Capital da Ucrânia alvo de ataques de mais de 20 drones

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2022

A capital da Ucrânia foi alvo esta segunda-feira de ataques de mais de duas dezenas de drones, informaram as autoridades locais, referindo que um ponto crucial de uma infraestrutura foi atingido.

O Governo de Kiev disse esta segunda-feira, na rede social Telegram, que mais de 20 drones, de fabrico iraniano, foram detetados no espaço aéreo da capital, e pelo menos 15 foram abatidos. As autoridades acrescentaram que um ponto crítico de uma infraestrutura foi atingido, sem avançar mais detalhes. Não se sabe se os ataques causaram vítimas.

A Rússia tem como alvo infraestruturas energéticas, como parte de uma estratégia para tentar deixar a população sem forma de se aquecer. Na sexta-feira, a capital da Ucrânia foi atingida por um ataque em grande escala de Moscovo. Dezenas de mísseis foram lançados em todo o país, causando falhas generalizadas de energia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia contra a Ucrânia já forçou a deslocação de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente Vladimir Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.

As Nações Unidas confirmaram, desde o início da guerra, 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém da realidade.

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Governo vai melhorar condições do Arrendamento Acessível para atrair classe média

  • ECO
  • 19 Dezembro 2022

As alterações que serão implementadas visam aumentar o potencial de adesão ao programa, particularmente junto das classes de rendimentos intermédios.

O Governo está a trabalhar num decreto-lei com alterações ao Programa de Arrendamento Acessível (PAA), noticia esta segunda-feira o Público, que teve acesso a uma versão preliminar do diploma. A medida vai mudar de nome para Programa de Apoio ao Arrendamento e passar a permitir contratos de “residência temporária”, com prazos inferiores a cinco anos, para outras pessoas além dos estudantes do ensino superior, eliminando também a taxa de esforço mínima, avança o jornal. Segundo o diploma, a revisão visa “aumentar o potencial de adesão ao programa, em particular junto das classes de rendimentos intermédios”.

As alterações que serão introduzidas não preveem subsídios aos proprietários, mas procuram alargar o universo de potenciais inquilinos. Desde logo, a finalidade dos contratos de arrendamento celebrados no âmbito do PAA, que podem ser de “residência permanente” ou de “residência temporária”, terão mudanças nesta última vertente: atualmente, aplicam-se apenas a estudantes do ensino superior, mas passarão a abranger também “formandos, formadores, técnicos especializados e pessoal docente e não docente de todos os níveis de educação ou formação escolar e profissional”. Estes contratos de residência temporária, ao contrário dos de residência permanente, que têm um prazo mínimo de cinco anos, terão um prazo mínimo de nove meses (prazo já estabelecido atualmente, mas, até agora, apenas para estudantes).

Objetivamente, o programa não está a ter a adesão que era esperada. Desde que entrou em vigor em 2019, há 950 contratos ativos, abrangendo menos de 0,4% de todos os contratos de arrendamento celebrados neste período, quando a meta delineada pelo Executivo era de 20%. “Por forma a consolidar o objetivo de promover uma oferta de habitação privada para arrendamento a preços compatíveis com os rendimentos das famílias, torna-se necessário levar a cabo uma revisão operacional, tendo em vista a sua simplificação e desburocratização”, lê-se no documento, que deverá ser aprovado em Conselho de Ministros antes do final do ano, podendo ainda sofrer alterações.

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Hoje nas notícias: Rendas acessíveis, Pinho e propinas

  • ECO
  • 19 Dezembro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo prepara-se para fazer alterações ao programa de arrendamento acessível. Manuel Pinho garante que nunca esteve ao serviço do BES enquanto foi ministro. A marcar o dia está a ainda a notícia de que 10% o valor dos novos empréstimos para a compra de casa foram concedidos a cidadãos estrangeiros. Conheça esta e outras notícias nos jornais nacionais.

Governo muda Arrendamento Acessível, que só chegou a 0,4% do mercado

O Governo prepara-se para fazer alterações ao programa de arrendamento acessível. Desde que entrou em vigor em 2019, há apenas 950 contratos ativos, abrangendo 0,4% de todos os contratos de arrendamento celebrados neste período, o que fica bastante aquém da meta de 20% delineada pelo Executivo. O programa vai passar a permitir contratos com prazos inferiores a cinco anos para outros casos além dos estudantes e o fim da taxa de esforço mínima. O próprio nome da medida também vai mudar.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Pinho garante que nunca esteve ao serviço do BES enquanto ministro

O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, reitera que nunca esteve ao serviço do BES enquanto foi governante e que todo o dinheiro que recebeu lhe era devido. “Quanto a eu ser embaixador do BES no Governo, não basta dizê-lo, é preciso prová-lo”, afirma Manuel Pinho, em entrevista à RTP, referindo que as acusações que lhe são feitas “são verdadeiramente inacreditáveis” e “pífias”.

Veja a entrevista completa na RTP (acesso livre).

“Não é possível domar a inflação sem dor”, diz coordenador da UTAO

O coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) defende que, para combater a inflação, os bancos centrais devem agir de forma mais robusta, mesmo que isso conduza a uma recessão mais dura na Zona Euro. Em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios, Rui Baleiras reitera que os “apoios ao rendimento devem ser diretos” e dirigidos às “famílias verdadeiramente carenciadas”. “Só em situações excecionais [deve haver apoios] para empresas”, acrescenta.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Bancos destinam 10% do novo crédito à habitação para estrangeiros

Cerca de 10% do valor dos novos empréstimos para a compra de casa, concedidos em 2021 e no primeiro semestre de 2022, foram a cidadãos estrangeiros (residentes e não residentes), segundo estimativas do Banco de Portugal (BdP). Este crescimento é justificado pela maior procura de estrangeiros por habitação própria em território nacional e por este tipo de comprador estar em idade ativa e ter um escalão etário mais baixo do que o habitual.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Estudo pedido pelo Governo defende propinas por escalões de rendimentos

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) propõe que Portugal introduza um sistema de propinas no Ensino Superior com base nos rendimentos das famílias dos estudantes. Este modelo, seguido na Bélgica, seria “mais eficiente” do que reduções transversais do valor das propinas, como as que foram aprovadas nas duas últimas legislaturas, e pode “libertar recursos” para baixar o limiar de elegibilidade para bolsas de estudo, defende o organismo internacional, num relatório sobre o financiamento do Ensino Superior pedido pelo Governo, que será apresentado esta segunda-feira.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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Wall Street prolonga perdas. Dona do Facebook cai mais de 4% depois de acusação de Bruxelas

  • Lusa e ECO
  • 19 Dezembro 2022

Responsáveis europeus com a pasta da energia chegaram a um compromisso sobre o mecanismo de correção do mercado do gás. Wall Street cai com tecnologia a perder mais de 1%.

Wall Street fecha a primeira sessão da semana no vermelho, prolongando as quedas que já duram há duas semanas, devido a preocupações com a recessão. A Meta, dona do Facebook, caiu mais de 4% depois de Bruxelas acusar o grupo de favorecer a sua rede social no que respeita aos anúncios classificados online.

Já a Tesla oscilou mas acabou por recuar, depois de uma sondagem feita por Elon Musk no Twitter mostrar que o próprio deveria deixar o cargo de CEO da rede social.

Este dia foi marcado também pela nova reunião dos ministros da Energia da UE em Bruxelas, em que se alcançou um compromisso sobre o mecanismo de correção do mercado do gás.

Após as últimas duas sessões terem sido penalizadas pelas subidas de juros por parte do BCE, a bolsa de Lisboa voltou aos ganhos, acompanhando a tendência europeia e impulsionadas pelos ganhos de mais de 1% da Galp Energia e da Jerónimo Martins. CTT e BCP travam ganhos mais expressivos.

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+M

Previsão dos portugueses para compras de Natal recua aos valores de 2017

2022 será um Natal com mais restrições para a maioria dos inquiridos no estudo Compras de Natal 2022, realizado pela IPAM Porto. O online é o local preferido para as compras.

Os portugueses vão gastar menos em compras de Natal. “Esta redução contempla os presentes, que em muitos casos assumem um caráter mais utilitário. Do meu ponto de vista é surpreendente que, sendo Natal, os presentes para crianças sejam roupa e sapatos em 24% dos casos. As compras mais utilitárias poderão ser um reflexo da crise económica vivida pelas famílias. Ainda surpreendente que, sendo uma época festiva, 32% dos inquiridos refiram que irão efetuar cortes em produtos alimentares. Apesar da diminuição geral de 5% no valor das compras há grupos sociais em que esta diminuição é muito superior, particularmente nas classes sociais mais baixas em que o valor médio é 26,5% inferior ao do ano 2021 (150 euros em 2022; 190 euros em 2021)”.

São estes os dados que Mafalda Ferreira, diretora da licenciatura em Gestão de Marketing do IPAM Porto, destaca como sendo os mais surpreendentes da edição deste ano do estudo Compras de Natal 2022, realizado pelo IPAM Porto e coordenado por si.

De acordo com o documento, os portugueses preveem gastar, em média, 377 euros em compras de Natal, um valor que reflete uma diminuição de 5,2% face ao ano anterior (398 euros). 2021, contudo, foi o segundo ano com o valor mais elevado desde o início do estudo, em 2009, ficando o valor das intenções de compra para este ano ao nível das de 2017. Os valores, ao longo destes 14 anos, oscilam entre os 490 euros registados em 2009 e os 253 de 2013.

Ainda na comparação com as compras de 2021, 42% dos inquiridos referem que vão gastar um valor menor, 38% dizem que será idêntico e 20% afirmam pretender gastar mais. De salientar também que os 377 euros resultam de uma média, com a classe A a referir pretender gastar 610 euros e, no extremo oposto, a classe D a apontar para os 150 euros.

Dos inquiridos que vão gastar um valor inferior, os cortes serão nas compras de ornamentações (84%) e nos presentes para amigos e familiares adultos (80%). 32% dos inquiridos referem que vão fazer cortes nas compras de produtos alimentares específicos de Natal.

Entre os inquiridos que referem que vão gastar um valor superior a 2021, 47% dizem que a alteração se deve ao aumento do preço generalizado dos produtos.

Com 78% dos inquiridos a indicar que receberam ou vão receber subsídio de Natal, 2,1% dizem que não vão utilizar este dinheiro para as compras de Natal, exatamente a mesma percentagem que afirma gastar a totalidade do subsídio em compras. Entre 11% e 50% é a percentagem gasta pela maioria dos inquiridos.

Por outro lado, 25,1% dos inquiridos dizem que não vão comprar presentes de Natal. Entre os restantes, familiares e crianças (76,8%), marido/mulher (67%) e familiares adultos (63%) são os principais contemplados com os presentes, sendo a compra para amigos referida por 30% dos inquiridos.

Para crianças até aos 12 anos a escolha de prendas vai recair sobretudo em brinquedos, mas também com a mesma percentagem (24,2%) em roupas e sapatos. Dos 12 aos 18 anos, as roupas e sapatos lideram as intenções de compra (32%), seguindo-se os acessórios, com 22%, e os livros, com 18%. Os jogos eletrónicos, com 2%, surgem no extremo oposto. Roupas e sapatos, acessórios e livros são também as principais escolhas para adultos, com 25%, 22% e 17%, respetivamente.

As compras online são as preferidas, com 25% dos inquiridos a afirmarem que farão exclusivamente compras online. Os centros comerciais surgem como segunda opção de local de compra (20%) e a opção mista por centros comerciais, comércio de rua e online é a indicada por 18% dos inquiridos. A grande maioria, 71,7% dizem que as compras serão feitas em dezembro.

“No contexto de instabilidade e alterações profundas vividas pelos consumidores, quisemos perceber as alterações de hábitos, tendo-se constatado que 55% dos consumidores afirmam ter alterado hábitos, concretamente, redução de custos com compras de natal (42%), diminuição do número de pessoas para as quais compra prendas de Natal (34,3%)”, refere o documento.

O ano 2021 foi, após todas as limitações vividas em 2020, um momento de alguma euforia em torno do Natal. Em 2021 houve um aumento do valor a gastar em compras de Natal, havendo um número considerável de inquiridos que referiam que iriam gastar um valor superior ao do ano anterior”, recorda ao +M/ECO Mafalda Ferreira, quando questionada sobre a principal alteração que sobressai da comparação dos dados deste ano com os de 2021.

Este ano, a situação económica das famílias, a diminuição do poder de compra, o aumento generalizado de preços altera profundamente a situação. Muitos inquiridos vão gastar menos e, de entre os que vão gastar mais, 47% referem que este aumento não tem a ver com o facto de comprarem mais produtos, mas sim, com o aumento generalizado de preços”, prossegue. “De acordo com os dados recolhidos 2022 será, seguramente, um Natal com mais restrições”, conclui a responsável.

O estudo, com uma amostra de 480 indivíduos, foi realizado entre os dias 26 de novembro e 9 de dezembro em Portugal Continental.

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CPAS. Segurança Social vai cobrar dívida de 152 milhões a advogados

Horas depois do resultado eleitoral, que deu vítoria ao atual vice da CPAS para presidente, é anunciado que a Segurança Social vai cobrar as dívidas de advogados à sua caixa de previdência.

Ainda mal se tinha sabido o resultado eleitoral relativo aos órgãos da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) — que deu a vitória como presidente a Vítor Alves Coelho, atual vice da instituição — e já os advogados estavam a receber uma notificação: quem não tiver pago contribuições em atraso, será aplicada uma cobrança coerciva pela Segurança Social (SS). Uma dívida que atinge o montante de 152 milhões de euros situando-se a taxa de incumprimento à volta dos 21% do total dos beneficiários.

Em causa as alterações da lei — aprovadas em março de 2020 — que passaram a definir que o processo de execução de dívidas à Segurança Social passava também a ser aplicável ao sistema de previdência dos advogados e solicitadores — apesar de estes não estarem sujeitos ao regime geral da SS — e que se atrasou, segundo a ainda direção da CPAS, já que “foi necessário criar e desenvolver os procedimentos operacionais e informáticos na Segurança Social para que tal se pudesse concretizar, o que ora está em fase de conclusão”, segundo comunicado da CPAS, a que o ECO/Advocatus teve acesso.

Um comunicado que surge horas depois do ato eleitoral e que obriga os advogados devedores a pagarem até ao dia 31 de dezembro deste ano: “neste enquadramento, exortamos os beneficiários com contribuições em dívida, a regularizarem, no mais curto espaço de tempo, a sua situação contributiva, sobretudo, como forma de acautelar o seu próprio futuro, evitando a respetiva cobrança coerciva”.

A direção da CPAS — composta por Carlos Pinto de Abreu e Vítor Alves Coelho, entre outros — justifica este atraso de quase três anos na concretização da lei com a falta de preparação do sistema informático da SS e ainda pela existência de um conflito jurídico na definição de qual seria o tribunal competente para executar estas dívidas.

Um atraso que, diz a mesma direção, “afetou desnecessariamente a melhoria da trajetória de sustentabilidade da Instituição e colocou em causa um elementar princípio de justiça em relação à esmagadora maioria dos Beneficiários que pagam, escrupulosa e pontualmente, as suas contribuições, o que só por si, sempre tornaria imperiosa a cobrança coerciva”. Apesar de admitir que não se pode ignorar que “por vezes, o incumprimento da obrigação de pagamento das contribuições possa resultar de situações de debilidade económica dos beneficiários, a que sempre se deverá dar especial atenção, mas também não se desconhecem situações de beneficiários que, deliberadamente, menosprezam a formação da sua carreira contributiva ao longo da sua vida ativa, acumulando dívidas avultadas”.

Em jeito de compensação, o comunicado refere ainda que, no ano de 2023, a CPAS atribuirá a todos os beneficiários que tenham a sua situação contributiva regularizada até 31 de Dezembro de 2022 “e tenham optado por receber a correspondência da CPAS através de email, um Seguro de Acidentes Pessoais, um Seguro de Assistência Médica Permanente e um Seguro de Acidentes Pessoais e Doença – Seguro de Proteção de Rendimentos (Incapacidade Temporária Acidental [ITA] por doença ou acidente), cujos prémios são assumidos pela CPAS”.

Aguarda-se agora a determinação do fator de correção a aplicar em 2023, que é proposto pela direção da CPAS com base em estudos atuariais, e fixado pelos ministérios da Justiça e da Segurança Social, sendo publicado no Diário da República. Quanto menos for, mais alta será a contribuição mensal a pagar. Se não não ficar definido essa fator de correção, os advogados terão, no mínimo, que pagar 300 euros por mês à sua caixa de previdência. Atualmente pagam cerca de 255 euros.

O novo presidente da CPAS: advogados escolheram a continuidade

O novo presidente eleito, Victor Alves Coelho, agregou 3648 votos (37,77% do total de votos) e exerce (ainda) o cargo de atual vice-presidente da CPAS. Ao longo da campanha eleitoral, defendeu que a sua candidatura “quer dar continuidade ao regime contributivo da Caixa de Previdência, sem nunca esquecer as necessidades dos seus associados”.

Sob o lema “Mais Sustentabilidade, Mais Solidariedade, por uma CPAS Autónoma”, Victor Alves Coelho sublinhou ainda que “esta candidatura luta pela sustentabilidade e pela continuidade da CPAS enquanto Instituição que se encontra ao lado de todos os advogados. Pretendemos uma CPAS mais forte, com mais união de todo o universo da CPAS, tendo como ponto fundamental fazer crescer esta Instituição que tanto tem vindo a dar aos seus beneficiários. Não nos candidatamos para ser a Comissão Liquidatária da CPAS. Queremos ter mais CPAS, para todos e com todos os Beneficiários, Ordinários e Extraordinários”, sublinha Victor Alves Coelho.

A candidatura, que integra na sua lista os advogados Paulo Sande, Pedro Mota Soares, Catarina Mascarenhas e Tânia Correia de Jesus, propôs-se a defender e prosseguir a melhoria do regime próprio e autónomo da CPAS, com a criação de soluções modernas de forma a manter e reforçar a sustentabilidade e a solidariedade do regime da CPAS. Em comunicado, defendem que a candidatura quer dar continuidade ao regime contributivo da Caixa de Previdência, “sem nunca esquecer as necessidades dos seus associados”.

Repetição do ato eleitoral para órgãos da CPAS

Uma falha informática na eleição dos dias 28 a 30 de novembro dos órgãos da CPAS levou à repetição das votações. No site oficial, a direção da CPAS explicava que a falha interna no processamento informático do apuramento final do universo eleitoral foi detetada no final da tarde de 28 de novembro. A segunda tentaiva foi realizada no dia 15 de dezembro.

“Em concreto, não foram pelos serviços informáticos da CPAS excluídos do universo eleitoral 987 beneficiários advogados que, em 31.10.2022, embora abrangidos por acordos de pagamento em prestações, apresentavam dívida de contribuições à CPAS, o que implicará a repetição do ato eleitoral para os órgãos da CPAS“.

José António Patrício, Oliveira Gomes, Pedro Dias Pereira e Victor Alves Coelho estavam a disputar a presidência da direção CPAS e substituir assim Carlos Pinto de Abreu. Para o Conselho de Fiscalização os candidatos foram Berta Martins, Isabel da Silva Mendes, Lara Paixão e Nuno Cerejeira Namora. Tendo sido este último a vencer.

Sustentabilidade da CPAS

A CPAS registou em 2021 um resultado líquido de 467.557,28 euros, segundo o relatório divulgado pela própria instituição, em maio deste ano. Ainda assim, o montante efetivamente recebido de contribuições, de 97.122.925,66 euros, foi inferior ao montante de pensões de reforma pagas (103.279.389,53 euros) e inferior ao montante global de pensões e de subsídios pagos (110.944.202,28 euros).

Porém, mesmo com estes valores, a direção da CPAS garante que este sistema de previdência “continua uma instituição de previdência sustentável e fortemente comprometida com a defesa dos interesses sociais e económicos de longo prazo das classes profissionais que representa”, diz a direção em comunicado.

“Os indicadores relativos ao exercício de 2021 evidenciam o impacto que a aplicação de um fator de correção sobre o indexante contributivo acima do inicialmente proposto pela direção tem necessariamente no resultado operacional no ano. Ainda assim existem indicadores que atestam um desempenho globalmente positivo da CPAS no plano económico, financeiro e de sustentabilidade“, referiu a entidade.

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Gigante dinamarquesa Vestas duplica operação de engenharia em Matosinhos

Vestas Technology Centre Porto já representa “um terço do cérebro” da líder mundial na energia eólica e vai chegar aos mil funcionários. Indústria do vento em Portugal está 20 anos atrás da Dinamarca.

Cinco anos depois de instalar um centro de investigação e desenvolvimento (I&D) em Portugal, que emprega atualmente perto de 600 profissionais, a gigante dinamarquesa Vestas, que reclama a liderança mundial no setor da energia eólica com presença num total de 88 países, prevê “superar as mil pessoas” no próximo ciclo de cinco anos, duplicando assim a atual operação de engenharia instalada num hub de empresas em Matosinhos.

Em entrevista ao ECO, o diretor do Vestas Technology Centre Porto (VTCP), Martin Kaasgaard, que dirige esta equipa com 25 nacionalidades, 76% homens, idade média de 32 anos e especializada em vários ramos de engenharia – eletrotécnica, mecânica, informática, civil, materiais, data analytics e realidade virtual –, frisa que o novo edifício na Lionesa “está preparado para a construção de um terceiro piso, e com o modelo de trabalho remoto pode acomodar, pelo menos, mil pessoas”.

Apesar de também ter pessoas noutras áreas, como procurement, e em funções de suporte, “99%” da estrutura está dedicada ao desenvolvimento de produtos e serviços tecnológicos para este grupo nórdico fundado em 1892, que desenha, fabrica, instala, desenvolve e faz manutenção a projetos de energia eólica e híbridos, somando 157 GW de capacidade instalada. O escritório português, mais recente que o dinamarquês e o indiano (aberto há 15 anos), está a “desenvolver-se muito rapidamente” e equivale já a “um terço do cérebro da companhia”.

Vemos o escritório do Porto a desenvolver-se muito rapidamente. Estou muito orgulhoso pelo crescimento nestes anos de operação e por sermos já um terço do cérebro da companhia e isso ser reconhecido pelo grupo.

Martin Kaasgaard

Diretor do Vestas Technology Centre Porto

O VTCP tem “centenas de projetos” em diferentes fases de maturidade, mas o de maior dimensão em que está envolvido é o da nova turbina offshore V236, que tem uma “porção significativa” do desenvolvimento em Portugal. E é sobretudo nas competências que estabeleceu na área do offshore – por exemplo, dentro do floating offshore, para o qual tem uma equipa dedicada – que assenta a confiança de Martin Kaasgaard. Pois é também aí que mais tem crescido o portefólio global da Vestas.

“O nosso crescimento está muito ligado ao offshore. Nas previsões sobre o crescimento desta indústria, o cenário mais pessimista aponta para um crescimento para o dobro da dimensão no final da década. Se todos os políticos mantiverem as suas promessas, será muito maior. (…) A Vestas domina cerca de 40% do mercado mundial nesta área, o que significa que esperamos, pelo menos, manter essa percentagem – e temos a ambição de crescer mais que o mercado. Essa é a base para o crescimento da empresa em termos de produção e de pessoas”, antecipa.

Vestas Technology Centre Porto - 06SET22
Martin Kaasgaard diretor do Vestas Technology Centre PortoRicardo Castelo/ECO

No cargo desde agosto de 2021, o gestor refere que o grupo “não tem planos” para avançar com uma fábrica em Portugal, mas adianta que “se quiser estabelecer uma base industrial, irá fazê-lo provavelmente com parceiros que tenham as capacidades e a mentalidade certas”. Por outro lado, identifica e lamenta o atraso português nas energias eólicas. É que, embora os desenvolvimentos tecnológicos a partir do Norte de Portugal sejam “exportados para todo o mundo, claro que a proximidade aos projetos [seria] um valor” para este escritório.

“Se pensarmos no tipo de projetos que podemos ter aqui, lembra-me do que acontecia na Dinamarca há 20 anos. A maturidade da indústria do vento aqui é provavelmente essa. Por isso, há muito potencial e queremos ajudar a construir essa indústria em Portugal. Claro que há empresas [no setor energético] muito talentosas no terreno, mas não estão a ter um background no vento. Esperamos colaborar nisso e estamos certo de que podemos ajudar na conversão para as energias verdes”, resume o diretor.

Sem arrependimentos e com oportunidades

Com mais de 29 mil colaboradores a nível global, a Vestas é a 98.ª empresa europeia que mais investe em atividades de I&D, de acordo com o EU R&D Scoreboard 2021. Martin Kaasgaard diz que é difícil calcular os euros já aplicados em Portugal – “com o nível salarial na engenharia, esse é o nosso maior investimento, nas pessoas e na formação” –, mas tem a certeza de que não está arrependido de ter vindo para Portugal. “Absolutamente não. Ainda me impressiono todos os dias com o nível de pessoas qualificadas que temos aqui, com o compromisso e a ânsia que têm, e com a qualidade do trabalho de engenharia que é desenvolvido aqui”, frisa.

É agora mais difícil contratar? “Em certas áreas, sim. Uma das razões para termos escolhido o Porto é a força das universidades, que produzem muito bons engenheiros civis, mecânicos, eletrotécnicos. Esse tipo de competências ainda as conseguimos encontrar e com boa qualidade. Vemos depois outras em que é difícil, como certas áreas de software ou cibersegurança, em que há uma escassez a nível mundial. Mas até agora ainda temos sido capazes de crescer e de atrair talentos muito bons”, responde. E descreve que os salários competitivos são apenas “uma parte minoritária” no esforço de retenção desses talentos.

“Temos de manter o trabalho interessante, assegurar que as pessoas estão a desenvolver-se e que são parte de algo maior do que elas próprias e que estão a ajudar a salvar o planeta, que é agora um aspeto muito valorizado pelos jovens que recrutamos. E o trabalho de engenharia que temos aqui é provavelmente o mais interessante do mundo. O tamanho das componentes e a complexidade das máquinas que construímos. Temos todas as competências e disciplinas de engenharia na Vestas. E oferecemos também às pessoas a oportunidade de se mudarem dentro da empresa, inclusive dentro do mesmo escritório”, completa o líder do VTCP.

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Estado apoiou 43 mil empresas do turismo com 2,8 mil milhões de euros desde a pandemia

Desde o início de 2020 foram disponibilizados cerca de 800 milhões de euros a fundo perdido para o turismo. Nova linha chega em janeiro para abranger, no mínimo, 2.000 empresas.

O turismo foi o setor mais afetado pela pandemia, com várias empresas a fechar portas. Isso levou o Governo a lançar uma série de linhas de apoio, incluindo ajudas a fundo perdido, para permitir aos empresários ultrapassarem os tempos difíceis. Desde o início de 2020, quando a Covid apareceu, já foram destinados 2,8 mil milhões de euros para este setor, dos quais 800 milhões de euros a fundo perdido. Em janeiro chega mais uma linha de apoio.

“No contexto das medidas de apoio financeiro lançadas durante o período da pandemia, 42.995 empresas do setor do turismo beneficiaram de apoios, no valor global de 2,8 mil milhões de euros”, adiantou fonte oficial do Ministério da Economia ao ECO. Deste montante, cerca de 800 milhões de euros foram atribuídos a fundo perdido.

Sem referir o número de linhas de apoio lançadas nestes anos, a mesma fonte indica que estas ajudas chegaram através de “linhas lançadas pelo Banco Português de Fomento, em articulação com o Turismo de Portugal e com os bancos, assim como o Programa Apoiar e a Linha de Apoio à Tesouraria das Micro e Pequenas Empresas do Turismo – Covid 19″.

Nova linha de 30 milhões deverá ser aprovada até ao final do ano

Em janeiro, já sob a tutela do novo secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, será lançada uma nova linha de apoio – Linha Consolidar + Turismo –, com uma dotação de 30 milhões de euros. Esta linha será destinada “às micro e pequenas empresas do setor, que apresentem dificuldades em gerir dívida contraída, designadamente, durante a pandemia“, explicou o secretário de Estado.

“Esta medida, reclamada pelo setor, permitirá a estas empresas aliviar a gestão da respetiva dívida, relativamente ao ano de 2023, criando também condições para uma gestão mais saudável da sua tesouraria“, diz fonte oficial do Ministério da Economia, ao ECO.

A linha está, “neste momento, a ser formatada” e o objetivo é ser “formalmente aprovada até ao fim ano e ter início de vigência nos primeiros dias de janeiro”. Sem adiantar quais os critérios de acesso, a mesma fonte explica que as empresas terão de ser “economicamente viáveis” e, ao mesmo tempo, demonstrarem a “necessidade de apoio para a gestão da respetiva dívida”.

A ideia é dar às empresas a “possibilidade de se financiarem junto do Turismo de Portugal, sem juros, para suportar uma parte das prestações de reembolso de linhas Covid-19 com vencimento em 2023”. Com esta nova linha, o Ministério espera ajudar, “no mínimo, 2.000 empresas” do setor do turismo.

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A sua empresa pagou um “cheque” anti-inflação? Veja o impacto real no seu bolso

Várias empresas anunciaram apoios extraordinários para mitigar subida de preços, com diversos modelos de pagamento e valores, influenciando impacto no rendimento líquido. Veja as simulações da EY.

A medida faz lembrar o cheque que o Governo anunciou no final de setembro — os 125 euros — com o objetivo de acomodar a subida generalizada dos preços e a respetiva perda de poder de compra dos portugueses. Agora, são as empresas, um pouco por todos os setores, que têm avançado com “cheques” anti-inflação. Do retalho, passando pelas tecnológicas, até à banca os apoios assumem diversos modelos de pagamento e valores, o que influencia o impacto real no seu bolso, já que estes “cheques” anti-inflação não estão isentos de impostos, como o atribuído pelo Governo.

Os apoios monetários atribuídos pelas empresas, sejam eles pagos de forma isolada ou recorrentes no tempo, estão sujeitos a tributação, pelo menos a retenção de IRS.

Dependendo do cenário isso representa um maior rendimento líquido disponível do que noutros, em que, após os descontos, o colaborador poderá ver reduzido mais de 40% o montante bruto recebido.

No que toca aos pagamentos em cartão ou vouchers — que têm vindo a ser adotados por várias empresas –, “dependendo dos procedimentos assumidos pela entidade empregadora, poderá ser ou não feita retenção na fonte”.

A Pessoas pediu à consultora EY para preparar algumas simulações ilustrativas do impacto dos referidos apoios nos rendimentos líquidos mensais e anuais disponíveis dos profissionais.

“As simulações foram efetuadas para dois tipos de apoios distintos, i.e., apoios com natureza não regular e pagos de forma isolada num único mês (‘Cenário 1’, em que consideramos o pagamento de um apoio único, num montante de 500 euros) e apoios recorrentes no tempo (‘Cenário 2’ em que considerámos o pagamento de um apoio mensal de 100 euros, a vigorar a partir do mês de outubro de 2022)”, explica a consultora.

Além disso, em cada um dos cenários, foi feita a simulação para uma pessoa solteira, sem quaisquer dependentes; e para uma pessoa casada, único titular de rendimentos, que opta pela tributação conjunta de rendimentos e tem um dependente. Interessa ainda salientar que, para o apoio com natureza não regular, assumiu-se que o mesmo não será sujeito a contribuições para a Segurança Social.

Cenário apoio único: Solteiro, sem filhos

No ‘Cenário 1’, um trabalhador solteiro, sem filhos, com um rendimento mensal de 1.000 euros e que receba um apoio extraordinário de 500 euros, vai receber, ao final do mês mais 355 euros do que receberia sem esse bónus. Isto porque 145 euros dos 500 euros do “cheque” são deduzidos em impostos, neste caso apenas em IRS. A variação no líquido anual é, contudo, um pouco superior: 385 euros líquidos de bónus.

Cenário apoio único: Casado, com filhos

Considerando exatamente o mesmo cenário mas para um trabalhador casado, único titular de rendimentos, com um dependente e que opta pela tributação conjunta, os 500 euros de bónus traduzem-se em 405 euros líquidos mensais e 427,5 euros líquidos anuais. Uma tributação menos pesada (95 euros na variação mensal e 72,5 euros na variação anual) do que no caso dos solteiros, sem dependentes.

Cenário apoio mensal: Solteiro, sem filhos

Vejamos agora um novo cenário, em que a empresa atribui um apoio de 100 euros por mês, num total de três meses. Neste caso, o mesmo trabalhador solteiro, receberia, ao final do mês, apenas 58 euros; ao final dos três meses, 174 euros; e na variação líquida anual 198 euros.

Cenário apoio mensal: Casado, com filhos

O mesmo ‘Cenário 2’ para o mesmo trabalhador casado traduz-se, em valores líquidos, num bónus de 69 euros ao final do mês, 207 euros no total dos três meses e 223,50 euros ao final do ano.

“Na preparação das simulações anexas, foram assumidos alguns pressupostos: as presentes simulações foram efetuadas com base nas regras fiscais em vigor à data de preparação dos cálculos e visam quantificar a variação no rendimento líquido, decorrente da atribuição dos apoios extraordinários, nos moldes acima detalhados, para sujeitos passivos que obtenham rendimentos do trabalho dependente, cobertos pelo regime geral de segurança social aplicável a trabalhadores por conta de outrem; e considerando como deduções à coleta exclusivamente as deduções por dependentes (assumindo filhos com idades superiores a três anos) e sem considerar quaisquer outras deduções à coleta ou outros créditos fiscais (e.g., benefício municipal)”, detalha a EY.

E esclarece: “As simulações por nós partilhadas no dia 28/11/2022 ilustram o impacto dos apoios anti-inflação nos rendimentos líquidos mensais e anuais disponíveis em 2022. Por outro lado, as tabelas de retenção na fonte de IRS, publicadas pelo Despacho n.º 14043-A/2022 de 5 de dezembro de 2022, aplicar-se-ão a rendimentos obtidos em 2023, pelo que as mesmas não impactam os resultados anteriormente partilhados.”

Estas empresas já passaram o “cheque”

Face aos elevados níveis de inflação — o Banco de Portugal acaba de rever em alta as previsões de inflação para este ano, para 8,1%, acima das estimativas do Governo (7,4%), bem como as do próximo ano, para 5,8%, igualmente acima das previsões do Orçamento do Estado — muitas empresas têm vindo a avançar com os chamados “cheques” anti-inflação para mitigar o impacto nos rendimentos.

No retalho, há já vários exemplos. A Ikea foi uma das primeiras companhias que anunciou o pagamento extra de um salário e meio a todos os trabalhadores. O bónus surge na sequência dos resultados positivos do grupo e em apoio à subida dos preços.

Já no segmento alimentar, seguiu-se a dona do Pingo Doce, que também avançou o pagamento até 350 euros a cerca de 25 mil funcionários do grupo Jerónimo Martins. Um apoio de mais de oito milhões de euros, em reposta à inflação. A dona do Continente fez o mesmo e decidiu pagar até 500 euros a 36 mil trabalhadores, num investimento total de 15 milhões de euros. Este apoio extraordinário será atribuído em cartão Dá, criado para o efeito, com a validade de um ano.

Ainda no retalho, a Leroy Merlin foi a mais recente empresa a anunciar um apoio anti-inflação, no seu caso pago através de um voucher de 125 euros a todos os 5.750 trabalhadores em Portugal. O voucher é atribuído através de um cartão pré-pago que pode ser utilizado na rede de lojas Auchan ou My Auchan no prazo de um ano.

Estas ajudas estão também a ser anunciadas noutras áreas de atividade. É o caso da Altice, dona da Meo, que vai entregar um “cheque” até 750 euros em janeiro a 6.500 trabalhadores e da seguradora Hiscox, que atribuiu um bónus de 1.500 euros a cerca de 65% dos trabalhadores, cerca de 360 pessoas.

Mas também do grupo de comunicação Havas, que vai atribuir um apoio extraordinário de 500 euros, para os colaboradores com rendimentos mensais até 3.000 euros brutos, abrangendo perto de 85% de 500 colaboradores, bem como da tb.lx, o hub digital da Daimler Trucks, que já atribuiu um bónus de 1.200 euros aos 105 colaboradores com contrato, incluindo estagiários, de modo a mitigar o impacto da inflação.

Em setembro, já tinha sido a vez da fábrica do Tramagal da Daimler Trucks a atribuir aos cerca de 500 trabalhadores, incluindo estagiários, um pagamento extraordinário de 400 euros.

Banca também adere

Na banca, várias instituições também já anunciaram apoios extraordinários para os colaboradores. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) irá pagar entre 600 a 900 euros aos funcionários que ganhem até 2.700 euros. O Crédito Agrícola, por sua vez, anunciou um apoio “pontual” de 750 euros, o mesmo valor avançado pelo Santander, que atribuirá a ajuda a todos os trabalhadores que recebem até 30 mil euros por ano.

Também o BCP vai pagar um “apoio extraordinário”, no seu caso de 500 euros, a todos os colaboradores que não tiverem viatura atribuída.

E o Banco Montepio também avançou pelo mesmo caminho: vai fazer um pagamento pontual de 600 euros — equivalente ao subsídio de férias ou Natal — a quem recebe até 1.500 euros. Já os colaboradores com salários entre 1.500 euros e 2.500 euros terão direito a uma ajuda de 400 euros.

E o BNP Paribas também já anunciou que vai dar vales de 300 (com rendimentos entre 30 mil e 60 mil euros anuais/brutos) e 500 euros aos trabalhadores (com rendimentos até 30 mil euros anuais), entre outras medidas de apoio para mitigar o impacto da inflação.

Já no BPI ainda nada foi anunciado e a falta de notícias está a criar mal-estar e descontentamento entre os trabalhadores. “O banco tem bons resultados e é incompreensível que não avance com apoios, como os outros”, disse Sandra Félix Salgado, coordenadora da comissão de trabalhadores do BPI, em declarações recentes ao ECO.

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5 coisas que vão marcar o dia

INE vai divulgar dados relativos aos estrangeiros residentes em Portugal, enquanto o Eurostat dá a conhecer os dados sobre a produção na construção. Ministros da UE discutem tecto aos preços do gás.

Esta segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística vai “pintar” um retrato dos estrangeiros residentes em Portugal, enquanto o Eurostat dá a conhecer os dados sobre a produção na construção. Após oito semanas a descer, o gasóleo regressa às subidas. Os ministros da Energia da UE encontram-se em Bruxelas para discutir a proposta que visa aplicar um tecto aos preços do gás.

INE “pinta” retrato de estrangeiros em Portugal

Quase um mês depois de terem sido apresentados os resultados definitivos dos Censos 2021, o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar um destaque tendo em vista fazer um retrato dos estrangeiros residentes em Portugal. No ano passado, residiam 542.314 pessoas de nacionalidade estrangeira em território nacional, o que representava 5,2% do total da população, valor superior aos 3,7% verificados em 2011.

Gasóleo regressa às subidas, mas gasolina desce

O preço do gasóleo vai subir sete cêntimos por litro e a gasolina deverá ficar meio cêntimo mais barata, apurou o ECO junto de uma fonte do setor. Contas feitas, deverá passar a pagar 1,633 euros litros por litro de gasóleo simples e 1,588 euros por litro de gasolina, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na semana passada, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), e que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras.

Como evolui a produção na construção?

O Eurostat divulga dados sobre a produção na construção referentes a outubro. Em setembro, a produção na construção na Zona Euro aumentou 1% face a igual período do ano passado e acelerou 0,1% face a agosto. Portugal registou o segundo maior recuo mensal (-2,7%), de acordo com os dados mais recentes do gabinete de estatística.

Ministros da UE discutem tecto ao preço do gás

Após o “falhanço” da semana passada, os ministros da Energia da União Europeia voltam a reunir-se esta segunda-feira, em Bruxelas, para debater a proposta da Comissão Europeia que visa aplicar um tecto aos preços do gás no mercado europeu.

Putin visita a Bielorrúsia

O Presidente da Russa, Vladimir Putin, desloca-se esta segunda-feira à Bielorrússia, para se encontrar com o homólogo Bielorrússia, tendo em vista discutir questões bilaterais e a guerra na Ucrânia. Na semana passada, o presidente da Bielorrússia, país que serviu de base recuada às tropas russas para a ofensiva na Ucrânia, reiterou o seu apoio à Rússia.

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Musk lança ‘poll’ no Twitter para decidir se continua CEO

  • ECO
  • 19 Dezembro 2022

O patrão da Tesla e dono do Twitter desde outubro promoveu uma sondagem na rede social para os seus seguidores, com uma pergunta: Deve ou não continuar como CEO?

A fórmula é no mínimo original (ou não fosse de Elon Musk). O milionário fundador da Tesla comprou a rede social Twitter em outubro por cerca de 44 mil milhões de dólares, assumiu as funções de presidente executivo e fez mudanças diversas, desde logo o despedimento de milhares de trabalhadores. Agora, decidiu promover uma sondagem no próprio Twitter, com uma pergunta aos mais de 120 milhões de seguidores: Devo abdicar da liderança do Twitter?

O dono do Twitter garante, no mesmo tweet, que vai cumprir o resultado que vier a ser apurado nesta sondagem com a duração de 11 horas (e até ao momento da publicação desta notícia, cerca de 57% dos votantes pediam que saísse da gestão executiva da rede social). Esta iniciativa surge na sequência das críticas de que Elon Musk foi alvo por banir jornalistas do Twitter. Posteriormente, Musk anunciou que o Twitter decidiu banir os anúncios a outras plataformas como o Facebook.

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Ranking: 30 maiores seguradoras da Europa aumentaram lucros em 75%

  • ECO Seguros
  • 18 Dezembro 2022

As maiores companhias da Europa em seguros Não Vida aumentaram o seu negócio 11% no primeiro ano pós-pandemia. Allianz, AXA e Lloyd’s continuam na frente. Veja o ranking das 30 maiores.

As maiores seguradoras europeias dos ramos Não Vida, com destaque para seguros de saúde, automóvel, propriedade e acidentes, tiveram um bom primeiro ano pós pandemia, revela o estudo anual da A.M. Best, empresa especializada de rating segurador, agora publicado. Os 30 maiores grupos na Europa cresceram os prémios emitidos para 466 mil milhões de euros, mais 11% em 2021 face a 2020, mas essencialmente cresceram os lucros para 57,1 mil milhões de euros, beneficiando dos confinamentos totais ou parciais e da consequente diminuição da sinistralidade.

Os cinco primeiros da Europa, que são também protagonistas no ranking mundial a par com companhias americanas, chinesas, japonesas e coreanas, somam quase metade dos prémios emitidos pelas 30 maiores. A alemã Allianz, a francesa AXA, a britânica Lloyd’s, e as suíças Chubb e Zurich situam-se entre os 60 mil milhões e os 35 mil milhões de euros de negócios.

Do ponto de vista dos lucros, notou-se a maior diferença em relação ao pleno da pandemia, um crescimento de lucros em 75% que não se deu pela Allianz, a líder estagnou em resultados, mas já a AXA mais que duplicou lucros e a Lloyd’s, depois de um ano pandémico de prejuízos, de quase mil milhões, voltou aos lucros em 2021 com 2,7 mil milhões de euros de resultados positivos.

Em relação a Portugal, verifica-se que todo o setor Não Vida faturou 5,6 mil milhões de euros em 2021 o que daria um 22º lugar no ranking empresarial. A Fidelidade, enquanto grupo líder do mercado nacional, emitiu prémios de 1,5 mil milhões de euros em seguros Não Vida, um pouco menos de metade da Baloise, a suíça que encerra o ranking de 30.

O peso da Ageas Portugal na sua casa-mãe belga Ageas SA/NV é significativo. O grupo que usa as marcas Ocidental, Ageas Seguros e Médis faturou, em Portugal, 2,2 milhões de euros, quase metade do negócio europeu de 2021. Entre as 30 maiores companhias europeias, Allianz, Zurich, Generali (Tranquilidade), Mapfre, Crédit Agricole Assurances (Mudum) e Ageas têm interesses diretos em Portugal. A AXA saiu em 2016 cedendo o negócio à Ageas e a Groupama abandonou Portugal em 2018 dando lugar à UNA.

As top 30 refletem as dimensões dos mercados e alguns as suas idiossincrasias – diz a A.M.Best com uma visão do mercado a partir dos Estados Unidos – seis têm sede na Alemanha e outras tantas em França. Do Reino Unido e Suíça estão quatro, três são espanholas, duas são italianas ou dos Países Baixos e com uma fazem-se representar Áustria, Bélgica e Finlândia. Quase todas são “campeãs nacionais” ou, obviamente, estão nos lugares cimeiros nos seus mercados domésticos.

As 14 primeiras no top 2021 mantiveram os lugares de 2020, mas, a partir daí, já há mudanças relevantes. A Sampo subiu 3 lugares para 15º, devido à compra da seguradora digital Hastings, a francesa Aéma subiu 5 lugares para 18º, resultado da fusão entre a Macif e a Aésio, que levou à mudança de nome. A suíça Helvetia subiu para 19º após a compra da espanhola Caser.

Em saídas de ranking notou-se a baixa da NN e da Direct Line e a entrada da Beazley, que também beneficiou do câmbio euro-dólar e a alemã Provinzial, que pela primeira vez consolidou negócios após aquisições.

Em relação à solvabilidade, a média aritmética reflete uma melhoria do principal rácio SCR de 226% para 230% em um ano. A A.M.Best, como agência de rating, qualifica os resultados de forma positiva: “nenhuma tem SCR abaixo dos 150% e 75% das 24, que apresentam este rácio, estão acima dos 200%, ilustrando uma forte solvência da indústria seguradora europeia”, conclui.

Veja o ranking 2021 e o valor de rácio SCR das 30 maiores da Europa:

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