisições, PPA, projetos eólicos e solares. Tudo está em cima da mesa em mercados como Espanha e Portugal. A nossa estratégia passa por um crescimento orgânico. Podemos também ter interesse em adquirir projetos individuais, dependendo da fase de desenvolvimento em que estejam, ou até comprar outras empresas. Não podemos excluir essa hipótese, mas não estamos desesperados para o fazer”, esclareceu ainda o CEO.

A Axpo reconhece a falta de ambição da empresa para as renováveis no próprio território. “E porquê? Para já porque não conseguimos desenvolver uma central solar de 50 hectares no país, devido à disponibilidade limitada de terrenos disponíveis e aos elevados preços de instalação”, esclarece o responsável.

Além disso, diz, o país está “muito atrasado no que diz respeito às renováveis [eólica e solar]”, à exceção da hidroelétrica, sobretudo devido à falta de incentivos financeiros e tarifas garantidas.

“Outros países europeus já tiveram vários ciclos de tarifas garantidas para desenvolver as renováveis, já tiveram leilões, e agora estão a afastar-se de tudo isso. Mas na Suíça ainda bem sequer começámos com os apoios. A produção de eletricidade a partir do sol e do vento no país é quase irrelevante. E isso é um problema, porque as centrais nucleares que ainda existem vão fechar e depois ficamos sem alternativas”, refere Christoph Brand.

As estimativas apontam para um aumento da procura de energia elétrica na Suíça, dos atuais 60 TWh para 80 TWh em 2050. “Com o fecho das centrais solares em breve vamos ficar com um défice de 40 TWh. E esta mensagem não passou para os políticos suíços”, remata o CEO.

(A jornalista viajou para a Suíça a convite do Grupo Axpo. Artigo atualizado às 14h30 com mais informação)

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Fidelidade entra na Insurope para conquistar multinacionais

A seguradora portuguesa quer mais mercado entre as 8 mil empresas internacionais a operar em Portugal. 567 delas já são clientes da rede Insurope, employee benefits é o negócio.

Sérgio Teodoro, Direção de Grandes Clientes e Corretores da Fidelidade: “Esta parceria estará ao serviço de todos os clientes e respetivo canal de mediação e de corretores”.

A Fidelidade entrou na Insurope Network, uma das maiores redes mundiais de companhias de seguros, que presta serviços de gestão integrada de programas employee benefits para empresas multinacionais em todo o mundo. A presença portuguesa na Insurope, fundada em 1968, era assegurada desde 1978 pela Tranquilidade que, com a integração na Generali, passa a dispor de outra base semelhante a partir do grupo italiano.

“A Insurope está presente em 100 países, é a número um em multinational pools, a segunda em pooled premiums e tem um expertise global que vai colocar à disposição da Fidelidade”, explica Sérgio Teodoro da Direção de Grandes Clientes e Corretores da Fidelidade, acrescentando que a parceria com esta network “vai permitir apresentar soluções de pooling a clientes estrangeiros multinacionais com operações em Portugal, assim como a clientes portugueses com operações noutros países onde a Insurope está presente, e certamente vai traduzir-se em mais negócio de vida risco neste segmento de clientes”.

Através da Insurope, a Fidelidade acede a novas oportunidades de negócio no contexto internacional para alargar o seu portfólio de clientes corporate multinacionais. Em Portugal, a seguradora tem em mente um total de 8.463 subsidiárias de empresas internacionais, entre elas estão 567 das 800 atuais clientes Insurope.

“Para atingir a dimensão de carteira que desejamos no curto prazo, é fundamental conquistar as multinacionais”, adianta Sérgio Teodoro, “são clientes especialmente sensíveis à proteção das suas pessoas e, em conjunto com a Insurope, pretendemos ser a resposta às suas preocupações e assim tornarmo-nos a primeira escolha de clientes e da distribuição, em especial da corretagem, para a colocação de negócios de vida risco grupo”, refere.

Esta adesão da Fidelidade na Insurope vem juntar-se à criação de uma estrutura orgânica especifica dedicada a benefícios, com especial atenção em vida risco, e será integrada na Direção Comercial de Grandes Clientes e Corretores. Quanto a alterações nas relações com a distribuição nacional Sérgio Teodoro afirma que “a política comercial da Fidelidade está assente numa boa articulação com a distribuição, que em nada se altera com a entrada nesta network” e adianta que “esta parceria estará ao serviço de todos os clientes e respetivo canal de mediação e de corretores”, conclui.

“A parceria com a Insurope é totalmente colaborativa com a distribuição e pretendemos, de forma muito ativa, trabalhar com a corretagem para que os seus clientes internacionais, que também são clientes da Insurope noutras geografias – embora sem esse enquadramento em Portugal -, passem a ter os seus seguros de vida risco na Fidelidade”, comenta Sérgio Teodoro.

A Insurope Network estabelece relações preferenciais com seguradoras em alguns países. Na Ásia tem a líder chinesa Ping An, a Manulife em Hong Kong, Asahi no Japão e a AXA em Singapura. Em África tem as subsidiárias Sanlam em vários países. Na América do Sul tem, entre outros, a Bupa na Argentina e Brasil. Nos Estados Unidos é a Prudential que representa enquanto no Canadá tem a Manulife. Na Europa são dezenas de aderentes, para além da Fidelidade em Portugal, a rede inclui a España, NN nos Países Baixos, Groupama em França, Baloise na Suíça, Uniqa na Áustria e Bupa e Canada Life no Reino Unido.

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APS ensina gestão de Bancassurance

  • ECO Seguros
  • 26 Setembro 2021

O objetivo do curso é dotar os formandos de conhecimentos que lhes permitam compreender a gestão comercial num modelo de distribuição bancassurance.

Com a crescente importância das estratégias de bancassurance no mercado segurador vida e não vida, “torna-se relevante a análise das várias dimensões envolvidas na gestão destes modelos de distribuição,” assinala a Academia Portuguesa de Seguros (APS), justificando a realização do curso que tem formato digital (é ministrado através da plataforma Zoom) e cujas sessões decorrem de 19 a 21 de outubro, no período da tarde (14.30 às 17.30h).

M. Isabel Ferreira Figueiredo é a formadora. O curso tem duração total de nove horas, é dirigido a colaboradores do setor segurador ou do setor bancário e vai permitir aos participantes conhecer as características do canal de distribuição bancassurance e dos seus modelos de gestão, desde a criação da oferta até à sua dinamização e monitorização, evidenciando os fatores críticos de sucesso. O programa do curso inclui, na parte final, uma componente mais prática com apresentação e discussão em grupo de um case study.

No final do curso, os formandos estarão aptos da definir o modelo de gestão adequado, desenhar o plano de negócio e definir o plano de suporte, acompanhamento e monitorização.

Conteúdo programático, as condições de inscrição e outra informação estão acessíveis no sítio da Associação Portuguesa de Seguradores.

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SPD com vantagem nas eleições alemãs. Mas quem será chanceler?

Projeções com base nas sondagens e resultados já conhecidos dão vitória ao SPD com 25,8% dos votos contra 24,2% da CDU/CSU, que tem o pior resultado de sempre.

As últimas projeções de voto, numa altura em que são agora 23h30 na Alemanha, apontam para a vitória do SPD nas eleições deste domingo. A pouca distância dos sociais-democratas, a CDU/CSU quer à mesma formar governo. O nome do próximo chanceler vai depender das negociações. Certo é o pior resultado de sempre para os democratas-cristãos e o crescimento da esquerda.

Depois de a sondagem à boca das urnas ter apontado para um empate percentual entre os dois maiores partidos, a projeção da Infratestdimap para a estação de televisão ARD, incorporando já os resultados conhecidos, dá já o SPD em primeiro lugar, com 25,8% dos votos, mais 1,7 pontos percentuais do que os democratas-cristãos (24,1%).

Os verdes consolidam o terceiro lugar com 14,6%, seguindo-se os liberais do FPD com 11,5%. Será entre estes quatro partidos que se desenhará a coligação que governará os destinos da Alemanha e o seu chanceler.

Após serem conhecidos as primeiras projeções e os líderes terem falado nas respetivas sedes de campanha, reuniram-se para um debate transmitido pela ZDF e a ARD, onde todos disseram querer um acordo rápido, de preferência até ao Natal, mas sem que as duas forças políticas que vão decidir para que lado cai a liderança do Governo — Verdes de FPD — tenham tornado claro com quem se pretendem juntar, apesar de cobiçadas por Olaf Scholz (SPD) e Armin Laschet (CDU).

Os moderadores bem insistiram, mas nem Christian Lindner (FDP) nem Annalena Baerbock (Verdes) quiseram abrir o jogo. “Não vou começar as negociações num debate televisivo”, atirou o líder dos liberais. Os dois aproveitaram, isso sim, para deixar clara a sua importância e as suas prioridades nas conversações que se vão seguir.

“Esta noite mostrou de forma muito clara que os eleitores querem os Verdes e a sua política no governo”, sublinhou Baerbock, que antes tinha assumido responsabilidade por o partido não ter alcançado um resultado mais robusto, apesar do significativo crescimento face aos 8,9% conseguidos à quatro anos. A líder dos Verdes voltou a defender a necessidade de um forte programa de investimento público, sem os contrangimentos do travão orçamental, que determina que o défice estrutural não pode ser superior a 0,35% do PIB. E, claro, uma agenda ambiciosa de digitalização e neutralidade carbónica.

Aqueles dois últimos pontos são a única consonância relevante com o FDP. O líder dos liberais não quer aumentos de impostos, nem um alívio nas restrições orçamentais ou um gigantesco pacote de investimento público. Pelo contrário, quer menor carga fiscal e medidas amigas das empresas.

Ficou evidente que o mais difícil será talvez conciliar as posições destes dois partidos, que serão decisivos para haver coligação, já que sociais-democratas e democratas-cristões não querem repetir a fórmula dos últimos anos. Olaf Sholz deixou claro que a mudança só pode acontecer sem a CDU no governo.

Mesmo ficando em segundo, Armin Lashet quer suceder a Angela Merkel. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para formar um governo federal sob a liderança da CDU/CSU”, garantiu no debate. Daí que tenha defendido que uma coligação entre a CDU/CSU, os Verdes e a FDP seria mais natural do que uma combinação destes últimos com o SPD.

Olaf Sholz, atual ministro das Finanças e líder do SPD, afirmou que “os resultados dão um mandato muito claro ao SPD” para formar governo. Mas como o que conta são as negociações, fez questão de salientar o que aproxima os sociais-democartas dos Verdes em matéria ambiental — “as metas são as mesmas, é uma questão de discutir como lá chegar” — e de investimento público.

O candidato tem ainda a seu favor o facto de as sondagens apontarem-no como o preferido para ocupar a cadeira de Angela Merkel. Segundo um inquérito do Forschungsgruppe Wahlen para a estação de televisão ZDF Olaf Scholz é o preferido para suceder a Merkel, com 48% contra 24% de Armin Laschet. O SPD é também o preferido para liderar o próximo governo (55%), muito acima da União (CDU/CSU) com 36%.

Aquilo em que todos os líderes dos quatro partidos mais votados concordam é na necessidade de chegar rapidamente a um acordo. Olaf Sholz garantiu que “vai tudo fazer para que as negociações terminem antes do Natal” e Angela Merkel não tenha de voltar a fazer a mensagem de Ano Novo ao país. Mas com a necessidade de uma coligação a três, o que não acontece desde os primeiros anos a seguir à Segunda Guerra Mundial, tudo pode acontecer.

Em cima da mesa estão sobretudo duas combinações de partidos. A coligação semáforo, que junta SPD, Verdes e FDP, que conseguiria 412 lugares no Bundestag, ou a coligação Jamaica, com os cristãos-democratas no lugar dos sociais democratas, que teria 401 deputados.

Certo só mesmo o pior resultado de sempre da CDU/CSU, com um tombo de 32,9% para 24,1% (segundo a projeção), a subida da esquerda moderada, com o SPD a passar de 20,5% para perto de 26% e os Verdes a saltarem de 8,9% para 14,7%. Os extremos perderam votos, sobretudo o Die Linke, de extrema-esquerda, que caiu de 9,2% para 5%. A AfD desce de 12,6% para 10,4%, mas alarga a sua influência no Leste da Alemanha, onde foi a segunda forla mais votada, vencendo na Saxónica e na Turíndia.

Os resultados finais deverão ser conhecidos às primeiras horas da manhã de segunda-feira.

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Solvência II: Seguradoras europeias querem alívio “significativo e permanente” dos requisitos de capital

  • ECO Seguros
  • 26 Setembro 2021

Bruxelas quer seguradoras a investir 90 mil milhões na economia. Reagindo ao desafio, a federação europeia de seguros espera redução “significativa e permanente” dos requisitos de capital.

A Comissão Europeia (CE) pretende diminuir o nível de exigência nos requisitos de capital e solvabilidade no setor segurador. Estimando que esta iniciativa liberte 90 mil milhões no curto prazo que, segundo alguma imprensa serão acrescidos de 30 mil milhões de euros a longo prazo, o executivo comunitário exige que esse excedente de capital seja aplicado em investimento sustentável e na recuperação da economia europeia.

Reagindo à proposta legislativa que se enquadra no âmbito da revisão da Diretiva Solvência II, a Insurance Europe, federação europeia de associações de seguros, saudou as intenções de Bruxelas relativamente às regras prudenciais aplicadas aos grupos e empresas do setor, mas exige alívio substancial e permanente. Só uma redução “significativa e permanente dos requisitos de capital” – requisitos de capital mínimo (MCR) e capital de solvência (SCR) – poderá assegurar uma perspetiva de longo prazo nas decisões estratégicas e de investimento a tomar pelos seguradores.

Sendo permanente e significativa, a alteração nos requisitos de capital pode permitir ao setor recuperar competitividade internacional. Reforça ainda a federação europeia de associações de seguros, que tal mudança pode ser implementada sem comprometer níveis elevados de proteção aos tomadores de seguros no espaço europeu.

Esperar que a Comissão Europeia clarifique novas regras

Para a organização setorial, a questão é saber como ficará a classificação dos fundos próprios de “nível 2”. Esperando também que o extenso pacote de iniciativas Bruxelas, incluindo a criação do mecanismo de recuperação e resolução, maior proteção dos segurados e as obrigações de reporte de informação, não acabe por representar aumento de custos e complexidade desnecessária, a federação afirma que continuará a acompanhar o processo de revisão de Solvência II e que a avaliação do impacto das alterações será clarificada com o ato delegado que cabe à Comissão Europeia aprovar depois de o Parlamento Europeu e o Conselho UE debaterem o referido pacote legislativo, atira Olav Jones, diretor-geral adjunto do organismo federativo europeu (Insurance Europe).

Na iniciativa legislativa que avança o processo de revisão da Diretiva Solvência II, regime prudencial em vigor na UE, a Comissão Europeia (CE) propôs a criação de um mecanismo para recuperação e resolução das seguradoras, como existe para os bancos (MUR – Mecanismo Único de Resolução), com regras transfronteiriças para atuar perante eventuais dificuldades financeiras, protegendo os segurados.

A CE salientou também que, com o pacote de alterações pretende-se “proteger melhor os consumidores e garantir que as companhias de seguros mantenham a sua solidez, nomeadamente em períodos económicos difíceis.” No que toca aos consumidores, o executivo comunitário quer que quem compra produtos de seguros seja “bem informado sobre a situação financeira da sua seguradora” e que quem o faz noutros Estados-membros esteja salvaguardado “graças a uma melhor cooperação entre as autoridades de supervisão”.

Revisão de Solvência II reforça contribuição dos seguros em investimento económico

A par da criação do mecanismo de resolução para o setor, também novidade no âmbito de “revisão exaustiva da Diretiva Solvência II”, a Comissão assume, em comunicado, a disposição de incentivar a mais investimento por parte das seguradoras. O setor deve aproveitar a disponibilidade de capitais para investir verde e ajudar à recuperação económica, afirma Bruxelas pedindo contributo do setor segurador para as prioridades políticas da União Europeia, o Pacto Ecológico Europeu e a União dos Mercados de Capitais.

Para incentivar o setor (re)segurador “a investir mais em capital de longo prazo em benefício da economia”, nomeadamente através do pacto ambiental e do mercado único de capitais, a comissária responsável pelos serviços financeiros, pela estabilidade financeira e pela União dos Mercados de Capitais, Mairead McGuinness declarou: “estamos a fomentar a participação das companhias de seguros nos mercados de capitais da UE, realizando o investimento de longo prazo que é tão vital para um futuro sustentável”.

O pacote anunciado será ainda debatido pelo Parlamento Europeu e apreciado pelo Conselho da UE. Mas, segundo salienta o executivo comunitário, no curto prazo, “poderão ser libertados na UE capitais até um montante estimado de 90 mil milhões de euros”. Esta disponibilização significativa de capital ajudará as (re)seguradoras a aumentar a sua contribuição enquanto investidores privados para recuperação da Europa” no ciclo pós COVID-19.

Contextualizando iniciativas legislativas no âmbito de Solvência II, a Comissão Europeia nota que acompanha a aplicação da Diretiva desde a sua entrada em vigor, em janeiro de 2016, consultando exaustivamente as partes interessadas “sobre possíveis domínios a rever”. Em fevereiro de 2019, solicitou formalmente parecer técnico à EIOPA (entidade europeia de supervisão do setor) para preparar a revisão de Solvência II. Após parecer técnico da EIOPA (em dezembro 2020), para além do âmbito mínimo de revisão mencionado na própria diretiva e após consulta das partes interessadas, a Comissão identificou outros domínios no quadro da mesma Diretiva que, segundo Bruxelas, necessitavam revisão.

Neste percurso, a CE adotou recentemente atos sobre supervisão das atividades transfronteiras de seguros, reforço da proporcionalidade das regras prudenciais, incluindo a comunicação de informações.

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Rui Moreira vence eleições autárquicas no Porto, de acordo com as projeções

Moreira foi eleito para um terceiro mandato na Câmara do Porto. Projeções dão a vitória ao independente apoiado por CDS e liberais, mas a maioria absoluta ainda está em aberto. PS e PSD taco a taco.

Rui Moreira sucede a Rui Moreira. Oito anos depois da primeira vitória nas autárquicas e quatro anos após ser reeleito com maioria absoluta, o candidato independente manteve este domingo a confiança do eleitorado do Porto e prepara-se para liderar a segunda cidade do país até 2025.

Segundo a sondagem à boca das urnas realizada pela Universidade Católica para a RTP, Rui Moreira deve obter entre 39% e 44% dos votos, estando no limiar da maioria absoluta. O PS e o PSD surgem com o mesmo intervalo (16% – 19%), seguidos da CDU (6% – 9%) e do BE (5% – 8%).

Também o estudo da Pitagórica para a TVI dá a vitória a Rui Moreira (39,2% a 45,2%), seguido do socialista Tiago Barbosa Ribeiro (13,7% – 19,7%), do social-democrata Vladimiro Feliz (12,2% – 18,2%), da comunista Ilda Figueiredo (6,5% – 10,5%) e do bloquista Sérgio Aires (5,3% – 9,3%).

Já os dados divulgados pela SIC apontam para o seguinte cenário: Rui Moreira (39,2% – 44,2%), PS (16,5% – 20,5%), PSD (15,1% – 19,1%), CDU (5,6% – 8,6%), BE (4,9% – 7,9%). A candidata do PAN, Bebiana Cunha, deve obter entre 2% e 4%, ficando à frente de António Fonseca, que se candidatou pelo Chega (1,5% – 3,5%)

Nas eleições de 2017, Rui Moreira tinha vencido no Porto com 44,46% dos votos – elegendo sete vereadores, num total de 13 atribuídos –, contra 28,55% do PS (quatro vereadores) e 10,39% do PSD (um vereador). Com 5,89% dos votos, a CDU conseguiu também um vereador no último mandato autárquico.

(Notícia em atualização)

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Projeções dão empate técnico entre Moedas e Medina

As projeções feitas pela Universidade Católica para a RTP apontam para um empate técnico entre Fernando Medina e Carlos Moedas, na corrida para a Câmara de Lisboa.

As primeiras projeções apontam para um empate técnico entre o socialista Fernando Medina e o social-democrata Carlos Moedas, na corrida para a Câmara de Lisboa. As estimativas feitas pela Universidade Católica para a RTP indicam que o ex-comissário europeu deverá ter conseguido 32% a 36% dos votos, enquanto o atual autarca lisboeta deverá ter conseguido 31% a 35% dos votos.

De acordo com as projeções que estão a ser citadas pela estação de televisão pública, a coligação “Novos Tempos” de Carlos Moedas reúne uma ligeira vantagem, conseguindo 32% a 36% dos votos e seis a oito vereadores (acima dos resultados de 2017). Já Fernando Medina (candidato do PS apoiado também pelo Livre) terá conseguido 31% a 35% dos votos e também seis a oito vereadores. De notar que as sondagens feitas ao longo do período de campanha indicavam que Fernando Medina conseguiria reeleger-se no cargo de líder da Câmara Municipal de Lisboa.

As projeções da Pitagórica para a TVI e as previsões avançadas pela SIC/Expresso também apontam para um empate técnico em Lisboa. A TVI indica que Fernando Medina deverá ter ficado com 32,6% a 38,6% dos votos enquanto Carlos Moedas terá ficado com 29,3% a 35,3% dos votos, ou seja, neste caso há uma ligeira vantagem para o socialista. No caso da SIC, prevê-se que o atual autarca terá conseguido entre 31,3% a 36,3% dos votos enquanto o ex-comissário europeu terá ficado com 30,2% a 35,2% dos votos.

As projeções da Universidade Católica colocam em terceiro lugar na corrida para a autarquia lisboeta João Ferreira (candidato da CDU), com 10% a 13% dos votos (em linha com os resultados de 2017) e um a dois vereadores. As previsões da TVI e da SIC/Expresso também indicam que a CDU terá ficado em terceiro lugar na corrida.

Beatriz Gomes Dias, do Bloco de Esquerda, terá ficado com 5% a 7% dos votos e um vereador (mantendo, assim, o mandato conseguido em 2017). As demais projeções concordam com a antevisão da Universidade Católica também neste caso.

As projeções da RTP antecipam, por outro lado, que a quinta posição deverá ser ocupada por Bruno Horta Soares, do Iniciativa Liberal, com 3% a 5% dos votos e zero a um vereador. O mesmo resultado é projetado para Nuno Graciano, do Chega, que pode ficar com 3% a 5% dos votos e zero a um vereador.

As sondagens feitas ao longo da campanha não davam a esperar que o PSD conseguisse retirar a câmara da capital ao PS, nem que a luta fosse de tal forma renhida. “Não estava à espera” de um empate técnico, admitiu, por exemplo, João Soares, na RTP. É importante explicar que a Carlos Moedas foi uma escolha pessoal de Rui Rio e os números da coligação “Novos Tempos” são essenciais para interpretação do resultado do PSD, nas eleições autárquicas, no global.

(Notícia atualizada às 21h54)

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Scholz fala em mudança, Laschet diz que tentará formar governo

Olaf Scholz do SPD, diz que alemães escolheram a mudança, mas que "a noite vai ser longa". Armin Laschet, do partido de Merkel, não atira a toalha ao chão. Annalena Baerbock, dos Verdes, queria mais.

As segundas sondagens das estações televisivas são uma ligeira vantagem aos sociais-democratas e Olaf Sholz já as veio interpretar: “Tantos eleitores fizeram uma cruz no SPD, porque querem uma mudança de governo”, disse o candidato a chanceler, muito aplaudido pelos apoiantes. Mas com o resultado “too close to call”, antecipa uma “longa noite”.

A nova projeção da Infratest Dimap para a ARD, que inclui já a contagem dos primeiros votos, aponta para uma votação de 24,9% na SPD e 24,7% na CDU/CSU. O inquérito para a ZDF coloca os sociais-democratas com 25,8% e os democratas-cristãos com 24,2%.

“É claro que estou feliz com o resultado”, afirmou Olaf Scholz, na sede do partido, citado pelo Politico. Considerou o resultado “um grande sucesso” — sobe face aos 20,5% de há quatro anos e pode interromper 16 anos de liderança do Executivo pelos conservadores. Disse ainda que os números mostram que os alemães “querem que o chanceler seja Olaf Scholz”. Com as sondagens a apontarem para uma luta renhida, concede que “será uma noite longa”.

Mais tarde, num debate entre os principais candidatos a chanceler transmitido pelos dois canais de televisão, reiterou que os “resultados dão um mandato muito claro ao SPD”. Questionado sobre a composição de uma futura coligação, reafirmou a proximidade com os Verdes, reconhecendo que será necessária uma terceira força política.

A CDU/CSU põe as fichas na indefinição e recusa-se a conceder a derrota. Armin Laschet garantiu perante os apoiantes que os democratas-cristãos tentarão formar governo, mesmo que fiquem em segundo lugar. “Uma votação para a CDU/CSU é uma votação contra um governo federal liderado pela esquerda. Portanto, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para formar um governo federal sob a liderança da CDU/CSU”. Markus Söder, o líder da CSU, também veio dizer que o SPD “comemorou muitos dias antes de tempo”.

No já referido debate, Laschet notou que “nem sempre o partido que ficou em primeiro lugar foi aquele que ficou com o lugar de chanceler” e assinalou que uma coligação entre a CDU/CSU, os Verdes e a FDP seria mais natural do que uma combinação destes últimos com o SPD.

Annalena Baerbock levou Os Verdes de menos de 8,9% para entre 11,5% e 14,8%, segundo as sondagens, mas bastante abaixo do que chegou a ter há poucos meses atrás, quando chegou a liderar os inquéritos de opinião. “Queríamos mais”, disse a líder do partido, assumindo a responsabilidade pela perda de dinâmica. No debate também falou num “claro mandato” para que a agenda climática faça parte do príximo executivo. Para Baerbock, a queda da CDU significa que os alemães querem uma mudança na liderança do governo.

Desapontado ficou também o Die Linke. “Esta é uma noite difícil para nós e uma noite difícil para a esquerda”, reconheceu Janine Wissler, líder do partido que ainda acredita poder eleger três mandatos diretos e chegar aos 5% nas listas nacionais, o mínimo para conseguir representatividade por esta via no Bundestag.

O FDP veio cantar vitória, já que com uma votação entre os 9% e os 11,2%, idêntica à de 2017, será incontornável numa futura coligação. “É hora de um novo começo”, exultou Christian Lindner, que poderá decidir se será Scholz ou Laschet a suceder a Angela Merkel. O líder dos liberais salientou ainda o reforço do centro político, com a extrema-esquerda (Die Linke) e a extrema-direita (AfD) a perderem votos.

Alice Weidel, uma das principais candidatas da AfD, mostrou-se feliz com o resultado, mas culpou a comunicação social por o partido não conseguir uma votação mais expressiva, deixando-o de fora dos cenários de coligação.

(Notícia atualizada às 19h45)

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Vulcão de La Palma: Casas e automóveis predominantes nos pedidos de indemnização de seguros

  • ECO Seguros
  • 26 Setembro 2021

A erupção vulcânica nas Canárias destruiu perto de 500 edifícios em poucos dias. O Consórcio de Compensación de Seguros, entidade que indemniza estes riscos, recebeu dezenas de pedidos de compensação.

O vulcão da ilha La Palma, nas Canárias, completou sétimo dia de erupção neste domingo e, além de forçar o fecho do espaço aéreo, obrigou a desalojar 6 mil pessoas, ainda sem notícia de vítimas humanas.

Ao terceiro dia de erupção, o Consórcio de Compensación de Seguros (CCS) – entidade pública que cobre riscos extraordinários em território espanhol – já contabilizava 40 pedidos de indemnização, que serão entregues aos peritos avaliadores de danos (quando o acesso aos locais dos sinistros for possível) e posterior tramitação dos processos. Esses pedidos de compensação, procedentes de Los Llanos de Aridane e el Paso, representavam 33 habitações destruídas ou danificadas, cinco automóveis, um estabelecimento comercial e outro imóvel de uso industrial, referiu o CCS numa das notas sobre o vulcão Cumbre Vieja.

Segundo monitorização do sistema Copernicus, programa da UE de Observação da Terra, até sábado, os caudais de lava do vulcão já cobriam uma área superior a 200 hectares, tinham enterrado cerca de 17 quilómetros de estradas e destruído mais de 460 edifícios e terrenos agrícolas (sobretudo produção de banana).

Monitorizando a catástrofe causada pela erupção do Cumbre Vieja, o Consórcio de Compensación – entidade que também funciona como instância de recurso no ramo automóvel e protege segurados nas situações de companhias insolventes ou liquidadas – assegurou que indemnizará os danos causados em bens e pessoas, desde que estejam cobertos por um seguro, bastando para isso que comprovem existência de apólice.

Dada a imprevisibilidade quanto à evolução da erupção e consequente impossibilidade de acederem à habitação ou estabelecimento comercial para recolherem a documentação necessária, foi recomendado que as pessoas seguradas contactem o respetivo mediador ou a seguradora, que normalmente dispõem dos dados do seguro, indicou o CCS acrescentando que não se aplica qualquer prazo máximo para apresentação dos pedidos de indemnização.

Enquanto a CCS, dada a continuidade e imprevisibilidade do fenómeno vulcânico, não dispunha ainda de estimativa sobre número de pedidos de compensação esperados nem sobre o custo de danos indemnizáveis, o governo das Canárias disse qu estava a preparar um decreto-lei para requalificar terrenos e relocalizar propriedades (prédios rústicos e urbanos). Ángel Victor Torres, presidente da Comunidad, forneceu aproximação preliminar para os prejuízos de dois dias de erupção, avançando estimativa “muito superior a 400 milhões de euros” em danos, cita o portal Aseguranza.

O Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) informou que a erupção poderá prolongar-se entre 24 e 84 dias, uma média de 55 dias de duração, segundo a edição eletrónica do jornal La Vanguardia.

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Sondagens à boca das urnas dão SPD e CDU taco a taco na Alemanha. Scholz é o preferido para chanceler

Inquéritos à boca das urnas dão empate ou ligeira vantagem para o SPD de Olaf Scholz. Os Verdes de Annalena Baerbock ficam em terceiro, com 15%. AfD, de extrema direita, desce, mas pouco.

As urnas encerraram às 18h00 na Alemanha, uma hora menos em Portugal. As sondagens à boca das urnas dão o SPD de Olaf Scholz e a CDU/CSU com um resultado muito próximo, embora haja inquéritos que dão vantagem aos sociais-democratas. Quase 80% dos eleitores terão ido às urnas.

A sondagem da Infratest Dimap para a ARD coloca os dois maiores partidos com 25%. Já o inquérito do Forschungsgruppe Wahlen para a estação de televisão ZDF dá a vitórria ao SPD com 26%, mais dois pontos que os democratas-cristãos da CDU/CSU.

A confirmar-se este resultado, os sociais-democratas conseguem um forte crescimento face aos 20,5% obtidos há quatro anos. Ainda segundo o inquérito para a ZDF, Olaf Scholz é o preferido para suceder a Merkel, com 48%, contra 24% de Armin Laschet, da CDU. A Infratest perguntou quem pode liderar melhor o país numa crise e o social-democrata também se destaca do candidato conservador, com 60% contra 25%.

Os Verdes ficam em terceiro nas duas sondagens, com 15% na primeira e 14,5% na segunda. Uma forte subida face aos 8,9% conseguidos em 2017, o que confirma Annalena Baerbock como figura incontornável na formação do próximo Executivo, tendo em conta que SPD e CDU têm recusado voltar coligar-se.

Os liberais do FDP poderão assegurar o quarto lugar. A sondagem do Forschungsgruppe Wahlen atribui-lhes 12% dos votos, enquanto a da Infratest, coloca a FDP com 11%. O que seria um resultado muito idêntico aos 10,7% de 2017.

A margem para a Alternativa para a Alemanha (AfD) é, no entanto, curta. O partido de extrema-direita que entrou para o Parlamento em 2017 deverá perder peso no Bundestag, mas não muito. A primeira sondagem dá 10% à AfD e a segunda 11%. Há quatro anos obteve 12,6% dos votos. O inquérito para a ZDF dá ao partido anti-emigração a segunda maior votação no Leste da Alemanha, com 21%, atrás apenas do SPD com 23%. A CDU fica-se pelos 17%.

Em sexto lugar fica o Die Linke. O partido da extrema-esquerda consegue 5% em ambos os inquéritos, um trambolhão face aos 9,2% de há quatro anos e que o deixa mais longe de fazer parte de uma coligação. Nas eleições parlamentares alemãs, metade dos deputados são eleitos localmente e a outra metade pelas listas nacionais dos partidos. Nesta segunda metade, é necessário, pelo menos, 5% dos votos para ter assento no Bundestag.

Um dado é certo, este será o pior resultado de sempre dos democratas-cristãos, depois dos 32,9% conseguidos há quatro anos. Os inquéritos confirmam ainda que, pela primeira vez na história recente do país, será necessária uma coligação de três forças políticas para formar um Governo maioritário. Resta saber se será o SPD ou a CSU a levar vantagem.

Uma projeção do site Politico, com base nas sondagens, estimativas do voto postal e os primeiros resultados, dá 24,9% ao SPD, 24,7% à CDU/CSU, 14,8% aos Verdes, 11,3% à AfD, 11,2% ao FDP e 5% ao Die Linke.

Segundo a sondagem do Forschungsgruppe Wahlen, 78% dos eleitores foram votar, acima dos 76,2% de 2017. Além do voto hoje nas urnas, os alemães puderam usar o voto postal.

(Notícia atualizada às 18h30 com mais informação)

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Votaram 42,3% dos eleitores até às 16h, a participação mais baixa em autárquicas a esta hora

Tinham votado 42,34% dos eleitores até às quatro da tarde deste domingo eleitoral. É a afluência mais baixa por esta hora alguma vez registada em eleições autárquicas, confirma porta-voz da CNE.

Este domingo, pelas quatro da tarde, tinham votado menos eleitores do que nas autárquicas de há quatro anos. O Ministério da Administração Interna acaba de revelar que a participação eleitoral até às 16h00 era de 42,34%, abaixo dos 44,39% registados à mesma hora nas autárquicas de 2017 e um indício de que, este ano, a abstenção final poderá voltar a subir.

Trata-se também da participação mais baixa às 16h alguma vez registada em eleições autárquicas, confirmou o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), João Tiago Machado, em declarações à RTP3: “Chega a ser mais baixa do que a de 2013, que, por esta hora, era de 43,4%”, disse, apontando que, nessas eleições, a abstenção final às 19h se cifrou em 47,4%, o atual recorde.

Indicador da afluência dos eleitores às urnas:

Fonte: SGMAI

No entanto, João Tiago Machado recusou tirar já conclusões a partir destes dados. E não comentou se o facto de as urnas fecharem às 20h este ano, uma hora mais tarde do que habitual, pode acabar por puxar pela taxa de participação no final: “É muito cedo para se analisar qualquer coisa. Tirar conclusões já daqui, acho muito cedo. Se compensa mais uma hora, não faço a mínima ideia.”

Ao meio-dia deste domingo, a participação dos eleitores tinha-se cifrado em 20,94%, igualmente abaixo da afluência às urnas à mesma hora em 2017. No entanto, pelas 16h, a diferença acentuou-se e passou a ser de 2,05 pontos percentuais, em comparação com os 1,11 pontos percentuais de diferença por volta da hora de almoço.

Há quatro anos, com mais de 9,4 milhões de eleitores inscritos, votaram menos de 5,2 milhões de pessoas, uma afluência de 54,97%. Ou seja, a abstenção nessas eleições fixou-se em 45,03%.

As eleições autárquicas têm sido as eleições com maior participação dos cidadãos, um facto que pode ser explicado pela proximidade. Este ano, os resultados provisórios só serão conhecidos a partir das 21h00.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h34)

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Há 599 novos casos de Covid-19, o nono dia abaixo de mil infeções. Morreram duas pessoas

DGS dá conta de 599 novas infeções por coronavírus e duas mortes provocadas pela Covid-19 nas últimas 24 horas. Consulte o mais recente balanço da pandemia.

Portugal soma 599 novos casos de Covid-19, o nono dia consecutivo em que o número de novas infeções diárias se mantém abaixo de mil. Nas últimas 24 horas, duas pessoas morreram da doença — uma na região de Lisboa e Vale do Tejo e outra no Centro.

O número de casos ativos ascende a 31.535, mais 54 do que no sábado, e subiram ligeiramente os internamentos (+7), para 415. Destas pessoas, 83 estão internadas em unidades de cuidados intensivos, o mesmo número do que no balanço prévio.

Boletim epidemiológico de 26 de setembro:

A maioria dos novos casos foi registada em Lisboa e Vale do Tejo (219), seguindo-se o Norte (208). A menor quantidade de novos casos foi registada no Alentejo (5).

Desde o início da pandemia, a Covid-19 já infetou em Portugal, pelo menos, cerca de 1,07 milhões de pessoas. Tirou a vida a 17.954.

Nas últimas 24 horas, recuperaram da doença 543 pessoas. O total de recuperados aproxima-se de 1,2 milhões de pessoas.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h32)

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