Administrador do BdP diz que “desvalorização do euro” acontece em situações de crise
"O dólar é sempre vista como moeda de refúgio e os investidores tendem a refugiar-se nas moedas refúgios", disse Hélder Rosalino.
O administrador do Banco de Portugal (BdP), Hélder Rosalino, desvalorizou a queda do euro devido à crise na Ucrânia, considerando que ocorre quando existem crises, uma vez que o dólar é considerado um ativo refúgio.
“Essa desvalorização do euro não tem nenhum fundamento do ponto de vista de questões económicas. Acontece sempre que há crises ou situações como as que estamos a viver ou de outra natureza”, afirmou o responsável do BdP, em resposta aos jornalistas quando questionado sobre o tema, em conferência de imprensa no âmbito dos 20 anos do euro, no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
Hélder Rosalino sublinhou que em situações de crise ou instabilidade, “o dólar é sempre vista como moeda de refúgio e os investidores tendem a refugiar-se nas moedas refúgios“, tal como o ouro.
O euro caiu esta quarta-feira para menos de 1,11 dólares, o nível mínimo desde há 20 meses, devido à intensificação da guerra na Ucrânia e após a publicação de dados da inflação.
O euro caiu em relação ao dólar “para níveis que não eram vistos desde junho de 2020, depois de as condições de perceção de risco já terem provocado ontem [terça-feira] uma queda diária de 1% no meio de uma escalada de restrições impostas a Moscovo”, consideram os analistas de Monex Europe.
Entretanto foi anunciado que a taxa de inflação homóloga na zona euro atingiu 5,8% em fevereiro, mais sete décimas em relação ao mês anterior, segundo uma estimativa hoje divulgada pelo Eurostat.
Nos mercados tem aumentado a preocupação com as consequências económicas e na inflação de uma guerra prolongada na Ucrânia. A invasão russa da Ucrânia tem aumentado ainda mais os preços da energia, que já estavam a subir bastante antes do conflito.
Há também uma redução das expectativas quanto a uma subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE) este ano. O governador do Banco da Finlândia, Olli Rehn, disse recentemente que o BCE não deveria acabar os estímulos monetários antes de analisar o impacto da guerra na Ucrânia.
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