Qual é o maior risco para a Humanidade? O fracasso da acção climática, diz o Fórum Económico Mundial
Fracasso da acção climática, clima extremo, perda da biodiversidade. Estes são os três riscos globais mais severos que a Humanidade terá de enfrentar nos próximos 10 anos, diz o Global Risks Report
Com a chegada de 2022, entramos naquele que é o terceiro ano de pandemia. De acordo com o Global Risks Report, os riscos climáticos dominam neste momento todas as preocupações a nível global. A longo prazo, os principais riscos identificados pelo relatório que todos os anos é elaborado pelo Global Risks Advisory Board do Fórum Económico Mundial estão relacionados com o clima, e sobretudo com o fracasso da ação climática na próxima década. Ao mesmo tempo, as principais preocupações a curto prazo incluem clivagens sociais, crises de subsistência e deterioração da saúde mental.
Adicionalmente, a maioria dos especialistas acredita que uma recuperação económica mundial será volátil e desigual ao longo dos próximos três anos. A análise é realizada em parceria com a Marsh McLennan, SK Group e Zurich Insurance Group, Oxford Martin School (Universidade de Oxford), da Universidade Nacional de Singapura e do Wharton Risk Management and Decision Processes Center (Universidade da Pensilvânia).
No entanto, no relatório deste ano o principal risco identificado pelos líderes portugueses é a prolongada estagnação económica, seguida de crises da dívida e crises de empregabilidade. Ou seja, se em quase todo o mundo a sustentabilidade, e eventuais crises climáticas são uma das principais preocupações, em Portugal estes riscos nem entram no top cinco para os próximos anos.
O que realmente preocupa os líderes portugueses é a prolongada estagnação económica, as crises de dívida em grandes economias, o emprego e as crises de subsistência, a desigualdade digital e o colapso ou falta de sistemas de segurança social.
Top 3 Riscos Globais a Curto Prazo (nos próximos 2 anos):
• Clima extremo
• Crises de subsistência
• Fracasso da ação climática
Enquanto isso, no resto do mundo: “A crise climática continua a ser a maior ameaça a longo prazo que a humanidade enfrenta. Falhar no combate às alterações climáticas pode diminuir em um sexto o PIB mundial e os compromissos estabelecidos na COP26 continuam a não ser suficientes para atingir o objetivo dos 1,5ºC. Não é tarde demais para os governos e as empresas agirem perante os riscos que enfrentam e para impulsionarem uma transição inovadora, determinada e inclusiva, que proteja economias e pessoas”, disse Peter Giger, Group Chief Risk Officer do Zurich Insurance Group.
Já na sua 17ª edição, os resultados do Global Risks Report 2022 apontam o fracasso climático e a crise social como dois dos principais riscos globais já para este ano. A pandemia e as alterações climáticas são os fatores que mais contribuem para estas conclusões.
Top 3 Riscos Globais a Médio Prazo (nos próximos 2 a 5 anos)
• Fracasso da ação climática
• Clima extremo
• Erosão da coesão social
A análise mostra, ainda, que apenas um em cada seis especialistas está otimista e que apenas um em cada dez acredita que a recuperação mundial vai acelerar, segundo um inquérito feito a nível mundial. Adicionalmente, a maioria dos especialistas acredita que uma recuperação económica mundial será incerta e desigual ao longo dos próximos três anos.
Dentro do relatório são abordadas quatro áreas de riscos emergentes, nomeadamente a cibersegurança, a competição espacial, a transição climática desordenada e as pressões migratórias, todas elas com a necessidade de uma gestão global para que tenham sucesso.
Top 3 Riscos Globais a Longo Prazo (nos próximos 5 a 10 anos)
• Fracasso da ação climática
• Clima extremo
• Perda de biodiversidade
Por essa razão, o relatório incentiva os líderes a pensarem além do ciclo de relatórios trimestrais e a criarem políticas que façam a gestão de riscos e que moldem a agenda para os próximos anos.
Nesse sentido, Saadia Zadihi, Managing Director do World Economic Forum, afirma: “A saúde e disrupções económicas estão a agravar clivagens sociais. Os líderes globais devem juntar-se e adotar abordagens coordenadas com os vários públicos para resolver os desafios mundiais incessantes e criar resiliência antes da próxima crise”.
No caso das empresas, diz Carolina Klint, Risk Management Leader da Marsh Continental Europe, “à medida que recuperam da pandemia, estão, e bem, a focar-se na resiliência organizacional e nas referências ESG (Environmental, Social and Governance)”.
Top-10 Riscos Globais por Severidade (nos próximos 10 anos)
• Fracasso da ação climática
• Clima extremo
• Perda de biodiversidade
• Erosão da coesão social
• Crises de subsistência
• Doenças infeciosas
• Danos ambientais causados por humanos
• Crise de recursos naturais
• Crises da dívida
• Confrontos geoeconómicos
“Com as ameaças cibernéticas a crescer mais rapidamente do que a nossa capacidade de as erradicar permanentemente, torna-se claro que nem a resiliência nem a governação são possíveis sem planos de gestão de riscos cibernéticos credíveis e sofisticados. De igual modo, as organizações precisam de começar a perceber os riscos espaciais, particularmente o risco com satélites, dos quais nos temos tornado cada vez mais dependentes, dado o aumento das ambições e tensões geopolíticas”, rematou a especialistas.
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