Roupa sustentável tingida com bagaço de azeitona? É possível e já acontece no Porto

  • Capital Verde
  • 22 Janeiro 2022

Chama-se “Fábrica do Azeite” e lançou uma linha de roupa sustentável tingida com bagaço de azeitona. A fábrica encontra-se no Porto e está aberta a visitantes.

O que é que azeite e peças de vestuário podem ter em comum? Muito mais do que imagina. Prova disso é a iniciativa desenvolvida pela “Fábrica do Azeite”, um espaço localizado no Porto, que se dedica à produção de azeite de Trás-os-Montes e Alto-Douro, e que agora também desenvolveu uma linha de vestuário 100% biológica e sustentável.

Esta linha de roupa amiga do ambiente nasceu depois de o olival que “alimenta” a produção de azeite da fábrica ter começado a acumular bagaço de azeitona, que foi então escoado para a indústria têxtil, para colorir roupa com técnicas mais naturais e matérias-primas orgânicas, livres de compostos sintéticos e/ou químicos.

Este subproduto resulta da transformação do fruto das oliveiras da Quinta do Prado (em Vila Flor), berço do azeite Acushla. E o primeiro passo no seu aproveitamento está a ser dado, para já, dentro do próprio grupo empresarial têxtil Tetribérica, que também é detentor da marca olivícola.

Começaram pelas coleções da marca Barrio Santo, uma insígnia de roupa confortável — sportswear e fitness wear — feita com matérias-primas sustentáveis (cerca de 85% da produção têxtil do grupo usa materiais ecológicos).

“O que é um desperdício para uns, é, para outros, como nós, uma matéria-prima que dá expressão a uma outra forma de estar e de fazer, a pensar na sustentabilidade do planeta”, explica Joaquim Moreira, o empresário que está por trás de tudo – da Fábrica do Azeite, da marca Acushla e da Tetribérica.

Além de ser pioneira na criação de um pronto-a-vestir dentro de um produtor de azeite, a “Fábrica do Azeite” tem, ainda, as suas portas abertas aos visitantes que queiram provar o azeite acabado de ser extraído do seu lagar.

Esta extração ocorre todos os dias, entre as 16 horas e as 17 horas, altura em que o lagar processa as azeitonas da Quinta do Prado. No entanto, trata-se de uma experiência sazonal, uma vez que acompanha o período da apanha da azeitona, normalmente de setembro a dezembro.

Fora de campanha, as provas podem ser feitas com azeite engarrafado, sobretudo com o azeite biológico Acushla virgem extra, e podem ser acompanhadas do tradicional pão biológico e azeitonas de muitas variedades – cobrançosa, madural, verdeal e cordovil – e, ainda, com algumas “tapas” criadas para o efeito.

Para experimentar estas iguarias e ver a linha de vestuário sustentável, os interessados apenas têm de se dirigir ao nº 73 da Rua Ferreira Borges, no coração da baixa do Porto, local onde se localiza a “Fábrica do Azeite”.

 

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