ASF quer empresas a ensinar hábitos de poupança aos trabalhadores
Entidades patronais e o setor social devem envolver-se no esforço de promoção e desenvolvimento da resiliência financeira das famílias, defende a presidente da autoridade de Supervisão.
O desafio da resiliência financeira das famílias deve ser, em 2022, foco principal do plano estratégico do Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF), defende Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
A União Europeia divulgou recentemente um referencial de literacia financeira que lista mais de 500 competências que devem ser adquiridas pelos cidadãos. O mesmo documento ilustra bem a necessidade de capacitar os adultos em 269 competências relevantes no âmbito da resiliência em finanças pessoais, sustentou a responsável da autoridade.
Neste contexto, as linhas estratégicas do PNFF até 2025 colocam especial enfoque no “reforço da resiliência financeira, a promoção da formação financeira digital e o contributo para a sustentabilidade.”
Intervindo na reunião anual do Conselho Nacional de Supervisão Financeira (CNSF) com as diversas entidades que integram a Comissão de Acompanhamento do PNFF, a presidente da ASF sublinhou a importância de desenvolver iniciativas que promovam a resiliência financeira entre a população portuguesa, “preparando-a para lidar com choques financeiros adversos”. Nesta matéria, salientou o papel dos seguros na gestão e mitigação de riscos e a importância da constituição de poupança para assegurar um maior bem-estar financeiro na idade da reforma.
Para a implementação das atividades tendentes ao reforço da resiliência financeira da população portuguesa, Margarida Corrêa de Aguiar referiu a necessidade de intensificação das atividades de formação financeira no local de trabalho. “Representa uma oportunidade de excelência para formar a população ativa em áreas como o planeamento da reforma, a prevenção e mitigação dos riscos e as implicações do sobre-endividamento,” explicou.
Neste sentido, pretende-se “alargar as atividades de formação financeira no local de trabalho ao setor privado e social, o que implicará o envolvimento e compromisso de entidades patronais, que ao apostar nesta capacitação, estarão também a promover o bem-estar dos seus trabalhadores,” disse.
A percentagem de famílias em Portugal com planos voluntários de reforma situa-se em menos de metade da percentagem apurada para a área do Euro, assinalou. É por isso “essencial apostar numa função informativa e pedagógica que contribua para melhorar a literacia financeira e para desenvolver uma cultura de responsabilidade individual, no sentido de as pessoas se envolverem de forma consciente e responsável no planeamento da sua reforma”, reforçou.
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