Comissão Europeia revê em alta PIB português em 2022 para 5,5%
Na atualização das previsões, a Comissão Europeia reviu em alta o crescimento português para 5,5% em 2022, acima dos 5,3% estimados anteriormente. O PIB da Zona Euro foi revisto em baixa.
Após um crescimento de 4,9% em 2021, Portugal caminha para uma expansão económica de 5,5% este ano, segundo as últimas previsões da Comissão Europeia divulgadas esta quinta-feira. Este número representa uma revisão em alta face aos 5,3% previstos anteriormente pelo executivo comunitário. Para 2023 prevê que o PIB cresça 2,6%, acima dos 2,4% que previa no outono.
Nas previsões de inverno, a Comissão Europeia relata que a recente onda de infeções por Covid-19 no início deste ano, assim como uma “nova queda” do turismo internacional, deverá ter desacelerado a atividade económica para um crescimento em cadeia de 0,5% no primeiro trimestre. Porém, é de notar que esta previsão só contabiliza dados de janeiro e ainda falta um mês e meio para o trimestre acabar.
Assumindo que há uma melhoria da situação pandémica, o executivo comunitário vê a economia portuguesa a acelerar no segundo trimestre, antecipando que será nesta altura que o PIB irá alcançar o seu nível pré-pandémico, em termos trimestrais. No conjunto do ano, o Produto Interno Bruto deverá acelerar para um crescimento de 5,5% em 2022, travando depois para 2,6% em 2023.
Os peritos da Comissão consideram que será a procura interna a dar um “contributo substancial” para o crescimento económico tanto este ano como no próximo, ajudado pela implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) financiado com dinheiro europeu. Mas a procura externa também deverá dar um contributo positivo, acima de tudo pela esperada retoma do turismo, principalmente em 2022.
No caso de Portugal, a Comissão Europeia considera que ainda há algum grau de risco nestas previsões devido à possibilidade de o turismo internacional ser afetado novamente por algum imprevisto relacionado com a pandemia e as disrupções nas viagens.
Sobre 2021, o executivo comunitário refere que o crescimento de 4,9% já confirmado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) traduz-se numa recuperação de pouco mais de metade do valor perdido em 2020 com a queda do PIB de 8,4%. As componentes de investimento e de exportações de bens já superaram os níveis pré-pandemia em 2021, segundo a Comissão, mas o consumo privado e principalmente as exportações de serviços (turismo) ainda não.
Comissão Europeia revê em baixa crescimento da Zona Euro
A revisão em alta das perspetivas para Portugal contrasta com a revisão em baixa do PIB da Zona Euro. Se no outono o executivo comunitário aponta para 4,3% em 2022, agora o crescimento já deverá ficar pelos 4%. Porém, a expansão em 2023 foi revista em alta de 2,4% para 2,7%, mostram as novas previsões de inverno.
Assim, tanto em 2022 como em 2023, os números da Comissão Europeia apontam para uma convergência de Portugal com a média da Zona Euro uma vez que a economia portuguesa deverá crescer a um ritmo superior, o que contrasta com o que aconteceu em 2020 e 2021. No ano passado, a economia da Zona Euro cresceu 5,3%, acima do ritmo de Portugal (4,9%). E em 2020 a economia portuguesa tinha caído mais do que a europeia.
Como mostra este gráfico da Comissão Europeia, entre os 23 Estados-membros para os quais há dados, Portugal será o país da União Europeia mais atrasado na recuperação do PIB quando se olha para a comparação entre o nível de atividade económica no final de 2023 e o nível no final de 2019. Portugal está também entre os últimos, ainda que não no último lugar, quando se compara com o nível no final de 2021 ou de 2022.
Segundo os dados do executivo comunitário, o PIB do conjunto da União Europeia atingiu o nível pré-pandemia no terceiro trimestre de 2021 — enquanto Portugal só lá chegará no segundo trimestre de 2022 — e “projeta-se que todos os Estados-membros irão ter passado esta etapa até ao final de 2022”.
Os peritos da Comissão antecipam que o crescimento económico vai ganhar tração, após a travagem sentida no final de 2021 provocado pela maior incidência da pandemia, os elevados preços da energia e as contínuas disrupções na oferta. A expectativa é que os estrangulamentos do lado da oferta e da logística, nomeadamente a falta de semicondutores ou alguns metais, continuem a condicionar a produção, “pelo menos durante o primeiro semestre deste ano”.
O executivo comunitário também já admite que os preços da energia deverão manter-se elevados durante mais tempo do que o antecipado anteriormente, penalizando mais a economia e pressionando a inflação. Contudo, “olhando para lá desta turbulência de curto prazo, os alicerces que sustentam esta fase expansionista continuam a ser fortes“, assegura, assinalando a melhoria do mercado de trabalho, a elevada taxa de poupança, as condições de financiamento “ainda favoráveis” e a implementação do PRR.
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