Marketplace da Kyaia já tem 60 marcas e leva calçado português para o outro lado do Atlântico

O calçado português está à distância de um clique. A Overcube nasceu com a missão de revolucionar o setor e já conta com 60 marcas, 11.000 referências e uma faturação total de seis milhões de euros.

O marketplace Overcube, do grupo Kyaia-Fly London, nasceu em 2018 com o propósito de revolucionar a indústria portuguesa do calçado, contribuindo para a modernização e digitalização do setor. Cerca de três anos depois, já faturou mais de seis milhões de euros e conta com 60 marcas, das quais seis em cada dez são portuguesas.

A plataforma, que contou com um investimento, até à data, de quatro milhões de euros por parte do grupo Kyaia, tem um portefólio de cerca de 11.000 referências e uma média de 300 mil acessos por mês. O fundador da Kyaia, Fortunato Frederico, conta, em entrevista ao ECO, que uma das missões da plataforma de e-commerce é ajudar marcas portuguesas a chegarem à internacionalização. Uma missão que foi alcançada com sucesso, tendo em conta que a Overcube exporta 60% dos produtos de calçado e acessório e está presente em vários países do mercado europeu, EUA e Canadá.

Na ótica de Fortunato Frederico, o caminho é, sem dúvida, digital. “Esse é um tópico que, no contexto atual, já não deveria ser sequer ponto de discórdia”, atira. Para o gestor, a pandemia mostrou que “ter uma loja online é hoje tão obrigatório quanto ter uma loja física há poucas décadas”.

“A reticência que existe ainda em apostar na transição digital é, infelizmente, sinónimo de obsolescência e de falta de sentido de sobrevivência. Depois daquilo que a pandemia nos ensinou, e da força indubitável que o digital ganhou, temos que apostar de uma forma sólida e constante na digitalização. De outra forma, aqueles que não fizerem esse investimento vão ficar para trás”, destaca o fundador da Kyaia.

O grupo Kyaia nasceu em 1984 e congrega, atualmente, as marcas de calçado Fly London, ASPORTUGUESAS, Foreva e Softinos. Além de ser palco para a nova geração de marcas em Portugal, Fortunato Frederico criou também a Overcube com o intuito de servir de rampa de lançamento digital para as marcas que querem atingir a Geração Z e os Millennials — consumidores que vivem no digital.

Questionado sobre quais os maiores desafios na área do e-commerce, Fortunato Frederico realça que são a adaptação à volatilidade das tendências, as constantes mudanças e a abundante quantidade de informação que têm que assimilar para se manterem atualizados.

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O futuro do luxo e a eco responsabilidade

Em mais uma edição das Ecoolhuntertalks, diferentes setores e profissionais de moda juntaram-se para debater a importância da inovação e da sustentabilidade. Veja o vídeo com o resumo do encontro.

No regresso das Ecoolhuntertalks à Stivali, o futuro do luxo e a eco responsabilidade foram os grandes temas em destaque e em análise.

Sendo o luxo na sua essência sustentável — por ser um segmento de mercado com peças de maior qualidade e, por isso, com maior longevidade — os protagonistas desta conversa falaram das suas experiências e visões para um futuro que se quer com mais inovação e sustentabilidade.

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Richard Branson a caminho do espaço. Acompanhe aqui em direto

  • ECO
  • 11 Julho 2021

O milionário Richard Branson será o primeiro a estrear o turismo espacial da sua empresa Virgin Galactic. O voo está programado para este domingo de tarde.

11 de julho de 2021 será recordado como o dia em que se realizou o primeiro voo turístico ao espaço. O milionário britânico Richard Branson faz parte da equipa que estará no Unity22: dois pilotos e quatro “mission specialists”. O próximo será Jeff Bezos, fundador da Amazon, que irá fazer o mesmo a 20 de julho.

O voo já descolou a partir do Spaceport America, no estado de Novo México, onde Branson, de 70 anos, chegou de bicicleta. Este é o primeiro passo para que o turismo espacial se torne uma realidade. O trajeto do voo pode ser acompanha no FlightRadar24. O avião tem duas partes que se vão separar em determinado momento, seguindo viagem o foguetão que levará a equipa do Unity22 ao espaço.

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Bloco critica nomeação para o Banco de Fomento lembrando ligações a Luís Filipe Vieira

  • Lusa
  • 11 Julho 2021

O Bloco estranha a entrega de um mecanismo para a recuperação da economia e do emprego – o Banco de Fomento – “a alguém que está ligado aos escândalos bancários sucessivos” vividos nos últimos anos.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, criticou este domingo o Governo por nomear Vítor Fernandes para a liderança do Banco de Fomento, lembrando as alegadas ligações do responsável ao presidente suspenso do Benfica, Luís Filipe Vieira.

Estava na administração do Novo Banco quando Luís Filipe Vieira recomprou dívida de mais de 50 milhões, por apenas nove milhões, num negócio tão mal explicado que agora uma das medidas [de coação] a que Luís Filipe Vieira está sujeito é não poder estar em contacto com Vítor Fernandes“, disse Catarina Martins.

A líder do BE, que hoje esteve em Vila do Conde, no distrito do Porto, na apresentação dos candidatos autárquicos locais, estranhou a entrega de um mecanismo para a recuperação da economia e do emprego do país – o Banco de Fomento – “a alguém que está ligado aos escândalos bancários sucessivos” vividos nos últimos anos.

“Podem dizer que não sabiam desta ligação entre Vítor Fernandes e Luís Filipe Vieira, mas o Bloco de Esquerda já tinha dito no parlamento que era muito estranho nomear-se para o Banco de Fomento alguém que esteve nas administrações da Caixa Geral de Depósitos, com Santos Silva, com empréstimos nunca explicados para que se comprassem ações do BCP a Joe Berardo“, acrescentou.

Catarina Martins referiu que são “escândalos financeiros como estes e uma economia de casino e especulação imobiliária que afundam país”, classificando a nomeação de Vítor Fernandes como “inaceitável”. “Nunca vamos recuperar da crise desta pandemia se acharmos que a solução estará no investimento igual ao que foi feito até agora, em que o sistema financeiro se dirige a estes grandes negócios imobiliários e bolhas especulativas, que fazem alguns muito ricos, para depois de deixar dívidas de milhões aos contribuintes e negar o direito à habituação da população”, acrescentou.

Nesse âmbito, defendeu a criação de “um parque público habitacional que garanta que todos no país tenham direito a teto digno”, lançando um repto ao Governo e às autarquias para mais medidas nesse sentido, e criticando que “se estourem milhões na bolsa da especulação imobiliária”. “Quem vive da sua pensão ou do seu salário paga a renda no fim do mês. Não vai a uma comissão de inquérito parlamentar dizer que não se lembra do que fez com os milhões que andou a roubar aos contribuintes”, afirmou a líder do BE.

Luís Filipe Vieira foi detido esta semana no âmbito do processo “Cartão Vermelho”. Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal, os quatro detidos no caso são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.

Em causa estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente”, e suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”. Entre as medidas de coação aplicadas neste fim de semana ao presidente suspenso do clube Sport Lisboa e Benfica está a proibição de contactos com várias pessoas, inclusive Vítor Fernandes.

Catarina Martins também deixou críticas à concessão a privados dos sistemas de distribuição de água nos municípios, considerando que “um bem essencial não pode servir para o lucro”. “Há uns anos todos nos diziam que o futuro era privatizar a distribuição da água. Mas aqui estamos em Vila do Conde, com a água refém de uma empresa privada, que já teve a fatura mais cara do país. O que tem de ser debatido em várias autarquias é recuperação para a esfera pública da distribuição da água, para que seja possível um preço justo e tarifários sociais”, reiterou.

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Portugal com mais 8 mortes e 2.323 casos de Covid-19

Desde o início da pandemia, Portugal soma 907.974 casos de infeção e 17.156 óbitos por Covid. Há mais 40 pessoas internadas e mais nove nos cuidados intensivos.

Nas últimas 24 horas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 2.323 novos casos de Covid-19, elevando o número total de infetados desde o início da pandemia para 907.974. O boletim epidemiológico deste domingo revela ainda mais oito mortes nas últimas 24 horas, o que perfaz um total de 17.156 óbitos.

O boletim dá conta de um total de 845.516 recuperados, mais 1.019 que no balanço anterior. Há neste momento 45.302 casos ativos em Portugal, mais 1.296 face a sábado. Não havia tantos casos ativos no país desde março, altura em que arrancou o desconfinamento após o segundo confinamento.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa, mas volta a registar-se um aumento no número de pessoas hospitalizadas com a doença. Atualmente, 672 doentes estão internados em unidades hospitalares (mais 40 nas últimas 24 horas), dos quais 153 em unidades de cuidados intensivos (mais nove).

Há ainda 73.762 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, mais 1.127 face a sábado.

Boletim epidemiológico de 11 de julho

Em termos regionais, a maioria das novas infeções continua a ser registada na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que tem suscitado uma maior preocupação por parte das autoridades de saúde. Dos 2.323 novos casos confirmados, 1.058 localizam-se nesta região (45,5%), seguindo-se a região Norte que contabilizou 693 novas infeções (29,8%).

No boletim da passada sexta-feira, Lisboa ultrapassou o Norte como a região que tem mais casos acumulados de Covid-19 desde o início da pandemia.

No Algarve, a região onde o ritmo de transmissão é ainda mais elevado do que em Lisboa, houve mais 242 casos. No Centro registaram-me mais 226 casos, no Alentejo mais 64, nos Açores mais 31 e na Madeira mais nove.

Em termos de óbitos, Lisboa e Vale do Tejo registou mais seis, seguindo-se o Algarve com uma morte e o Alentejo também com uma morte.

(Notícia atualizada às 14h10 com mais informação)

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Zero defende “grande investimento na ferrovia” para alinhar Portugal com UE

  • Lusa
  • 11 Julho 2021

Em Portugal, as emissões do setor dos transportes "continuam a aumentar anualmente, indo no sentindo inverso da trajetória necessária para cumprir as metas nacionais e europeias".

A associação ambientalista Zero defendeu este domingo um “grande investimento na ferrovia” para alinhar a política dos transportes em Portugal com as recomendações da União Europeia. Os ambientalistas entendem que “a aposta na transição para veículos elétricos não é suficiente, sendo necessário um grande investimento na ferrovia e uma aposta de fundo nos transportes públicos ajustada às diferentes realidades do país”.

A Zero, presidida por Francisco Ferreira, comentava assim o relatório “Direcionando as políticas de transportes europeias no caminho da neutralidade carbónica”, que analisa as políticas do setor dos transportes na Alemanha, Dinamarca, França, Polónia e Portugal, e em que a Zero participou. Para Francisco Ferreira, “o setor dos transportes requer uma intervenção de fundo e uma mudança de paradigma para se conseguir alcançar a neutralidade carbónica em Portugal”.

“A aposta em melhores transportes públicos e em particular na ferrovia é fundamental para uma descarbonização efetiva da economia portuguesa”, defende o ambientalista. Num comunicado divulgado, a Zero lembrou que o setor dos transportes “representou 28% do total de emissões de gases com efeito de estufa, causadoras das alterações climáticas – a maior percentagem de sempre desde 1990”.

Em Portugal, as emissões do setor dos transportes “continuam a aumentar anualmente, indo no sentindo inverso da trajetória necessária para cumprir as metas nacionais e europeias”. “A maior parte destas emissões são devidas ao transporte rodoviário individual, que continua também a aumentar anualmente, verificando-se atualmente uma das maiores proporções na distribuição modal no transporte de passageiros, em toda a Europa”, refere a Zero.

O relatório também sublinha que “mesmo nos países europeus mais pequenos, a aviação se tornou um meio de transporte frequente para distâncias relativamente curtas dentro dos vários países“, assinala a Zero. Os ambientalistas lembram ainda que, em Portugal, “a percentagem de voos internos em 2018 atingiu quase 10% do total do mercado de transporte aéreo, o mesmo se verificando na Dinamarca, um país onde as distâncias aéreas são inferiores a 300km”.

Em países maiores como a França e a Alemanha, apesar da sua oferta relativamente boa em ferrovia de alta velocidade, as percentagens de voos domésticos são também muito elevadas, 33% e 18% respetivamente“, realça a Zero no comunicado. De acordo com o relatório, os números justificam-se também pelo facto de haver uma “disponibilidade de bilhetes de avião a preços muito baixos comparativamente com os preços dos bilhetes de comboio”.

“O relatório recomenda a criação de planos de ação estratégicos para a transição destes voos de curtas distâncias para ligações ferroviárias, principalmente de alta velocidade, através da adequada internalização dos custos externos do transporte aéreo“, refere a Zero.

O documento também realça que “transferência modal não está a ser tão promovida como a mudança para combustíveis alternativos”, com apenas a Alemanha a ter metas para “duplicar o número de passageiros na ferrovia entre 2020 e 2030”, tendo também “políticas e medidas tais como a redução dos impostos nos bilhetes de comboio de longa distância e a aplicação de impostos adicionais no transporte aéreo”.

De acordo com o relatório, “os Estados-membros não têm uma abordagem unificada na internalização dos custos externos ligados a este setor, o que cria inconsistências e sinais de mercado contraditórios a nível da UE [União Europeia]”.

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Secretária do Tesouro dos EUA pede à UE que reconsidere projeto de imposto digital

  • Lusa
  • 11 Julho 2021

Janet Yellen considera que esse tipo de imposto introduzido por vários países europeus é "discriminatório contra as empresas norte-americanas".

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos pediu este domingo à União Europeia (UE) que reconsidere o seu projeto de imposto digital, lembrando que esse tipo de imposto introduzido por vários países europeus é considerado “discriminatório contra as empresas norte-americanas”.

O acordo sobre a tributação das multinacionais concluído em 01 de julho sob a égide da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e aprovado no sábado pelo G20 “insta os países a concordarem em desmantelar os impostos digitais existentes que os Estados Unidos consideram discriminatórios e a absterem-se de instituir medidas semelhantes no futuro”, disse Janet Yellen.

“Cabe, portanto, à Comissão Europeia e aos membros da União Europeia decidir sobre o caminho a seguir”, disse a secretária do Tesouro dos EUA à imprensa à margem do G20 em Veneza. “Esses países concordaram em evitar a criação e desmantelamento de impostos que discriminem as empresas norte-americanas no futuro“, disse ela.

Janet Yellen deve viajar a Bruxelas na segunda-feira para participar na reunião de ministros das Finanças da zona euro, onde o assunto será discutido. Os europeus querem aproveitar esta reunião do Eurogrupo para “tranquilizar” os Estados Unidos sobre o projeto de imposto digital que a União Europeia quer criar para financiar o plano de recuperação da UE, disse na terça-feira o ministro da Economia de França, Bruno Le Maire.

Teremos a oportunidade de discutir esse assunto, tranquilizá-la, de levar em conta as preocupações dos norte-americanos e dar os detalhes necessários”, disse o ministro francês sobre os encontros planejados com Janet Yellen. Para financiar o plano de recuperação europeu de 750 mil milhões de euros, os europeus planeiam colocar em prática vários novos recursos, incluindo este imposto digital.

Washington tem uma visão negativa deste projeto, acreditando que discriminará gigantes norte-americanos como Amazon, Google e Facebook e que corre o risco de inviabilizar as negociações em curso sobre a reforma da tributação das multinacionais. No final de junho, os Estados Unidos pediram a vários países europeus que atrasassem o projeto fiscal digital como parte de uma abordagem diplomática discreta.

Este projeto europeu pode “descarrilar completamente” as negociações internacionais em curso sobre a reforma tributária, alertou Washington. “Não há nada dirigido contra os norte-americanos e espero que possamos dissipar as preocupações norte-americanas sobre isso“, assegurou Bruno Le Maire.

Como Espanha e a Itália, a França introduziu um imposto digital, mas está empenhada em removê-lo assim que o acordo sobre a tributação das multinacionais for implementado. Janet Yellen disse hoje também que impedir o uso de paraísos fiscais permitirá que os países possam investir o dinheiro arrecadado em impostos em setores importantes como educação e infraestruturas.

Yellen falou depois que os ministros das Finanças do G-20 principais economias endossaram um imposto corporativo mínimo global de pelo menos 15%, uma medida que visa colocar um limite para as taxas de impostos e desencorajar as empresas de usar países de baixa taxa como paraísos fiscais. “Este acordo dará às nossas nações a capacidade de levantar o financiamento necessário para bens públicos importantes, como infraestruturas, investigação e desenvolvimento, e educação”, disse Yellen.

O ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou no sábado, em Veneza, que o G20 havia chegado a acordo sobre a implementação de um novo mecanismo tributário para as empresas multinacionais, que vai abranger 130 países e jurisdições.

Os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais do G20 reuniram-se durante dois dias em Veneza e garantiram um acordo político para apoiar este sistema impulsionado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que tratará de evitar que as multinacionais fujam aos impostos ou desviem os seus lucros para paraísos fiscais, nomeadamente as que funcionam com base digital, noticia a Efe.

Este novo sistema baseia-se em dois pilares: a atribuição de uma percentagem dos lucros das empresas, em particular as digitais, a certas jurisdições para que paguem impostos onde operam mesmo que não tenham presença física; e a aplicação de um imposto mínimo de 15% às empresas com um uma faturação acima de 750 milhões de euros.

No início de junho, os ministros das Finanças do G7 chegaram a acordo para implementar um Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) mínimo de 15% sobre os lucros das empresas, criando assim condições equitativas para as companhias e abrangendo nomeadamente as multinacionais.

A aplicação de um IRC mínimo iria permitir combater a evasão fiscal, já que atualmente empresas de maior dimensão domiciliam as receitas onde lhes é mais favorável em termos fiscais, sem marcar presença efetiva em todas as jurisdições onde atuam.

A OCDE pretendia obter um acordo de princípio global durante a reunião do G20, que se realiza esta semana em Veneza, e depois numa reunião final em outubro.

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Graça Freitas admite menos restrições a partir de setembro

  • Lusa
  • 11 Julho 2021

No entanto, deixa um alerta: “De vez em quando, teremos de fechar a torneira, porque o vírus está com maior capacidade de expandir”.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, acredita que a partir de setembro vai ser possível retirar as restrições e aprender a viver com a Covid-19, assumindo que nessa altura 70% da população elegível estará totalmente vacinada.

Em entrevista à TSF e ao Jornal de Notícias, Graça Freitas revelou que o país está com um “excelente ritmo de vacinação”, fazendo uma previsão de que “no início de setembro, cerca de 80% da população elegível recebeu uma dose, e 70% duas doses”.

“Se isso acontecer, e apesar de termos a variante delta em circulação, dá-nos já um nível de imunidade bastante bom. Não havendo risco zero, e dependendo, mais uma vez, da situação epidemiológica nessa altura, creio que a tendência será para assumir a nossa vida com alívio das medidas”.

No entanto, deixa um alerta: “De vez em quando, teremos de fechar a torneira, porque o vírus está com maior capacidade de expandir”.

Esta previsão de percentagem de vacinados em setembro, leva já em linha de conta a faixa etária entre os 12 e os 15 anos, que atualmente ainda não tem vacinação autorizada. Apesar de o parecer técnico da comissão de vacinação para estas idades não ter sido ainda publicado, Graça Freitas adianta que o leu e conhece, deixando transparecer que haverá essa autorização.

A aposta na vacinação é a forma mais eficaz até ao momento encontrada para tentar controlar o vírus, reduzindo ao mínimo a sua ação, mas não é infalível, já que “este vírus, pela sua capacidade de se multiplicar e sofrer mutações, não é um candidato a ser erradicado”, alerta.

Reflexo disso é o facto de surgirem casos de infeção em pessoas já vacinadas. Segundo a diretora-geral da Saúde, num total de 2.984.095 pessoas com esquema vacinal completo, e passados 14 dias sobre a segunda dose, foram identificadas 3.580 que adoeceram, o que corresponde a 0,1%.

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“A corrupção retira valor à economia portuguesa”, diz Eurico Brilhante Dias

  • ECO
  • 11 Julho 2021

O secretário de Estado da Internacionalização admite que a corrupção retira valor à economia portuguesa, mas considera que "ainda não há um dano reputacional" para o país a nível internacional.

Eurico Brilhante Dias afirma em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios que casos de alegada corrupção como o de Joe Berardo e Luís Filipe Vieira são prejudiciais para a economia portuguesa e admite que “as nossas instituições, num determinado momento, não foram capazes de precaver comportamentos que danificam a perceção sobre o funcionamento da sociedade“. Contudo, afasta a ideia de que a perceção internacional face a Portugal mudou.

Neste momento não sinto isto como um dano [reputacional internacional]. Portugal não é um país particularmente visto como um país onde há mais corrupção do que noutros. Isso deve dizer e sublinhá-lo de forma muito acentuada“, aponta o secretário de Estado da Internacionalização, assinalando também que estes casos mostram que a justiça portuguesa está a funcionar. Porém, admite que “a corrupção retira valor à economia portuguesa”.

Na mesma entrevista, Eurico Brilhante Dias prevê que o stock de investimento direto estrangeiro (IDE) em Portugal supere os 150 mil milhões de euros, um valor recorde da economia portuguesa, e diz acreditar na recuperação das exportações (de bens e de serviços) em 2022 para níveis próximos dos de 2019. Relativamente à falta de componente como chips, o secretário de Estado acredita que o problema ficará resolvido até ao final do ano. Sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, Brilhante Dias diz que tanto há interesse de empresas portuguesas nos investimentos noutros países como empresas estrangeiras estão de olho no PRR português.

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Maioria dos brasileiros defende abertura de processo de destituição de Bolsonaro

  • Lusa
  • 11 Julho 2021

No entanto, a hipótese de tal acontecer é, segundo vários especialistas, pouco provável, visto que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é um aliado de Bolsonaro.

A maioria dos brasileiros é favorável à abertura de um processo de destituição do Presidente do país, Jair Bolsonaro, algo que acontece pela primeira vez desde o início do seu mandato, segundo uma sondagem divulgada este sábado.

A sondagem do Instituto Datafolha, cujas duas primeiras partes foram divulgadas na quinta e na sexta-feira, citada pela Agência France Presse, mostra que 54% dos inquiridos defendem que o presidente da Câmara dos Deputados dê seguimento a um dos mais de 120 pedidos de destituição apresentados até hoje.

No entanto, a hipótese de tal acontecer é, segundo vários especialistas, pouco provável, visto que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é um aliado de Bolsonaro.

Numa sondagem anterior do Datafolha, feita em maio deste ano, 49% dos inquiridos era a favor da destituição do Presidente. Os dados hoje divulgados demonstram que a percentagem de pessoas que defendem a destituição do Presidente do Brasil é mais elevada entre as mulheres (59%), os jovens (59%), os pobres (60%), os negros (65%) e os homossexuais ou bissexuais (77%).

Jair Bolsonaro é fortemente criticado pela gestão que tem feito da pandemia da covid-19, que já provocou mais de 530 mil mortes no Brasil, o segundo país com mais mortes registadas no mundo, depois dos Estados Unidos. A pressão sobre o Governo brasileiro acentuou-se nas últimas semanas, com suspeitas de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19.

A primeira parte da sondagem do Instituto Datafolha, divulgada na quinta-feira, demonstra que a rejeição a Jair Bolsonaro, voltou a aumentar e atingiu 51%, o maior índice desde que assumiu o poder, em 2019. No levantamento anterior, feito em maio passado, Bolsonaro era rejeitado por 45% dos inquiridos, que avaliaram o seu Governo como “ruim ou péssimo”.

Já a avaliação positiva (ótimo/bom) do chefe de Estado, que havia atingido seu pior nível em março, com 24%, manteve-se estável, no mesmo patamar (24%). Os que o consideram a gestão de Jair Bolsonaro “regular” diminuíram dos 30% em maio, para 24% na sondagem agora divulgada.

De acordo com a Folha de S.Paulo, Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira, continua a ser o Presidente com a segunda pior avaliação após dois anos e meio de um primeiro mandato, desde 1989, ano em que regressaram ao Brasil os plenos diretos para chefe de Estado.

Bolsonaro só perde para Fernando Collor, que em meados de 1992 já enfrentava a sombra de um pedido de destituição, que o levou à renúncia do cargo no fim daquele ano. Na ocasião, Collor alcançou 68% de mau/péssimo, 21% de regular e apenas 9% de ótimo/bom.

A segunda parte da sondagem, divulgada na sexta-feira, mostra que o ex-presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva lidera as intenções de voto na primeira volta das presidenciais de 2022 com 46% dos votos face a Jair Bolsonaro (25%). Segundo o DataFolha, Lula da Silva também venceria Bolsonaro na segunda volta das presidenciais, com a preferência de 58% dos eleitores enquanto Bolsonaro teria 31% das intenções de voto.

A pesquisa ouviu 2.074 pessoas, nos dias 07 e 08 de julho, em 146 cidades brasileiras. Foram entrevistadas pessoas com mais de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Esta semana, Jair Bolsonaro ameaçou com a não realização do sufrágio presidencial em 2022, caso não seja adotado o voto impresso no Brasil.

O voto impresso já foi julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, tramita na Câmara dos Deputados uma proposta de emenda à Constituição, defendida por Bolsonaro, que prevê esse tipo de voto, em substituição do sistema eletrónico, que oferece resposta no mesmo dia e que é usado há mais de 20 anos no Brasil.

Entretanto, o líder do Congresso brasileiro, Rodrigo Pacheco, afirmou que a realização das eleições em 2022 é “inegociável” e que “não decorre da vontade” das autoridades políticas.

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Francisco Assis diz que CES deve repensar o seu papel. Vai estudar impacto das raspadinhas

  • Lusa
  • 11 Julho 2021

Entre as apostas do CES estão vários estudos sobre temas de interesse social, como é o caso de um sobre as condições socioeconómicas da comunidade cigana. E ainda o impacto das raspadinhas.

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, considera que se deve aproveitar os 30 anos desta entidade para repensar o seu modelo e para valorizar o seu papel na sociedade portuguesa.

O CES foi formalmente criado em agosto de 1991, mas não vão ser promovidas grandes comemorações para assinalar os 30 anos, será criada uma nova imagem, com um novo sítio na internet, e um documento histórico para marcar a data.

Francisco Assis prefere aproveitar a efeméride para “fomentar a reflexão e o debate” sobre o papel do CES na sociedade portuguesa e encarregou o académico Miguel Poiares Maduro de coordenar esse trabalho. O objetivo é tentar saber que CES devemos ter atualmente e se os setores da sociedade portuguesa estão ali devidamente representados.

“Acho que há questões a rever e queremos revalorizar o Plenário do CES e pôr as comissões e grupos de trabalho a funcionar a todo o gás”, disse Francisco Assis em entrevista à agência Lusa. Está prevista a alteração do regulamento interno do CES e vai ser estudada uma proposta de alteração da sua constituição, que será posteriormente entregue aos grupos parlamentares.

Para o seu presidente, o CES não pode ser apenas a entidade que emite os pareceres constitucionalmente previstos, nomeadamente sobre o Orçamento do Estado ou as Grandes Opções (GO), e também não pode ser apenas a entidade que alberga a Comissão Permanente de Concertação Social. “Este é um momento de transformação e o CES tem que assumir o seu papel, (…) sem desvalorizar a concertação, é preciso fazer do CES um polo de produção de pensamento“, disse.

Entre as apostas do CES estão vários estudos, já iniciados ou prestes a sê-lo, sobre temas de interesse social, como é o caso de um sobre as condições socioeconómicas da comunidade cigana. “É um tema que também pode ser discutido aqui no CES, depois de ter sido tema de debate político de uma forma que me pareceu perfeitamente obscena, nas eleições presidenciais“, disse o presidente do Conselho.

Outro estudo, que deverá ter resultados até final do ano, foi encomendado à universidade do Minho, e tem como objetivo apurar o grau de dependência de determinados extratos socais das lotarias instantâneas, as raspadinhas. Segundo Francisco Assis, não existem estudos atualizados sobre a matéria, mas existem indícios de que existem situações de dependência deste jogo por parte de camadas sociais mais carenciadas. O presidente do CES considerou que deveria ser a própria Santa Casa da Misericórdia de Lisboa a promover o estudo que o CES encomendou.

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Países lusófonos juntos seriam a 10.ª maior economia mundial

  • Lusa
  • 11 Julho 2021

Acima da economia lusófona estão os Estados Unidos, com 22 biliões de dólares, a China, com 16 biliões, e depois Japão, Alemanha, Reino Unido, Índia, França, Itália e Canadá.

Os nove países de expressão oficial portuguesa seriam a décima maior economia do mundo, valendo 1,8 biliões de dólares, ficando abaixo do Canadá e acima da Coreia do Sul, numa lista liderada pelos Estados Unidos.

De acordo com a base de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a junção do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste daria uma riqueza de 1,8 biliões de dólares, equivalente a cerca de 1,5 biliões de euros.

Os dados, consultados pela Lusa nas vésperas da realização da Cimeira de Luanda, que assinala a transição da presidência rotativa da CPLP de Cabo Verde para Angola, mostram ainda que a riqueza do Brasil é, de longe, a maior da lusofonia.

Entre as economias lusófonas, o Brasil tem um PIB avaliado em 1,4 biliões de dólares, o que compara com os 257 mil milhões de dólares de Portugal, a segunda maior economia lusófona, e com os 485 milhões de São Tomé e Príncipe, a mais pequena.

De acordo com as previsões do FMI, o valor destas economias vai crescer 9,1% no próximo ano, chegando ao final de 2022 com uma riqueza total de 2,014 biliões de dólares, equivalentes a 1,65 biliões de euros.

Acima da economia lusófona estão os Estados Unidos, com 22 biliões de dólares, a China, com 16 biliões, e depois Japão, Alemanha, Reino Unido, Índia, França, Itália e Canadá.

Acordo de mobilidade é o “grande desafio” do próximo mandato

O secretário executivo da Comunidade dos Países e Língua Portuguesa (CPLP) considera “o grande desafio” da organização “a operacionalização” do acordo para a mobilidade, a aprovar na próxima cimeira de Chefes de Estado e de Governo.

“Acho que o grande desafio que se coloca à CPLP, depois da assinatura desse acordo [para a mobilidade] é a sua operacionalização” (…). A Presidência angolana terá aí, com certeza, um trabalho bastante importante”, afirmou o embaixador Francisco Ribeiro Telles na última entrevista à Lusa como secretário executivo da organização.

Elogiando “o excelente trabalho da Presidência cabo-verdiana” feito com “negociações intensas e difíceis” para alcançar um consenso sobre um acordo para a mobilidade na CPLP, o diplomata defendeu que com este documento se abriu “um caminho” para que “haja uma maior facilidade de circulação dos cidadãos dos Estados-membros”, que, no entanto, não será percorrido de “hoje para amanhã”.

Não vai ser aquilo que o espaço Schengen significou para a Europa, mas é a possibilidade de, pela primeira vez, os cidadãos dos Estados-membros poderem vir a ter um sentimento de pertença em relação à sua organização“, sublinhou. Para Ribeiro Telles o acordo “abre caminho, de uma forma gradual e flexível, a que haja uma maior liberdade de movimentos no espaço da CPLP”.

O acordo permite soluções bilaterais e várias velocidades em protocolos de mobilidade: os “países que querem avançar não ficam à espera dos outros que têm maiores dificuldades, por uma razão ou por outra”. O acordo de mobilidade que será apreciado na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorre em Luanda, pressupõe “diretrizes” para que os estados estabeleçam acordos de circulação.

“Por exemplo há determinadas categorias cidadãos que podem numa primeira fase aceder mais facilmente a essa circulação do que outros, como seja o caso dos empresários, estudantes, artistas ou investigadores”, explicou. “O acordo-quadro está lá, o menu está lá. Agora, é escolherem que tipo de soluções querem”, acrescentou.

A próxima Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que deveria realizar-se em 2020, mas foi adiada a pedido de Angola, país que sucede agora na presidência da organização a Cabo Verde, decorre nos dias 16 e 17 deste mês em Luanda.

Na cimeira, está prevista a entrada de vários observadores associados. “Isso é bastante relevante a entrada de mais de uma dezena de países e organizações, porque dá sinal da importância crescente” da CPLP, sublinhou. Em Luanda, deverá assistir-se ao reforço da aposta dos governos na dimensão económica e empresarial da CPLP. “Acho que é um avanço bastante significativo que a CPLP terá nesse domínio”, considerou.

A situação na província moçambicana de Cabo Delgado, palco de vários ataques de extremistas islâmicos, e a evolução da Guiné Equatorial no cumprimento dos compromissos que assumiu quando entrou na organização serão outros dos temas a abordar.

“Nós temos neste momento em curso um plano de apoio à integração da Guiné Equatorial na CPLP que tem a vigência de dois anos, 2021 e 2022. Penso que no final de 2022, ou em 2023, a CPLP, os ministros e os chefes de Estado e Governo farão uma avaliação desse programa”, afirmou o embaixador, escusando-se a comentar os progressos do país, acusado de ser uma ditadura, liderada por Teodoro Obiang, desde o final da década de 1970.

A cimeira assinala também a entrada em funções no secretariado executivo o timorense e antigo ministro de Timor-Leste Zacarias da Costa. A CPLP conta com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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