Lucro da Corticeira Amorim sobe 16% em 2021. Paga dividendo de 0,20 euros

As vendas da Corticeira Amorim ultrapassaram, pela primeira vez, os 800 milhões de euros em 2021, ascendendo a 837,8 milhões. É uma subida de 13,2% face ao ano anterior, o primeiro da pandemia, e de 7,3% face ao nível pré-Covid, com todas as unidades de negócio a registarem “crescimentos significativos” das vendas. E só não subiram mais, até aos 13,7%, porque foram “penalizadas por uma evolução cambial desfavorável”.

Segundo a informação comunicada à CMVM esta quinta-feira, o EBITDA consolidado totalizou 134,4 milhões de euros (+10%), suportado sobretudo pelos maiores níveis de atividade. Por outro lado, descreve que “os resultados operacionais foram muito penalizados pelas crescentes pressões inflacionistas, particularmente de matérias-primas não cortiça, transportes e energia”, com o rácio EBITDA/Vendas a cifrar-se em 16%.

“Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam”, o resultado líquido da Corticeira Amorim rondou os 74,8 milhões de euros, o que representa um crescimento de 16,2% face ao exercício anterior. Já a dívida remunerada líquida baixou de 110,7 para 48,1 milhões, isto é, o nível mais baixo desde junho de 2017.

“Esta redução significativa reflete essencialmente a evolução muito favorável da geração de fluxos de caixa e a redução excecional das necessidades de fundo de maneio (decréscimo de 49,5 M€). O valor da dívida remunerada líquida incluía já o pagamento de dividendos (35,9 M€), as aquisições das participações de 50% na Cold River’s Homestead (15 M€), detentora de uma parte da chamada Herdade de Rio Frio, e de 10% na Bourrassé (5 M€), bem como o investimento em ativo fixo (44,0 M€)”, sublinha.

O conselho de administração liderado por António Rios Amorim deliberou propor à Assembleia Geral de Acionistas, agendada para 28 de abril, a distribuição de um dividendo de 0,20 euros por ação, no valor de 26,6 milhões de euros, que compara com os 0,185 euros pagos nos quatro anos anteriores.

Rolhas valeram 70% das vendas

Na análise ao desempenho por unidade de negócio, a líder mundial do setor destaca o crescimento de 12,5% nas rolhas, para 593,3 milhões de euros, que contribuíram para 70% das vendas consolidadas da empresa em 2021. Nos revestimentos, as vendas aumentaram 10%, salientando-se a evolução positiva nos países escandinavos e nos EUA.

Já nos aglomerados compósitos, o crescimento homólogo foi ainda superior (22,6%), com os segmentos com melhor comportamento a serem aqueles que mais tinham sido penalizados pelo encerramento temporário de alguns clientes em 2020, como Footwear, FlooringDistributors & Cork Specialists e Multi-purposesSeals & Gaskets.

Finalmente, a unidade de isolamentos registou também uma subida das vendas de 17,9%, fechando 2021 com vendas de 14,5 milhões e uma “expansão significativa” do EBITDA. “Maiores níveis de atividade e melhoria do mix do produto estiveram na base desta forte recuperação das vendas, tendo a unidade de negócios apresentado uma performance positiva na generalidade dos mercados onde está presente, particularmente em Portugal, França e Itália”, acrescenta a empresa nortenha neste comunicado ao mercado.