Sociais, cirúrgicas ou FFP2. Qual a melhor máscara para travar a Ómicron?
Face à elevada transmissibilidade da Ómicron têm surgido novas orientações sobre o uso de máscara. Das sociais às cirúrgicas e até às FFP2 para que servem e quais as diferenças entre cada uma?
Com o surgimento da pandemia de Covid-19, as máscaras começaram a fazer parte do dia-a-dia dos cidadãos, sendo vistas como cada vez mais necessárias, não só para proteção do próprio mas também dos que o rodeiam. Não obstante, dada a elevada transmissibilidade da variante Ómicron têm surgido novas recomendações sobre o uso deste equipamento de proteção individual.
Nos Estados Unidos, a variante Ómicron levou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) a emitir novas recomendações sobre a utilização de máscaras por parte da população em geral, passando a aconselhar utilizar-se apenas as máscaras cirúrgicas ou FFP2.
Em Portugal, a orientação número 011/2021 da Direção-Geral da Saúde (DGS), atualizada pela última vez a 3 de dezembro de 2021, continua a recomendar que a população em geral utilize uma máscara comunitária certificada “com capacidade de filtragem igual ou superior a 90%” ou, em alternativa, uma máscara cirúrgica.
Não obstante, para alguns contextos específicos, nomeadamente para as visitas a hospitais é apenas permitido o uso de máscara cirúrgica ou FFP2, tal como vai suceder nas eleições legislativas do próximo sábado. Recorde-se que na última reunião do Infarmed, a equipa de peritos que aconselha o Governo na tomada de decisões já tinha sugerido que devia ser incentivado o uso de máscara cirúrgica ou FFP2, ao invés das máscaras sociais, já que estas últimas têm uma “menor capacidade protetora”.
O ECO questionou a DGS sobre se pondera rever a orientação geral para o uso de máscara, por forma a recomendar para todos os contextos apenas o uso de máscara cirúrgica ou FFP2, mas não foi possível obter uma resposta até à publicação do artigo. Saiba, em linhas gerais, para que servem e quais as diferenças entre cada uma:
Máscaras sociais (ou comunitárias)
Estas máscaras são feitas a partir de pedaços de tecido e não são consideradas dispositivos médicos. São essencialmente destinadas a pessoas que não tenham sintomas de infeção por SARS-CoV-2 e que não estejam em contacto com casos positivos. “Esta cobertura facial comunitária minimiza a projeção de gotículas respiratórias do utilizador, saliva, expetoração ou secreções respiratórias ao falar, tossir ou espirrar”, segundo o acordo técnico “Coberturas faciais comunitárias, Guia para os requisitos mínimos, métodos de ensaio e utilização”, através do qual a DGS se baseia para emitir as recomendações relativas ao uso de máscara.
Além disso, poderão também limitar a “penetração de gotículas respiratórias de origem externa pela área do nariz e da boca do utilizador, sem reivindicar a proteção do utilizador”. Se a utilizar uma máscara deste tipo, a entidade liderada por Graça Freitas recomenda a utilização de uma máscara comunitária certificada “com capacidade de filtragem igual ou superior a 90%”. E apesar de serem reutilizáveis, devem ser substituídas a cada 4h de uso contínuo ou se estiverem húmidas.
Máscara cirúrgica
Consideradas dispositivos médicos, este tipo de máscara protege o portador de partículas contaminadas que estejam suspensas no ar ou que tenham sido expelidas por alguém doente, ao mesmo tempo que previne que o portador projete essas mesmas partículas para o meio. Não são máscaras ajustáveis ao rosto, mas tapam o nariz, a boca e o queixo. São resistentes a fluidos e oferecem alguma proteção contra gotículas respiratórias de maiores dimensões, provenientes por exemplo de espirros e tosse. Estas máscaras devem ser substituídas a cada 4h de uso contínuo ou se estiverem húmidas, tal como acontece com as comunitárias.
No entanto, estas máscaras não protegem contra a inalação de partículas muito pequenas no ar, pelo que o utilizador não está totalmente protegido contra partículas finas (aerossóis). Neste contexto, apenas as máscaras FFP1, FFP2 e FFP3 conseguem proteger os utilizadores partículas mais finas. O desempenho destas três máscaras varia consoante o grau de eficiência de filtragem bacteriana, pressão diferencial (permeabilidade da máscara ao ar) e resistência aos salpicos e a limpeza microbiana.
Respiradores FFP2
Também consideradas um dispositivo médico, estas máscaras são máscaras de proteção destinadas a profissionais de saúde e são muito eficazes na proteção contra gotículas respiratórias que possam estar presentes no ar. Têm a vantagem de proteger tanto das gotículas grandes como das mais pequenas.
Segundo o CDC, uma vez que os respiradores FFP2 são cuidadosamente fabricados de modo a selar o rosto, estas máscaras fornecem o mais alto nível de proteção, face às comunitárias ou às cirúrgicas. O regulador de saúde norte-americano aponta ainda que estes equipamentos de proteção individual podem ser mais relevantes “para certas situações de alto risco ou para algumas pessoas com risco maior de ter a doença em sua forma grave”.
Em declarações ao ECO, Bernardo Gomes, médico de Saúde Pública, sinaliza ainda que as máscaras FFP2 “têm outra vantagem relativamente às máscaras cirúrgicas”, dado que “são máscaras que duram mais tempo, pelo que podem ser usadas mais vezes do que as máscaras cirúrgicas. O CDC recomenda que possam ser utilizadas até cinco vezes e não mais.
Quanto às recomendações relativas à forma como se deve guardar uma máscara (independentemente do tipo), Bernardo Gomes assinala que estas devem ser guardadas “numa bolsa ou num sítio em que ela não esteja confortável com o seu formato”, por forma a que não seja sujeita a dobras ou danos. “É preservá-la num sítio em que ela possa estar na sua forma original, sem estar sujeita a humidade desnecessária, a temperatura elevadas ou até mesmo dobragens”, conclui o médico de Saúde Pública.
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