Pandemia aumenta satisfação dos colaboradores. É o valor mais alto desde 2011

Desde 2011 que o índice de satisfação dos colaboradores não era tão alto. As implicações da Covid-19 na organização do trabalho e na gestão de pessoas acabaram por ser do agrado dos profissionais.

Se, por um lado, a pandemia da Covid-19 acabou por reduzir postos de trabalho e colocar vários profissionais em layoff, por outro, fez também acelerar a digitalização do mercado de trabalho. Tornou o que era uma característica de ainda poucas empresas na “norma” da generalidade delas. E o resultado é que os profissionais estão agora mais satisfeitos. É preciso recuar a 2011 para encontrar níveis tão elevados de satisfação dos colaboradores.

“Existem algumas evidências que a pandemia da Covid-19 e as suas implicações na organização do trabalho e na gestão do capital humano acabou por introduziu um viés na satisfação dos colaboradores, fazendo subir esse índice”, refere João d’Orey, diretor executivo do Observatório Nacional de Recursos Humanos (ONRH), em conversa com a Pessoas.

Desde 2011 que o índice de satisfação dos colaboradores não era tão alto. Este ano situa-se nos 61 pontos, um valor apenas um pouco superior ao registado em 2020 (60,8), mas significativamente superior ao verificado há dez anos (54,4), revelam os dados do barómetro anual do ONRH, apresentados no final desta quinta-feira.

A revolução imposta pela pandemia nos modelos de trabalho poderá explicar estes resultados. A validar esta perspetiva, e os dados do barómetro anual, está também um estudo específico que o Observatório realizou durante o primeiro confinamento, de maio a abril de 2020, para avaliar a perceção dos colaboradores acerca da resposta das organizações em Portugal no que toca à adaptação dos sistemas de recursos humanos à situação decorrente da pandemia.

“Nesse período verificou-se uma subida muito significativa na satisfação global com a organização, atingindo o valor de 78,9 na amostra estudada.” Quer isto dizer que a satisfação dos colaboradores foi ainda mais notória nos períodos de pico da pandemia e consequente maior confinamento, enquanto o teletrabalho era obrigatório, estando mais profissionais neste regime.

“Estávamos a entrar num terreno novo, a pisar o desconhecido. Havia atividades que estavam (e estão) a ser muito afetadas e, portanto, as pessoas sentiram-se mais confortadas com as suas organizações. Principalmente as que estavam em regime de teletrabalho manifestaram valores de satisfação superiores aos que estavam em regime presencial“, acrescentou João d’Orey durante a apresentação virtual do barómetro anual.

Questionado sobre o pós-pandemia, o responsável pelo ONRH mostra-se expectante com os futuros modelos de trabalho e acredita que o mercado laboral não regressará ao que tinha antes da Covid-19. “Uma versão 2.0 destes modelos [remotos e híbridos] se irá manter mesmo depois da pandemia e que as organizações conseguirão otimizar o formato por forma a maximizar a satisfação das várias partes interessadas”, refere à Pessoas.

Lealdade e envolvimento com trajetória positiva

A par do índice de satisfação, também o indicador que mede a lealdade registou uma ligeira subida em 2011, passando de um valor médio de 66,9 pontos para 67. No entanto, este não é o valor mais elevado dos últimos dez anos. Em 2013, a lealdade situava-se nos 68,3 (o valor mais alto) e, em 2011, rondava os 61,8 (o valor mais baixo).

"Penso que uma versão 2.0 destes modelos [remotos e híbridos] se irá manter mesmo depois da pandemia e que as organizações conseguirão otimizar o formato por forma a maximizar a satisfação das várias partes interessadas.”

João d'Orey

Diretor executivo do ONHR

“Apesar de não serem os valores mais alto da série, nem em 2020 nem em 2021, são substancialmente superiores aos registados no início da série”, destaca o diretor executivo do ONRH.

O mesmo acontece com o índice de envolvimento, que registou uma quebra de 2020 para 2021, de 76,3 para 76,2, mas que tem vindo a ter uma trajetória de aumento, verificando-se nos últimos anos valores sempre superiores ao apurado em 2011 (72,5). E continua a ser a dimensão com o valor médio mais elevado.

Maiores discrepâncias estão no reconhecimento e recompensa

A dimensão do reconhecimento e recompensa é a que apresenta uma maior diferença entre o valor máximo e o valor mínimo das organizações estudadas (34 pontos percentuais), sendo também a que apresenta um menor valor médio (50).

“Esta situação decorre das diferenças existentes nas organizações que compõem o agregado, nomeadamente em termos de setores de atividade, dimensão e natureza (pública ou privada). Sendo o agregado bastante diverso é expectável que existam estas diferenças, sobretudo numa das dimensões mais complexas em termos de avaliação, que é o reconhecimento e recompensa.”

A mesma justificação pode ser apontada para os indicadores “que avaliam as oportunidades de progressão de carreira e a existência de atividades desportivas, culturais e de convívio promovidas pela empresa.

“No caso deste último verifica-se, por exemplo, que, no agregado estudado, existem ainda algumas organizações em que as atividades desportivas, culturais e de convívio promovidas pela organização são praticamente inexistentes”, refere o diretor executivo do ONRH, acrescentando que as limitações associadas à pandemia também fizeram com que estas atividades reduzissem.

O ONRH é uma parceria entre duas empresas – a QUAL e a QMETRICS – e duas associações – a APQ e a APG – e que tem como principal missão medir, compreender e explicar a satisfação, lealdade e envolvimento dos colaboradores das organizações públicas e privadas que aderem a este projeto. Os resultados de 2021 contaram com 18.393 inquiridos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“A Europa está a ficar para trás, entretida com coisas que estão na linha do umbigo”

Bernardo Perloiro já passou pelo Brasil, China e Médio Oriente, sempre em lugares de topo. Fala do futuro do setor do retalho e do que falta à Europa e a Portugal para serem mais competitivos.

2 de dezembro de 1971. É o dia em que Bernardo Perloiro nasceu, em Lisboa. É também a data de constituição dos Emirados Árabes Unidos, onde trabalha desde fevereiro, no Dubai. Dizem-lhe os colegas que a coincidência ainda o vai colocar na lista de convidados do xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum para a cerimónia que assinalará a independência do império britânico e os 50 anos do nascimento do país.

A transferência do Walmart China, onde o futuro do retalho é já o presente (já lá vamos), para o Majid Al Futtaim (MAF) é a mais recente mudança na carreira do chief operating officer (COO) do conglomerado emiradense, que já passou também pelo Brasil e por setores tão diferentes como a logística e as telecomunicações, onde lançou o primeiro operador móvel virtual.

Tudo começou onde está agora: na grande distribuição, pela mão da Jerónimo Martins. Conta que esteve para ir para Medicina, como o avô materno, mas acabou a tirar Engenharia Zootécnica na Universidade de Évora, no Alentejo, região onde a família tem uma exploração agrícola. Foi nessa propriedade, na Amareleja, que com um dos seis irmãos lançou um negócio de passas de uva Dona Maria que, diz, teve grande recetividade no mercado. Um dos compradores era o… Pingo Doce.

De fornecedor passou, em 1997, a colaborador. Entrou num programa de management trainees da Jerónimo Martins e colocaram-no na operação logística. “Entrar pelo supply chain foi uma escola muito importante porque é o backstage de tudo”, lembra o gestor, que mistura frequentemente o português com o inglês. “Percebe-se as necessidades dos clientes, o serviço que se presta nas lojas, mas também a relação com os fornecedores, com a indústria”.

Acabou por passar dos bastidores para o palco, a operação de loja. Chegou a diretor de operações do Pingo Doce para o Sul e à comissão executiva. Ainda esteve na comissão executiva do Recheio até que em 2002 trocou o retalho pela logística e a Jerónimo Martins pela direção de operações da Chronopost em Portugal.

"A transformação dos CTT foi quase como ensinar uma avó a andar de patins em linha.”

Bernardo Perloiro

COO da Majid Al Futtaim

Da multinacional francesa saltou para os CTT, para ajudar a preparar a empresa para a privatização. “Foi quase como ensinar uma avó a andar de patins em linha”, assinala, recordando uma transformação contestada, mas que considera um caso de estudo. Foi diretor de distribuição dos Correios, onde liderou uma equipa de 14 mil pessoas, depois da área comercial e em setembro de 2007 é escolhido para liderar o negócio de telecomunicações, onde lançou o primeiro operador móvel virtual, em parceria com a Portugal Telecom, sob a marca Phone-ix. A carreira nas telecomunicações continuou na Cabovisão, como diretor executivo, saindo três anos e meio depois quando o acionista canadiano vendeu o negócio à Altice.

Rumo ao Walmart no Brasil

“Foi nessa altura que surgiu a oportunidade de uma expatriação com a família para o Brasil”, conta Bernardo Perloiro. “Para nós era importante uma experiência internacional como família, dar oportunidade aos meus três filhos de ter essa experiência e exposição a culturas diferentes”. Do ponto de vista profissional, interessava-lhe “a escala e autonomia, muito diferente de Portugal”. Esteve quatro anos e meio no Walmart Brasil, a terceira maior cadeira de retalho no país, onde chegou a acumular os cargos de COO e chief marketing officer (CMO).

"O interessante foi reconhecer na cultura brasileira uma capacidade de ser feliz na adversidade.”

Bernardo Perloiro

COO da Majid Al Futtaim

A cultura brasileira deixou marcas, pelo contraste com a portuguesa ou mesmo europeia. “O interessante foi reconhecer na cultura brasileira uma capacidade de ser feliz na adversidade. Tem uma vocação para a felicidade que nós em Portugal e na Europa não temos tanto”, sustenta.

A aventura brasileira terminou com a venda da operação pela Walmart, com o gigante norte-americano a focar-se em geografias de maior crescimento. É assim que Bernardo Perloiro e a família se mudam para a China, onde assume, mais uma vez, o cargo de COO. Foi, além de uma viagem espacial, uma incursão pelo futuro. “Do ponto de vista profissional, neste setor, e arrisco-me a dizer em todos os setores praticamente, é viajar ao futuro e ser exposto a um avanço em todos os domínios. O expoente máximo é a incorporação de tecnologia pelas empresas, mas também a adoção pelos clientes”.

Viagem ao futuro

O gestor dá como o exemplo o WeChat, da Tencent, usado por 1,2 biliões dos 1,4 biliões de chineses, que permite gerir quase todo os aspetos da vida diária, desde pagamentos e compras online a comunicações e transferências de dinheiro. Tudo com um grande nível de personalização. “É um mercado com uma regulação diferente, em que a segurança se sobrepõe à privacidade e à liberdade”. “Nós sabemos quem é a pessoa, quando fez a transação, o que é que adquiriu, que preferência é que tem e pode-se costumizar os serviços de forma diferente”.

Bernardo Perloiro desfia números, que falam por si. Sete em cada dez clientes fazem self chekout ou scan and go no telemóvel. Mais de 40% já paga por reconhecimento facial. Mais de um quinto das transações no retalho alimentar já são online e a internet já representa mais de metade de tudo o que se vende. “A escala, a incorporação de tecnologia e a adoção digital são uma realidade em que a China está dez anos à frente, se não for mais”.

Para mim, o grande perigo é quão pouco despertos nós estamos, no resto do mundo, para aquilo que já hoje é uma realidade na China. Não é futurologia, é uma coisa que está a acontecer.

Bernardo Perloiro

COO da Majid Al Futtaim

Uma tendência que está a crescer são as compras online em comunidade. “Há uma sugestão e uma comunicação no momento da compra com a comunidade dos amigos, dos conhecidos, dos familiares, que fazem recomendações e discutem online antes da pessoa fazer a compra. Isto é uma tendência brutal e revoluciona a forma como fazemos comércio.”

“Para mim, o grande perigo é quão pouco despertos nós estamos, no resto do mundo, para aquilo que já hoje é uma realidade na China. Não é futurologia, é uma coisa que está a acontecer as we speak. Faz-se na China e faz-se em grande escala”.

A Europa está a ficar para trás? “Sem dúvida. A Europa está entretida com coisas muito importantes mas que estão na linha do umbigo, do seu próprio interior, que são importantes seguramente, mas que estão ligadas ao Estado social e aos extremismos, e muito pouco aberta para fora, ao contrário do que foi a história da Europa, praticamente todos os séculos até aos últimos 200 anos. E por isso está a ficar para trás, comparativamente com as outras grandes geografias e as outras grandes potências”.

Portugal precisa de vantagens competitivas

Uma análise crítica a que Portugal não escapa. Olha para o país “com preocupação, pelo empobrecimento e endividamento crónicos”. E pela “dificuldade em alinhar desígnios aglutinadores a longo prazo, que tragam vantagens competitivas no mercado global”. O principal? A educação e o desenvolvimento de competências, que “preparem o país para a transformação digital e a transição energética”.

Depois é preciso criar melhores condições para atrair investimento. “É preciso um enquadramento moderno para as leis do trabalho – não estou a advogar um ataque a direitos e conquistas – que seja propício ao desenvolvimento dos negócios e uma fiscalidade justa e previsível, que não seja estranguladora do investimento e do reinvestimento”, defende. Ainda assim, diz-se otimista. “Não há aqui uma visão catastrofista, mas há uma preocupação grande e uma preocupação crescente.”

10.º Dubai (Emirados Árabes Unidos)Pixabay

E depois dos Emirados?

Foi em fevereiro deste ano que Bernardo Perloiro foi convidado a abraçar outro desafio, como COO do Majid Al Futtaim (MAF), que tem negócios em 18 países e a ambição de duplicar o número nos próximos cinco anos, na Ásia e em África. O retalho é principal atividade do MAF, operando como franchisado do Carrefour, a que se soma o desenvolvimento e gestão de centros comerciais e espaços de entretenimento e uma área de investimentos financeiros.

Não arrisca dizer onde a carreira o vai levar a seguir, mas tem a certeza de onde vai terminá-la: em Portugal. “Não há nada que bata o azul do céu de Lisboa ou de Portugal, nem a língua, nem a gastronomia, nem as relações familiares”, garante. Também não tem dúvidas sobre as qualidades de trabalho dos portugueses: “A nossa capacidade de mobilização de pessoas e recursos é incomparável e isso destaca-nos como os melhores dentro dos melhores, pelas melhores razões”.

O Eco dá-lhe a conhecer portugueses que construíram carreiras de sucesso no estrangeiro e ocupam hoje lugares de destaque. Saiba como veem a evolução do seu setor, o que pensam do país onde trabalham e como olham para Portugal. Todas as semanas, à sexta-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nas notícias lá fora: Janssen, carros elétricos e Twitter

  • ECO
  • 2 Julho 2021

Da vacina da Janssen aos veículos elétricos na Alemanha, veja as notícias que estão a marcar o dia lá fora.

O dia começa com as notícias de que a vacina da Janssen neutraliza a variante da Delta e que a Trump Organization e o seu CFO foram acusados de fraude fiscal. Destaque ainda para o marcado alcançado na Alemanha: há já um milhão de veículos elétricos nas estradas. Conheça estas e outras notícias que estão a marcar o dia lá fora.

Bloomberg

Vacina da Janssen neutraliza a variante da Delta

A Johnson & Johnson, dona da Janssen, revelou que a sua vacina contra a Covid-19 apresentou fortes resultados contra a nova variante do coronavírus. A vacina que se diferencia das demais por ser de toma única consegue neutralizar a variante Delta, que está a ser responsável por um forte aumento de casos em todo o mundo. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Financial Times

Trump Organization e CFO acusados de fraude fiscal

A empresa familiar de Donald Trump e o seu diretor financeiro (CFO), Allen Weisselberg, foram acusados ​​de fraude fiscal por, supostamente, não terem pago impostos sobre uma série de regalias. De acordo com os promotores de Nova Iorque, Weisselberg arrecadou 1,76 milhões de dólares em “compensações financeiras” durante 16 anos. As acusações foram apresentadas esta quinta-feira, marcando uma reviravolta decisiva numa investigação de quase três anos aos negócios de Donald Trump. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês)

Reuters

Alemanha vai atingir marca de um milhão de elétricos na estrada

A Alemanha vai alcançar este mês a marca do milhão de automóveis elétricos nas suas estradas. É um marco que “todos pensavam ser inatingível”, diz o ministro da economia alemão, Peter Altmaier, mas vai ser uma realidade, embora chegue com um atraso de seis meses face ao inicialmente estabelecido por causa da pandemia. Altmaier atribui o feito aos apoios à compra destes veículos dados pelo Estado que só este ano ascendem já a 1,25 mil milhões de euros. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

The Guardian

Branson quer bater Bezos na corrida ao espaço

Richard Branson pretende ir já em 11 de julho para o espaço a bordo da nave da empresa Virgin Galactic, fundada por si. A acontecer, Branson vai antecipar-se ao fundador da Amazon, Jeff Bezos, que anunciou que vai para o espaço a 20 de julho a bordo de um foguetão da própria empresa, Blue Origin. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

Tech Crunch

Twitter testa cores para alertar para tweets duvidosos

O Twitter está a ponderar mudanças na forma como contextualiza tweets enganosos que não acredita serem perigosos o suficiente para serem removidos da plataforma de uma vez. A empresa anunciou um teste com uma imagem dos novos rótulos de desinformação. Esses rótulos aparecerão com fundos codificados por cores, tornando-os muito mais visíveis no feed e, ao mesmo tempo, dando um alerta aos utilizadores sobre a informação duvidosa dos mesmos. Leia a notícia completa no Tech Crunch (acesso livre, conteúdo em inglês)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tóquio2020: Jogos podem decorrer à porta fechada devido a surto de covid-19

  • Lusa
  • 2 Julho 2021

O primeiro-ministro japonês avisou que os Jogos Olímpicos de Tóquio poderão decorrer à porta fechada devido ao atual surto da covid-19 na capital.

O primeiro-ministro japonês avisou ser possível que os Jogos Olímpicos de Tóquio, cujo início está previsto para dia 23, decorram à porta fechada, devido ao atual surto da covid-19 na capital.

É “possível que não haja espetadores” nos Jogos Olímpicos, disse Yoshihide Suga, na quinta-feira à noite. “Atuaremos com a segurança do povo japonês como nossa principal prioridade”, sublinhou.

Em junho, a organização de Tóquio2020 decidiu autorizar a presença do público residente no Japão, mas com uma redução de 50% da capacidade de cada recinto olímpico e com um limite máximo de dez mil pessoas. Na altura, organizadores e autoridades japonesas avisaram que as restrições podiam ser maiores se a situação sanitária piorasse novamente.

Os espetadores podem ser excluídos de algumas provas que se realizem à noite ou em grandes locais, noticiou esta sexta-feira o diário japonês Yomiuri. Uma decisão deverá sair da próxima reunião entre Comités Olímpicos e Paralímpicos Internacionais, Governo japonês, autoridades de Tóquio e Comité Organizador japonês), disse hoje o Ministro dos Jogos Olímpicos, Tamayo Marukawa.

De acordo com o canal de televisão Nippon TV, a reunião poderá realizar-se na quinta-feira. Os meios de comunicação locais noticiaram já que o Governo japonês está a considerar prolongar por duas a quatro semanas as restrições em Tóquio, atualmente previstas para se manterem até 11 de julho. Fonte próxima do comité organizador disse à Nippon TV que “é inevitável” uma extensão destas medidas.

Estas novas restrições, que poderão ser anunciadas pelo Governo na próxima semana, devem ser aplicadas até à abertura dos Jogos Olímpicos, ou mesmo durante todo o período do evento. As restrições vão afetar bares e restaurantes, aos quais será pedido que fechem portas ao início da noite, e também vão limitar a cinco mil o número de espetadores em grandes eventos, como competições desportivas ou concertos, entre outros.

Em março, as autoridades proibiram a presença de espetadores oriundos do estrangeiro para assistir aos Jogos Olímpicos, que terminam em 08 de agosto. Os casos diários de covid-19 estão atualmente a subir em Tóquio, que registou mais de 700 novas infeções na quarta-feira, o número mais elevado desde finais de maio. Mais de 670 casos foram detetados na quinta-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mercadona dá mais um passo na expansão para Lisboa. Cadeia quer contratar 600 este ano

Entrada na Grande Lisboa só está prevista para 2022, mas das vagas já existentes para as 600 contratação previstas este ano, há ofertas para esta zona do país.

A Mercadona deu mais um passo para a expansão da cadeia de retalho alimentar a Lisboa, tendo já fechado um espaço para a instalação em Alvalade do segundo centro de coinovação no país, com abertura para o final deste ano. A cadeia espanhola, que tem previsto abrir nove supermercados na região Norte este ano, conta contratar 600 colaboradores. Tem 23 ofertas de emprego ativas.

Depois de Matosinhos, o bairro de Alvalade vai receber o segundo centro de coinovação da Mercadona, espaço onde a cadeia vai testar os hábitos de consumo dos futuros clientes no centro/sul do país. “O centro de coinovação de Lisboa ficará situado em Alvalade, na Avenida Estados Unidos da América, nº 1. Este centro terá aproximadamente 2.500 metros quadrados e a data de início de funcionamento está prevista para o final deste ano, sendo que este centro não terá serviço de venda ao público”, confirma fonte oficial da Mercadona à Pessoas.

O centro irá instalar-se no espaço da antiga livraria da Porto Editora. “O objetivo deste centro é estudar e conhecer os gostos e hábitos de consumo dos “Chefes” (clientes) da região centro do país para que a empresa possa adaptar melhor o sortido que disponibilizará nos futuros supermercados da região. Este é o segundo Centro de Coinovação da empresa em Portugal, sendo que o primeiro abriu em Matosinhos, em 2017”, precisa a cadeia.

A entrada na Grande Lisboa está prevista para 2022 tendo a Mercadona já fechado um espaço em Almeirim, concelho de Santarém, para acolher o segundo centro logístico do retalhista alimentar, bem como um terreno no Montijo, onde deverá abrir um supermercado.

Neste ano, o foco da cadeia mantém-se na região Norte onde conta abrir nove lojas, elevando até ao final do ano para 29 o número de supermercados da gigante espanhola em Portugal, o seu primeiro mercado de internacionalização. Esta semana no Porto, na freguesia do Lordelo, abriu a segunda das nove planeadas – a terceira no Porto – criando 65 postos de trabalho.

Recrutar 600 até ao final do ano

Em 2021 a cadeia conta investir 150 milhões de euros em Portugal e recrutar 600 pessoas, que se irão juntar aos 1.700 colaboradores com que fechou 2020. Apesar da pandemia, a cadeia manteve o plano de expansão da rede de lojas – abriram 10 – tendo contratado 800 colaboradores sem termo.

“Neste momento temos ativas 23 ofertas de emprego, relativas às áreas de supermercado, manutenção e quadros superiores. Tendo uma maior presença na zona Norte, as nossas vagas são maioritariamente para essas zonas, no entanto, já contamos também com algumas ofertas de emprego na zona de Lisboa”, adianta fonte oficial.

Enfermeiros, médicos, técnico de refrigeração e climatização, operadores de loja são algumas das vagas listadas no site da cadeia. Os interessados podem obter informação sobre o perfil pretendido, bem como concretizar a sua candidatura.

“A Mercadona tem uma filosofia de contrato fixo desde o primeiro dia. Apostamos num trabalho de qualidade e de estabilidade para os nossos colaboradores”, realça fonte oficial quando questionada sobre as condições oferecidas pela companhia.

“Temos uma política de progressão salarial começando com uma retribuição mensal bruta de 907 euros (acrescendo subsídio de alimentação, feriados e domingos), como por exemplo no caso de um operador de supermercado”, adianta.

“Esforçamo-nos para que as nossas ofertas de emprego possibilitem carreiras estáveis num ambiente positivo de bom ambiente de trabalho, que garanta a melhor qualidade de vida aos nossos colaboradores”, conclui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vacina da Janssen neutraliza a variante da Delta

  • ECO
  • 2 Julho 2021

Vacina da J&J oferece proteção a quem a toma perante a variante Delta e outras. Apresenta uma imunidade elevada de, pelo menos, oito meses.

A Johnson & Johnson, dona da Janssen, revelou que a sua vacina contra a Covid-19 apresentou fortes resultados contra a nova variante do coronavírus. A vacina que se diferencia das demais por ser de toma única consegue neutralizar a variante Delta, que está a ser responsável por um forte aumento de casos em todo o mundo.

Dados dos ensaios realizados, citados pela Bloomberg (conteúdo em inglês, acesso condicionado), mostram que com apenas esta dose da vacina da J&J oferecem proteção a quem a toma perante a variante Delta e outras. Quem tomou a vacina obtém uma imunidade elevada de, pelo menos, oito meses.

“Os dados analisados revelam que a vacina gera uma forte capacidade de neutralizar o vírus e a resposta não vai diminuindo com o passar do tempo. Pelo contrário, observamos um aumento da resposta“, diz Mathai Mammen, responsável pela investigação no negócio de fármacos da J&J.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresas estão a pedir aos trabalhadores dados sobre a vacinação

  • ECO
  • 2 Julho 2021

Empresas como a Galp Energia, Super Bock, Siemens, Montepio ou PSA estão a pedir aos colaboradores informações sobre o processo de vacinação de cada um.

São várias as empresas que estão a pedir aos colaboradores que informem os serviços internos sobre o estado do processo de vacinação de cada um. De acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago), as entidades estão — através de iniciativas de resposta “voluntária” — a recomendar a toma da vacina contra o coronavírus, com o objetivo de terem todos os trabalhadores imunes.

Uma dessas empresas é a Galp, que está a “solicitar aos seus colaboradores que, voluntariamente, informem sobre o processo de vacinação”, disse fonte oficial da petrolífera. Também o Super Bock Group pediu estas informações aos trabalhadores, “para que seja possível o registo na respetiva ficha clínica”, enquanto a alemã Siemens usará estes dados “apenas para fins estatísticos”.

O Montepio pretende avaliar a aptidão para o trabalho presencial e, para isso, tem pedido aos colaboradores o preenchimento de um questionário sobre o estado do processo de vacinação de cada um. Em Mangualde, na PSA, acontece o mesmo. De maneira “voluntária e informal”, os funcionários “informam a hierarquia do agendamento para a toma da vacina”, sendo obrigatório comunicar apenas se coincidir com o período laboral.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo Martins contraria quedas da energia na bolsa de Lisboa

Na Europa, o otimismo quando à vacinação está a ser temperado pelos receios quando à nova vaga de casos de Covid-19. Stoxx 600 sobe ligeiramente, enquanto o PSI-20 recua.

Lisboa está entre ganhos e perdas, numa sessão em que também as principais praças europeias seguem sem rumo definido com os investidores atentos à evolução da pandemia. A Jerónimo Martins está em alta, compensando, em parte, as quedas do setor da energia.

O PSI-20 está a desvalorizar 0,03% para 5.109,40 pontos, oscilando entre perdas e ganhos. Na Europa, o otimismo quando à vacinação está a ser temperado pelos receios quando à nova vaga de casos de Covid-19, mas o Stoxx 600 acaba por conseguir valorizar.

Em Lisboa, é a Jerónimo Martins que se destaca. A dona do Pingo Doce está a ganhar 0,55% para 15,61 euros, sendo a cotada que mais puxa pela praça nacional numa sessão de ganhos também para os CTT e Pharol.

Esta subida vai compensando o sinal negativo dos títulos do setor energético. EDP e EDP Renováveis seguem, ambas, em queda, registando perdas em torno dos 0,3%, sendo que o mesmo acontece com a Galp Energia.

As ações da petrolífera liderada por Andy Brown recuam ligeiramente para 9,44 euros, isto apesar de o Brent estar a negociar acima dos 75 dólares por barril, mesmo num contexto de indefinição quanto às decisões que serão tomadas na reunião da OPEP+.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Uma a uma, veja as regras que se aplicam nos concelhos que recuaram no desconfinamento

30 municípios recuaram no desconfinamento. No total, 45 concelhos ficaram com regras mais apertadas do que o resto do país, inclusive recolher às 23h.

Numa altura em que os novos casos continuam a aumentar, especialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo, o Governo decidiu que o país continua com as regras de 14 de junho, não havendo condições para prosseguir no desconfinamento. Além do mais, um total de 45 concelhos têm regras mais apertadas do que o resto do país. Mas que concelhos recuaram? E quais as regras que se aplicam? O ECO explica.

A larga maioria do país mantém as regras que estão em vigor desde 11 de junho (visto que o Governo decidiu adiantar o desconfinamento para aproveitar a “ponte” entre o feriado e o fim de semana). Que regras são essas?

  • Teletrabalho recomendado nas atividades que o permitam;
  • Restaurantes, cafés e pastelarias (máximo de seis pessoas no interior ou 10 pessoas em esplanadas) até à meia-noite para admissão e 1h00 para encerramento;
  • Comércio com horário do respetivo licenciamento;
  • Casamentos e batizados com 50 % da lotação;
  • Transportes públicos com lotação de dois terços ou com a totalidade da lotação nos transportes que funcionem exclusivamente com lugares sentados;
  • Bares e discotecas permanecem encerrados;
  • Espetáculos culturais até à meia-noite;
  • Salas de espetáculos com lotação a 50% e fora das salas de espetáculo, com lugares marcados e com regras a definir pela DGS;
  • Escalões de formação e modalidades amadoras com lugares marcados e regras de acesso definidas pela DGS;
  • Recintos desportivos com 33% da lotação e fora de recintos aplicam-se regras a definir pela DGS.

Adicionalmente, a partir das 15h desta sexta-feira é proibido entrar ou sair da Área Metropolitana de Lisboa até às 6h de segunda-feira. Há a possibilidade de o fazer se apresentar um de três certificados: vacinação completa, recuperação da doença Covid-19 e teste negativo de despiste da doença. Isto porque, apesar da situação pandémica estar tendencialmente a crescer em todo o país, é a Área Metropolitana de Lisboa a maior preocupação do Governo e das autoridades de saúde.

Vários municípios portugueses terão regras ligeiramente mais apertadas que o resto do país e do que tinham na semana passada. No total 30 concelhos recuaram no desconfinamento, 14 que passaram de alerta para “laranja” (duas semanas com a taxa de incidência acima dos 120 ou casos por 100 mil habitantes ou, no caso de concelhos de baixa densidade, 240 casos) e 16 que passaram de “laranja” para “vermelho” (duas semanas com a taxa de incidência acima dos 240 ou casos por 100 mil habitantes ou, no caso de concelhos de baixa densidade, 480 casos).

Mas quais os concelhos que estão a “laranja”? Alcochete, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Avis, Braga, Castelo de Vide, Faro, Grândola, Lagoa, Lagos, Montijo, Odemira, Palmela, Paredes de Coura, Portimão, Porto, Rio Maior, Santarém, São Brás de Alportel, Sardoal, Setúbal, Silves, Sines, Sousel, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.

Estes concelhos terão as seguintes regras:

  • Proibição de circulação na via pública a partir das 23h;
  • Teletrabalho obrigatório quando as atividades o permitam;
  • Restaurantes, cafés e pastelarias podem funcionar até às 22h30 (no interior, com um máximo de seis pessoas por grupo; em esplanada, 10 pessoas por grupo);
  • Espetáculos culturais até às 22h30;
  • Casamentos e batizados com 50 % da lotação;
  • Comércio a retalho alimentar e não alimentar até às 21h00;
  • Permissão de prática de todas as modalidades desportivas, sem público;
  • Permissão de prática de atividade física ao ar livre e em ginásios;
  • Eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela Direção -Geral da Saúde (DGS);
  • Lojas de Cidadão com atendimento presencial por marcação.

Além destes 26 concelhos, há zonas onde a situação epidemiológica é ainda mais grave, o que leva a medidas ainda mais restritivas. Se na semana passada encontravam-se apenas três municípios no “vermelho” (Albufeira, Lisboa e Sesimbra), agora são 19. Assim, a maioria da Área Metropolitana de Lisboa está a “vermelho”.

E que concelhos são estes? Albufeira, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Constância, Lisboa, Loulé, Loures, Mafra, Mira, Moita, Odivelas, Oeiras, Olhão, Seixal, Sesimbra, Sintra e Sobral de Monte Agraço.

Estes municípios têm de seguir as seguintes regras:

  • Proibição de circulação na via pública a partir das 23h;
  • Teletrabalho obrigatório quando as atividades o permitam;
  • Restaurantes, cafés e pastelarias podem funcionar até às 22h30 durante a semana e até às 15h30 ao fim de semana e feriados (no interior, com um máximo de 4 pessoas por grupo; em esplanada, 6 pessoas por grupo);
  • Espetáculos culturais até às 22h30;
  • Casamentos e batizados com 25 % da lotação;
  • Comércio a retalho alimentar até às 21h00 durante a semana e até às 19h00 ao fim de semana e feriados;
  • Comércio a retalho não alimentar até às 21h00 durante a semana e até às 15h30 ao fim de semana e feriados;
  • Permissão de prática de modalidades desportivas de médio risco, sem público;
  • Permissão de prática de atividade física ao ar livre até seis pessoas e ginásios sem aulas de grupo;
  • Eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela DGS;
  • Lojas de Cidadão com atendimento presencial por marcação.

Por outro lado, 21 concelhos ficaram em alerta: Albergaria-a-Velha, Aveiro, Azambuja, Cartaxo, Bombarral, Idanha-a-Nova, Ílhavo, Lourinhã, Matosinhos, Mourão, Nazaré, Óbidos, Salvaterra de Magos, Santo Tirso, Trancoso, Trofa, Vagos, Viana do Alentejo, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Viseu. A situação destes concelhos também é preocupante, mas não o suficiente para recuarem no desconfinamento. Assim, estes municípios acompanham o resto do país e continuam com o primeiro grupo de regras referidas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo dá mais tempo aos vencedores de projetos solares já leiloados

  • ECO
  • 2 Julho 2021

Ideia é dar aos vencedores mais tempo para licenciarem os seus projetos, tendo em conta as dificuldades criadas pela pandemia. Por enquanto não se prevêm cancelamentos.

O Governo está a adiar os prazos dos projetos solares já leiloados. De acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago), a ideia é dar aos vencedores mais tempo para licenciarem os seus projetos, tendo em conta as dificuldades levantadas pela pandemia. Além disso, está ainda a ser avaliado um novo prolongamento dos prazos dos vencedores de 2020. Por enquanto não se prevê a necessidade de cancelar estes projetos.

Já foram emitidos dois despachos para dar aos vencedores dos leilões de energia solar de 2019 mais quatro meses para obterem a licença de exploração: até janeiro de 2023 no caso de não serem sujeitos a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) ou julho de 2023 caso careçam dessa avaliação. O mesmo está a ser avaliado para os leilões de 2020 mas, por enquanto, os prazos são maio de 2024 (sem AIA) e novembro de 2024 (com AIA).

Estes prolongamentos são justificados pelo Governo com os “efeitos extraordinários decorrentes da pandemia, que extravasam os normais riscos de mercado”. Tanto o Ministério do Ambiente como a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) e várias das empresas que ganharam os leilões indicam que, por enquanto, não se prevê a necessidade de cancelar projetos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ESG Portugal Forum: Sustentabilidade das empresas e reporte de ESG é uma “viagem sem retorno”

Em empresas como a Altice, Brisa, SAP ou Cellnex, os critérios de ESG e o seu reporte são já uma realidade, mas os CEO das mesmas dizem que faltam ainda standards uniformizados e mais transparência.

Com as grandes empresas de vários setores que operam em Portugal já totalmente conscientes da importância de cumprir e reportar critérios de ESG (ambientais, sociais e de governance) não só no seu modelo de negócio, mas também em toda a sua cadeia de valor, faltam ainda standards iguais para todas. O alerta foi levantado por Alexandre Fonseca, CEO da Altice, no painel “A Diversidade Setorial e Regulamentar das Abordagens ESG” da primeira edição do ESG Portugal Forum 2021, organizado pelo ECO e pelo Capital Verde.

No mesmo painel, moderado pelo Publisher do ECO, António Costa, a partilhar a forma como as suas empresas já põem em prática os critérios ESG esteve também António Pires de Lima, CEO da Brisa, Luís Carrasqueira, Diretor Geral da SAP Portugal e Nuno Carvalhosa, CEO da Cellnex Portugal. Todos eles, garante, assumem nas suas organizações a responsabilidade de gerir e fazer cumprir critérios ESG.

ESG Portugal Forum 2021 - 29JUN21

Eu acredito que neste momento há um processo em curso, mas que está longe de estar concluído no que toca à standardização ou à harmonização de critérios ESG que nos permitam, independentemente do setor de atividade, e sabendo que cada setor tem as suas especificidades, podermos ter um conjunto de critérios objetivos e que nos garantam esse mesmo balanço. E acho que ainda não estamos lá”, frisou o CEO da Altice, acrescentando no entanto que, “dentro de um par de anos, estaremos em condições de ter um conjunto de critérios mais objetivos e mais standardizados”.

Na visão de Alexandre Fonseca, parte à frente “quem está no mercado de capitais já tem hoje um conjunto de indicadores” mais rígidos a seguir. Mas ainda assim, garante, o momento agora é de construir indicadores performance, objetivos, standards internacionais, para além dos standards de certificação, que permitam à todas as empresas atingir um nível de maturidade um pouco mais evoluído.

“Acho que estamos todos a trabalhar nesse sentido e é decisivo porque empresas como as que aqui estão são verdadeiras referências a nível nacional e internacional. Esse primeiro passo é muito importante para que, depois, os nossos clientes, os ecossistemas os sigam”, argumentou ainda Alexandre Fonseca, explicando que é isso que já acontece com a Altice, que incentiva os principais parceiros, fornecedores e toda a cadeia de valor associada a começar, também ela, “a ter que cumprir um determinado critério que nós já cumprimos para fazer parte deste ecossistema”.

Se assim não for, “a cadeia de valor vai ter quebras que podem ser dramáticas e, portanto, esse incentivo ao ecossistema global, ao universo económico onde trabalhamos, é também uma responsabilidade que nós abraçamos e entendemos ser decisivo”, frisou o CEO da Altice.

ESG Portugal Forum 2021 - 29JUN21

Por seu lado, Luís Carrasqueira, Diretor Geral da SAP Portugal, diz mesmo que “que deve haver um caminho para, tendencialmente, ser obrigatório” cumprir e reportar critérios ESG. No entanto, acredita que “o mercado a seu tempo vai regular o cumprimento destes princípios, mas numa primeira fase, é preciso alguma obrigatoriedade mais vaga e, depois, ir implementando. Mas eu penso que as próprias empresas têm todo o interesse nisso”, defende. E garante que “há formas de poder ajudar na aceleração desses princípios”.

Alexandre Fonseca concorda com essa “obrigatoriedade”, mas sobretudo ao nível da transparência. “Não podemos, enquanto empresas, enquanto sociedade e agentes da economia, ficar tranquilos enquanto esses mesmos critérios, seja por convicção, seja por questões de responsabilidade, em que as empresas embarcam nesses critérios e têm essa capacidade de serem transparentes, ter essa obrigatoriedade, essa transparência perante o mercado, os seus clientes e o seu ecossistema, não vermos isso refletido nos reguladores setoriais”, assinalou, acrescentando: “Independentemente de hoje haver a necessidade de um poder regulatório, o mercado vai-se nivelar”.

Luís Carrasqueira compara a evolução dos critérios ESG à “viagem sem retorno” em que se tornou a transformação digital. “Este é um caminho que, em termos de sustentabilidade, vai acontecer e se, hoje, é uma prioridade de alguns, daqui a uns tempos vai ser a prioridade de muitos porque o mercado vai exigir isso e obviamente que quem tiver mais bem preparado e tiver nessa liderança vai conseguir”, garante. Na SAP, a sustentabilidade e os critérios ESG são parte central da nossa estratégia. “É uma responsabilidade que nós temos, mas também partilhar com o mercado aquilo que nós fazemos com a nossa cadeia de valor”.

ESG Portugal Forum 2021 - 29JUN21

Do lado da Brisa, António Pires de Lima partilhou o novo ciclo que a empresa está agora a iniciar, com uma nova estrutura acionista, desde outubro, e a prioridade em termos de gestão de desenhar e ver aprovado um novo plano estratégico com uma visão para a empresa até 2025.

“Entre muitas outras metas, a agenda ESG é um tema absolutamente determinante e prioritário deste ciclo. Por convicção, é uma obrigação moral, sim, mas também porque acreditamos que, tendo um bom desempenho em termos ambientais, tendo um bom desempenho em termos sociais, de segurança, em termos da presença das mulheres na nossa gestão de topo, tendo um bom desempenho em termos de governança, nós seremos uma melhor empresa, mais valorizada pelos nossos investidores, pelos mercados”, disse Pires de Lima.

Para este “novo ciclo” até 2025, a empresa espera que o nível de investimento cresça para cerca de 540 milhões de euros, excluindo aquisições, “o que é mais de 60% do que aquilo que fizemos nos últimos anos”.

“Eu poderia dizer que há cerca de 60 milhões de euros que estão alocados especificamente à digitalização, à descarbonização, a objetivos de ESG, mas tudo é ESG porque quando nós falamos em modernizar e melhorar as nossas autoestradas estamos a falar de segurança, de bons pavimentos, de aumentarmos o número de faixas e, no final, há um alinhamento bastante completo entre os objetivos que estabelecemos e os recursos que estamos disponíveis a alocar para estes objetivos de crescimento deste novo ciclo”, explicou.

ESG Portugal Forum 2021 - 29JUN21

Nuno Carvalhosa, CEO da Cellnex, olha já para o futuro: “Eu aposto que aquilo que vai continuar a acontecer nos próximos anos, mais do que um aumento da consciencialização da importância da temática do ESG, tem a ver com uma muito maior mobilização para a ação sob a forma de duas questões que me parecem muito claras – maior investimento e muito mais profissionalização na gestão”.

Além do reporte em termos de temáticas de ESG, que já faz, um dos eixos estratégicos do plano estratégico 2021-2025 da Cellnex “é estender os compromissos em matéria de ESG à cadeia de valor, um caminho um pouco paralelo à questão mais formal de harmonização dos standards, a taxonomia europeia que se referiu”, disse o CEO.

Nuno Carvalhosa acredita que “já hoje se começa a sentir um crescimento pronunciado dos ativos sob gestão ligados a fundos de ESG” e que, no futuro, as boas práticas em sede de ESG vão contribuir para a redução dos custos de financiamento das empresas. “Inclusivamente, as empresas que não tiverem boas práticas de ESG, vão-se ver limitadas nas bases de financiamento, nas fontes de financiamento a que vão poder aceder”, rematou.

ESG Portugal Forum 2021 - 29JUN21

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Berardo entre os 25 maiores devedores da CGD investigados pela PJ

  • ECO
  • 2 Julho 2021

Investigação iniciada em 2016 pretende apurar quem foram os responsáveis pelos prejuízos de 1,2 mil milhões de euros no banco público.

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar em que circunstâncias os maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) causaram prejuízos de cerca de 1,2 mil milhões de euros ao banco público. De acordo com o Jornal de Notícias (acesso pago), vários bancários e empresários estão sob suspeita nesta lista de maiores devedores, sendo que Joe Berardo é um deles.

Em 2016, a PJ arrancou com um inquérito para investigar estes prejuízos na CGD, visando os 25 maiores devedores. Entretanto, a investigação alargou-se aos negócios ruinosos para o banco, de forma a apurar da existência de crimes. Eventuais favorecimentos na concessão dos empréstimos, sem garantias válidas, e posterior dissipação de bens destinada a evitar o pagamento das dívidas estão na mira das autoridades.

Nessa lista de maiores devedores estão sob suspeita bancários e empresários, incluindo Joe Berardo. À semelhança de Joe Berardo, outros empresários poderão ter montado esquemas de circulação de património para evitar penhoras de credores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.