Está a dormir o suficiente? 5 razões pelas quais não deve descurar o seu sono
No Dia Mundial do Sono, a Pessoas foi falar com uma psicóloga e somnologista para esclarecer todas as dúvida que ainda possam existir sobre a importância do sono.
É comum sentirmo-nos sem energia, cansados e até de mau humor depois de uma noite mal dormida ou de poucas horas de sono. Além disso, a privação de sono influencia diretamente a produtividade e até a tomada de decisões, bem como a criatividade e a capacidade de atenção. Um sono com qualidade pode ser realmente revigorante, e trazer vários benefícios, tanto a nível pessoal como profissional.
No Dia Mundial do Sono, a Pessoas foi falar com a psicóloga e somnologista Teresa Rebelo Pinto, que é também fundadora da Clínica Teresa Rebelo Pinto, onde coordena uma equipa de Psicologia & Sono, sobre a importância do sono.
Bem-estar psicológico; produtividade e tomada de decisão; criatividade, memória, atenção e aprendizagem; regulação do peso e temperatura corporal; e reforço imunitário e longevidade são as principais razões apontadas pela especialista pelas quais não deve descurar o sono.
1. Bem-estar psicológico e estabilidade emocional
“Sabemos que muitas vezes o sono é o bode expiatório do ‘mau feitio’, mas a verdade é que quando não dormimos o suficiente sentimo-nos francamente mal, sem energia ou até distantes daquilo que costumamos ser. Há quem se sinta totalmente desorientado ou descreva níveis de ansiedade exagerados em consequência da má qualidade do sono”, começa por descrever Teresa Rebelo Pinto.
Além de mais irritadiças, as pessoas que dormem mal têm menos tolerância e mais “mood swings“. A longo prazo, a privação de sono pode levar a estados depressivos e a outras perturbações do humor ou ansiedade, pois a falta de sono torna-nos mais rígidos e instáveis do ponto de vista emocional, alerta a especialista. “É durante o sono que o cérebro cumpre a sua função de desintoxicação, libertando-se de substâncias nocivas que perturbam o funcionamento saudável do nosso corpo e mente.”
2. Produtividade e decisões ponderadas
“Ter tempo para tudo na agenda, exceto para dormir, é meio caminho andado para ver um declínio acentuado no desempenho e produtividade no trabalho. Além disso, o nosso cérebro reage muito rapidamente à privação de sono no que diz respeito à tomada de decisão. Basta uma direta para ser mais provável gastar dinheiro em compras que realmente não precisa ou para avançar com escolhas que não faria se tivesse mais tempo para dormir sobre o assunto (literalmente).”
Se não consegue mostrar aquilo que realmente vale no trabalho, se sente que faz tudo de forma mais lenta e não consegue terminar tarefas ou se tem tomado decisões mais impulsivas, talvez esteja na altura de rever o seu padrão de sono, aconselha.
3. Criatividade, memória, atenção e aprendizagem
A criatividade, memória, atenção e aprendizagem são funções que dependem mais do sono do que possa pensar. “Todas estas funções são reguladas pelo sono, o que significa que as alterações cognitivas são das principais queixas que as pessoas reportam quando não dormem o suficiente”, explica Teresa Rebelo Pinto. E dá como exemplo os alunos com piores resultados na escola ou os mais agitados: “São, muitas vezes, os que dormem pouco para a sua idade.”
Além disso, quando estamos privados de sono temos um vocabulário empobrecido e um tom de voz mais monocórdico e pouco cativante.
4. Regulação do peso e da temperatura do corpo
Um quarto motivo para não descurar o sono prende-se com a regulação do peso e da temperatura corporal. O sono ajuda a manter um peso saudável, na medida em que favorece a produção de hormonas que nos fazem sentir saciados, como a leptina. Por outro lado, quando estamos muito tempo acordados, produzimos mais grelina, uma hormona que nos faz ter mais fome e desejo de alimentos calóricos. Por isso mesmo, “gastar dinheiro em dietas e dormir mal não compensa”.
“Outra função essencial do sono é a regulação da temperatura corporal, que, se tudo correr bem, baixa durante o início do sono até atingir o seu pico mínimo durante a madrugada. Em princípio, esse é o momento em que o corpo está mais adormecido, coincidindo com o pico máximo da melatonina, também conhecida como hormona da noite. Após uma noite mal dormida, é comum sentirmos grandes variações na temperatura, sendo difícil geri-las ao longo do dia. Estas alterações aumentam a sensação de falta de energia e mal-estar, além de poder comprometer a atenção e o desempenho.”
5. Reforço imunitário e longevidade
Finalmente, “não é demais relembrar que o sono é fundamental para o equilíbrio imunitário”. O potencial de contrair infeções aumenta drasticamente com a privação de sono e o efeito de algumas vacinas pode ficar reduzido se não dormirmos o suficiente nessa semana.
Além disso, quem dorme bem vive mais tempo, tem menos risco de demências e evita vários problemas associados ao envelhecimento precoce, revelam os estudos.
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