TAP admite cancelar até sete voos por dia entre 15 de novembro e 31 de dezembro

  • Lusa
  • 5 Novembro 2022

Cancelamentos vão ocorrer "em ligações com menor ocupação e para as quais existam várias alternativas disponíveis na rede TAP ou em companhias parceiras”.

A TAP admitiu hoje que pode cancelar, em média, até sete voos por dia, a partir de 15 de novembro e até 31 de dezembro, devido a um reajuste da operação de inverno, sendo os passageiros colocados em voos alternativos.

Em comunicado, a companhia aérea informou sobre a alteração da operação de inverno, que “vai começar a ser aplicada a partir de 15 de novembro e até 31 de dezembro, podendo ser cancelados, em média, até sete voos por dia, em ligações com menor ocupação e para as quais existam várias alternativas disponíveis na rede TAP ou em companhias parceiras”.

Esta medida, explicou, foi provocada pela conjugação de vários constrangimentos, sendo eles a mudança para o sistema de navegação Top Sky em Lisboa, a migração do sistema de controlo aéreo em Marselha, o absentismo previsto para o período de Natal e fim do ano e, ainda, por não ter sido possível fazer regressar um avião da Guiné-Conacri.

“Os passageiros afetados pelos voos cancelados serão informados diretamente e de forma atempada pela TAP, com indicação da solução de viagem alternativa”, garantiu a transportadora.

Adicionalmente, a TAP disse que vai estender o contrato de prestação de serviços externos ACMI (sigla em inglês para Avião, Tripulação, Manutenção e Seguro) com a Air Bulgária, “para evitar o cancelamento de voos adicionais e manter a operação no máximo da sua capacidade”.

“A TAP pede desculpas antecipadamente aos passageiros afetados, sabendo a importância que a época do Natal tem para todos os seus clientes, e está a desenvolver esforços para garantir que todos possam fazer as viagens que planearam sem contratempos”, acrescentou a companhia aérea.

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140 entrevistadores, 620 mil preços e 1.300 produtos. Como o INE calcula a inflação?

A taxa de inflação é um dos indicadores mais acompanhados pelos portugueses este ano. E o seu impacto já é sentido devido à perda de poder de compra. Mas, afinal, como é calculado o IPC?

A inflação entrou em força no léxico dos portugueses. Seja na ida ao supermercado, a atestar combustível, na fatura da eletricidade ou a jantar fora, a escalada dos preços já faz “mossa” no bolso das famílias devido à perda de poder de compra. A invasão russa à Ucrânia veio puxar ainda mais pelos preços da energia e dos transportes, e aliada à seca, agravou o custo de vários bens alimentares e não só. Mas, afinal, como é calculado o índice de preços no consumidor (IPC) e que produtos são contemplados neste indicador?

Todos os meses o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga o IPC, que mede a evolução média dos preços de um cabaz de bens e serviços representativo da despesa dos consumidores. “A amostra é composta por cerca de 1.300 produtos”, que vão deste o arroz carolino ou agulha até às estadias em alojamentos turísticos, propinas, despesas de manutenção de contas bancárias ou aos automóveis.

Para cada um destes produtos são recolhidos mensalmente, em média, “cerca de 150 a 160 variedades“, explica Vítor Mendonça, diretor do Serviço de Estatísticas de Preços do departamento de Contas Nacionais do INE, ao ECO. “Mas depois também depende do produto. Há produtos que têm mais oferta do que outros”, acrescenta.

Contas feitas, o gabinete de estatísticas recolhe diretamente, em média, cerca de 120 mil preços por mês, dos quais cerca de 60 mil dizem respeito a produtos alimentares relativos a mais de 250 bens e outros 500 mil preços individuais com recurso a informação administrativa, websites e outras técnicas.

O objetivo é medir as variações de preço existentes em todas as regiões do país (incluindo nas regiões autónomas), pelo que todos os meses são seguidos os mesmos produtos nos mesmos estabelecimentos comerciais, que incluem grandes superfícies e lojas de pequena dimensão. No entanto, nem todos os produtos “têm a mesma importância”, sinaliza Vítor Mendonça, uma vez que os produtos que as famílias “consomem em maior valor são os que têm o maior peso no IPC”.

Nos últimos dois anos, o produto mais relevante que entrou no IPC foram as máscaras cirúrgicas, que até 2020 ninguém comprava e no início de 2021 entraram no IPC.

Vítor Mendonça

diretor do Serviço de Estatísticas de Preços do departamento de Contas Nacionais do INE

A escolha dos produtos incluídos neste cabaz é feita, por um lado, “com base nos dados das contas nacionais portuguesas que nos dão o nível de despesa das famílias até um nível relativamente desagregado de informação”, bem como num inquérito realizado à despesa das famílias que é feito quinquenalmente” pelo INE junto a 120 mil famílias. “Todos os anos a amostra é refrescada”, acrescenta o diretor do Serviço de Estatísticas de Preços do departamento de Contas Nacionais do INE. “Nos últimos dois anos, o produto mais relevante que entrou foram as máscaras cirúrgicas, que até 2020 ninguém comprava e no início de 2021 entraram no IPC”, atira, entre risos.

Assim, a partir destes dois critérios é feita “uma ponderação” por classes de consumo individual por objetivo (COICOP) e por agregados de bens e serviços. No total existem 12 categorias, sendo que mesmo dentro da mesma classe nem todos os produtos pesam da mesma forma para o cálculo do IPC. “Há produtos que pesam mais dentro de cada uma das classes do que outros e isso tem a ver com a despesa do consumo final das famílias”, destaca Pedro Oliveira, elencando que a classe 1, que diz respeito aos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, representa cerca de 22% do IPC.

Pedro Oliveira, diretor do departamento de Contas Nacionais e Vítor Mendonça, diretor do Serviço de Estatísticas de PreçosHugo Amaral/ECO

Como é feita a recolha de preços?

No que toca à recolha direta de preços, estes “são recolhidos, mensalmente, a meio do mês normalmente com a ajuda de 140 entrevistadores distribuídos pelo país“, adianta Vítor Mendonça. Para o efeito, os entrevistadores não têm em conta apenas o preço do artigo, mas outras características, como é o caso da quantidade. “Há um preço para um determinada quantidade e qual o produto que está associado a essa embalagem. Se houver uma redução da quantidade para o mesmo preço, isso no IPC traduz um aumento de preço”, afirma Pedro Oliveira, diretor do departamento de Contas Nacionais, do INE, ao ECO, referindo-se à reduflação. Além disso, maioritariamente vão já direcionados a um tipo de produto e respetiva marca, isto se este já fizer parte do cabaz selecionado.

E se o produto não estiver disponível? No caso de existir uma quebra de stock pontual, os responsáveis do INE estimam o preço desse produto e no mês seguinte retomam a sua recolha. Por outro lado, se houver indicação de que esse produto foi descontinuado “o que entrevistador vai fazer é substituir esse produto por outra marca e depois internamente tratamos esta diferença”. A partir daí será esse novo produto a ser considerado.

Na saúde, neste momento, temos variações negativas de preço porque houve uma decisão política de eliminar o pagamento das taxas moderadoras dos hospitais na maior parte das situações.

Pedro Oliveira

diretor do departamento de Contas Nacionais do INE

Na maioria dos produtos a recolha de preços é feita apenas uma vez por mês, contudo, há produtos com um tratamento ligeiramente diferente. É o caso das frutas, cuja recolha de preços é feita três vezes por mês, dado que estes são habitualmente produtos com preços mais voláteis. Já no que diz respeito às dormidas em hotéis ou viagens de avião, a recolha é feita com alguma antecedência, uma vez que nestes casos, o preço também depende da antecipação com que é feita a compra. O objetivo é “ter um preço representativo daquilo que as pessoas que dormiram naquele hotel naquele mês teriam pago se tivessem feito a reserva com mais ou menos antecedência”, explica Vítor Mendonça.

No que toca à cobertura territorial feita por estes 140 entrevistadores, o número de produtos recolhidos é tendencialmente o mesmo. Contudo, o número de preços recolhidos pode variar. “Da mesma forma que usamos a despesa total para fazer a distribuição dos produtos, também usamos a despesa regional para fazer a distribuição regional do consumo. Como é evidente a região de Lisboa tem um peso muito maior que o Algarve na maioria dos produtos”, afiança o diretor do Serviço de Estatísticas de Preços do departamento de Contas Nacionais do INE, ao ECO. Assim, nas regiões onde há menos despesa há também uma menor recolha de preços e, consequentemente, de entrevistadores.

Da recolha manual nos sites ao “web scraping”

Além destes 140 entrevistadores, o INE conta ainda com uma equipa de cerca de 20 pessoas que faz o trabalho de acompanhamento da recolha, verificação e validação da informação e dão apoio informático, bem como outras quatro pessoas que ficam responsáveis por obter os resultados finais do IPC. Assim, paralelamente da recolha direta de cerca de 120 mil preços por mês, o gabinete de estatísticas recolhe outros outros 500 mil preços individuais com recurso a informação administrativa, websites e outras técnicas. No que toca à recolha de preços manual através de sites esta ferramenta é maioritariamente utilizada na área dos serviços, como é o caso das telecomunicações e luz.

Já o “web scraping” consiste na recolha de grandes volumes de informação a partir dos sites, sendo que atualmente esta ferramenta está restrita apenas algumas categorias, como o vestuário e mobiliário. Mas nestes dois casos há que ter “um certo cuidado”, dado que se os preços forem “substancialmente diferentes dos preços praticados em loja” há que “ponderar essas duas vertentes de forma diferente”, realça Vítor Mendonça, chamando a atenção para a necessidade de “verificar se o comportamento dos preços é comparável”.

O INE recolhe, em média, diretamente, cerca de 120 mil preços por mês para o apuramento do IPC, mais cerca de 500 mil preços individuais com recurso a informação administrativa, websites e outras técnicas.Hugo Amaral/ECO

Por outro lado, o INE recorre ainda a bases de dados administrativas. Neste âmbito incluem-se, por exemplo, as rendas de habitação, dado que mensalmente o gabinete de estatísticas tem acesso aos recebidos eletrónicos de renda da Autoridade Tributária, para apurar a variação dos preços na habitação.

O cálculo do IPC contempla uma grande variedade de produtos, que vão desde despesas do dia-a-dia a aquisições poucos frequentes como é o caso dos automóveis, consultas médicas ou os seguros. E apesar da atual conjuntura económica, marcada por um contexto de alta inflação e subida dos juros, nem todos os produtos estão a contribuir para a subida do IPC. “Na saúde, neste momento, temos variações negativas de preço porque houve uma decisão política de eliminar o pagamento das taxas moderadoras dos hospitais na maior parte das situações”, destaca Pedro Oliveira, dando ainda o exemplo dos transportes públicos, nomeadamente na Área Metropolitana de Lisboa.

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Marcelo preocupado com subida de juros no crédito habitação que atinge 1,2 milhões de famílias

  • Lusa
  • 4 Novembro 2022

"São um milhão e 200 mil agregados familiares atingidos e é evidente que pode ser uma quantia pequena se a prestação for pequena, mas 50, 60, 80 ou 100 euros não é tão pequena assim", disse Marcelo.

O Presidente da República disse esta sexta-feira estar preocupado com a subida da taxa de juros no crédito habitação que atinge 1,2 milhões de famílias, defendendo que a subida “não é pequena” para quem tem baixos rendimentos.

“Preocupa-me que, por pouco que seja a subida dos juros do crédito habitação, são um milhão e 200 mil agregados familiares atingidos e é evidente que pode ser uma quantia pequena se a prestação for pequena, mas 50, 60, 80 ou 100 euros não é [uma quantia] tão pequena assim para quem tem rendimentos baixos”, afirmou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

À margem da cerimónia que assinalou o 50.º aniversário do grupo Solverde, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu mais comentários para quando receber o diploma do Governo, aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros, que estabelece medidas de acompanhamento e mitigação do aumento da taxa de esforço nos contratos de crédito à habitação.

Questionado sobre a subida das taxas de juro, confirmada na terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), o chefe de Estado disse não discutir “orientações” de política monetária, lembrando que “quem decide é o BCE” e que os “bancos nacionais não têm autonomia hoje”.

“A inflação começou a subir a partir do começo do ano e deu um salto a partir da guerra, a partir de março, e havia dois caminhos possíveis. Um era subir moderadamente as taxas de juro, o outro era não subir, deixar para mais tarde e de repente ter de subir muitíssimo. O Banco Central Europeu não quis seguir o primeiro caminho, quis esperar pelo verão, entendendo que não era de subir os juros. Depois quando subiu, teve de subir de oito para 80“, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

E acrescentou, “talvez tivesse sido preferível o primeiro, mas como é o Banco Central Europeu que manda, seguiu o segundo”. Também questionado sobre a diferença de visões do Governo e do governador do Banco de Portugal nesta matéria, o Presidente da República salientou que o “governador pensa o que o BCE pensa” e que o Governo, “como outros políticos, teria preferido uma coisa mais natural”, referindo-se a uma subida mais gradual das taxas de juro.

“Agora não vale a pena chorar sobre o leite derramado. A realidade é esta, vamos ver como se lida com esta realidade”, disse, acrescentando que “só um dia mais tarde é que se saberá se tinha valido a pena ter começado mais cedo [a subida das taxas de juro] e conduzido isto de outra forma, ou se tinha de ser assim, esperar e fazer o que se fez”.

 

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Portugal, Espanha e França têm de apresentar plano sobre interconexões até 15 de dezembro

  • Lusa
  • 4 Novembro 2022

Os governos dos três países estão a trabalhar para que, “depois do encontro em Alicante”, a 9 de dezembro, possa ser apresentado “um projeto comum na UE na data limite, que é 15 de dezembro".

O primeiro-ministro anunciou esta sexta-feira que Portugal, França e Espanha têm de apresentar a Bruxelas o projeto sobre as interligações energéticas até 15 dezembro, querendo os executivos trabalhar com a Comissão Europeia para identificar fontes de financiamento europeu.

Na conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, no final da 33.ª cimeira luso-espanhola, que decorreu em Viana do Castelo, António Costa saudou o acordo alcançado em outubro entre Portugal, Espanha e França para a construção de interligações energéticas entre a Península Ibérica e o resto da Europa.

Segundo o primeiro-ministro, os governos dos três países estão a trabalhar para que, “depois do encontro em Alicante”, no dia 9 de dezembro, possa ser apresentado “um projeto comum na União Europeia na data limite, que é 15 de dezembro”. Intervindo depois do primeiro-ministro português, Pedro Sánchez sublinhou que, no encontro de Alicante, os três países vão definir os prazos e o financiamento do plano.

Neste encontro, além dos chefes de executivo português e espanhol, e do Presidente francês, Emmanuel Macron, Pedro Sánchez anunciou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também irá marcar presença. Abordando as críticas apontadas pelo PSD ao acordo – o eurodeputado Paulo Rangel acusou o Governo de não ter conseguido “nada” em termos de interligações elétricas –, Sánchez garantiu que esse tipo de interconexões também está contemplado no plano.

“Quero, porque sei que foi objeto de debate em Portugal, garantir que as interconexões elétricas também se incorporam neste acordo e que, evidentemente, a Espanha vai cumprir – como não podia deixar de ser – o seu compromisso”, assegurou Sánchez.

A questão do acordo alcançado entre Portugal, Espanha e França, designado como ‘Corredor de Energia Verde’, foi um dos aspetos abordados durante a 33.ª cimeira luso-espanhola, com os dois executivos a comprometerem-se a “dar a máxima prioridade à conclusão da interligação de gás renovável, ligando Celorico da Beira e Zamora (CelZa)”, prevista no acordo.

“Tendo em vista a dimensão europeia deste projeto, [os governos] trabalharão em estreita articulação com a Comissão Europeia nas próximas semanas, nomeadamente com vista à identificação de fontes de financiamento europeu”, lê-se no documento. Nesta declaração, os dois países manifestam também a vontade de “reforçar as suas interligações elétricas” e “sublinham os esforços desenvolvidos para concretizar a interligação elétrica Minho-Galiza”.

No que se refere à produção de energias renováveis, designadamente “de origem ou localização oceânica”, os executivos português e espanhol destacam “a importância potencial das fontes de energia renovável ‘offshore’ e concordam em cooperar e acelerar a sua produção até 2030”. Portugal e Espanha “confirmam a recente decisão das Entidades Ambientais de ambos os países de manter a interligação Este/Nascente como a mais viável”, é indicado.

No âmbito das energias renováveis, os dois países comprometem-se ainda a trabalhar “na identificação das necessidades de armazenamento na Península Ibérica no horizonte 2030 e no desenvolvimento de um quadro regulatório que incentive de maneira eficiente os novos investimentos”.

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Mudança de ministérios para CGD arranca no 1.º trimestre de 2023

  • Lusa
  • 4 Novembro 2022

No primeiro trimestre do próximo ano será iniciado um processo "gradual", que "permita ir concentrando não apenas áreas governativas, mas também reorganizando um conjunto de serviços", disse ministra.

O processo de mudança de alguns ministérios para o edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em Lisboa, vai arrancar no primeiro trimestre de 2023 e será gradual ao longo da legislatura, disse esta sexta-feira a ministra da Presidência.

“Ao longo do primeiro trimestre do próximo ano iniciaremos um processo que será gradual ao longo da legislatura e que permita ir concentrando não apenas áreas governativas, mas também reorganizando um conjunto de serviços“, disse Mariana Vieira da Silva, em resposta aos deputados numa audição no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Segundo a ministra, o objetivo é “ganhar em trabalho transversal, partilha de competências e de conhecimento e diminuição de alguns custos com a duplicação de estruturas”. Mariana Vieira da Silva indicou que “nem todas as áreas governativas irão para esse novo edifício” e referiu que assim que houver “um calendário mais rigoroso” sobre este processo, o Governo fará uma apresentação, na medida em que a matéria “exige um escrutínio e debate público alargado”.

Em maio, o presidente da CGD, Paulo Macedo, indicou ter 3.200 metros quadrados cedidos a serviços do Governo avançando que podia ceder até 30 mil metros quadrados até 2023. Segundo Paulo Macedo, os 90 mil metros quadrados que a CGD tem no edifício-sede em Lisboa não se justificam para os seus serviços centrais pelo que poderá ser cedido mais espaço “de acordo com os interesses do Governo e da Caixa”.

A velocidade a que vão ser ocupados, se vão ser ocupados na íntegra, etc, depende de quem vai ocupar”, afirmou em resposta a questões dos jornalistas na apresentação dos lucros da CGD do primeiro trimestre (146 milhões de euros, mais 80,5% do que no mesmo trimestre de 2021). Paulo Macedo não quis, contudo, adiantar a renda que a CGD cobrará ao Governo pela cedência destes espaços.

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Governo mexe nos impostos sobre os combustíveis este mês. Carga fiscal vai descer

Através dos mecanismos de compensação temporários, a carga fiscal vai descer 3,8 cêntimos no gasóleo e 1,4 cêntimos no caso da gasolina.

O Governo vai mexer novamente nos impostos sobre os combustíveis a partir da próxima segunda-feira, 7 de novembro. De acordo com o comunicado divulgado esta sexta-feira pelo Ministério das Finanças, as medidas fiscais temporárias vão permitir a redução de 3,8 cêntimos por litro de gasóleo e 1,4 cêntimos por litro de gasolina durante este mês.

“As medidas de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis mantêm-se em vigor em novembro, continuando o Governo a apoiar todos os consumidores através de uma redução nos impostos sobre os combustíveis”, lê-se na nota enviada às redações.

Desta vez, o comunicado não isola o desconto do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), que começou por ser atualizado semanalmente e agora tem mexido todos os meses. Este desconto resulta de um mecanismo que reduz o ISP em compensação pela receita adicional do IVA com os combustíveis. Em outubro, o Governo tinha optado por baixar este desconto em cerca de 0,1 cêntimos por litro de gasóleo e 4,4 cêntimos por litro de gasolina, tendo em conta, na altura, a descida dos preços dos combustíveis.

Agora volta a subir desconto do ISP, ainda que sem o quantificar, dado o aumento dos preços dos combustíveis. Em conjunto com o outro mecanismo, também aplicável no ISP – equivalente a uma descida da taxa do IVA dos 23% para os 13% –, haverá uma “redução da carga fiscal de 3,8 cêntimos por litro de gasóleo e de 1,4 cêntimos por litro de gasolina” a partir da próxima segunda-feira.

Assim, e considerando todos os apoios atualmente em vigor, como a suspensão da atualização da taxa
de carbono, o ministério liderado por Fernando Medina revela que a carga fiscal nos combustíveis vai ser aliviada, passando a ser, a partir da próxima semana, de 32,1 cêntimos por litro no gasóleo e 27,6 cêntimos por litro no caso da gasolina.

O valor do desconto na carga fiscal “deverá ser ainda atualizado e constar, a título de menção obrigatória, devidamente identificado nas respetivas faturas ou documento equivalente”, indica a nota. Sem referência nas faturas do combustível fica a “suspensão da taxa de carbono (de 6,2 cêntimos de desconto por litro de gasóleo e 5,7
cêntimos de desconto por litro de gasolina)”.

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Administração Pública tem 21 mil funcionários em teletrabalho

  • Lusa
  • 4 Novembro 2022

A ministra Mariana Vieira da Silva disse não ter, no entanto, dados sobre o pagamento de despesas associadas ao teletrabalho.

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse esta sexta-feira que há neste momento 21 mil trabalhadores da administração pública em teletrabalho, segundo dados preliminares. “Temos neste momento um registo preliminar de cerca de 21 mil trabalhadores da administração pública em teletrabalho“, disse a ministra em resposta aos deputados, durante uma audição no âmbito da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Mariana Vieira da Silva disse não ter, no entanto, dados sobre o pagamento de despesas associadas ao teletrabalho, indicando que a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) “não tem de ser informada”.

Na sequência do recurso ao teletrabalho durante a pandemia de covid-19, a lei laboral foi alterada com vista a regulamentar este regime, passando a prever o pagamento de despesas adicionais com energia, internet, entre outros custos.

No início do ano, quando o teletrabalho voltou a ser obrigatório devido à evolução da pandemia, a então ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, indicou no parlamento que o número de funcionários públicos em teletrabalho rondaria os 40 mil, como já tinha acontecido em momentos semelhantes.

O universo potencial de trabalhadores com funções exequíveis com teletrabalho era, segundo o Governo, de 70 mil.

 

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Sitava acorda aumentos entre 7,5% e 2% para trabalhadores da ANA

  • Lusa
  • 4 Novembro 2022

Do acordo consta ainda uma atualização do subsídio de refeição para 191 euros mensais e a atribuição de um prémio igual a todos os trabalhadores, cujo pagamento a empresa aceitou antecipar para março.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) anunciou esta sexta-feira o acordo com a ANA/Vinci sobre uma atualização salarial já em novembro, reforçada em janeiro para níveis remuneratórios mais baixos, totalizando entre 7,5% e 2%.

No âmbito deste acordo, os níveis da tabela remuneratória entre o R1 (base da tabela) e o R6 têm uma atualização de 3,5% a partir do início deste mês, a que se somará novo aumento de 4% a partir de 01 e janeiro de 2023, num total de 7,5%.

Nos níveis R7 a R10, o aumento de novembro será de 3%, seguindo-se em janeiro uma atualização de 4% (para o R7) e de 2,5% do R8 ao R10. Esta tipologia de aumentos diferenciados mantém-se nos níveis seguintes, com as remunerações entre o R11 e o R14 a terem, nos dois períodos em causa, uma atualização acumulada de 5%, sendo esta de 4% para quem está entre o R15 e o R17.

Já quem está posicionado do R18 em diante (tabela vai até ao 21), terá apenas um aumento de 2% em novembro. Além destes aumentos em duas fases e diferenciados, o Sitava indica em comunicado que, tal como tinha proposto, todas as cláusulas de expressão pecuniária foram atualizadas nas respetivas percentagens.

Do acordo consta ainda uma atualização do subsídio de refeição para 191 euros mensais e a atribuição de um prémio igual a todos os trabalhadores, cujo pagamento a empresa aceitou antecipar para março de 2023. No conjunto, refere o sindicato, o aumento da massa salarial para 2023 contando com o prémio situa-se em 7,44%.

O Sitava adianta ainda que as negociações com vista a um acordo foram iniciadas na quarta-feira tendo este sido alcançado esta quinta-feira. Na proposta que levou para a mesa negocial, o Sitava apontava para uma atualização salarial de 7% aplicada a todos os níveis da tabela e defendia uma atualização da tabela salarial em 3% assim que em 2023 a inflação passasse os 5%. Apesar das diferenças face à sua proposta, o Sitava considera “globalmente favorável” o acordo alcançado.

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Mota-Engil fecha acordo de concessão em Angola

  • ECO e Lusa
  • 4 Novembro 2022

A concessão a 30 anos prevê um investimento de 451 milhões de euros no corredor de Lobito, uma "rota fundamental para a ligação das minas na República Democrática do Congo".

O grupo Mota-Engil, através da sua participada Mota-Engil África, assinou um contrato para a concessão de serviços ferroviários e apoio logístico para o corredor de Lobito (Angola) durante pelo menos 30 anos. O acordo prevê um investimento total “de 450 milhões de dólares [451 milhões de euros], dos quais 166 milhões em infraestruturas e 70 milhões em material circulante“, indica a empresa em comunicado ao mercado. O Governo angolano vai receber 100 milhões de dólares como prémio de assinatura deste contrato.

Com 49,5% do consórcio, que inclui também a Trafigura (empresa de corretagem) e a Vecturis, a Mota -Engil explica que esta rota é “fundamental para a ligação das minas na República Democrática do Congo (RDC) ao porto de Lobito em Angola e aos mercados internacionais”.

O objetivo desta concessão em Angola passa pela “exploração, gestão e manutenção da infraestrutura rodoviária para transporte de mercadorias, minerais, líquidos e gases para o corredor que liga o porto de Lobito a Luau, no leste de Angola”, junto à fronteira com a RDC.

A assinatura aconteceu após vários adiamentos ao longo do dia, para revisão do valor a ser investido pelo consórcio, considerado baixo pelas autoridades angolanas. “Olhamos muito para a questão do valor do investimento a ser feito pelo consórcio privado e chegamos a um acordo, naturalmente foi benéfico para nós porque o valor era mais reduzido, é uma das questões que foi discutida e conseguimos chegar a esse acordo”, disse Eugénio Fernandes, diretor nacional para a Economia das Concessões do Ministério dos Transportes, em conferência de imprensa.

O representante do consórcio, Alexandre Canas, realçou que existem cinco corredores em África e é um desafio do consórcio tornar o corredor do Lobito “competitivo para poder atrair a carga para o Lobito, porque hoje a carga vai para os outros corredores”. O corredor do Lobito vai criar muitos empregos e “é uma veia que vai encher-se de sangue e muita energia, que vai criar muita vida social à volta deste corredor”, acrescentou.

África representa 51% dos negócios da Mota-Engil, seguida da América Latina (33%). A construtora fechou o primeiro semestre com lucros de 12 milhões e uma carteira de encomendas de 9,6 mil milhões de euros. Este indicador “vai atingir valores históricos que poderão rondar os 13 mil milhões e 14 mil milhões de euros” no final do ano, já adiantou o CEO, Gonçalo Moura Martins.

Com esta adjudicação, o grupo Mota-Engil “continua a reforçar a sua carteira de encomendas e a diversificar a sua
carteira de projetos, assegurando um fluxo de receitas mais constante no médio e longo prazo”, indica ainda a empresa.

(notícia atualizada às 20h57 com a conferência de imprensa em Angola)

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BdP aprova nova administração do Banco de Fomento liderada por Celeste Hagatong

Celeste Hagatong e Ana Carvalho, que o ministro da Economia foi recrutar à seguradora de crédito COSEC, já receberam luz verde do Banco de Portugal e vão assumir funções durante o mês de novembro.

O Ministério da Economia confirmou esta sexta-feira que, “por deliberação do Banco de Portugal, de 2 de novembro de 2022, foi concedida autorização prévia para o exercício de funções do novo conselho de administração do Banco Português de Fomento, liderado por Celeste Hagatong”.

Em comunicado, a tutela refere ainda que a nova cúpula da instituição financeira, que António Costa Silva foi buscar à seguradora de crédito COSEC – Hagatong era presidente e Ana Carvalho administradora executiva – vai assumir as novas funções “no decurso do mês de novembro”.

A antiga administradora executiva do BPI, que substitui Beatriz Freitas, é a esperança do ministro da Economia para mudar o rumo deste banco, já que o responsável político não esconde que está descontente com o desempenho, nomeadamente quanto ao número de empresas a que consegue chegar.

Maria Celeste Hagatong

A até agora presidente executiva, que acumulou o cargo de chairman, depois da polémica em torno do nome proposto (Vítor Fernandes), foi preterida pelo sucessor de Pedro Siza Vieira, que tratou de a “dispensar” sem antes ter a garantia de que o Banco de Portugal daria luz verde à nova equipa.

No final de junho, quando anunciou estas escolhas, o gabinete do ministro da Economia destacou a “clarividência, liderança e dinâmica” de Celeste Hagatong para transformar a instituição no “banco promocional do Estado português”, notando a sua experiência em vários setores de atividade, “desde o corporate finance e project finance à banca de empresas”.

Por sua vez, Ana Carvalho, destacava o Governo, tem “uma experiência multifacetada na banca e nos seguros, incluindo o acompanhamento comercial de empresas e a área de capital de risco, e a sua experiência será essencial para aproximar o Banco Português de Fomento das empresas e do sistema financeiro”.

O Executivo socialista, liderado por António Costa, indicou ainda nessa altura que os restantes membros da comissão executiva do Banco Português de Fomento – Tiago Simões de Almeida, Rui Dias e Susana Bernardo – se iriam manter em funções.

Apesar de várias operações problemáticas, o banco registou um lucro de 22,86 milhões de euros em 2021, o que representa uma subida de 135% (mais do dobro) em relação ao resultado de 9,7 milhões de euros que tinha sido alcançado no ano anterior.

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Novos casos Covid descem, mas internamentos e mortes aumentam na última semana

  • ECO
  • 4 Novembro 2022

Entre 25 de outubro e a passada segunda-feira, 31 de outubro, foram registados 5.920 novos casos de infeção e mais 53 mortes por Covid-19 em Portugal.

Entre 25 de outubro e a passada segunda-feira, 31 de outubro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 5.920 novos casos de Covid-19, em termos acumulados, isto é, menos 1.736 face aos registados na semana anterior. O boletim desta sexta-feira indica ainda que, neste período, morreram 53 pessoas com a doença, mais seis face aos sete dias anteriores.

A região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) continua a registar o maior número de infeções. Dos 5.920 novos casos confirmados, 2.300 localizam-se nesta região (38,85%), seguindo-se a região Norte, que contabilizou 1.440 novas infeções (24,3%). Só no Alentejo e na Madeira houve um aumento registado de novos casos, enquanto nas restantes regiões observou-se uma redução deste indicador.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa, mas voltou a verificar-se um aumento no número de pessoas hospitalizadas com Covid-19. Na segunda-feira, 31 de outubro, havia 525 pessoas internadas, mais 47 face à segunda-feira anterior. Deste total, 34 pessoas estavam internadas em unidades de cuidados intensivos (UCI), menos uma face à segunda-feira anterior.

Quanto à taxa de mortalidade em Portugal está em cinco óbitos por milhão de habitantes, a sete dias, verificando-se mais seis mortes face ao valor registado na semana anterior.

O boletim indica ainda que a incidência em Portugal fixou-se nos 57 casos por 100 mil habitantes, numa média a sete dias, o que representa uma redução de 23% face ao registado na semana anterior. Já o risco de transmissibilidade (rt) baixou para 0,87, numa média a cinco dias (estava em 1).

O ministro da Saúde já anunciou que vai decorrer no próximo dia 11 uma reunião de peritos no Infarmed para fazer um ponto de situação da Covid-19. Manuel Pizarro referiu ainda que a interrupção do estado de alerta no início de outubro “não significava” o fim da pandemia.

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Lucros da Semapa disparam quase 90% até setembro

Holding controlada pela família Queiroz Pereira, com negócios na área da pasta de papel (Navigator) ou do cimento (Secil), reporta resultado líquido de 231,4 milhões nos primeiros nove meses do ano.

A Semapa chegou ao final de setembro com lucros de 231,4 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 89,3% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com o comunicado enviado à CMVM esta sexta-feira.

A sociedade explica esta subida de 109,2 milhões de euros nos resultados líquidos, em termos homólogos, pelo efeito combinado de quatro fatores:

  1. Incremento do EBITDA em 308,5 milhões de euros, devido maioritariamente ao crescimento de 305,9 milhões de euros no segmento de pasta e papel;
  2. Agravamento de 26,5 milhões de euros nas depreciações, amortizações e perdas por imparidade e provisões;
  3. Deterioração dos resultados financeiros líquidos em cerca de 48,7 milhões de euros, refletindo o aumento do custo líquido de financiamento da Secil Brasil e impactos não recorrentes da Navigator;
  4. Aumento dos impostos sobre o rendimento em cerca de 75,9 milhões de euros, decorrente fundamentalmente do crescimento dos resultados;

O volume de negócios consolidado cresceu 53%, para 2.312,3 milhões de euros, com a pasta e papel (Navigator) a ser responsável por 1.822,5 milhões, o que representa um aumento homólogo de 62,8%. Na área do cimento (Secil), as vendas subiram 22,3% e os negócios do ambiente (ETSA) escalaram 42,2%. As exportações e vendas no exterior ascenderam a 1.740,4 milhões de euros neste período, isto é, valeram 75,3% do volume de negócios total.

A sociedade liderada por Ricardo Pires destaca “a resiliência e adaptabilidade demonstrada pelo Grupo Semapa e suas subsidiárias na gestão do impacto de eventos desfavoráveis” como o aumento dos custos da energia, da logística e das matérias‐primas”, através de um “forte empenho no aumento de eficiência, a potenciação da produtividade, a moderação do aumento dos custos variáveis via contenção de consumos específicos e um esforço continuado de controlo dos custos fixos”.

“Impulsionado pelo índice de preços da pasta, pelo aumento generalizado do custo da energia, logística e matérias‐primas, e ainda por um balanço oferta‐procura muito desequilibrado, o índice de preços do papel UWF na Europa registou também um forte crescimento nos primeiros nove meses de 2022, o que contribuiu para o crescimento do volume de negócios da Navigator”, resume a holding, frisando que o negócio no cimento “reflete essencialmente a evolução positiva em Portugal e no Brasil”.

O EBITDA dos primeiros nove meses de 2022 totalizou 673,2 milhões de euros (vs. 364,8 milhões de euros no período homólogo): 551,6 milhões de euros foram gerados na pasta e papel (+124% vs. o período homólogo); 106,1 milhões de euros no cimento (‐1,1%); e 15,1 milhões de euros no ambiente (+31,3%). A margem EBITDA consolidada atingiu 29,1%, 5 pontos percentuais acima da registada em igual período de 2021.

Investimento a subir e dívida a baixar

Em nove meses, o grupo calcula ter feito investimentos em ativos fixos no valor aproximado de 121 milhões de euros, com o segmento pasta e papel a ficar com 64,6 milhões e o cimento com 51,9 milhões. O projeto CCL ‐ Clean Cement Line na fábrica de cimento do Outão absorveu 29,4 milhões. Por outro lado, o valor dos investimentos em ativos financeiros, realizado até ao final do terceiro trimestre pela capital de risco Semapa Next, totalizou 15,2 milhões, repartidos por seis empresas – Defined.AI, Kencko, Probely, Airly, Flecto e EMOTAI – e seis fundos, incluindo um novo da Lakestar, empresa de capital de risco baseada na Suíça.

A 30 de setembro, a dívida líquida remunerada consolidada era de 797,8 milhões de euros, ou seja, 217,8 milhões abaixo do registo no final do ano passado. Na informação ao mercado, o grupo assegura dispor de uma “confortável posição de liquidez, assegurada por disponibilidades e por um conjunto de linhas contratadas e não utilizadas”.

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